Discurso durante a 184ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apelo aos sistemas brasileiros de comunicação pela adesão à campanha de diagnóstico de surdez em crianças; e outros assuntos. (como Líder)

Autor
Inácio Arruda (PC DO B - Partido Comunista do Brasil/CE)
Nome completo: Inácio Francisco de Assis Nunes Arruda
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • Apelo aos sistemas brasileiros de comunicação pela adesão à campanha de diagnóstico de surdez em crianças; e outros assuntos. (como Líder)
Aparteantes
Paulo Paim.
Publicação
Publicação no DSF de 12/10/2011 - Página 41366
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • COMENTARIO, GREVE, BANCARIO, NECESSIDADE, INTERVENÇÃO, CONGRESSISTA, OBJETIVO, BANCOS, PAGAMENTO, AUMENTO.

            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, começo meu pronunciamento, fazendo um apelo a todas as tevês públicas e rádios do nosso País, às Assembleias Legislativas, às Câmaras de Vereadores, aos Governos estaduais, para que integrem uma campanha que vai fazer milhares de crianças sorrirem, realizando, de forma precoce, um diagnóstico de surdez nas crianças. É uma lei que foi sancionada pelo Presidente Lula e que está completando um ano.

            A TV Senado já produziu todas as peças e está fazendo uma campanha. E essa campanha pode ser transportada para as tevês e rádios públicas gratuitamente. Não é preciso um centavo de nenhuma tevê. As peças já estão produzidas pelos nossos excelentes profissionais do Senado Federal, sob o comando do dirigente máximo da área, o Sr. Fernando César Mesquita, que autorizou que todas as peças fossem produzidas, para que a campanha estivesse nas ruas. Então, faço esse apelo.

            O segundo apelo é dirigido a V. Exª. Eu estava esperando que V. Exª ficasse aí nesse canto. Por quê? A greve dos bancários é uma das mais longas já registradas no Brasil. E há também uma greve nos institutos federais de educação, de ciência e de tecnologia, que, entre todos na área de educação - estamos às vésperas do Dia dos Professores -, são os que têm a responsabilidade de preparar as pessoas para o trabalho, de dar-lhes uma profissão. Já tramita na Comissão de V. Exª um requerimento, que já foi sobejamente aprovado. Qual é meu apelo? Que V. Exª, ex officio, pudesse incluir os bancários brasileiros e, se não houver solução, Senador Walter Pinheiro - V. Exª está à frente desse processo de negociação -, também os nossos companheiros dos Correios.

            São greves da área federal. Isso é de nossa responsabilidade. Nos Estados, há as Assembleias; nos Municípios, as Câmaras de Vereadores. Aqui, temos de ajudar a intermediar, a resolver, a dialogar e a buscar uma saída que não seja apenas a judicialização ou a pressão do Executivo. O Executivo faz sua pressão, que, digamos, pode ser justa, mas há um apelo do lado de cá, dos bancários, dos trabalhadores dos Correios e dos professores dos institutos federais, que não conseguiram chegar a um acordo. Deve estar por um triz o acordo.

            Então, é preciso nossa intermediação. Apelo a V. Exª. Na hora em que V. Exª determinar, esse povo vai estar aqui, para dialogar. Será travado um franco diálogo entre o Legislativo, o Executivo e as categorias profissionais, que merecem nosso completo apoio.

            Faço uma breve correção: o Ceará paga o piso aos professores, no plano estadual, ou seja, o Governo do Estado paga esse piso. Deverá haver ainda problemas em alguns Municípios, mas o Estado já o paga. E isso é muito importante, porque foi essa decisão que permitiu que os professores sentassem à mesa, numa negociação, depois de uma greve que patrocinaram no Estado do Ceará.

            Então, eu queria sentar com V. Exª e com nossos colegas Senadores, para tratar da questão dos bancários. Conversei com nossos colegas dirigentes, tanto com o Presidente do Sindicato dos Bancários do Estado do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra, quanto com o Ailson Duarte, da CTB. Um deles é da CUT, e o outro é da CTB, mas os dois, no mesmo sindicato, patrocinam o apoio à luta firme e aquelas negociações. Eles mostraram que os ganhos dos bancos foram estratosféricos. Então, não existe razão para resistência tão tenaz dos bancos em melhorar um pouquinho o salário dos bancários, em atender ao pedido feito pelos bancários. Eles estão com um acumulado de 18%. Eles deram bem abaixo da metade. Então, é preciso sensibilidade, para que possamos fazer com que essa categoria tão importante para o Brasil também seja atendida, meu caro Paim. Faço também um apelo a V. Exª.

            Peço permissão à Mesa, para que eu possa ouvir a palavra de V. Exª.

            O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - Só quero responder a V. Exª, que me fez uma pergunta e um questionamento. Estamos inteiramente à disposição, a Comissão de Direitos Humanos e a Subcomissão Permanente em Defesa do Emprego e da Previdência, para que possamos fazer uma reunião, recebendo as três categorias e acionando o Governo, no sentido de facilitar a negociação. Pode contar com nosso apoio total.

            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE) - Agradeço a V. Exª. Tenho a certeza de que contaremos com a participação ativa de muitos Senadores que querem ver esses problemas solucionados.

            Sr. Presidente, falo aqui especialmente sobre a greve dos bancários, porque é uma categoria que atua num setor estratégico do País. Os bancos têm uma presença muito significativa na cena econômica brasileira. O Banco do Brasil, a Caixa Econômica, o Banco do Nordeste, o Basa agem indiretamente na economia brasileira, porque eles são os agentes financeiros de muitos empreendimentos do Governo. Há uma paralisia em muitos Estados, porque boa parte dos empreendimentos públicos depende de uma ação da Caixa Econômica. E, desde o dia 27 de setembro, eles estão parados. Já estamos no dia 11 de outubro, e a greve vem desde o dia 27 de setembro. Então, é um espaço longo. Já é uma das greves dos bancários mais longas, que tem impactos na vida dos Municípios, dos Estados e da União, porque obras do PAC, obras do Município, obras da Copa, tudo isso depende, muitas vezes, de visto da Caixa Econômica e dos agentes financeiros públicos.

            Estamos diante de uma dificuldade. E há uma dificuldade não só no setor privado, não só entre as agências e entre os bancos privados; há uma dificuldade de negociação também no setor público. E é sobre esse espaço que queremos dialogar no Legislativo, no Senado Federal. Acho que há, sim, um terreno muito fértil, para que possamos dialogar e chegar a bom termo.

            Então, agradeço a V. Exª. Agradeço ao Sr. Presidente.

            E desejo um bom Dia das Crianças para todos! Há muitas coisas boas, mas ainda enfrentamos dificuldades, que devem ser tratadas também por nós aqui, no Legislativo.

            Um abraço, Sr. Presidente!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/10/2011 - Página 41366