Discurso durante a 68ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Orgulho pela classificação da cidade de Campina Grande/PB entre as 45 cidades do Brasil com maior potencial de inovação, segundo pesquisa divulgada pela revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios; e outro assunto.

Autor
Vital do Rêgo (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Vital do Rêgo Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DA PARAIBA (PB), GOVERNO MUNICIPAL. HOMENAGEM. EDUCAÇÃO. :
  • Orgulho pela classificação da cidade de Campina Grande/PB entre as 45 cidades do Brasil com maior potencial de inovação, segundo pesquisa divulgada pela revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios; e outro assunto.
Aparteantes
Cícero Lucena, Lindbergh Farias, Mozarildo Cavalcanti, Wilson Santiago.
Publicação
Publicação no DSF de 10/05/2011 - Página 14647
Assunto
Outros > ESTADO DA PARAIBA (PB), GOVERNO MUNICIPAL. HOMENAGEM. EDUCAÇÃO.
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, RESULTADO, PESQUISA, PERIODICO, CLASSIFICAÇÃO, MUNICIPIO, CAMPINA GRANDE (PB), ESTADO DA PARAIBA (PB), ELOGIO, CAPACIDADE, INOVAÇÃO, CIENCIA E TECNOLOGIA.
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, JORNAL, O NORTE, ESTADO DA PARAIBA (PB), ELOGIO, QUALIDADE, INFORMAÇÃO.
  • COMENTARIO, NOTICIARIO, EMISSORA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), DENUNCIA, PROBLEMA, DISTRIBUIÇÃO, MERENDA ESCOLAR, ESTADOS, CRITICA, TERCEIRIZAÇÃO, SERVIÇO, NECESSIDADE, INTERVENÇÃO, MINISTERIO PUBLICO, REFORMULAÇÃO, FISCALIZAÇÃO, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC), QUALIDADE, ALIMENTAÇÃO, ALUNO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. VITAL DO RÊGO (Bloco/PMDB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Paulo Paim, Srªs e Srs. Senadores, hoje é um dia de muita alegria, de muito contentamento, um dia que mexe com nossa autoestima. Venho aqui, hoje, dizer que eu, a exemplo dos meus conterrâneos paraibanos, sobretudo os nascidos em Campina Grande, estou muito orgulhoso com a notícia que foi divulgada, nesta semana, em relação a minha cidade. O orgulho de Campina nunca esteve tão em alta.

            Vi uma reportagem da revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios que coloca Campina Grande entre as 45 cidades brasileiras - e entre as quatro da região Nordeste - com maior potencial de inovação, segundo levantamento feito pelo Sebrae, pelo Instituto Inovação, pelo IBGE e com a participação de consultores especializados na área. O resultado da pesquisa foi apresentado como “As cidades mais inovadoras do Brasil - os 45 bolsões de inovação nas cinco regiões brasileiras”.

            O levantamento foi feito para apresentar um mapa para possíveis e potenciais investidores e mostra que essas cidades - cada uma com seu potencial específico - estão atraindo cada vez mais investidores, por conta do grande número de profissionais inovadores e das condições oferecidas para que haja esses investimentos.

            Não é à toa que Campina tem, proporcionalmente, o maior número de pós-graduados, de doutores e pós-doutores do Brasil. Em outros polos acadêmicos, não temos exemplos como o de Campina Grande. No caso dessa cidade, a revista destaca como principais potenciais: a tecnologia da informação, a produção de softwares, a produção de jogos para vídeo game e, para nosso encanto, no setor público, saúde. Quando nós temos uma discussão muito grande neste País, cada vez mais motivadora de debates a respeito da saúde pública, Campina se apresenta como um polo potencial para investimentos na área de saúde.

            A revista diz que “nesses centros de geração de conhecimento e de mão de obra de qualidade, quem abre uma empresa não sonha com negócios comuns, mas sim com ideias que irão transformar a ciência, o campo e a tecnologia”.

            O estudo classifica as 45 cidades citadas com maior potencial de inovação, nas cinco regiões do Brasil, como as localidades “em que empresários têm melhores condições para criar e atrair recursos”, e destaca a participação do Poder Público para a criação desse cenário, pois diz que “vem crescendo o capital, público e privado, destinado a negócios de fronteira”, de inovação.

