Discurso durante a 74ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Importância do papel desempenhado pela imprensa durante o desenvolvimento das atividades da CPMI destinada a investigar o “Caso Cachoeira”; e outros assuntos.

Autor
Ana Amélia (PP - Progressistas/RS)
Nome completo: Ana Amélia de Lemos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM, TELECOMUNICAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUERITO.:
  • Importância do papel desempenhado pela imprensa durante o desenvolvimento das atividades da CPMI destinada a investigar o “Caso Cachoeira”; e outros assuntos.
Publicação
Publicação no DSF de 08/05/2012 - Página 16023
Assunto
Outros > HOMENAGEM, TELECOMUNICAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUERITO.
Indexação
  • REGISTRO, POSSE, DIRETORIA, FEDERAÇÃO, ASSOCIAÇÕES, EMPRESARIO, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS).
  • REGISTRO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, VIAÇÃO AEREA RIO GRANDENSE S/A (VARIG), LEITURA, DOCUMENTO, EX-EMPREGADO, EMPRESA, COMENTARIO, NECESSIDADE, JULGAMENTO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), OBJETIVO, RESOLUÇÃO, SITUAÇÃO, FUNCIONARIOS, AVIAÇÃO.
  • HOMENAGEM, CENTENARIO, NASCIMENTO, EX SENADOR, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), COMENTARIO, ELOGIO, VIDA PUBLICA, ATUAÇÃO, POLITICA.
  • APREENSÃO, ORADOR, COBERTURA, MEIOS DE COMUNICAÇÃO, IMPRENSA, COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUERITO, COMENTARIO, NECESSIDADE, GARANTIA, SEGURANÇA, NATUREZA JURIDICA.

            A SRª ANA AMÉLIA (Bloco/PP - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Caro Presidente, Senador Paulo Paim; Srs. Senadores, Srªs Senadoras, nossos telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado, antes de entrar no tema que preparei para esta tarde, queria fazer três registros que considero relevantes.

            O primeiro deles - e V. Exª certamente estará também apoiando esse registro - é que as novas diretorias da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul, Federasul, e a Associação Comercial de Porto Alegre tomam posse hoje. O empresário Ricardo Russowsky substituirá José Paulo Cairoli à frente dessas entidades. A cerimônia de posse será hoje à noite na Associação Leopoldina Juvenil, na nossa capital gaúcha.

            O novo líder da Federasul presidiu o Banrisul, o Banco Meridional quando era federal, era um banco público, além de ter comandado também entidades como a Associação dos Bancos do Rio Grande do Sul e o Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças.

            Ao atual Presidente, José Paulo Cairoli, os cumprimentos pela exitosa e profícua gestão. Ao novo Presidente, os votos de êxito nesse grande e importante desafio.

            Hoje também, Senador Paulo Paim, 7 de maio de 2012, faz 85 anos da fundação da Varig. Fundada em 7 de maio de 1927, se estivesse entre nós, como escreveu Elcion Zingano, comissário da Varig, no cenário da aviação brasileira, estaria completando seus 85 anos de fundação.

            Escreveu o comissário:

Infelizmente, essa grande companhia aérea brasileira não está mais aqui. Uma perda para o Brasil e para o povo brasileiro. Uma empresa que prestou relevantes serviços ao Brasil e ao seu povo. Infelizmente, o Governo atual e que comanda o País há quase dez anos não soube ajudar a Varig no momento em que ela mais precisou. Essa ajuda foi negada à companhia aérea, que foi entregue nas mãos do dito mercado; ou a parte boa da Varig. Ajuda houve e há sempre para outros setores no Brasil, mas para a Varig não houve, infelizmente. (Lamentou o comissário Elcion Zingano). Quem perdeu com a saída da Varig do cenário da aviação civil brasileira foi o Brasil e seu povo. Mesmo assim, meus parabéns à Varig.

            Ao ler esta mensagem do comissário Elcion Zingano, associo-me, como também V. Exª, o Senador Pedro Simon - porque ela nasceu no nosso estado - e também o Senador Alvaro Dias, a essa homenagem à Varig, um verdadeiro patrimônio brasileiro que, lamentavelmente, foi dilapidado.

            Essa data será mais bem comemorada, Senador Paulo Paim, se a Ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, colocar em julgamento a defasagem tarifária da Varig. Um tema que nós, juntamente com o senhor e o Senador Alvaro Dias, trabalhamos com as entidades que representam a categoria dos integrantes do Fundo Aerus e vimos insistentemente pedindo. E ficamos até confortados quando a Ministra Cármen Lúcia, ao assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral, declarou, em entrevista concedida à televisão, que ela perdia o sono com duas ações, uma delas já julgada, que é a questão das reservas indígenas do sul da Bahia, mas a outra ainda aguarda julgamento, que diz respeito exatamente ao direito de milhares de famílias, de centenas de famílias de funcionários que integravam o fundo Aerus e que não estão mais aí para contar essa história.

