Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a produtividade dos trabalhos legislativos em 2011; e outros assuntos.

Autor
Walter Pinheiro (PT - Partido dos Trabalhadores/BA)
Nome completo: Walter de Freitas Pinheiro
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO. ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • Considerações sobre a produtividade dos trabalhos legislativos em 2011; e outros assuntos.
Aparteantes
Armando Monteiro, Eduardo Suplicy, Jorge Viana, Paulo Paim, Pedro Simon.
Publicação
Publicação no DSF de 08/02/2012 - Página 1160
Assunto
Outros > SENADO. ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • REGISTRO, ELOGIO, PRODUTIVIDADE, CONGRESSO NACIONAL, COMENTARIO, EFICIENCIA, RELAÇÃO, QUALIDADE, TRABALHO.
  • REGISTRO, AGRADECIMENTO, BANCADA, CONFIANÇA, TRABALHO, ORADOR, RELAÇÃO, ELEIÇÃO, LIDERANÇA, PARTIDO POLITICO.
  • REGISTRO, AGRADECIMENTO, WELLINGTON DIAS, SENADOR, ESTADO DO PIAUI (PI), RETIRADA, CANDIDATURA, COMENTARIO, ORADOR, COMPROMISSO, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL, DESENVOLVIMENTO NACIONAL, CRESCIMENTO, MUNICIPIOS, PACTO, FEDERAÇÃO.

            O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco/PT - BA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Senador Marcelo Crivella, Srªs e Srs. Senadores, meus caros telespectadores da TV Senado, Senador Mozarildo, quero aqui, até aproveitando a generosidade do meu amigo, companheiro de jornada e Presidente da Comissão de Orçamento, Senador Vital do Rêgo, dizer da minha alegria neste momento por estar na tribuna para dar continuidade a um processo que nós tivemos oportunidade de construir durante o ano de 2011. Foi uma experiência, Vital, das mais prazerosas, foi um aprendizado enorme e uma responsabilidade muito grande. Coube à Comissão de Orçamento, portanto à Câmara e ao Senado, a responsabilidade de construir o plano de governo da Presidenta Dilma Rousseff, e fizemos isso com a ausculta da sociedade, das comissões e dos Parlamentares.

            A propósito, meu caro Vital, durante o recesso, li matéria cujo autor dizia que nós, em 2011, trabalhamos menos do que em 2010, e fazia uma classificação, Senador Armando Monteiro, nessa matéria, para dizer que a quantidade de projetos apreciada foi muito menor do que em 2010.

            Aí eu disse: “Tudo bem”. Liguei, mandei a resposta e só fiz uma comparação. Se a quantidade de matérias votada é o indicativo da produtividade, mandei para ele as 2.200 emendas. Portanto, cada emenda é um projeto que, votado duas vezes na comissão e duas vezes no plenário do Congresso, representa 8,800 mil votações.

            Então, se isso é produtividade, ele deveria ter levado em consideração a apreciação de 8.800 mil matérias - isso só no PPA. No entanto, eu não acho que isso seja produtividade. Eu li, Senador Armando Monteiro, todas as 2.200 emendas dos Parlamentares. Li atentamente as 600 contribuições da sociedade, resultado das 11 audiências públicas pelo Brasil. Fiz isso em conjunto com a Consultoria, passei horas e horas a fio na sala da consultoria, analisando uma por uma; discuti com cada bancada, discuti com cada comissão e ainda tive oportunidade de discutir com cada Parlamentar, para termos oportunidade de construir a várias mãos, sem contar o sem-número de reuniões que fizemos com o Governo para essa questão, para construir uma peça próxima da realidade e encaixada nas necessidades estruturantes e das questões sociais do nosso Brasil.

            Portanto, produtividade para mim é isto: mais do que as 8.800 votações. A eficiência não pode ter quantidade. Isso aqui é um Parlamento, Casa de leis, e não fábrica de sandálias. É muito diferente.