            Um destaque especial para Campina Grande é que o estudo mostra que ela é a única cidade do interior do Norte, Nordeste e Centro-Oeste a figurar entre as 45 do País. No Norte, a publicação cita Manaus, capital do Amazonas, e Belém, capital do Pará. No Centro-Oeste, somente Brasília, a Capital do País.

            Na região Nordeste, as fronteiras tecnológicas estão em Recife, Fortaleza, Salvador e Campina Grande, ou seja, três grandes capitais e somente Campina como cidade do interior, destacando-se à frente de outras capitais. Isso quer dizer que coube a Campina Grande representar o interior de três grandes regiões brasileiras como cidade de capital inovador e com potencial para atrair investimentos.

            Na esteira dessa publicação, outras publicações de destaque, como a Gazeta Mercantil e a revista Você S/A, citam a cidade como a melhor para se fazer carreira em todo o interior do Nordeste, ou a mais promissora da região.

            Há outros números que ressaltam a força e a pujança de Campina Grande, que colocamos aqui. Peço ao Sr. Presidente para considerar, na íntegra, este pronunciamento de parabéns a Campina, de parabéns ao seu povo, de parabéns aos nossos representantes, de todas as categorias sociais e políticas, e de parabéns ao nosso Prefeito Veneziano Vital do Rêgo.

            Há um outro assunto, Sr. Presidente. Quero falar de uma história importante do jornalismo brasileiro e, principalmente, da minha Paraíba.

            Na tarde de hoje, quero fazer uma justa homenagem aos 103 anos do jornal O Norte. Não é à toa, não é todo dia que você pode encontrar, diariamente, circulando há 103 anos, um jornal com a história e a informação do jornal O Norte.

            É um jornal brasileiro, nascido na cidade de João Pessoa, na Paraíba, que pertence ao grupo Diários Associados, cuja história está umbilicalmente ligada ao sonho visionário de Assis Chateaubriand.

            Um dos jornais mais antigos do meu Estado, ainda em circulação, ao completar 103 anos nesse 7 de maio, O Norte se reinterpreta e se reinventa a cada dia para responder aos seus leitores a pergunta: “O que faz um bom jornal? Qual é a química que faz esse processo?”

            Há algum tempo, o jornalista brasileiro Alberto Dines, apresentando um dos episódios do seu Observatório da Imprensa, na TV Brasil, sabiamente registrava que a redação é a alma, é a principal responsável por um bom jornal.

            Um jornal não é o papel; um jornal não são as boas fotos; um jornal não é nada além da redação: um grupo de jornalistas que compõem o núcleo intelectual de uma máquina de produzir informação. É um grupo que compartilha um olhar com a sociedade a que se dirige, nessa aventura jornalística.

            Um bom jornal é um projeto autônomo, que inclui outros elementos além da política e dos fatos do cotidiano, uma visão humanista e um olhar amplo sobre o papel da cultura no progresso da sociedade.

            Segundo o programa, o bom jornalismo, o jornalismo moderno não pode se limitar a produzir apenas um produto impresso ou da web; não pode se limitar apenas a reproduzir fatos.

            A empresa jornalística moderna é mais completa, ela produz ideias e é nesse contexto que O Norte se reinventa, na busca permanente do bom jornalismo.

            “Quando a imprensa não fala, o povo é que não fala. Não se cala a imprensa, cala-se o povo”. Por entender a atualidade dessa máxima de William Blake, que permanece atual e verdadeira mais de 200 anos após a sua morte, é que me sinto honrado em homenagear o jornal O Norte na tarde de hoje.

            Por compartilhar com Victor Hugo o entendimento de que “o diâmetro da imprensa é o mesmo da civilização” é que me sinto orgulhoso de sempre falar a respeito da imprensa.

            Assim, Sr. Presidente, ao registrar essa data tão importante para a sociedade paraibana, eu não poderia deixar de consignar os meus cumprimentos à direção do jornal O Norte, nas pessoas de Joezil Barros, seu presidente; de Paulo Maurício Miranda, diretor das empresas do grupo em João Pessoa; e de seu diretor-geral, Guilherme Machado.

