A SRª MARISA SERRANO (Bloco/PSDB - MS. Pronuncia do seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Senador Alvaro Dias; professor Almir Gruhn é sempre um prazer recebê-lo nesta Casa; professor João Batista Tojat, vice-Presidente do Confef, leve um abraço ao Jorge Steinhilber, um abraço carinhoso nosso; cumprimentar todos os presentes, os professores, todos que vieram aqui, e dizer que é muito bom a gente saber que os Professores de Educação Física sem Fronteiras já estão há cinco anos andando por este País e por alguns países da América Latina.

            Quero cumprimentar muito o professor Almir, da Fiep pela ideia que teve de unir não só o profissional, mas unir também o amor que a gente tem à formação, à ideia de bom talhado, de cooperação, de unir o ideal ao nosso trabalho. É tão bom quando a gente tem anos e anos de atividade pública ou profissional e podemos nos dedicar um pouquinho mais para fazer com que o nosso ideal viceje, que continue plantando e colhendo.

            Estava conversando com o Marcelo Miranda, que é do meu Estado, e é Conselheiro Nacional do Confef, é do Mato Grosso do Sul, dizendo que tenho 40 anos de vida pública, e quando a gente pensa em tudo o que a gente faz se puder fazer um pouquinho a mais, se a gente puder dar uma demonstração daquilo que a gente ama, daquilo que a gente faz com gosto, que faz parte da vida da gente, se a gente puder espalhar isso para outras pessoas, a gente cresce, a gente aprende também.

            Fico muito contente em saber que a Fiep teve a ideia de fazer com que os professores se unissem e saíssem pelo País, pelo mundo, falando com outros professores, porque sei que os professores sem fronteira, mais do que ensinar, aprendem. Em cada região que estão, aprendem mais. Interagem com a sociedade, conhecem outras pessoas, conhecem este País e podem sentir como fazer para dar mais ainda do seu conhecimento a tantos outros que precisam.

            Fiquei muito feliz ao saber - eu não sabia - que a Fiep foi criada na Bélgica há 92 anos, portanto, já está se preparando para os 100 anos. E nestes quase 100 anos, 92 anos, quanto já foi feito. Tenho acompanhado a Fiep, principalmente através do Confef, a nossa Federação, que está há tanto tempo no País trabalhando enormemente em todos os Estados da Federação.

            Pessoalmente, dizer que quando a gente pensa nessa integração entre as pessoas, integração entre os profissionais da educação física, a gente imagina o que a gente pode, como político, fazer para colaborar? Como podemos colaborar com os profissionais de educação física, professores de Educação Física sem Fronteira? Será que só fazendo as nossas emendas individuais, só a gente discutindo as nossas leis, só isso basta?

            Quando vi que o Senador Alvaro Dias havia proposto esta sessão solene, imaginei que seria uma forma de colaborarmos. Homenageando esses professores, estamos homenageando todos os professores que se dedicam com amor à causa da educação física no País. Meus cumprimentos ao Senador Alvaro Dias, e dizer-lhe que foi ótima a ideia, maravilhosa. Foi a forma de nos reunir, foi a forma de pararmos um pouquinho para mostrar ao Brasil - e estamos mostrando ao Brasil através da TV Senado, da Rádio Senado -, que estamos homenageando homens e mulheres que trabalham com afinco para fazer com que a nossa juventude, com que as pessoas, o cidadão brasileiro viva melhor.

            Como professora, tenho consciência da importância da educação física nas nossas escolas. Temos trabalhado muito. Fui Secretária de Educação de Mato Grosso do Sul, oportunidade em que fizemos a proposta de colocar a educação física para os pequenos, colocar professor de educação física desde os pequenos. Criticaram muito. Falaram: “mas por que de 1 a 4 - naquela época, era primário ainda - precisariam de educação física? E a gente vê o quanto as crianças cresceram no meu Estado trabalhando dessa forma, com um profissional capacitado as orientando, orientando suas brincadeiras, o esporte, abrindo-lhes os olhos para outras modalidades que talvez eles sequer conhecessem lá nos rincões de Mato Grosso do Sul.

            Quero também dizer que quando eu soube que os Professores de Educação Física Sem Fronteiras estariam no Centro-Oeste, principalmente em Mato Grosso do Sul, neste período, fiquei muito feliz, porque a abertura foi em uma cidade no meu sudoeste do meu Estado, lá em Mato Grosso do Sul, chamada Jardim. Nasci em Bela Vista, que faz fronteira com o Paraguai e fui criada em Jardim. Então, é a minha região. Meus familiares moram em Bonito/Jardim, uma região muito bonita de Mato Grosso do Sul. Eu sai ao encontro de vocês em direção a Jardim. Mas o destino fez-me voltar do meio do caminho - o Marcelo sabe a razão -, e eu não pude chegar a Jardim naquela noite. Gostaria de ter estado lá com mais de 800 pessoas que para lá acorreram para receber orientações em várias áreas. Eu estava vendo aqui que teve luta, dança folclórica, educação física escolar, nutrição desportiva, recreação em hotéis e espaços de lazer, avaliação física e ética...Eu gostaria de ter estado lá!