            E, nessa toada, quero dizer aqui que as minhas primeiras palavras - e não poderia ser de outra forma - são de agradecimento à minha bancada, à bancada do Partido dos Trabalhadores no Senado, ao meu Partido, pela confiança, e aos meus companheiros de jornada no Senado, mas particularmente à minha bancada, que, na quarta-feira próxima passada - portanto, dia 1º -, de forma unitária, escolheu-nos para cumprir, no ano de 2012, a tarefa de liderar a nossa gloriosa bancada, mas principalmente a tarefa de dialogar com todos aqui na Casa, a tarefa de me relacionar, independentemente de base ou oposição, de mesa ou comissão, mas de me relacionar, Senador Crivella, com todos nesta Casa. Portanto, a Liderança nos permitirá cada vez mais estreitar as relações, buscar a média do entendimento, contribuir para que as coisas possam caminhar na linha dessa eficiência. Procurarei corresponder a essa confiança, refletindo a média do pensamento, das atribuições e das demandas da Bancada do PT, não apenas nesta Casa, mas também junto a outra Casa, junto aos Poderes, ao Executivo, ao Judiciário e também, de forma muito clara, na relação com o meu Partido, o Partido dos Trabalhadores.

            Sei que terei pela frente a dura tarefa de substituir o competente, o nosso companheiro Humberto Costa, Senador por Pernambuco, que, com seu reconhecido talento, liderou com brilhantismo a nossa bancada durante todo o ano de 2011. O Senador Humberto conduziu a nossa bancada em um ambiente de harmonia, de unidade, inclusive em situações de posições contrárias. Nos momentos de tensão, o meu companheiro Humberto mostrou ser verdadeiramente um Líder, um timoneiro, em virtude da sua calma, do seu espírito conciliador, da sua busca permanente pela unidade. Essas coisas podem ser enumeradas como uma das inúmeras marcas da gestão do meu companheiro Humberto Costa à frente dessa Liderança, que promoveu a modernização da nossa bancada, da relação com a assessoria e com os outros partidos. Sob seu comando, graças, em boa parte, a esse modo de conduzir todas as questões, desde as mais simples até as mais espinhosas, nossa bancada deu conta do trabalho, nossa bancada atuou unida nessa questão.

            Quero também me dirigir particularmente ao meu nobre companheiro, o Senador Wellington Dias, enaltecendo seu gesto de grandeza; e não poderia ser diferente, pois a sua biografia é de grandeza, de gestos extraordinários.

            Convivi com o Wellington durante muito tempo na Câmara e tive a oportunidade de compartilhar à distância da sua gestão no Piauí. Em dado momento, até trabalhamos juntos, quando fui Secretário de Planejamento da Bahia e nas inúmeras reuniões de que participei com o Governador do Piauí, quando representei a nossa gloriosa Bahia nas discussões sobre o Nordeste e o Brasil.

            Quero agradecer muito essa nobreza do nosso companheiro Wellington, que, num gesto de unidade, retirou sua candidatura, e nós, na condição de bancada, patrocinamos a escolha, por unanimidade, desta nova Liderança.

            Faço questão de dizer, meu caro Suplicy e meu caro Paim, que o Wellington estendeu o tapete vermelho para que essa nossa eleição pudesse ser realizada num bom clima; não só na renúncia, mas principalmente na importante tarefa que o Wellington passa a ter a partir de agora, que é contribuir, em nível nacional, na intermediação da bancada com as diversas facetas dos processos eleitorais e municipais, principalmente na relação com os Municípios para essa nossa batalha. Um dos pontos que a Bancada do PT está elegendo como prioritária: o novo pacto federativo nesta Casa, que tem que ser discutido por nós, debatido. Este é o ano em que nós temos que botar o dedo nessa ferida, e o Wellington vai dar uma contribuição enorme nesse sentido. Esse seu trabalho será fundamental para que o Partido dos Trabalhadores mantenha e amplie sua posição em relação às administrações, mas que no Parlamento possamos contribuir com cada canto deste País. Aliás, o calendário eleitoral - e é importante lembrarmos isto - vai efetivamente nos levar à renovação de prefeitos, à recondução de outros ou à de vereadores.

            Este será nosso primeiro desafio na liderança: poder continuar o bom trabalho do Humberto, continuar o bom trabalho nesta Casa. Mesmo em ano eleitoral, que possamos dar respostas positivas a temas fundamentais e ainda conviver com o processo eleitoral.

            Vamos trabalhar nessa direção em todo canto do País, mas quero deixar bem claro que essa tarefa da disputa em cada canto será reservada para cada canto. Aqui, a nossa tarefa é exatamente juntar as peças, tentar encontrar o caminho que nos leve a essa espinha dorsal, ao programa que citei aqui antes: ao PPA, que nós aprovamos, meu caro Armando, para que não fiquemos aqui batendo cabeça, ou que olhemos o PPA como peça bonita, mas sem capacidade de execução.