            A eles, em meu nome e em nome do povo paraibano, os meus efusivos cumprimentos e votos de uma longa vida para o jornal que dirigem, por força e impetuosidade da sua gente e por solidariedade ao povo paraibano.

            Encerro, transcrevendo a coluna Opinião “Identidade com a Paraíba”, que constou da edição de sábado, 7 de maio, dia do aniversário do jornal:

O Norte completa hoje 103 anos de existência aprofundando a sua identidade com os leitores e os problemas da Paraíba. Segundo veículo mais antigo do Estado, derivou do empreendedorismo dos irmãos Oscar e Orris Soares, filhos de comerciantes portugueses que se fixaram na então Parahyba do Norte. Na definição da escritora Fátima Araújo, O Norte já nasceu dentro dos moldes do jornalismo moderno e bem elaborado. Também é fato que procurou se tornar uma espécie de porta-voz da sociedade, vivenciando seus dramas e cooperando na busca de soluções, além de apontar os caminhos para o crescimento econômico e social desta terra e do Nordeste. No espaço dedicado à ampla reportagem, o jornal, no nascedouro, verberou contra a insegurança gerada pelo cangaceirismo e, em outra vertente, pelo coronelismo ultrapassado. Num editorial da época, os leitores eram convidados a fazer uso de espaços para a defesa dos interesses populares e o engrandecimento da indústria, comércio e agricultura. Em 1954, o jornal passou a integrar o quadro dos Diários Associados, um marco legado pelo paraibano ilustre Assis Chateaubriand.

            Essas são algumas das citações que trago nesta manifestação de apoio, engrandecimento e gratidão por tudo o que O Norte já fez e faz pela Paraíba.

            Aproveitando, Sr. Presidente, ainda o tempo que me resta...

            Meu Senador Mozarildo Cavalcanti, eu estava tão envolvido aqui, nas páginas da história do jornal O Norte, que não vislumbrei a sua presença sempre serena, sempre amiga, sempre solidária nos apartes.

            Ouço V. Exª com o maior prazer.

            O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PTB - RR) - Eu estava, pacientemente, aguardando a exposição de V. Exª, até porque fiquei muito feliz com o registro que V. Exª fez do destaque que tem Campina Grande na região Norte e na região Nordeste. Eu sou um descendente de paraibanos: meus avós maternos foram para Roraima em 1932, portanto, há muitas décadas. Minha mãe já nasceu em Roraima, mas nós cultivamos sempre essa raiz, essa ligação com a Paraíba. Meus avós vieram de Bananeiras, mas sempre todo paraibano tem como referência muito importante a cidade de Campina Grande. Eu quero, portanto, associar-me às homenagens que V. Exª faz também ao jornal O Norte. Entendo que é muito importante que nós dessas regiões, digamos assim, mais afastadas do centro do País - refiro-me às Regiões Sul e Sudeste - realmente, possamos, aqui, relembrar e até fazendo a história dessas regiões, para que o Brasil todo tome conhecimento da existência dessas regiões, que foram importantes para a história do Brasil e são importantes para o futuro deste País. Parabéns, portanto!

            O SR. VITAL DO RÊGO (Bloco/PMDB - PB) - Senador Mozarildo, V. Exª, com toda a sua história para com o seu Estado adotado, para com o Estado pelo qual nutre paixão, admiração e gratidão, por tudo o que V. Exª representa nesta Casa, não deixa de ter, em nenhum momento, a força de seu cromossomo, a força de seu DNA herdados de paraibanos. E, quando rende homenagens à história de um dos veículos mais consagrados da imprensa paraibana, que é o jornal O Norte, e quando faz referência à cidade de Campina Grande, que foi escolhida, agora, pela revista Pequenas Empresas Grandes Negócios, como uma das quatro cidades, na Região Nordeste, para se investir em potencial inovador, eu sinto a força desse DNA, a força da presença cromossômica de seu “paraibanismo” - não é Lindbergh? -, que fala e canta mais alto. Por isso, agradeço a V. Exª, em nome de Campina Grande, em nome daqueles de Cajazeiras, por exemplo, que vêm à cidade de Campina Grande. Campina Grande é um pólo em que circunda dois terços do Estado da Paraíba em termos populacionais. É uma região de grande agregação populacional e com vetores profundamente importantes na educação, na saúde e na produção e inovação. Agradeço V. Exª.

