Discurso durante a 111ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas à revogação do mandado de prisão de um funcionário do Banco Central acusado de divulgar imagens de pedofilia pela rede do Senado Federal. (como Líder)

Autor
Magno Malta (PR - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA. DIREITOS HUMANOS.:
  • Críticas à revogação do mandado de prisão de um funcionário do Banco Central acusado de divulgar imagens de pedofilia pela rede do Senado Federal. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 01/07/2011 - Página 26559
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA. DIREITOS HUMANOS.
Indexação
  • REPUDIO, DECISÃO, JUIZ, REVOGAÇÃO, MANDADO JUDICIAL, PRISÃO, FUNCIONARIOS, BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN), ACUSAÇÃO, DIVULGAÇÃO, MATERIAL, ABUSO, MENOR, REDE DE TELEINFORMATICA, SENADO.
  • REGISTRO, APRESENTAÇÃO, PROJETO DE LEI, DEFINIÇÃO, CRIME HEDIONDO, INVASÃO, INTERNET.
  • REGISTRO, ENCONTRO, ORADOR, CONGRESSISTA, DISCUSSÃO, PROJETO DE LEI, DEFINIÇÃO, CRIME, DISCRIMINAÇÃO, HOMOSSEXUAL.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PR - ES. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente Marta Suplicy, Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores que nos veem pela TV Senado e nos ouvem pela Rádio Senado, meios de comunicação desta Casa, eu quero, em principio, fazer o registro que acabo de receber, depois da denúncia que fiz aqui, nesta tribuna, do Dr. Jacob, um diretor do Banco Central, pedófilo, bandido, safado, pilantra de marca maior, porque para quem abusa de criança não tenho outros adjetivos senão esses que dou para esse vagabundo, esse malandro, um dos gestores do Plano Real, uma mente brilhante, que esteve no Governo Itamar, esteve no Governo Fernando Henrique, serviu ao Governo Lula e foi pego aqui, servindo na Comissão de Finanças, quando o Presidente era Aloizio Mercadante, e foi preso e pego no gabinete de Mercadante, que o denunciou e o mandou embora no mesmo dia, oficiando a mim, Presidente da CPI, dizendo que devolvia esse safado para o Banco Central...

            Esse moleque tirou uma licença sem remuneração, tem dupla cidadania, porque é português, e se picou para Portugal. Encerrado o exercício de 2010, esse malandro volta. Por ordem de uma juíza da 8ª Vara - não sei qual o interesse dela; o CNJ precisa saber... Senador Pedro Taques, por que essa juíza sentou em cima disso? Ela revogou o mandado de prisão desse pilantra, tirou desse abusador de criança de um ano, esse vagabundo, da Interpol, e esse pilantra reassume funções no Banco Central.

            Eu mando a documentação ao Banco Central e o Presidente do Banco, Alexandre Antonio Tombini, me responde assim:

Refiro-me ao OF.00297-11/SF.GAB-MM, de 8 de junho de 2011, por meio do qual Vossa Excelência comunica a esta Autarquia que o servidor José Carlos Jacob ”Pilantra” de Carvalho teria cometido ação criminosa no período em que esteve à disposição da Liderança do Governo no Senado Federal, bem como solicita a ‘determinação de providencias’.

            Agora, eu quero ressaltar que o Líder, Senador Mercadante, tomou providências urgentes, despachou esse pilantra de volta e oficiou à CPI da Pedofilia, porque ele estava despachando numa rede, aqui dentro, de cinco mil computadores, imagens de pedofilia a partir de um computador do gabinete do Senador Aloizio Mercadante, que tomou providências muito rapidamente, prestando esse grande serviço ao País.

            Agora veja:

A propósito, em razão de seu ofício e da documentação a ele anexa, bem como da natureza do assunto ali tratado, informo que a matéria está sendo analisada pela Procuradoria-Geral e pela Corregedoria-Geral do Banco Central, para adoção das medidas eventualmente cabíveis, cujo resultado será oportunamente informado a Vossa Excelência.

            Eu recebi o Corregedor do Banco Central em meu gabinete, além de um diretor, homens de bem, indignados com o comportamento desse vagabundo e a determinação da Justiça para que esse pilantra voltasse a assumir um cargo no Banco Central.

            Reafirmo minha indignação e, com muito prazer, agradecido em nome da população brasileira, Senador Pedro Taques, ao Presidente do Banco a determinação...

            Há um dossiê, há uma investigação em cima desse safado. Esse sujeito não pode estar ali posando de diretor do Banco Central e abusando de criança de um ano de idade. Esse pilantra!

            Enviei a mesma documentação ao Procurador-Geral da República, Roberto Monteiro Gurgel, que me devolve dizendo, Senador Moka, certificando o recebimento da remessa de documento de investigação séria... Aliás, faço uma ressalva para elogiar a Polícia do Senado. A investigação começou com a Polícia do Senado, com os peritos desta Casa, para, em seguida, ir para a Polícia Federal uma investigação pronta.

            Se V. Exªs tivessem visto as imagens de crianças de um ano abusadas, no computador desse safado... Eu ia chamá-lo de cachorro, mas vou ofender cachorro? Não vou! Se os senhores e as senhoras vissem as imagens dele de calcinha... De calcinha! Ele bateu umas fotos dele de calcinha! O homem que ajudou a gestar o Plano Real! Mamãe, me acode! Eu já vi de tudo!