            Então, é importante que esse trabalho do Parlamento possa efetivamente construir essa espinha dorsal, encontrar estes dois eixos: o desenvolvimento sustentável com as ações sociais; cuidar do momento de economia delicada, mas continuar investindo na ponta, gerando emprego, estimulando a indústria, ampliando as condições para o consumo, distribuindo renda e, ao mesmo tempo, trabalhando na linha para, de uma vez por todas, buscar eliminar a miséria e a pobreza neste País.

            Portanto, são dois pilares importantes: crescer e desenvolver de forma sustentável, mas continuar incluindo as pessoas nesse novo cenário.

            O Sr. Armando Monteiro (PTB - PE) - V. Exª me concede um aparte?

            O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco/PT - BA) - Vou dar o aparte.

            Esse trabalho, com certeza, será um trabalho que não farei sozinho. Tenho plena clareza, meu caro Armando, de que contarei, aqui, com diversas colaborações. Mas sou apenas um a mais nesse contexto de Senadores que, com certeza, poderão olhar esse momento a partir dessa visão. E, certamente, tenho essa necessidade de insistir na coesão da nossa base aliada.

            A base não pode ter um comportamento somente de obediência, na condição de base aliada, mas deve ter um comportamento de comprometimento de base aliada para um projeto de nação. Nós representamos os Estados. É verdade. Mas ninguém compõe Estado, meu caro Armando, sem Municípios. O cidadão não mora no Estado ou na União, ele mora no Município.

            Portanto, essa coesão da nossa base aliada, a própria atuação na relação com a oposição, esses elementos devem, de forma muito vigorosa, levar em consideração aquilo que vamos produzir. Nesse sentido, não devemos medir esforços para alcançarmos um novo pacto federativo que nos conduza à mais justa e equânime distribuição dos recursos entre os entes federados do nosso País.

            Um aparte ao Senador Armando Monteiro.

            O Sr. Armando Monteiro (PTB - PE) - Meu caro Senador Walter Pinheiro, eu queria expressar publicamente, aqui, do plenário, a minha alegria por vê-lo investido na condição de líder da sua bancada. Parabenizo a Bancada do PT pela sua escolha. Conheço V. Exª. Tive o privilégio de conviver com V. Exª desde a época em que éramos Deputados. Conheço o seu espírito público, a sua firmeza, a sua capacidade de negociação e, sobretudo, a forma como V. Exª convive, aqui, com seus pares. É um homem do diálogo; é um homem sempre aberto à discussão e que tem absoluta sintonia com essa agenda, que é de interesse do País. Então, quero me congratular com V. Exª. Tenho certeza de que V. Exª se desempenhará muito bem no cumprimento dessa nova missão. E quero, por um dever de justiça, tributar também ao nosso companheiro e conterrâneo, Senador Humberto Costa, o meu reconhecimento pela sua atuação parlamentar. Um Parlamentar combativo, firme e que deu uma contribuição importante na condução de sua bancada e também a essa agenda de interesse do País. Portanto, Senador Walter Pinheiro, eu me congratulo com V. Exª e formulo os melhores votos de que V. Exª tenha uma passagem - e tenho certeza de que será - muito feliz na liderança de sua bancada.

            O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco/PT - BA) - Muito obrigado, Senador.

            Eu quero, só para dar uma continuidade, Senador Pedro Simon, e, na sequência, darei aparte a V. Exª e ao Suplicy, mas eu quero insistir que só com um novo pacto federativo nós vamos efetivamente dar um fim a essa guerra fiscal entre Estados, tornar mais justa a distribuição de recursos. Com isso, nós vamos fortalecer intensa e internamente e dar maiores condições para que o País possa superar as ameaças externas e continuar com o desenvolvimento local.

            Fazemos aqui uma referência muito forte ao fundo especial dos Estados, o Fundo de Participação, sobre o qual teremos que nos debruçar, até por conta da decisão do Supremo Tribunal Federal. Mas é importante lembrar também as medidas para que a gente possa eliminar a pobreza, construir uma Nação forte, trabalhar de forma cada vez mais intensa por essa musculatura em cada Estado, mas concentrar as nossas ações para que, verdadeiramente, com esses pontos, a gente coloque um dedo na ferida nessa questão da reforma tributária. Só assim faremos verdadeiramente esta reforma tributária: a guerra fiscal, o Fundo de Participação dos Municípios, o Fundo de Participação dos Estados, a questão dos royalties, tanto do petróleo quanto do setor mineral, a questão do ICMS na importação, o e-commerce, ou seja, o comércio eletrônico, as questões dos portos, a forma como nós vamos tratar aqui nesta Casa as relações entre Estados, de que forma os Estados vão se comportar e a distribuição desses recursos pelo País afora.

