Discurso durante a 186ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem aos grupos vítimas de discriminação e preconceito, o povo negro e demais grupos de minorias.

Autor
MOACYR ROBERTO TESCH AVERSVALD
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. DISCRIMINAÇÃO RACIAL.:
  • Homenagem aos grupos vítimas de discriminação e preconceito, o povo negro e demais grupos de minorias.
Publicação
Publicação no DSF de 20/11/2010 - Página 51147
Assunto
Outros > HOMENAGEM. DISCRIMINAÇÃO RACIAL.
Indexação
  • QUALIDADE, DIRIGENTE, CENTRAL SINDICAL, TRABALHADOR, TURISMO, HOMENAGEM, GRUPO, VITIMA, DISCRIMINAÇÃO, COMENTARIO, SITUAÇÃO, BRASIL, ESPECIFICAÇÃO, EXCLUSÃO, NEGRO, IDOSO, MULHER, PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA, ELOGIO, ATUAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PAULO PAIM, SENADOR, EMPENHO, DEFESA, APOSENTADO, IGUALDADE RACIAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITOS SOCIAIS, REGISTRO, ESFORÇO, ASSOCIAÇÃO DE CLASSE, CONTRIBUIÇÃO, COMBATE, EXPLORAÇÃO SEXUAL, CRIANÇA.

           O SR. MOACYR ROBERTO TESCH AUERSVALD - Primeiramente, eu gostaria de cumprimentar o Exmº Senador Paulo Paim e toda a Mesa, parabenizar pelo seu trabalho o Delegado Paulo César. Gostaria também de cumprimentar os dirigentes sindicais aqui presentes, o representante do FST, o representante da Cobap, dos aposentados, os companheiros da CUT que aqui estão representados, enfim, todos os trabalhadores, os senhores e as senhoras.

           O livro mais lido no mundo e que tem mais edições feitas, a Bíblia, num certo trecho, diz que Deus criou o homem à sua imagem a semelhança. Quem somos nós, esse povo de Deus, para fazer a separação de quem é bom e quem é ruim? Quem de nós, cidadãos de Deus, tem a oportunidade e o direito de dizer se esse merece a vida ou merece a morte? Quem somos nós?

           Eu acho que a primeira questão que deve ser feita - e penso que estamos começando a nossa lição de casa - na questão do preconceito e de qualquer desvio de conduta é a gente aceitar que esse desvio de conduta existe. E, quanto à questão do preconceito aqui no Brasil, muitas oportunidades são colocadas de lado, porque o brasileiro é festivo, é alegre e, por causa disso, acha que todas as coisas estão às mil maravilhas; mas deixamos em uma caixinha, guardado para as horas inconvenientes, o nosso preconceito de raça, de gênero, a questão da religião, da religiosidade, do idoso, do aposentado - o idoso e o aposentado que têm um carinho muito especial pelo Senador Paim.

           Temos a necessidade de fazer uma lei em que seja obrigatório dar oportunidade ao idoso, no ônibus, de ter um assento próprio para ele, senão ele vai, do início ao fim da linha, em pé, muitas vezes com dificuldade de transitar. Temos de fazê-la para dizer à sociedade que ali há a necessidade para o idoso. E o preconceito se alavanca cada vez mais.

           E, quando se fala na mulher, a coisa fica mais triste ainda. E, quando se fala na mulher negra, é mais triste ainda. E, quando se fala que a mulher negra é deficiente ou é especial, o preconceito é maior ainda.

           Passamos pelo salário, pelas condições de vida, pelo atendimento, pelo respeito, como se essa pessoa, pela criação de Deus, não fosse à imagem e semelhança de todos nós aqui. O preconceito é generalizado neste País.

           Se pegarmos o nosso Presidente da República, que, em épocas de campanha, vem à forra todo aquele ódio pelas coisas boas que têm sido feitas neste País pelo nosso Presidente, que diziam que era analfabeto, que era nordestino, que não tinha condição de fazer este País virar a página, e esta página foi virada - hoje nós temos um salário mínimo decente, os aposentados estão sendo tratados, a cada ano que passa, com dignidade; o povo brasileiro, a cada dia que passa, está tendo maior cidadania -, também foi tratado com indignação e preconceito.

           Senador Paulo Paim, as ameaças que V. Exª tem sofrido são resultado do belo trabalho que V. Exª tem feito. Nada é de graça. E isso que V. Exª tem feito nesta Casa e na Casa vizinha tem incomodado muita gente. V. Exª é um orgulho para o povo brasileiro, pelo seu trabalho, pela sua dignidade, pela sua honradez, pelo seu trabalho do dia a dia. Prova disso é a quantidade enorme de projetos e de leis que hoje já são realidade no País.

           Para não avançar, eu gostaria de configurar aqui o Estatuto do Idoso, o da Igualdade Racial, que inclusive foi uma das grandes conquistas que começou a vigorar agora em novembro, o Estatuto da Pessoa com Deficiência, das pessoas com necessidades especiais. E, se eu for me alongar aqui, vão horas. Além disso, é um grande guerreiro na questão dos direitos humanos e sociais.

           Temos convicção de que o Delegado Paulo César, na sua sabedoria, junto com a polícia e o Poder Judiciário, vai usar toda a energia, energia positiva e energia de polícia, para acabar com essas questões, porque, se nós somos imagem e semelhança de Deus - e acredito nisso -, quem de nós tem o direito a se opor a esse encaminhamento?

           O Senador Magno Malta passou por aqui e deixou uma bela mensagem. Nós inclusive somos parceiros na questão do combate ao turismo sexual, do combate à exploração infantil sexual e na questão da pedofilia. A nossa confederação, a nossa central tem feito, e muito, esse trabalho.

           Mas, para terminar - já ultrapassei o tempo -, eu ainda acredito que o Brasil é terra de todas as raças, que o Brasil é terra de todos os povos, e aqui não há espaço para o preconceito. E, nesta terra, onde muita gente tem repetido que “é abençoada por Deus”, Ele não vai nos faltar, a V. Exª nem ao povo brasileiro.

           Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/11/2010 - Página 51147