            Quero aqui dizer que a Fiep teve todo o apoio de todos os profissionais de Mato Grosso do Sul, teve o apoio também de todos os políticos do Estado e de todos aqueles que acreditam na força saudável de fazer com que a população brasileira tenha uma vida melhor.

            Cumprimento aqui o Marcelo Ferreira Miranda, que é um grande companheiro, e que aqui representa o meu Estado. Leve a todos os nossos amigos de Mato Grosso do Sul um grande abraço, dizendo que estamos felizes de estar aqui e sabermos que os nossos professores foram homenageados na Câmara de Vereadores de Campo Grande, homenagem que, sei, foi muito bonita em reconhecimento ao trabalho a que eles se dedicam em todo o País.

            Quero aqui dizer que continuo fazendo o meu trabalho em prol da educação física. Todas as vezes que a Confef necessitou de apoio, eu estava aqui, junto aos professores de educação física de Mato Grosso do Sul, o meu Estado. Além disso, apresento, todos os anos, emendas individuais minhas e coletivas para a área do esporte. Fico imaginando como vamos entrar em uma olimpíada, nos prepararmos para uma olimpíada se não prepararmos as nossas crianças, os nossos jovens em todos os rincões do País? Quero que os jovens de Mato Grosso do Sul possam participar de uma olimpíada. Quero que os jovens do Acre possam participar de uma olimpíada. Quero que os jovens do Piauí possam estar em uma olimpíada. Por que só o centro-sul do País? Mas, se não estimularmos os jovens, se não tivermos centros esportivos, se não tivermos centros olímpicos, como vamos fazer para que a nossa juventude possa participar ativamente desse processo?

            Ao terminar a minha fala, quero dizer que não é só a gente falar de Copa do Mundo, não é só a gente falar de Olimpíada, temos de nos preparar para elas. Não vejo como os nossos Estados estão se preparando para as Olimpíadas e para a Copa do Mundo. Gostaria de ver os nossos jovens, as nossas crianças, em centros esportivos, sabendo que estão se preparando para uma olimpíada. Por isso, com o apoio dos meus Pares de Mato Grosso do Sul, Senadores e Deputados, propus uma emenda para transformarmos uma praça de esporte que temos em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, em um centro olímpico. É a forma que temos de fazer com que, no Mato Grosso do Sul, os jovens tenham onde correr, que tenhamos um centro de atividade esportiva que dê subsídio para que os nossos jovens e crianças tenham condições de sonhar, pelo menos, com uma olimpíada e, principalmente, temos de pensar não só no que estão fazendo e construindo para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas, mas, principalmente, saber que legado vamos deixar para as próximas gerações. O Confef tem trabalhado muito nisso.

            O Pan-americano no Rio de Janeiro nos deixou principalmente essa forma de pensar de que não basta construir grandes espaços, mas é preciso saber o que vamos fazer deles depois. Como a sociedade vai utilizar esses espaços esportivos oriundos desses megaeventos esportivos que realizamos? Como a sociedade vai-se apropriar disso? Que uso nós vamos fazer desses espaços que estamos construindo com o dinheiro público, dinheiro da sociedade brasileira, que precisamos garantir?

            Eu não tenho nada contra um estádio de futebol particular, mas, ao se colocar todo o dinheiro público para construir um estádio para um time particular, devemos pensar duas vezes se não seria mais importante colocarmos esse recurso para melhorar as praças esportivas em todo o País. É preciso saber se as praças esportivas que deveriam ser construídas com o dinheiro da iniciativa particular vão ser construídas realmente com o dinheiro público. Quer dizer, o que era para ser de uma forma vai acabar sendo de outra.

            Quero aqui, então, terminar dizendo que estamos atentos a todos esses casos, acompanhando, discutindo.

            Quero agradecer muito à Fiep a homenagem que recebi em janeiro do ano passado, lá em Foz do Iguaçu, uma homenagem muito bonita que a Fiep me fez. Quero agradecer muito a generosidade e também a homenagem que eu deveria ter recebido em Jardim. Como não pude estar lá para recebê-la, tenho certeza de que vou receber hoje, não é isso, Marcelo?

            Então, agradeço muitíssimo a todos os senhores, deixando aqui um abraço enorme e o meu compromisso com a Fiep, com o Confef, de continuar trabalhando pela educação física brasileira.

            Muito obrigada. (Palmas.)

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