O SR. GEOVANI BORGES (Bloco/PMDB - AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Wilson Santiago, Senador Wellington Dias, ex-Governador do Estado do Piauí, que tive a honra de ter como anfitrião em uma visita que fiz àquele Estado, onde comemos capote, um croquete especial lá da região. Ontem, minha esposa assistiu a V. Exª, pela TV Senado, e ficou surpreendida com a declaração de V. Exª de que sua origem é indígena. Em nome dela, quero cumprimentá-lo.

            Srªs e Srs. Senadores, estamos vivenciando um ciclo religioso. A Páscoa - cujo significado é passagem - é vivenciada como a maior e a mais importante festa da Cristandade.

            Por todo o Brasil e pelo mundo afora, celebra-se a Ressurreição de Jesus Cristo, depois da sua morte por crucificação, na Sexta-Feira Santa.

            Os eventos da Páscoa nos remetem também a uma luta histórica, quando os judeus comemoram a libertação e fuga de seu povo escravizado no Egito, um ritual de passagem, assim como a “passagem” de Cristo, da morte para a vida.

            A última ceia partilhada por Jesus Cristo e seus discípulos é narrada nos Evangelhos.

            Faço coincidir esse breve pronunciamento com outras tradições da Cristandade e tenho por objetivo traçar um pequeno paralelo entre esses rituais de fé e de esperança e os dramas que o mundo ainda vivencia, sobretudo nos dias atuais.

            As dores do mundo parecem não cessar. As penitências humanas parecem não ter fim.

            Na pacata cidade de Cunha, duas jovens irmãs foram mortas, num ato de insanidade e ação cruel.

            Há poucos dias, todos os corações se enlutaram diante do desespero das crianças de Realengo, no Rio de Janeiro, e do sofrimento experimentado pelas famílias daqueles meninos e meninas, cujas vidas foram ceifadas dentro do colégio.

            Em Santo André, vimos esta semana, chocados, a violência praticada por um rapaz que acabara de sair da cerimônia do próprio casamento contra um casal de aposentados e seu filho. Ensandecido, espancou o casal e atropelou uma aposentada, que, de forma legítima, tentava proteger seu filho.

            Em Campina Grande, um travesti foi barbaramente espancado e esfaqueado até a morte por adolescentes.

            E antes que o dia se encerre, muito provavelmente, ainda teremos notícias de outros atos tresloucados. E assim vamos, num desfiar de dores, de lágrimas, de espantos diante de tanta brutalidade. Mal nos barbarizamos com uma notícia, outra já vem por cima sem dar trégua a nenhum coração.

            Se iniciei esta fala fazendo referências às tradições sagradas da fé Cristã para depois investir por esse rosário de dores que a violência em nosso País nos faz vivenciar, seja talvez por uma tênue esperança de que a data religiosa projete em cada coração um repensar de atitudes, de valores, de sentimentos.

            Hoje somos um povo assustado. Somos um povo entristecido e acuado diante do medo nas pequenas e grandes cidades. E talvez seja mesmo uma ilusão acreditar que as mensagens do exemplo cristão sejam capazes de reverter esse quadro. Talvez seja impossível acreditar.

            Ontem, cedo, eu via na TV as filas que os fiéis faziam desde as primeiras horas do dia nos templos católicos, pela passagem do Dia de Santo Expedito, padroeiro das causas aflitivas, impossíveis e emergenciais.

            Santo Expedito Mártir de Metilene, segundo a tradição, era armênio - região considerada uma terra de predileção.

            Aliás, pelo testemunho da Sagrada Escritura, foi sobre as montanhas armênias do Ararat que a Arca de Noé pousou, quando as águas do dilúvio baixaram. Está no livro de Gênesis.

            Sr. Presidente, a Armênia foi local de inúmeras perseguições aos cristãos. Uma região regada com o sangue de muitos mártires, entre eles Santo Expedito.

            Hoje, Metilene é uma cidade mística e simples, onde sua população vive em calma, longe das agitações políticas.