            Ouço outro paraibano ilustre, amigo de Campina, inclusive, como Deputado Federal, foi dele uma das emendas mais importantes para a cidade, desafogando o curso rodoviário na entrada do Município de Campina Grande, mostrando que, hoje, como Senador da República, muito mais poderá fazer por nossa cidade, ouço o ex-Deputado; hoje Senador, Wilson Santiago.

            O Sr. Wilson Santiago (Bloco/PMDB - PB) - Parabéns, Senador Vitalzinho, pelo pronunciamento que V. Exª faz no dia de hoje. Primeiro, quando vibra com o reconhecimento do setor econômico nacional no que se refere à importância de Campina Grande para a economia do Nordeste aos se destacar entre as quatro cidades mais importantes se investir, ou com perspectiva de crescimento e desenvolvimento e com retribuição econômica àqueles que lá investirem. Então, Campina Grande se destaca por conta de tudo isso, graças, com certeza, àqueles que constroem Campina Grande, àqueles que, de fato, não só contribuíram como estão contribuindo para que Campina Grande tenha aquilo que fez com que ela fosse reconhecida da forma como foi entre as quatro cidades mais importantes do Nordeste brasileiro. Então, parabéns a Campina Grande, parabéns a sua população, parabéns a V. Exª, parabéns ao Prefeito Veneziano, e parabéns, enfim, à sua própria população, porque, sem ela, com certeza Campina Grande não teria condição de chegar aonde chegou de ser reconhecida como a quarta cidade mais importante do Nordeste. O segundo ponto refere-se ao aniversário do jornal O Norte, dos Diários Associados. Todos sabemos que falar na história da Paraíba sem reconhecer a importância do jornal O Norte é desconhecer aquilo que representa a história da própria Paraíba. Então, parabéns também a V. Exª, parabéns ao jornal O Norte pelos seus 103 anos. Todos nós que acompanhamos o jornal ao longo do tempo, especificamente como estudante, residindo, eu particularmente em João Pessoa na casa de estudantes durante muitos anos, acompanhei de perto, quando andava pelas barracas, e por aqueles pequenos comércios que revendiam o jornal O Norte, sabíamos todos nós, ao longo desse tempo, da importância do jornal O Norte, no que se refere à comunicação, à informação para a população do nosso Estado. Então, estes 103 anos do aniversário de O Norte fazem parte, sim, da história da Paraíba, e temos de reconhecer isso. Com certeza, o jornal O Norte continuará sendo não só um veículo de comunicação, como também exercendo com seriedade aquilo que a população merece, no que se refere à transmissão das informações. Então, parabéns ao jornal O Norte pelos 103 anos! Parabéns a Campina Grande, repito, pelo reconhecimento de cidade destaque do Nordeste brasileiro! Parabéns a V. Exª por registrar, nesta Casa, fatos e assuntos que interessam a todos nós, paraibanos!

            O SR. VITAL DO RÊGO (Bloco/PMDB - PB) - Agradeço ao Senador Wilson Santiago. Aqui V. Exª tem pontuado, não me canso de dizer - hoje fiquei feliz porque vi algumas manifestações, dezenas de manifestações nos portais do meu Estado nesse sentido - da importância da sua presença como Senador da República.

            Posso dizer que acompanho diariamente o desempenho e a qualidade dos seus serviços em defesa do País e da Paraíba. Por isso, não me é surpresa V. Exª se aliar a toda essa emoção que sentimos neste momento, quando se confere à Rainha da Borborema tamanha manifestação,e quando se faz justiça ao jornal O Norte.

            Aqui no Senado temos pelo menos seis Senadores de força, de genoma paraibano.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT - RS) - E tem um outro emprestado.

            O SR. VITAL DO RÊGO (Bloco/PMDB - PB) - E tem um outro emprestado, veio adotado, com certificação de cidadania.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT - RS) - V. Exª fala e eu confirmo, recebi o título de Cidadão da Paraíba.