            Nós só esperamos que os seus herdeiros, os seus seguidores, os que ainda sobrevivem a essa dor e a essa angústia dramática estejam aí para acompanhar o julgamento; e que este seja favorável ao resgate de um direito que lhes pertence como participantes da criação do Fundo Aerus.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, há cem anos nascia um gaúcho apaixonado pelas letras, pela terra do Sul, e pelas belas artes. Com muita emoção, falo diante da filha Talita Mondin Leivas, servidora aposentada desta Casa, no mesmo plenário frequentado com assiduidade pelo gaúcho Guido Mondin, ex-Senador da República, mas que também exerceu cargos importantes, como Ministro do Tribunal de Contas da União, Deputado Estadual e Federal, Prefeito, além de ser escritor e pintor clássico festejado.

            Este gaúcho, brasileiro, de muitos talentos, nasceu em Porto Alegre no dia 6 de maio de 1912. Aos seis anos, descobria a paixão pela pintura clássica, o que causou emoção à mãe que sonhava em ter um filho artista.

            A Revolução de 30 colocou Guido Mondin na realidade da política. Viveu um turbilhão em sua vida, pois exercia, ao mesmo tempo, liderança sindical, os primeiros passos na política e cumpria importantes missões e mandatos.

            A carreira política foi iniciada em 1950, quando foi eleito Deputado Estadual pelo Partido da Representação Popular, PRP. Quatro anos mais tarde, foi eleito Deputado Federal. Foi Vice-Prefeito da cidade gaúcha e serrana de Caxias do Sul - a sua cidade natal, Senador Paim, também é a cidade natal do Senador Pedro Simon -, assumindo a prefeitura, nos anos de 1957 e 1958, mesmo ano em que foi eleito Senador pelo PRP, com o apoio do Partido Trabalhista Brasileiro, PTB).

            Durante o bipartidarismo, implementado no regime militar, ingressou na Aliança Renovadora Nacional, a extinta Arena. Foi reeleito Senador em 1966, pagando a campanha eleitoral com as telas que produzia, pois nunca deixou de se dedicar à pintura, sua maior paixão, e sempre exerceu a política com rigor ético e com muita responsabilidade.

            Guido Mondin, cuja filha está aqui - Talita, muito obrigada pela sua presença -,ocupou ainda a Cadeira n° 4 da Academia Brasileira de Artes e foi Presidente da Associação Rio- Grandense de Artes plásticas, entidade, aliás, que ajudou a fundar.

            Em 1975, foi nomeado Ministro do Tribunal de Contas da União e três anos depois assumiu a Presidência do Tribunal de Contas da União.

            O jeito despojado e sempre risonho, na verdade mostravam um homem que fazia pura poesia da vida e de tudo que realizava. Poesia nos pronunciamentos que aconteceram aqui neste plenário, palavras que tinham como que o poder de hipnotizar os ouvintes. O que valia para expressar as ideias e defender os projetos era a habilidade de comunicação, habilidade de atingir as pessoas com o texto perfeito, a narração pausada de um grande orador.

            Além das cenas de Brasília, Mondin colocava nos seus trabalhos à óleo a preferência pelos temas do Rio Grande do Sul, em especial, as paisagens campeiras. Sua paixão pela política e também pela pintura era tanta que mesmo depois de sofrer um derrame, que imobilizou seu lado direito, não desistiu. Passou a pintar seus quadros com a mão esquerda e costumava brincar, Senador Fernando Collor, com a situação em que a doença o deixou, dizendo: "Acho que foi castigo, eu, que sempre fui de direita, pintar, agora, com a mão esquerda.”

            Num momento em que discutimos a seriedade dos políticos, a falta de compromisso de muitos para com os eleitores, encerro minhas palavras de homenagem a este grande gaúcho e brasileiro, lendo parte do discurso de Guido Mondin , no dia em que ele comemorava os 50 anos de idade, aqui desta tribuna:

Sou a voz das gentes, convergência das solicitações coletivas, amostragem da sociedade em permanente movimento. Meu sangue, meus nervos, minha alma, vinham como vêm do sangue dos nervos da alma dos que se constituem em mim. Para ser seu mandatário, sou, antes, sua essência.

            Eu encerro esta homenagem, Senador Paulo Paim, Senadores, a este grande gaúcho e brasileiro, que aqui em Brasília fincou as raízes - juntamente com o ex-Deputado já falecido, Presidente da Câmara, Nelson Marchezan - da chamada Estância Gaúcha do Planalto, o famoso Centro de Tradições Gaúchas, numa área que o Governo do Distrito Federal destinou para essa entidade. 

