Questão de Ordem durante a 93ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem de pesar pelo falecimento do jovem advogado Pedro Yamagushi Ferreira, filho do Deputado Paulo Teixeira. Defende um mínimo de ordem para o bom funcionamento do nosso sistema bicameral, no que se refere às sessões do Congresso Nacional.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Questão de Ordem
Resumo por assunto
HOMENAGEM. REGIMENTO COMUM.:
  • Homenagem de pesar pelo falecimento do jovem advogado Pedro Yamagushi Ferreira, filho do Deputado Paulo Teixeira. Defende um mínimo de ordem para o bom funcionamento do nosso sistema bicameral, no que se refere às sessões do Congresso Nacional.
Publicação
Publicação no DSF de 09/06/2010 - Página 26687
Assunto
Outros > HOMENAGEM. REGIMENTO COMUM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, ADVOGADO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ELOGIO, ATUAÇÃO, MUNICIPIO, SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM), APRESENTAÇÃO, PESAMES, PAES.
  • QUESTIONAMENTO, METODOLOGIA, DEFINIÇÃO, QUORUM, SESSÃO CONJUNTA, CONGRESSO NACIONAL, ANTECIPAÇÃO, POSIÇÃO, DIVERGENCIA, PROCEDIMENTO, COBRANÇA, SECRETARIA, DIVULGAÇÃO, PAUTA, VOTAÇÃO, ORDEM DO DIA, MELHORIA, FUNCIONAMENTO.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a esse respeito encaminhei à Mesa voto de pesar pela trágica morte, no dia 4 de junho último - e o Senador Mercadante já a isso se referiu - , no Rio Negro, em área próxima a São Gabriel da Cachoeira, do advogado Pedro Yamagushi Ferreira, filho do Deputado Federal Paulo Teixeira.

            Vou sair até da formalidade do ato para dizer que, conversando como o Deputado Paulo Teixeira, com quem sempre mantive as melhores relações, disse-lhe certo dia que eu estava indo a São Gabriel. Ele me disse: “Poxa, meu filho mora lá, o Pedro; ele é advogado da diocese”.

            Eu disse: “Poxa, me dá o telefone dele que eu vou falar com ele lá”. De fato liguei. Há até um lugar delicioso chamado Cave do Barão, que é um point que reúne os civis e militares da região - uma conversa ótima; e ele acabou não indo lá, mas falamos durante 30 minutos por telefone. E eu, voltando, disse ao Paulo Teixeira que o Pedro estava - e usei essa expressão - curtindo a melhor fase da vida dele: 27 anos; voltaria dali com 30 anos; o Paulo dizia: “Puxa, mas ele largou um escritório de advocacia muito promissor em São Paulo e foi para lá”. Ele foi. Vai voltar mais forte, mais rijo, mais feliz, irmanado com uma natureza inigualável - é um lugar mágico, é um lugar absolutamente fascinante.

            E fui surpreendido com a notícia, que foi uma notícia realmente cortante. Chamo a atenção, Senador Mercadante, para o fato de que é muito fácil definir quem não tem pai nem mãe: é órfão. Qualquer língua tem uma palavra que traduza essa expressão da Língua Portuguesa referente á orfandade. Mas eu pergunto: Qual é a língua estrangeira e em que dicionário brasileiro haveria uma palavra que expressasse aquele que perdeu o filho? Não existe. Não tem. Pária, a gente vai ver no dicionário não é isso; infeliz, desgraçado, vai se ver no dicionário, não é isso. Não há nenhuma língua no mundo que expresse o estado que defina aquele que perdeu o filho, até porque os dicionaristas se recusaram, os filólogos, a traduzir, não pensaram nem em traduzir, talvez até por medo, algo do subconsciente, essa inversão da natureza, que é um pai enterrar um filho, uma mãe enterrar uma filha ou algo parecido.

            Portanto, desejo ao Deputado Paulo Teixeira muita força, a força que nenhum pai tem, que nenhuma mãe tem. Mas desejo a ele toda força, porque foi muito trágico, foi muito, muito...

            Tenho uma filha espiritualista que diz assim: “A missão acabou”. Para quem acredita nisso, ótimo. Acabou a missão. Então, supostamente vai para uma etapa superior. Quem tem outra visão religiosa - é o meu caso, por exemplo - não deixa de se chocar, e muito, porque é uma inversão de valores.

            Sr. Presidente, obviamente tenho muito prazer em assinar e em dividir a assinatura com o Senador Mercadante e com os demais Senadores que querem prestar essa homenagem ao Deputado Paulo Teixeira, uma figura de enorme compostura, adversário à altura, adversário elevado que sabe terçar, com muita inteligência, as armas da palavra, das idéias, e de muito futuro.

            Cheguei a imaginar, Senador Mercadante, que ele seria líder do partido. Acabou sendo outro Senador, igualmente valoroso. Não entendo os mecanismos internos do partido e nem tenho de entendê-los, mas via nele as características de alguém que poderia muito bem conduzir a sua bancada. Hoje, espero que ele conduza sua alma para a tranquilidade, para a força, para a renovação, para o renascimento, porque é preciso um renascimento aí.

            Sr. Presidente, também tenho uma questão de ordem.

            Regularmente temos garantido o quórum para as sessões do Congresso Nacional, que têm sido realizadas às quintas-feiras mediante a manutenção do mesmo painel de presença do Plenário do Senado Federal das sessões das quartas-feiras. Isso tem sido feito porque há o entendimento de que as matérias pautadas estão plenamente acordadas.

            Mas não tem sido essa a realidade. A última sessão do Congresso Nacional ocorreu com pequeno número de Parlamentares no plenário, como é comum nas sessões bicamerais.

            Em função disso, quero deixar antecipadamente a minha posição de não mais concordar com esse tipo de procedimento. Ou seja, a partir de agora, as sessões do Senado Federal devem ser definitivamente encerradas ao seu final, e não mais permitiremos que o quórum do dia anterior seja utilizado para sessões do Congresso Nacional do dia seguinte.

            Além disso, eu gostaria que a pauta de votações do Congresso Nacional fosse divulgada pela sua Secretaria e não pela Liderança do Governo. Na última sessão do Congresso, por exemplo, constava da Ordem do Dia “votação de projetos”, muito genérico, já a pauta de Liderança do Governo no Congresso contemplava um único projeto de lei.

            A ideia é nós colocarmos o mínimo de ordem e exigir que a Ordem do Dia do Congresso seja divulgada em material próprio e que a pauta da Liderança do Governo tenha apenas um caráter de esclarecimento para o bom funcionamento do nosso sistema bicameral, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/06/2010 - Página 26687