            O SR. VITAL DO RÊGO (Bloco/PMDB - PB) - Senador Paulo Paim, não são mais seis, são sete, porque ele tem a certificação da Assembleia Legislativa, com um título que muito nos honra.

            E tem um que a gente trata como um filho, um filho querido, porque saiu de lá e ganhou a Cidade Maravilhosa, ganhou os corações do Rio de Janeiro, mas não deixa de ter as suas raízes, a sua herança familiar, o seu compromisso com a Paraíba.

            Ouço, com muito orgulho, o Senador Lindbergh Farias, Senador do Rio de Janeiro e da Paraíba.

            O Sr. Lindbergh Farias (Bloco/PT - RJ) - Meu amigo, Senador Vital do Rêgo. Eu estava aqui preparando um pronunciamento, mas V. Exª me provoca ao falar de Campina Grande. Falar de Campina Grande lembra-me os meus avós, o meu pai, que estudou no Colégio da Prata; lembra-me do meu primeiro time de futebol, o Treze, de Campina Grande. Sou vascaíno, mas antes, nos primórdios e até hoje torço pelo Treze de Campina Grande. Falar de Campina Grande é falar de muitas histórias. É falar da minha família, da minha trajetória. É falar de um povo batalhador. É falar do velho Félix Araújo que, desde o começo, nos iluminou - foi o primeiro Vereador do Partido Comunista e Deputado da história da Paraíba. Então, falar de Campina Grande é falar de afeto. Eu quero dizer a V. Exª que esse povo paraibano também está no Rio de Janeiro. Não sei se V. Exª sabe, mas 30% da população do Rio de Janeiro são de nordestinos, em especial cearenses e paraibanos. Continuo convivendo com muitos campinenses no Rio de Janeiro. Não sei se V. Exª sabe, mas há pouco um time de Campina Grande, o Campinense, foi disputar uma partida do Campeonato Brasileiro no Rio de Janeiro. À época, eu estava por fazer campanha no Complexo da Maré quando comecei a ver a movimentação de cores rubro-negras. Pensei que fosse o Flamengo, mas não! Era a movimentação da torcida do Campinense no Complexo da Maré, várias camisas; existia uma movimentação enorme no Rio de Janeiro. Então, é importante ver como a nossa Paraíba está presente em todo o País, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Então, eu não poderia deixar de fazer este aparte afetivo. Falar de Campina Grande é falar daquelas tardes em que eu me reunia com toda a minha família, com os meus avós, com os meus tios, com o meu pai que, na época, era vivo. Quero parabenizar V. Exª, e ao seu irmão, que administra aquela cidade. V. Exª que representa a Paraíba, mas que é um Senador também de Campina Grande e isso nos torna irmãos, mais do que amigos que somos, mas é um grande prazer. Quero cumprimentar também o jornal O Norte. Passei minha vida, minha trajetória como líder estudantil, que começou na Paraíba, pautando-me por aquele jornal, que hoje faz 103 anos. Parabéns, Senador Vital do Rêgo. Viva Campina Grande! Viva o jornal O Norte!

            O SR. VITAL DO RÊGO (Bloco/PMDB - PB) - Imagino a força da sua emoção, Senador Lindbergh, porque não é apenas a marca o exemplo de Campina, são os laços recônditos de amor, de afeto e de carinho que ligam o nobre Senador, o querido Senador, a Campina Grande e à Paraíba. V. Exª é sempre requisitado e demandado, e há um ônus por tudo isso, que é a responsabilidade de sempre receber de Campina Grande e da Paraíba pleitos que V. Exª defende tão bem no Senado, como já defendeu em outras regiões. Eu tenho certeza de que uma das razões do seu fantástico sucesso como homem público é essa origem no Nordeste e essa presença do Nordeste no Rio de Janeiro. V. Exª representa tão bem essa marca paraibana nas calçadas de Copacabana ou nas ruas do Complexo da Maré.

            Mas, Senador Cícero Lucena, como aparte terminativo - e peço ao Presidente Paim, na condição de paraibano por adoção - permita-me ouvi-lo e depois concluir. Antes, porém, de V. Exª falar, cabe-me, publicamente, um agradecimento.

