Discurso durante a 217ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas à Eletrobrás por centralizar, desde julho de 2008, a gestão das distribuidoras de energia elétrica, e expectativa de que a futura Presidente da República reveja essa decisão.

Autor
Fátima Cleide (PT - Partido dos Trabalhadores/RO)
Nome completo: Fátima Cleide Rodrigues da Silva
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ENERGETICA.:
  • Críticas à Eletrobrás por centralizar, desde julho de 2008, a gestão das distribuidoras de energia elétrica, e expectativa de que a futura Presidente da República reveja essa decisão.
Publicação
Publicação no DSF de 23/12/2010 - Página 60993
Assunto
Outros > POLITICA ENERGETICA.
Indexação
  • CRITICA, DESCUMPRIMENTO, CENTRAIS ELETRICAS BRASILEIRAS S/A (ELETROBRAS), PROMESSA, INVESTIMENTO, EMPRESA, DISTRIBUIÇÃO, ENERGIA ELETRICA, REGIÃO NORTE, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DE RONDONIA (RO), INFERIORIDADE, QUALIDADE, PRESTAÇÃO DE SERVIÇO, FALTA, CONEXÃO, MUNICIPIOS, CLANDESTINIDADE, PERIFERIA URBANA, REITERAÇÃO, PROTESTO, ORADOR, CENTRALIZAÇÃO, GESTÃO, DENUNCIA, DESRESPEITO, CONSUMIDOR, PREJUIZO, PECUARIA, PRODUÇÃO, LEITE, INTERRUPÇÃO, REFRIGERAÇÃO, EXPECTATIVA, PROVIDENCIA, CANDIDATO ELEITO, PRESIDENTE DA REPUBLICA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            A SRª. FÁTIMA CLEIDE (Bloco/PT - RO. Sem apanhamento taquigráfico) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, desde julho de 2008 a Eletrobrás centralizou as gestões das distribuidoras de energia elétrica por ela controladas, tais como: Eletroacre; Manaus, CEAM. CER. CEAL, CEPISA e CERON, esta no Estado de Rondônia.

            Com a mencionada centralização foi prometido elevados investimentos nessas empresas, com o objetivo, segundo argumentos da época, de melhorar a qualidade dos serviços prestados pelas mencionadas empresas.

            No caso do Estado de Rondônia, os investimentos não passaram de promessas não cumpridas. Os serviços pioraram tanto que a população já faz comparação com a época que tínhamos toda a fonte de geração com base térmica, momentos vividos no início da década de 80. Por coincidência, foi justamente a partir da centralização da gestão dessas empresas que Rondônia sofreu seis apagões.

            Projetos como o de interligação de vários municípios ainda não interligados ao chamado “linhão”, como Machadinho, Buritis, Cujubim, Vale do Anari e todos da BR 429, que teve o financiamento aprovado pela ANEEL a quase um ano, nem mesmo os projetos executivos se tem notícias de que foram feitos. A interligação desses municípios ao “linhão” e por conseqüência ao Sistema Interligado Nacional é um grande sonho que a cada ano vem sendo adiado.

            As periferias dos municípios por onde ando todos os finais de semana, está repleta de “rabixos” em decorrência da falta de investimentos em ampliação de rede urbana, com isso a qualidade do serviço piora para os que estão ligados regularmente e para os clandestinos que suportam elevados prejuízos com a queima de seus eletrodomésticos. Faz mais de dois anos que não se amplia rede urbana em nenhum município.

            O atendimento ao consumidor piorou aos níveis insuportáveis tanto no 0800, onde ninguém consegue ser atendido, quanto no reestabelecimento do fornecimento da energia quando há interrupções. Recebo denúncias de que consumidores da área rural tem, ficado até 15 dias sem serem atendidos.

            No Estado de Rondônia que tem um dos maiores rebanhos de gado do Brasil e por conseqüência é um grande produtor de leite, os pequenos produtores de leite que tiram o seu sustento de sua produção e estão obrigados por lei, a manter o produto refrigerado, estão perdendo milhares de litros de leite que apodrecem com as constantes faltas de energia, com isso, a renda familiar dos produtores rurais que já não é grande fica menor ainda.

            Em municípios como Urupá, Espigão do Oeste e distritos como Jacy Paraná, Vista Alegre, Triunfo e outros, os problemas de baixa voltagem são tão grandes que nem mesmo uma lâmpada tem luminosidade suficiente para competir com sua vela.

            Sempre fui neste Senado Federal uma apoiadora inconteste do Governo Federal, porém, diante da responsabilidade a mim atribuída pelo voto popular, sempre me mantive atenta às políticas públicas implementadas e às ações do Governo Federal. Por isso, quando veio à tona a proposta de centralização da administração das empresas federalizadas, questionei e me coloquei contrária a essa política. Fiz isto com a consciência cidadão de atuar em defesa da qualidade do serviço público oferecido e, principalmente do atendimento à população.

            Infelizmente, senhor presidente, nossos questionamentos não obtiveram audiência por parte da Eletrobrás e hoje verificamos que para a resolução dos problemas das federalizadas, a centralização administrativa não foi a melhor solução.

            Diante disso, senhores senadores e senhoras senadoras, renovo minha esperança e espero que a nossa querida presidente eleita Dilma Rousseff, determine à Eletrobrás que reveja essa decisão, pois só assim vislumbramos a melhoria na qualidade do atendimento energético à nossa população.

            Era o que tinha a dizer, senhor presidente

            Meu muito obrigada.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/12/2010 - Página 60993