(Interrupção do som.)

            A SRª PRESIDENTE (Marta Suplicy. Bloco/ PT - SP) - Eu estava tão entretida com este assunto, que realmente pasma a todos... Espere um pouco.

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PR - ES) - Trinta e cinco minutos ou trinta e cinco segundos?

            A SRª PRESIDENTE (Marta Suplicy. Bloco/PT - SP) - Não, foi batido errado. Arrumo para cinco minutos.

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PR - ES) - Então já vou usando.

            José Carlos Jacob “Safado” de Carvalho! Vou ler de novo: José Carlos Jacob “Pilantra” de Carvalho! “Vagabundo” de Carvalho!

            Agora, essa juíza que revogou a prisão dele, que sentou no processo, da 8ª Vara... Hoje ainda dou o nome dela aqui. Vou representar contra ela no Conselho Nacional de Justiça! Ao fazer isso, estou-me colocando na posição das crianças de um ano de idade abusadas por esse safado.

            Parabéns ao Procurador, Dr. Roberto Monteiro Gurgel, e ao Dr. Antonio Tombini pelas providências tomadas em nome das crianças do Brasil.

            Faço um registro também, porque presido a Frente da Família. No almoço - lembro-me, agora, Senadora Marta, de que estivemos juntos -, estava a Deputada Lauriete lembrando o que a Internet está fazendo com tanto criminoso. Ontem, protocolei um projeto tornando crime hediondo e espero que meus Pares ajudem, Senador Humberto Costa, a votá-lo com celeridade. Sites do Governo, de pessoas, de Ministérios foram invadidos. Na verdade, ao se identificar o chamado hacker, o projeto de lei que protocolei ontem estabelece que essa invasão se torne crime hediondo.

            A Deputada Lauriete, do meu Estado... Criaram um MSN oficial com Lauriete e estão pedindo a todas as pessoas que a aceitem, e a pessoa que criou conversa em nome da Deputada.

            Faço um aviso ao Brasil de que a Polícia Federal já começou um trabalho de rastreamento. Nenhum de nós está livre, agora, desse tipo de procedimento, desse tipo de comportamento.

            Registro, ainda, com muita alegria, um almoço no meu gabinete - aliás, almoçar no gabinete é uma pratica que tenho - com o Senador Pinheiro, a Senadora Marta Suplicy, que preside esta sessão, o Deputado Gilmar Machado, a Deputada Benedita da Silva, a Deputada Lauriete e com a minha presença para discutirmos um novo texto que trate das questões de discriminação, intolerância, homofobia no Brasil, contemplando com respeito todos os cidadãos do Brasil. Senadora Marta, registro esse fato ao Brasil como um grande avanço. Foi uma reunião respeitosa, com nossos espíritos desarmados, em favor dos que sofrem intolerância no Brasil, dos que sofrem desrespeito no Brasil.

            Esta Casa guarda - e talvez o You Tube - os registros de oito anos de todos os meus discursos, de todas as vezes que falei nesta Casa sobre esse assunto. Sempre versei que o homofóbico tem que pagar pela sua homofobia. Não é normal que alguém deseje matar o outro, jogar embaixo de uma carreta, esganá-lo. Esse é o comportamento de um homofóbico. Mas não é normal que todos sejamos tratados da mesma forma. Por isso, é preciso tipificar esse crime, como dizia o Senador Pinheiro, que acaba de chegar ao seu lado, Srª Presidente, pela intolerância, pelo desrespeito às pessoas, porque há intolerância, de uma maneira generalizada na sociedade, com evangélicos, com católicos.

            Na verdade, nós temos que tratar de coisas pequenas. Se você vir um casal hetero se beijando na porta da sua casa, você pode dizer: “Não quero que vocês se beijem aqui”. Eles vão embora, e você não é preso. Mas, se você falar isso para um casal homossexual, naquele projeto de lei de Iara Bernardes, você vai para a cadeia. Nós não queremos esse tipo de aberração. Nós faremos um texto enxuto, de consenso, que contemple o respeito a todas as pessoas. É o que eu dizia ao Deputado Jean, na semana passada, quando o encontrei no elevador. Até reportei-me ao tipo de insinuação que ele tem feito e convidei-o a vir ao meu gabinete para discutir serenamente aquilo que discuti, hoje, com a Senadora Marta Suplicy, em uma reunião equilibrada, com pessoas equilibradas, que querem o bem de todos e têm a verdade no seu discurso e nas suas crenças.

            Nós vamos, de fato, produzir um texto que contemple aqueles que são vítimas de intolerância - acho que quase 100% da sociedade brasileira são vítimas da intolerância, pois em qualquer área da vida há alguma intolerância com um de nós, em algum assunto, em algum momento da história, em algum momento do dia - e vamos tratar da questão da homofobia.

            Por isso, agradeço muito a Senadora Marta ter aceitado o convite para ir ao meu gabinete. V. Exª, por favor, devolva, com um almoço também, o convite para eu ir ao seu gabinete, juntamente com a Frente da Família e com V. Exª, para que tenhamos uma reunião com o mesmo tom e possamos, de fato, entregar ao Brasil um texto e sair dessa história de PL...

(Interrupção do som.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PR - ES. Fora do microfone.) - ...122, efetivamente.


Modelo1 4/19/249:49



Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/07/2011 - Página 26559