            Além dessa limitação do ano, o que é natural, porque é um ano eleitoral, mas nós não podemos nos curvar a essa pressão que eu acho que é muito maior, que é a pressão de dar respostas com indicativos de fora para a gente atender a questão da economia aqui de dentro. Essa é uma preocupação? É, mas a gente tem que continuar com o foco a partir dos nossos Municípios, das questões da ponta. Assim nós enfrentamos a crise de 2008 e assim nós vamos ter oportunidade de continuar contribuindo para esse desenvolvimento sustentável com a eliminação ou a redução da desigualdade social em nosso País.

            Concedo um aparte ao Senador Pedro Simon.

            O Sr. Pedro Simon (Bloco/PMDB - RS) - Nobre Senador, desde a primeira vez em que eu abracei V. Exª aqui no Senado, eu dizia a V. Exª e a todos que V. Exª tinha que ser o líder. Pelo que conhecia de V. Exª, da competência de V. Exª, mas, cá entre nós, pela sua simpatia, pela sua capacidade de diálogo, de entendimento. Alguns até diziam que V. Exª era um homem de muita personalidade e que o líder não pode ter tanta personalidade porque ele tem que ser mais adaptável às circunstâncias. Eu dizia, e V. Exª confirmava: não, perder a personalidade V. Exª não perderia, mas que teria condições de chegar lá. Vejo com muita felicidade a escolha de V. Exª. Olha, se discutimos o líder ou o ministro tal que pode ajudar, que pode prejudicar a Presidente da República, a escolha de V. Exª para líder nesta Casa é um fato muito importante. Com todo respeito ao seu antecessor, pelo qual tenho o maior carinho e muita admiração, mas V. Exª vai além, porque tem condições de diálogo, de entendimento. A simpatia do seu sorriso, o abraço que V. Exª dá, a competência com que diverge e debate, a capacidade que tem de analisar os fatos, e, quando a coisa merece alguma interrogação, V. Exª levantar e não por ser líder, obrigatoriamente, defender o indefensável, que não é a maneira de ajudar. Não é. Eu, quando era governador, sempre dizia: não gosto daqueles que batem palmas mesmo quando sei que estou errado. Gosto dos que chegam na minha cara e dizem que estou errado. É um grande momento esse de V. Exª. Acho que foi um grande ato do PT. E tenho certeza de que deve ter havido pelo menos o silêncio simpático da Presidência da República, porque a bancada do PT é independente. Mas fico muito feliz, fico muito feliz. E acho que esse assunto que V. Exª está abordando não poderia ser um assunto mais importante para o início do debate. Na verdade, V. Exª tem toda razão. Esse pacto federativo tem que ser feito de uma vez. O Brasil não pode mais esperar. Estamos, na verdade, vivendo um momento anárquico. De pacto federativo, não tem mais nada. Se olharmos, o que no Brasil lembra federação? É só esta Casa aqui. O Senado é uma federação. Cada Estado tem três Senadores. São Paulo tem igual ao Maranhão, representam a federação. O que mais? Nada. Acho muito importante termos a coragem, a grandeza... A imprensa disse que se está falando num pacto do entendimento de uma norma tributária e uma nova distribuição dos impostos. E aí dizem: não, porque o Sul tem que ter cuidado, porque... Não acredito. Eu acho que vamos ter entendimento suficiente. Na época, a guerra era para determinar onde ficaria o imposto, o imposto da fábrica de automóvel, e só tinha automóvel, na época, em São Paulo. Quem fica com o imposto: São Paulo que produz o automóvel ou o Rio Grande do Sul que compra o automóvel? Essa era a discussão, e a mesma pergunta se faz hoje: as grandes indústrias estão em São Paulo, ficam com as indústrias ou com os consumidores? Esse é um assunto sobre o qual já há diálogo, já há entendimento, já há compreensão, e acho que V. Exª tem razão. De certa forma, perdoe-me a sinceridade, mas fala V. Exª como líder e já perdemos um ano. Esse é um assunto para ter começado no ano passado, que, aliás, era o melhor ano para começar. Este ano teremos eleição, teremos confusão, já será mais complicado, mas também, se não começar este ano, não sai mais. Já saímos atrasados um ano, porque era para ser no ano passado, mas, se não saiu no ano passado, que comece agora, porque, se não começar agora, nunca mais. Olha, V. Exª não calcula a alegria com que o felicito. É muito bom ser amigo do rei. Embora eu não tenha nada, é muito bom ter como Líder do Governo, Líder do PT, um homem da competência, da simpatia e da capacidade de V. Exª. Muito obrigado.

