Discurso durante a 202ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da abertura do V Simpósio da Amazônia e Desenvolvimento Sustentável, hoje, na Câmara dos Deputados.

Autor
Vanessa Grazziotin (PC DO B - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DO AMAZONAS (AM), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Registro da abertura do V Simpósio da Amazônia e Desenvolvimento Sustentável, hoje, na Câmara dos Deputados.
Publicação
Publicação no DSF de 09/11/2011 - Página 46148
Assunto
Outros > ESTADO DO AMAZONAS (AM), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • ANUNCIO, OCORRENCIA, CAMARA DOS DEPUTADOS, SIMPOSIO, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL, ESTADO DO AMAZONAS (AM), OBJETIVO, DEBATE, AUMENTO, PARTICIPAÇÃO, JUVENTUDE, MELHORAMENTO, REGIÃO.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Srª Presidente, Senadora Marta Suplicy, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, companheiros e companheiras.

            Srª Presidente, nós estamos, no dia de hoje, realizando, nas dependências da Câmara dos Deputados, no Auditório Nereu Ramos, em conjunto com o Senado Federal - com a Comissão de Desenvolvimento Regional e Subcomissão da Amazônia, que presido no âmbito da Comissão de Desenvolvimento Regional, juntamente com a Comissão da Amazônia, da Câmara dos Deputados - durante o dia todo, o V Simpósio da Amazônia e Desenvolvimento Sustentável.

            Desta vez, o tema do Simpósio, que teve a sua primeira edição no ano de 2007 - quando tive a alegria de presidir aquela Comissão na Câmara dos Deputados -, já na quinta edição que ocorre neste ano, determinamos que o tema abordado seria: “Uma Visão Jovem para o Futuro Sustentável da Amazônia”.

            Pela manhã, tivemos a solenidade de abertura. O Senador Cícero Lucena representou o Senado Federal, o Presidente José Sarney. Lá esteve o Deputado Eduardo da Fonte, também representando o Presidente da Casa, da Câmara dos Deputados, Marco Maia, além do Deputado Gladson Cameli, Presidente da Comissão da Amazônia, e eu, que presido a Subcomissão da Amazônia, aqui no Senado Federal.

            Na sequência, pude coordenar a 1ª mesa de debates, cujo tema foi: “O Crescimento Sustentável das Cidades e a Geração de Empregos”. Conosco estiveram representantes de vários Ministérios, como o representante do Ministério das Cidades, da Integração Nacional, a Superintendência da Zona Franca de Manaus, o Governador do Estado do Amapá, Camilo Capiberibe, além do Coordenador da Comissão de Desenvolvimento Regional do Conselho de Economia, Corecon, Dr. Júlio Miragaya, e a Prof. Bertha Becker, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que tem como tema principal do seu trabalho, de suas pesquisas, de suas preocupações acadêmicas e científicas a questão amazônica.

            Pela tarde, nós teremos, Srª Presidente, um debate inédito, Senadora Ana Amélia, um debate que se iniciará logo mais, às 15 horas, e que contará exatamente com a representante dos jovens brasileiros. Nós vamos ouvir os jovens brasileiros acerca da Amazônia brasileira, o que eles pensam, as suas perspectivas, as suas avaliações, as suas perspectivas em relação ao desenvolvimento sustentável dessa região que, eu repito, não é importante só para o Brasil, mas é importante para o Planeta. Primeiro, pelos serviços ambientais que presta à humanidade. Afinal de contas, é exatamente a maior floresta tropical do Planeta, a Amazônia, que determina o regime de águas também de nosso Planeta, Srª Presidenta, não só do Brasil, mas o clima e, portanto, a vegetação, a biodiversidade, a diversidade. A riquíssima diversidade biológica da Amazônia, em grande parte, tem um papel fundamental no equilíbrio ambiental do Brasil e do mundo inteiro.

            Então, pela tarde será debatido o tema Formação e Capacitação dos Jovens para o Futuro Sustentável, o papel das universidades, dos Ifets e Cefets, a reivindicação dos universitários, dos estudantes do Ensino Médio e o papel do Sebrae também. Estarão presentes nesse debate representantes da União Nacional dos Estudantes, dos Estudantes Secundaristas, dos Reitores, dos Dirigentes e Reitores, também dos Ifets, representantes do Sebrae e da Organização das Cooperativas Brasileiras.

            Srª Presidente, nós temos a opinião, e aqui eu falarei de forma muito resumida. A Amazônia precisa ter um plano integrado de desenvolvimento sustentável, uma estratégia claramente definida. Nesse aspecto, já avançamos há algum tempo. Exatamente no ano de 2003 o então Presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu os nove governadores da Amazônia, juntamente com vários de seus ministros. E aqui me recordo do Ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, da então Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e de vários outros ministros se reuniram e definiram a aplicação, a aprovação de um plano para a região Amazônica, um plano estratégico. E esse plano foi denominado Plano Amazônia Sustentável.