            Agradeço em meu nome, e em nome do Prefeito Veneziano, em nome da cidade, em nome do seu povo, não apenas pelos gestos imediatos de apoio que V. Exª dá como Senador, mas pela construção de uma relação que tem com Campina Grande, que não é de agora, quando parece lhe faltar apoio, e V. Exª chega com apoio, como no caso dos nossos eventos.

            Mas V. Exª tem, marcadamente, usando emendas parlamentares, pontuado o apoio a Campina Grande, como faz a João Pessoa, como faz em todas as regiões. Da parte de Campina, que é tema do pronunciamento, em nome do Prefeito Veneziano, quero publicamente, para o Brasil, agradecer a V. Exª. V. Exª, sim, é um homem público acima dos interesses paroquianos, acima dos interesses partidários e da dimensão que o povo da Paraíba lhe deu quando tornou V. Exª Senador da República.

            Ouço V. Exª.

            O Sr. Cícero Lucena (Bloco/PSDB - PB) - Agradeço as palavras generosas de V. Exª. Para a Paraíba e para mim, não é surpresa a sua eterna generosidade. Então, faço por Campina, tento fazer, retribuindo exatamente a generosidade do povo de Campina, a forma com que aquele povo sabe ser grato a quem cuida da sua cidade e faz por ela. V. Exª nasceu praticando isso, vivendo, reconhecendo e sendo reconhecido. Sem dúvida nenhuma, todos nós que temos oportunidade de chegar a Campina Grande, em contato com seu povo, nos apaixonamos, como disse o Senador Lindbergh, esse misto de paraibano e carioca. Sempre peço a Deus a oportunidade de poder retribuir o que Campina tanto fez e faz e, se Deus assim permitir, fará por mim. Então, Senador Vital, quero, na verdade, dizer que se poderia passar toda uma sessão falando de Campina, das suas virtudes, do seu povo, da sua garra, da sua criatividade, da sua paixão, da sua vontade de realizar. Campina é algo sobre o que o Brasil precisa aprofundar o conhecimento, para dar o seu verdadeiro valor. Sem dúvida nenhuma, há todos aqueles que contribuíram com Campina Grande, mas acho que a grande contribuição de Campina é a do seu povo. Esse povo é diferente. Dentro da Paraíba, Senador Paim, Senador Aloysio Nunes, demais Senadores presentes, o povo de Campina é diferente. Ele faz e faz com criatividade, faz com inteligência, faz com paixão, faz com amor, com garra, com vontade de realizar. É isso que torna Campina Grande esse polo de tecnologia, de criatividade, de desenvolvimento no nosso Nordeste. Campina, lá atrás, já era polo de comércio. No tempo em que mercadorias eram transportadas no lombo dos animais, Campina já era uma referência, já era um polo. Por isso, inclusive, todos nós estamos lutando para que, além do polo tecnológico que ela é, nós possamos, neste novo momento de tecnologia que se está vivendo no Brasil e que nós acreditamos ser uma referência para o desenvolvimento, para a pesquisa - tenho certeza de que nós vamos conseguir -, colocar Campina em destaque. Assim ela poderá dar sua contribuição, com a criatividade do seu povo, da sua gente, e também receber investimentos, incentivos por parte do Governo do Estado e incentivos, apoio e solidariedade por parte do Governo Federal, para que todo esse potencial que hoje tem a cidade, com o seu povo, com as suas universidades, possa servir não apenas para a geração de emprego, mas como consolidação da inteligência do povo da Paraíba, de Campina e de quem ela recebe, como faz carinhosamente com vários professores e vários pesquisadores que chegam, às vezes, para passar um curto espaço de tempo na cidade, mas são tão bem acolhidos que lá fixam residência, estabelecem suas vidas e dão sua contribuição. Então quero parabenizar V. Exª. Ao fazer isso, cumprimento também o Prefeito Veneziano, todas as Lideranças políticas da cidade de Campina Grande, meu companheiro de Partido, o Cássio, que deu sua contribuição àquela cidade, e Ronaldo Cunha Lima, parceiro que também contribuiu. Para não ser injusto, paro em vocês quatro, porque tenho certeza de que estamos representando todo esse amor, todo esse carinho que vocês têm por Campina Grande e que nos contamina no bom sentido, fazendo querer também colaborar. Quero parabenizar V. Exª por trazer esse tema, mas estendo ao povo de Campina os cumprimentos. Esse destaque, esse reconhecimento, permita-me dizer, ainda é pouco para o valor que tem Campina e sua gente. V. Exª teve a felicidade de retratar o aniversário do jornal O Norte, que faz parte dos Diários Associados do Brasil, com posição de destaque, sem dúvida alguma, resgatando inclusive o fundador dos Diários Associados, o também paraibano Assis Chateaubriand, que deu essa contribuição à imprensa brasileira. Então quero também me somar, fazer minhas as suas palavras, se assim V. Exª permitir, de reconhecimento ao jornal O Norte e a toda equipe dos Diários Associados da Paraíba, como também ao Diário da Borborema em Campina Grande. Faço este aparte apenas para parabenizar V. Exª por mais uma vez trazer dois temas de relevância para o nosso Estado, mas, sem dúvida alguma, com o espaço e o reconhecimento de todo o Brasil. Meus parabéns e muito obrigado.