            Ali, na Estância Gaúcha do Planalto, a presença constante de Guido Mondin era também uma festa, porque, além de um apaixonado pelas artes, pela poesia, pela política, ele era um grande contador de “causos”. Então, esta homenagem é uma singela reverência a esse grande gaúcho e brasileiro que muito orgulha a todos nós pela seriedade com que trabalhou na política e pelos compromissos que teve. No momento em que foi preciso, aliou seu PRP ao PTB, esquerda e direita juntos, abraçados, para um projeto maior de construção de um Rio Grande melhor.

            Assim, é esta a homenagem singela que presto a esse grande Guido Mondin, na pessoa de Talita, filha do ex-Ministro Guido Mondin; aliás, uma exemplar servidora desta Casa, já aposentada, e que participa desta cerimônia. Muito obrigada, Talita, por estar aqui conosco.

            Senador Paulo Paim, eu queria aproveitar também para voltar a falar sobre um tema que já foi abordado aqui pelo Senador Fernando Collor, relativo ao trabalho da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que iniciou, na semana passada, os trabalhos aqui no Senado.

            A Comissão terá até dia 4 de novembro para apresentar um relatório final e prevê um mês de maio explosivo.

            No dia 15, vamos assistir ao depoimento do contraventor Carlinhos Cachoeira, que está preso no Centro de Detenção da Papuda, aqui no Distrito Federal, há poucos quilômetros deste plenário. Os Senadores e Deputados que participam da Comissão Parlamentar de Inquérito já aprovaram a quebra do sigilo bancário do bicheiro.

            No dia 31 desse mesmo mês de maio, o Senador de Goiás, Demóstenes Torres, será ouvido pela CPI. Como já se esperava, os trabalhos dessa investigação estão sendo acompanhados de muita polêmica e discussão. Afinal, estamos iniciando mais uma investigação produzida pelas suspeitas de envolvimento de membros importantes do cenário político brasileiro e, sobretudo, uma investigação que tenta provar o uso do poder público para favorecimento de pessoas ligadas à contravenção.

            Determinar até onde avançaram as irregularidades patrocinadas pelo dinheiro sujo do bicheiro Carlos Cachoeira é um trabalho complicado, mas que precisa ser feito.

            Apesar dessa importância,na estreia da CPI o que realmente chamou a atenção foi a preocupação de alguns Senadores e Deputados com o papel da imprensa em todo esse processo. Tema, aliás, abordado há pouco aqui pelo Senador Fernando Collor.

            Srªs e Srs. Senadores, isso não é nenhuma novidade. Toda vez que o Congresso iniciou uma investigação dessa magnitude, a atuação da imprensa foi questionada. Alguns Senadores defendem o sigilo das investigações, conclamando o segredo de justiça para limitar a publicação de informações que serão utilizadas e colhidas pela CPI, o que foi agora há pouco defendido pelo Senador Collor. O que percebo é uma tentativa também de colocar no mesmo nível, no mesmo balaio, a imprensa e os responsáveis pelas irregularidades até aqui apuradas e conhecidas.

            É claro que todas as pessoas, comprovadamente consideradas culpadas, devem ser punidas, sejam membros do Parlamento ou da imprensa, empresários ou servidores públicos. A lei é para todos. Agora, colocar todos os veículos de comunicação contra a parede me parece uma tentativa de fragilizar de algum modo a imprensa.

            Gostaria de salientar, e não o faço aqui por ter sido membro da corporação dos meios de comunicação, que fui jornalista por quarenta anos. Não fui diretiva, fui uma funcionária, uma comunicadora, não uma dirigente de empresa e nem detentora de ações das empresas, mas, exatamente pelo ofício que exerci durante tanto tempo, gostaria de salientar que a informação sempre foi uma questão pública; e é por intermédio da imprensa que o povo brasileiro recebe e fiscaliza o resultado dos nossos trabalhos aqui no Congresso Nacional.

            A imprensa é um veículo de informação e aproximação dos eleitores com o nosso trabalho. Ignorar a importância desse trabalho ou tentar fragilizá-lo é ignorar que fomos eleitos pelo povo para ocupar esses cargos públicos.

            É extremamente importante também saber e lembrar que as informações divulgadas pela imprensa até aqui, fruto das investigações do Ministério Público e da Polícia Federal, ajudaram na abertura desta CPI e em outros processos de investigação ao longo dos últimos anos. Se não tivéssemos acesso às reportagens diárias que nos levaram às suspeitas de envolvimento de parlamentares e governadores, ainda estaríamos aqui no plenário defendendo o mandato de pessoas que se diziam xerifes da moral e também da dignidade.