            O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco/PT - BA) - Senador Pedro Simon, eu só tenho a agradecer a generosidade de V. Exª. Meu pai dizia que um homem depois dos 70 - e V. Exª está um pouquinho acima - tende inclusive a ser mais generoso, tem a cautela, o ensinamento do tempo; a forma de enxergar não é mais só a do mero olhar. Ele enxerga com o coração, com o sentimento, com a alma. Dizia o meu velho pai que, depois dessa idade, o homem tende inclusive a ter acuidade no olhar, mas, principalmente, a aplicação da sensibilidade no enxergar as coisas. E V. Exª é uma dessas pessoas que brinda todos nós com esse comportamento.

            Concedo um aparte ao Senador Eduardo Suplicy e, depois, ao Senador Paulo Paim. E vou encerrando aqui, Sr. Presidente.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Senador Walter Pinheiro, quero também saudar a escolha de nossa bancada pelo consenso e entendimento de elegê-lo para ser o nosso líder neste ano. V. Exª salientou muito bem o trabalho do Senador Humberto Costa, que, ao longo desse ano, contribuiu para que a nossa bancada andasse de forma muito harmônica. Avalio como importante os passos que V. Exª hoje, na primeira reunião para formular diretrizes, colocou muito bem, bem como as preocupações. Dentre os temas importantes, está o pacto federativo. E V. Exª aqui salientou a importância de Comissões como a CAE examinarem isso, ainda que haja essa iniciativa do Presidente Senador Sarney de termos uma comissão especial, para daí a CAE examinar. Mas eu quero também saudar o espírito que V. Exª colocou hoje na nossa reunião. Inclusive, tivemos a presença do Presidente Rui Falcão na última reunião, em que o elegemos, e naquela ocasião mostrou a sua preocupação com uma boa interação de nossas iniciativas, sempre em diálogo com a direção do partido e também com o Governo da Presidenta Dilma. Permita que eu aqui fale da sua recomendação, que acatei, pois avaliei que seria importante que nós, a partir da experiência tão significativa da visita da Presidenta Dilma a Cuba e dos episódios que lá ocorreram, aqui façamos uma recomendação, tanto ao Governo dos Estados Unidos, quanto ao Governo de Cuba, seja para o fim do bloqueio ou do embargo relativo a Cuba, de parte dos Estados Unidos, como também outros aspectos que têm preocupado, por exemplo, Cuba, como a possibilidade de anistia para aqueles cinco presos cubanos que foram objeto de um livro do escritor Fernando Morais, assim como também a possibilidade de um apelo por parte dos Senadores com respeito à possibilidade de a Srª Yoani Sánchez ter a permissão de visitar o Brasil. E V. Exª então avaliou que um tema como esse será muito melhor se for feito com harmonia em relação à direção do partido, ao Governo, e eu acho que foi muito adequado. Até transmito ao Senador Pedro Simon, que disse que gostaria de assinar comigo este requerimento, que então aguardaremos as opiniões que virão para nós. Mas V. Exª falou de uma coisa tão bela do Senador Pedro Simon, e é importante saudá-lo e cumprimentá-lo, porque, quando fez aniversário, no dia 31, nasceu a sua neta Isabela, uma razão de grande alegria para ele e sua família.

            O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco/PT - BA) - Obrigado, Senador Suplicy.

            Senador Paulo Paim e, por último, Sr. Presidente, só o Senador Jorge Viana. E encerro aqui a minha participação nesta tarde e noite.

            O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - Senador Walter Pinheiro, eu vou usar este um minuto só para dizer que eu acompanhava o seu trabalho já como líder do PT lá na Câmara dos Deputados. E aqui, no Senado, em todos os debates em que eu acompanhei a liderança de V. Exª, no debate da Emenda nº 29, no debate da LDO, no debate da Lei de Diretrizes, no debate do salário mínimo, no debate da questão das comunicações, V. Exª praticamente orientava, com o seu conhecimento e a sua forma harmoniosa de construir para o coletivo... Inúmeras vezes, a bancada, claro, acompanhando, também sempre o nosso Líder Humberto Costa. Eu tenho certeza absoluta de que, sob a sua liderança, a bancada do nosso partido vai caminhar muito tranquila, e a Presidenta Dilma terá uma bancada aqui, sob a sua orientação, muito positiva e construtiva, até porque V. Exª, como foi bem dito aqui pelo Senador Simon, tem uma postura de equilíbrio, olhando para o Palácio, mas olhando muito também para o Parlamento. E isso me agrada. E eu tenho o orgulho de dizer que sou o seu liderado. Um abraço, meu Senador.