            O SR. VITAL DO RÊGO (Bloco/PMDB - PB) - Agradeço, Senador Cícero Lucena. Na esteira deste reconhecimento e balizados por suas ações em Campina Grande e na Paraíba, os frutos dessa relação serão benfazejos a V. Exª, com toda a certeza. Ficam incorporados na totalidade os apartes, as manifestações, o apreço, o carinho que recebo na tarde de hoje pelos meus companheiros, meus colegas, Senadores e Senadoras.

            Agradeço ao Presidente Paulo Paim, este homem público inigualável, e me atenho, para últimas e derradeiras considerações, à reportagem de fundo da revista eletrônica jornalística Fantástico, na noite de ontem, quando apontou problemas na distribuição da merenda escolar em diversos Estados, em dezenas de cidades, em várias capitais, inclusive a minha, João Pessoa. É um tema que devo estender e aprofundar posteriormente. Entendo que essa terceirização da merenda escolar é prejudicial, é nociva, como já está sendo provado por denúncias que vão de São Paulo a Recife, de São Luís a João Pessoa.

            Acho que é necessária a intervenção do Ministério Público e uma readequação de linhas de fiscalização por parte da CGU e do Ministério da Educação e temo por tantas crianças que estão hoje ingerindo alimentos de péssima qualidade, muitas vezes jogados ao lixo por conta da total falta de condições de ingestão desses alimentos, sem nenhuma condição nutricional. Assim, para não pedir novamente mais tempo para discorrer sobre este assunto e em respeito aos demais oradores que estão no livro de inscrições, eu me reservo o direito de aprofundar este tema, Senador Paim, em próximas oportunidades.

            Agradeço a todos. Muito obrigado.

 

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SEGUEM, NA ÍNTEGRA, PRONUNCIAMENTOS DO SR. SENADOR VITAL DO RÊGO.

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           O SR. VITAL DO RÊGO (Bloco/PMDB - PB. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, assomo a tribuna na tarde de hoje para fazer uma justa homenagem aos 103 anos do jornal O Norte.

           Um jornal brasileiro, nascido na cidade de João Pessoa, na Paraíba, que pertence ao grupo Diários Associados, cuja história está umbilicalmente ligada ao sonho visionário de Assis Chateaubriand.

           Um dos jornais mais antigos do meu Estado, ainda em circulação, ao completar 103 anos nesse 07 de maio, O Norte se reinterpreta e se reinventa a cada dia para responder aos seus leitores a pergunta: o que faz um bom jornal, qual é a química que faz este processo?

           Há algum tempo, o jornalista brasileiro Alberto Dines, apresentando um dos episódios do Observatório da Imprensa, na TV Brasil, sabiamente registrava que a redação é a principal responsável por um bom jornal.

           Um jornal não é o papel, um jornal não são as fotos, um jornal não é nada além da Redação - o grupo de jornalistas que compõem o núcleo intelectual de uma máquina de produzir informação.

           É um grupo que compartilha um olhar com a sociedade a que se dirige, nesta aventura jornalística.

           Um bom jornal é um projeto autônomo, que inclui outros elementos alem da política e dos fatos do cotidiano, uma visão humanista e um olhar amplo sobre o papel da cultura no progresso da sociedade.