            A CPI, senhoras e senhores, é marca registrada do trabalho parlamentar e uma das suas mais importantes prerrogativas. Das tantas siglas usadas para definir nossas atividades aqui no Congresso, talvez CPI seja a mais popular em todo o Brasil. Já vivemos, aqui no Parlamento, investigações que mudaram os cenários políticos, provocaram a saída de personagens importantes, como presidente e ministros, e pareciam ter revelado até onde a corrupção pode ir.

            Para alguns, CPI é sinônimo de pizza, ou seja, de casos investigados sem soluções e sem apuração dos culpados. Está bem na hora de mudar essa definição, esse conceito. Está na hora também de tirar o Brasil das listas dos países mais corruptos do mundo e eliminar o peso financeiro das perdas que temos com a roubalheira nos cofres públicos. E a imprensa é um instrumento importante da realização e acompanhamento desse trabalho. Por isso, encareço que a imprensa aja sempre com grande responsabilidade.

            Não vamos nos enganar e imaginar que uma investigação como essa não esteja concentrando a atenção das pessoas, dos eleitores que nos colocaram neste plenário na esperança de ver seus direitos e anseios defendidos.

            É por isso que acredito na força das redes sociais, do Facebook, do Twitter, que têm hoje o poder de conectar a sociedade inteira, abrindo um debate único sobre a corrupção. As informações dos inquéritos, das audiências públicas serão divulgadas e comentadas em tempo real. Hoje em dia, mais do que nunca, será impossível segurar ou boicotar qualquer informação, porque simplesmente vivemos em uma sociedade diferente, em que o uso da tecnologia da informação já entrou na rotina de todo o cidadão brasileiro.

            Hoje, senhoras e senhores, com a TV, como a TV Senado, que transmite este meu pronunciamento ao vivo, com as rádios, como a Radio Senado, que envia minha voz e a de todos os Senadores e Senadoras para todos os cantos do Brasil, mas sobretudo com o acesso a todos esses meios de comunicação pela Internet, não há como trabalhar às escuras e procurar manter em sigilo as atividades dessa comissão. Somos parte de uma sociedade que pode acompanhar tudo por intermédio de um único aparelho de celular, um tablet ou um computador, ignorando qualquer tipo de barreiras sociais, ou seja, o acesso direto à informação que se democratizou.

            Vivemos hoje um momento único. Do ponto de vista histórico, o período em que vivemos, Senador Paulo Paim, maiores mudanças na sociedade foram momentos onde aconteceu revolução de informação e relacionamento. Hoje, com a Internet e principalmente com as ferramentas de mídias sociais, estamos vivendo uma revolução sem precedentes. Está tudo literalmente na palma da nossa mão, por meio de equipamentos cada dia mais eficientes e interconectados.

            O eleitor tem hoje essa ferramenta de comunicação que deu a ele a liberdade de autoria e também a liberdade para os comentários instantâneos e respostas com assinaturas, com autorias conhecidas.

            O Brasil é um país com mais celulares do que habitantes. São 231 milhões de aparelhos para 190 milhões de pessoas, prontas para passar informação, acessar e-mails, acompanhar as notícias. Somos o segundo país no mundo com o maior número de usuários no Facebook. O brasileiro está conectado e tem assinatura e endereço eletrônicos.

            Pesquisas realizadas pela minha assessoria mostram que as pessoas conectadas a essa rede de informação mundial são pessoas entre 18 e 44 anos. São esses os caras pintadas, os eleitores que já saíram às ruas, pediram mudanças e que podem, sim, transformar o dia a dia do Brasil. São esses eleitores que querem uma resposta à corrupção que atinge há muito tempo as bases da sociedade brasileira.

            As pessoas estão esperando esta prestação de contas e vão cobrar este resultado por meio das redes sociais, dos blogs e das mensagens instantâneas que todos nós, Senador Pedro Simon, recebemos nos gabinetes todos os dias.

            Não podemos permitir que esta CPI - e V. Exª tem cobrado isso tantas vezes neste plenário e nesta tribuna -, em plena era das redes sociais, se transforme em palco político de uma minoria, onde o ponto principal não seria o trabalho de busca dos responsáveis pelo uso indevido do poder público, mas um ato de defesa de partidos ou de parlamentares.

            Não podemos permitir que a CPI aconteça sem que todos os envolvidos sejam ouvidos, sem que todas as irregularidades e crimes, se cometidos, sejam apurados, e os responsáveis sejam devidamente condenado, respeitado o direito de defesa, porque vivemos num regime democrático.

            Está em jogo o respeito ao eleitor e ao cidadão brasileiro, que trabalha o mês inteiro para receber um salário e pagar as suas contas. Senadores e Senadoras, isso não tem preço. Precisamos dar uma resposta adequada e responsável, para não desperdiçar o que ainda nos resta de credibilidade do Parlamento e desta instituição.

            Muito obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/05/2012 - Página 16023