            Mas a história desse mártir, desse soldado cristão, é bastante sóbria em detalhes.

            Podemos supor que ele distinguiu seu comando pelas virtudes de cristão.

            E aqui prossigo meu pronunciamento, nesta homenagem à Semana Santa, para uma reflexão, que peço a V. Exª que seja transcrito na íntegra, na forma do Regimento, porque pretendo abordar outros dois temas, para encerrar o meu pronunciamento.

            Hoje, o jornal A Gazeta do Amapá, através do seu Presidente Mário Gurtyev, chama o Governador do meu Estado, Camilo Capiberibe, de irresponsável e cobra transparência - presidente máximo do Poder Judiciário do meu Estado, palavras dele aqui, que quero que transcreva na íntegra, conforme prevê o Regimento Interno, toda a entrevista e toda a matéria publicada no jornal A Gazeta do Amapá, um jornal de grande repercussão no meu Estado e de credibilidade.

            Diz Mário Gurtyev: “O que falta ao Governador é abrir essa arrecadação e nos mostrar. Nós temos um percentual a receber desse excesso. Eu gostaria que ele fosse para a imprensa dizer isso, e não querer jogar o povo contra o Judiciário”.

            Mais na frente, ele diz que Capiberibe, Camilo Capiberibe, Governador do Estado, age de forma “irresponsável” e com “cinismo” - e o Senador Capiberibe foi o autor da lei da transparência.

            E ele descreve aqui uma série de situações...

(Interrupção do som.)

            O SR. GEOVANI BORGES (Bloco/PMDB - AP) - .Mário Gurtyev aponta o Governador como único responsável pelas obrigações do Estado. “As instituições públicas do Estado são mantidas pelos cofres do Executivo. O descumprimento dessas obrigações pode levá-lo até ao crime de responsabilidade”, alertou.

            Como meu tempo é exíguo, vou me aprofundar e trazer ao conhecimento desta Casa, o que me causa espécie e me chama, porque o ex-Senador João Capiberibe foi o pai da transparência e, até hoje, o filho não pratica os mesmos atos.

            Estou apenas transcrevendo acusações muito graves. E eles alegam aqui que a história está se repetindo e se pediu até intervenção do Poder Judiciário no meu Estado, na época do Governo Capiberibe.

            Lamentavelmente, depois de fazer uma homenagem à Semana Santa, tenho que abordar um assunto dessa natureza.

            E para encerrar, Sr. Presidente, quero registrar desta tribuna que no próximo dia 24 é aniversário do Presidente desta Casa, Senador pelo Amapá, pelo meu Estado. E numa sessão recente, o Deputado Manuel Brasil, do PRB, destacou, na Assembléia Legislativa, que o Presidente do Congresso Nacional, Senador Sarney, é o único brasileiro com mais de meio século no cenário político nacional de todos os tempos.

            O registro foi feito durante o Grande Expediente da Sessão Ordinária da Assembléia Legislativa de ontem, transformado em momento de homenagem especial ao Presidente Sarney, que no próximo dia 24 completa 81 anos de idade, destes, 56 anos de vida pública.

            Eu queria registrar e fazer coro ao Deputado Manoel Brasil, representando aqui o povo do meu Estado, para fazer essa homenagem ao Presidente Sarney pela passagem do seu aniversário, assim como o Senador Gilvam Borges, que sempre fez um pronunciamento especial em homenagem ao ex-Presidente da República, Senador do Amapá e ao mesmo tempo Presidente desta Casa.

            Agradeço a generosidade de V. Exª e a compreensão dos colegas.

            Muito obrigado.

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, DISCURSO DO SR. SENADOR GEOVANI BORGES.

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            O SR. GEOVANI BORGES (Bloco/PMDB - AP. Sem apanhamento taquigráfico.) -

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DOCUMENTOS A QUE SER REFERE O SR. SENADOR GEOVANI BORGES EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I e o § 2º do Regimento Interno.)

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Matéria a que se refere:

Anexos.

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