           Segundo o Programa, o bom jornalismo, o jornalismo moderno, não pode se limitar a produzir apenas um produto impresso ou da web, não pode se limitar apenas a reproduzir fatos.

           A empresa jornalística moderna é mais completa, ela produz idéias, e é nesse contexto que O Norte se reinventa na busca permanente do bom jornalismo.

           “Quando a imprensa não fala, o povo é que não fala. Não se cala a imprensa, cala-se o povo”.

           Por entender a atualidade dessa máxima de William Blake, que permanece atual e verdadeira mais de duzentos anos após sua morte, é que me sinto honrado por homenagear o Jornal O Norte na tarde de hoje.

           Por compartilhar com Victor Hugo o entendimento de que “o diâmetro da imprensa é mesmo da civilização”, é que me sinto orgulhoso sempre que falo da imprensa.

           Assim, Sr. Presidente, ao registrar essa data tão importante para a sociedade paraibana, não poderia deixar de consignar meus cumprimentos à direção do jornal nas pessoas de Joezil Barros, Presidente dos Diários Associados no Nordeste, de Paulo Maurício Miranda, diretor das empresas do Grupo em João Pessoa e do seu diretor-geral, Guilherme Machado.

           A eles, em meu nome e em nome do povo paraibano os meus efusivos cumprimentos e votos de longa vida para o jornal que dirigem e que relevantes serviços vem prestando à Paraíba e aos paraibanos.

           Encerro, com a coluna Opinião “Identidade com a Paraíba” que constou da edição de sábado, 07 de maio, dia do aniversário do Jornal:

O Norte completa hoje 103 anos de existência aprofundando a sua identidade com os leitores e os problemas da Paraíba.

Segundo veículo mais antigo do Estado, derivou do empreendedorismo dos irmãos Oscar e Orris Soares, filhos de comerciantes portugueses que se fixaram na então Parahyba do Norte.

Na definição da escritora Fátima Araújo, O Norte já nasceu dentro dos moldes do jornalismo moderno e bem elaborado.

Também é fato que procurou se tornar uma espécie de porta-voz da sociedade, vivenciando seus dramas e cooperando na busca de soluções, além de apontar os caminhos para o crescimento econômico e social desta terra e do Nordeste.

No espaço dedicado à ampla reportagem, o jornal, no nascedouro, verberou contra a insegurança gerada pelo cangaceirismo, e, em outra vertente, pelo coronelismo ultrapassado.

Num editorial da época, os leitores eram convidados a fazer uso de espaços para a defesa dos interesses populares e o engrandecimento da indústria, comércio e agricultura.

Em 1954, o jornal passou a integrar o quadro dos Diários Associados, um marco legado pelo paraibano ilustre Assis Chateaubriand.

As páginas históricas estão pontuadas por textos memoráveis e por inovações no processo técnico de editoração. Imparcialidade e credibilidade: estes foram os objetivos perseguidos por sucessivas gerações, assegurando a longevidade de uma empresa que tem sido escola formadora de valores.

As mudanças gráficas e editoriais continuaram de forma cíclica, procurando acompanhar as tendências contemporâneas do jornalismo.

As transformações contribuíram para a conquista de novos leitores, sem a perda de leitores cativos e do investimento na qualidade.

Na expressão do diretor-presidente dos Associados no Nordeste, Joezil Barros, o processo tinha todas as credenciais para se afirmar, e é o que tem sido feito.

O jornal é parte de um complexo que envolve emissoras de rádio e televisão e portais noticiosos, com a cobertura instantânea dos acontecimentos que estão se desenrolando.

O Norte se esmera, igualmente, em valorizar, na sua dimensão justa, os experimentos modernos que ganham evidência na sociedade, fazendo contraponto com o resgate de episódios influentes na história da Paraíba, em alguns casos reconstituídos pela ótica da reinterpretação, confiada a pesquisadores de notório saber, dentro de uma engenharia de reciclagem indispensável.

O pluralismo político e ideológico é outro diferencial, combinado com a oferta de matérias de prestação de serviços.

Este é o segredo do prestígio e motivo de orgulho para que os que fazem esta empresa consolidada”.

           Muito obrigado!


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/05/2011 - Página 14647