Discurso durante a 129ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comemoração dos quatrocentos e vinte e seis anos de fundação do Estado da Paraíba.

Autor
Vital do Rêgo (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Vital do Rêgo Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração dos quatrocentos e vinte e seis anos de fundação do Estado da Paraíba.
Publicação
Publicação no DSF de 09/08/2011 - Página 31629
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ESTADO DA PARAIBA (PB), ELOGIO, POVO, COMENTARIO, HISTORIA, FUNDAÇÃO.

            O SR. VITAL DO RÊGO (Bloco/PMDB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Wilson Santiago, paraibano e autor desta magna sessão, Sr. Secretário Cícero Lucena, nosso 1º Secretário, também honrado paraibano, faço minhas as palavras de V. Exªs na canção dos nossos repentes, das nossas poesias, mas, acima de tudo, nas declarações de amor através da fala, do discurso, do depoimento, das homenagens à história da Paraíba.

            Peço que registre neste momento que nós, paraibanos, representamos a maior Bancada federal com assento neste plenário. Quero fazer o registro do apoio que a Paraíba vem recebendo do Senador João Vicente Claudino, nascido em Cajazeiras, do Senador Epitácio Cafeteira, nascido em João Pessoa, do Senador Lindbergh Farias, nascido também em João Pessoa, que se somam a este Senador e aos Senadores Cícero e Wilson para fazer, sem dúvida alguma, uma Bancada de seis representantes paraibanos com assento na mais alta Casa deste Parlamento.

            A vida parlamentar nos proporciona, a todo instante, sentimentos os mais variados. E é um conjunto de alguns desses sentimentos, Sr. Presidente - com destaque para o orgulho, a satisfação e a alegria -, que experimento aqui, agora, nesta sessão em que comemoramos os 426 anos de fundação do Estado da Paraíba.

            Mais do que uma homenagem, quero fazer, desta tribuna, uma declaração de amor a esse Estado e a sua gente, a nossa gente.

            Entretanto, para colocar o meu canto de amor numa perspectiva histórica - e não vou fazê-la com a profundidade que aqui fizeram os Senadores Cícero Lucena e Wilson Santiago, num mergulho à história recente da Paraíba -, indispensável para compreender a sua inserção na modernidade atual, começarei por abordar os aspectos que permitem a compreensão do mundo no momento do seu nascimento e as circunstâncias de seu desenvolvimento.

            São 426 anos, Srªs e Srs. Senadores, de uma história riquíssima, com incidentes e peripécias que transformaram aquele pequeno pedaço do Brasil em palco dos mais decisivos, dos mais influentes, dos mais estratégicos, Senador Geovani Borges. Agradeço a atenção do Estado do Amapá.

            Uma história escrita inicialmente pelos caetés, depois pelos potiguares e tabajaras, e caracterizada, logo após o descobrimento, por um certo descaso dos portugueses em relação à Capitania de Itamaracá, dando espaço à atuação dos corsários franceses.

            Uma história marcada, Sr. Presidente, pela “tragédia de Tracunhaém” e pelas alianças: primeiro entre franceses e potiguares, depois entre portugueses e tabajaras.

            Uma história forjada nas cinco expedições autorizadas pelo rei de Portugal, que culminaram com a construção do forte de São Felipe e a edificação da cidade de Nossa Senhora das Neves, a nossa capital.

            Que ainda assistiu à passagem por aquelas terras de invasores holandeses e à luta de bravos e, nesse momento homenageio André Vidal de Negreiros, o principal artífice da expulsão dos holandeses de Pernambuco, segundo a opinião de historiadores importantes, e a quem rendo, daqui, a minha homenagem.

            Enfim, uma história que evidencia a bravura e a coragem da gente paraibana, seu apego às próprias origens e seu amor exacerbado e incondicional pelo Estado e pelo País.

            Mas a Paraíba não produziu pessoas ilustres para o Brasil apenas em séculos passados. Continua e continuará a produzi-los generosamente, paraibanos ilustres que enobrecem esse berço de brasileiros de boa cepa.