            No ano de 2007, realizamos, repito, na Câmara dos Deputados, com a participação também do Senado, a primeira edição do simpósio Amazônia e Desenvolvimento Sustentável do Congresso Nacional. A partir daquele evento no ano de 2007, que a cada ano tem crescido - são grandes eventos e organizamos etapas de debates em todos os nove Estados da região Amazônica -, conseguimos vitórias importantes e avanços significativos. Um deles foi a atualização deste plano estratégico que conhecemos como PAS, Plano Amazônia Sustentável. Segundo, repassar a coordenação, a verificação, o acompanhamento deste plano para a Secretaria de Assuntos Estratégicos do Governo Federal. Ou seja, a secretaria hoje coordenada pelo Ministro Moreira Franco era à época era coordenada pelo Ministro Mangabeira Unger. Porque cabe exatamente à Secretaria de Assuntos Estratégicos, SAE, a elaboração de um plano estratégico para o Brasil, no qual, naturalmente, tem que entrar o plano estratégico para a Amazônia. O plano foi revisto, atualizado.

            Srª Presidente, quando falamos de desenvolvimento sustentável, estamos falando da necessidade de investimentos públicos e privados na região que levem ao desenvolvimento, à geração de emprego. Entretanto, a forma como esses investimentos devem acontecer é de uma forma extremamente responsável do ponto de vista do meio ambiente.

            Porque não estamos falando de uma região qualquer, estamos falando de uma região cuja maior parte é ocupada por áreas florestadas, florestas tropicais muito importantes. Então, quando falamos em investir na região, temos de falar em investimentos com grande responsabilidade ambiental. Portanto, quando falamos em investimentos e responsabilidade ambiental falamos - naturalmente são sinônimos - de desenvolvimento, ciência, tecnologia e inovação. Precisamos entender que a Amazônia brasileira, que é rica por natureza, Deus deu ao Brasil. Aquela região possui a maior riqueza que a natureza concentrou em uma única região. Temos lá a maior reserva de água doce, a diversidade biológica mais rica do Planeta. Temos uma reserva mineral ainda não mensurada. Poderia usar o exemplo do nióbio, da silvinita, cujo potássio - e a Senadora Ana Amélia sabe disso - é um dos três elementos mais importantes para a agricultura. O Brasil depende de importações, mas a maior reserva está no Brasil, na Amazônia. E, o que é mais importante, nos arredores da cidade de Manaus, nos Municípios de Nova Olinda do Norte, no Município de Autazes ainda há uma reserva não explorada.

            Precisamos investir em capital social. Investir em capital social significa dizer investir em capital humano. Daí, destaco a importância do tema deste ano. É preciso chamar a juventude para debater a Amazônia. Precisamos passar do debate para a ação prática. Costumo dizer que temos a nossa Bíblia na região, temos a nossa Bíblia, Senador Geovani Borges, na região Amazônica. Precisamos transformar esses princípios elencados no PAS em programas efetivos, em programas concretos. Muitos poderiam dizer: “Mas no PAC, Senadora Marta? No PAC? No Programa de Aceleração do Crescimento? A Amazônia tem lugar privilegiado, porque grande parte dos investimentos do PAC concentra-se na Amazônia.” Sim, diria eu: “Entretanto, são investimentos principalmente na construção de novas hidrelétricas no Brasil, mas vão gerar energia para o Brasil inteiro e não só para a Amazônia”. Somente agora, depois de décadas, é que estamos assistindo e acompanhando a construção...

(Interrupção do som.)

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM) - Senadora Marta, neste minuto concluo.

            Nós só agora estamos acompanhando a construção do Linhão de Tucuruí até a cidade de Manaus. Deverá servir de energia hidrelétrica várias cidades do interior, como Iamundá, Parintins e tantas outras. Só agora, depois de décadas.

            Precisamos de um olhar especial voltado para a região amazônica. A Zona Franca é um modelo fundamental, importante, que se consolida e queremos que se consolide cada vez mais. Mas, ao lado da Zona Franca, precisamos desses outros investimentos, em piscicultura, no uso da madeira manejada, no uso da nossa biodiversidade para transformar em produtos fitoterápicos, medicamentos, corantes, cosméticos.

            Então, Srª Presidente, quero dizer que é com muita alegria que a Bancada da Amazônia está cada vez mais unida em defesa do desenvolvimento sustentável.

            Obrigada!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/11/2011 - Página 46148