            O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco/PT - BA) - Muito obrigado, Senador Paulo Paim.

            Por último, o Senador Jorge Viana.

            O Sr. Jorge Viana (Bloco/PT - AC) - Meu caro colega, Walter Pinheiro, eu só quero aqui, bem rapidamente, por conta da compreensão da Mesa, mas eu não poderia deixar de, pelo menos, ficar, neste seu primeiro pronunciamento como líder de todos nós, da bancada, e um dos líderes que já era informalmente aqui nesta Casa e agora formalmente como líder do nosso bloco do PT. Tenho muito orgulho de ser um dos seus liderados. Você é uma pessoa da maior integridade, tem um compromisso com a busca permanente de justiça social, mas é, talvez, um dos mais dedicados Senadores que eu conheci nesta Casa. E foi exatamente isso que nos fez ter um consenso na bancada, depois de ter aí um ano de dedicação do nosso Líder Humberto Costa, que cumpriu um papel extraordinário e que se consolidou como um dos influentes nesta Casa. V. Exª tem hoje a missão de nos liderar a todos. Eu queria só deixar aqui o registro de que espero ser um dos ajudadores e que estou seguro da sua disposição de se entregar e se integrar plenamente com os desafios deste Parlamento, com as missões do nosso projeto de governo de governar o Brasil, mas, essencialmente, cumprir o compromisso de servir o povo brasileiro. Então, conte conosco. Sucesso. O Senado e a política só ganham com essa sua ascensão à liderança do PT e do Bloco. Muito obrigado.

            O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco/PT - BA) - Eu que agradeço, Senador Crivella, aos meus companheiros de bancada; aos 12. Portanto, somos uma bancada de 13. Jorge, tenho muito carinho por V. Exª, como tenho carinho pelo amigo de longas jornadas, Paulo Paim; Suplicy, com o seu jeito sempre cativante; minha companheira Marta, nossa Vice-Presidenta desta Casa. Então, é uma bancada recheada de figuras importantes, que sustentam essa nossa caminhada.

            Fizemos até aqui exatamente com a participação de todos: a companheira Angela, a companheira Anta Rita, o companheiro Anibal, do Acre, com quem eu sempre brinco, que aqui chegou, mas que já estreou com pinta de veterano, trazendo toda a força do Norte; meu companheiro Delcídio, e o meu sempre inquieto, mas figuraça, meu companheiro Lindbergh Faria, ou, como carinhosamente, na bancada, chamamos de “Lindobergh”, o nosso aguerrido Senador, nos seus poucos mais de 40 anos, que, de vez em quando, chega a brincar comigo, Jorge, dizendo que eu tenho idade para ser o pai dele. Aos 12 anos, eu não tinha a menor possibilidade. Até fui pai muito cedo, com 18 anos, mas não aos 12. Mas aceito essa relação pelo carinho que pude, nesse ano de trabalho com essa nova bancada, receber de todos esses companheiros.

            Então, encerro aqui, meu caro Presidente, fazendo esta convocação: que nós possamos, neste ano de 2012, pautar essa questão da reestruturação da distribuição dos recursos, do pacto federativo em nosso País.

            Essa não é uma missão fácil, mas é uma missão possível.

            Quero aqui dizer, meu caro Senador Crivella...

(Interrupção do som.)

            O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco/PT - BA) - ...que deixarei para o dia de amanhã, quando já teremos mais avanços na questão da greve na Bahia, para tocar nesse assunto, como fez muito bem no dia de hoje aqui o Senador Humberto Costa. Acho que é importante isso.

            Amanhã, espero, como Líder, fazer o pronunciamento em relação a essa questão da greve na Bahia e aos desdobramentos. E a minha expectativa voltada muito para o dia de hoje, porque têm avançado muito as negociações, é para que superemos ali o impasse e devolvamos ao povo baiano, na serenidade, na tranquilidade, a sua segurança.

            Era isso o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito obrigado e boa noite.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/02/2012 - Página 1160