            Todavia, é na gente comum, profundamente identificada com as raízes, os usos e costumes, os valores, a alma e os sonhos do imaginário coletivo que vou buscar a face solidária e combativa do povo paraibano.

            A essa gente comum, de valor extraordinário e de humanidade inquestionável - a dona de casa, o estudante, o operário, o empresário, o industrial, o jornaleiro, a professora, o feirante, o lavrador, homens e mulheres, velhos e moços, que anônima e heroicamente constroem o Estado com seu trabalho incansável e exemplos de vida -, quero me juntar na minha singela homenagem.

            É essa terra, Srªs e Srs. Senadores, que homenageamos hoje. A terra que viu surgirem e florescerem cidades, como a capital do meu Estado, João pessoa, a minha querida e amada Campina, Santa Rita, Patos, Bayeux, Sousa, Cajazeiras, Cabedelo, Guarabira, Sapé, Mamanguape, Queimadas, Pombal, Esperança, São Bento, Monteiro, Catolé do Rocha, Alagoa Grande, Pedras de Fogo, Solânea e tantas outras de que posso falar com paixão e graça.

            A terra que se firma, cada vez mais, como importante polo turístico do País, oferecendo a seus visitantes desde o maior São João do mundo, em Campina Grande, até as belíssimas praias e os magníficos conjuntos arquitetônicos da cidade mais oriental das Américas, João Pessoa, além das falésias e dunas de todo o litoral, das restingas e manguezais da Mata Atlântica, das inscrições rupestres de Ingá e do Vale dos Dinossauros, em Sousa.

            A terra dos escritores e poetas, como bem disseram Wilson e Cícero, há pouco, como Augusto dos Anjos, José Américo de Almeida e José Lins do Rego, de estadistas como o já citado José Américo de Almeida, Argemiro de Figueiredo, Epitácio Pessoa, Rui Carneiro, Antônio Mariz, Humberto Lucena e Pedro Gondim, para lembrar alguns, inclusive com passagens aqui, nesta Casa.

            Com uma economia pujante, baseada numa agricultura em que se destacam a cana-de-açúcar, as frutas tropicais, o algodão, a mandioca, o milho e muitas outras culturas e numa pecuária em que prevalece a criação de caprinos; baseada também numa indústria que se fortalece dia a dia, especialmente nos setores alimentício, têxtil, de couro, metalúrgico e sucroalcooleiro; e baseada ainda num setor de comércio e serviços que se expande continuamente.

            Para finalizar, uma terra, Srªs e Srs. Senadores, que orgulha a todos nós que lá nascemos e vivemos. A amada Paraíba, que sempre reverencio desta tribuna, desde meu primeiro pronunciamento aqui no Senado, e que sempre terei em meu coração.

            É claro, Sr. Presidente, que o nosso Estado ainda padece de vários problemas. E quantos problemas enfrentamos no dia a dia! Quanto a esse aspecto, não somos diferentes das demais Unidades da Federação.

            Há muito o que fazer nas áreas da educação, da saúde, da segurança pública, do transporte, para que se possa garantir emprego e condições dignas de vida para todas as pessoas, sem exceção, nas cidades e no campo.

            Há que se lutar até contra os humores da natureza. Ainda agora, no mês de julho, o meu Estado sofreu com chuvas torrenciais, com enchentes, com deslizamentos de terra. Muitos Municípios tiveram que decretar estado de emergência, mais de 47 Municípios, mas o brio, a força, a coragem do povo paraibano é tão grande, Srªs e Srs. Senadores, que estou absolutamente convencido de que todos esses obstáculos serão superados. Das dificuldades, do infortúnio, da dor, haveremos de ter a força para seguir em frente, construindo um Estado cada vez mais progressista, cada vez mais desenvolvido social e economicamente, motivo de orgulho cada vez maior para todas as paraibanas e todos os paraibanos.

            Muito obrigado pela presença.

            Muito obrigado a todos.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/08/2011 - Página 31629