O SR. CRISTOVAM BUARQUE (Bloco/PDT - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente José Sarney, em nome de quem cumprimento todos os outros, quero pedir para falar porque quero prestar uma homenagem a três homenageados - obviamente, dou o meu abraço ao Sr. Said Salomão e ao Sr. José Carlos da Silva, que já foram tão bem referendados aqui -, mas a três que eu conheço e pelos quais tenho profunda admiração e aos quais eu me refiro.

            O primeiro é o Assis Gurgacz, que eu conheci, há alguns anos, durante a aventura da campanha presidencial e que me recebeu tão bem e que me mostrou como um empresário de sucesso pode usar o seu tempo e os seus recursos para fazer uma universidade que orgulha o Brasil inteiro e que deslumbra cada um que a visitar. Quero aqui dar o meu abraço ao Sr. Assis e agradecer tudo que o senhor fez me apoiando.

            O segundo é essa figura chamada Ricardo Brennand, que eu conheço há muito mais do que esse tempo, desde os anos 60, em que ele era o pai de alunos que eu tive, de alunos particulares. Foram aqueles alunos que permitiram que eu financiasse o meu curso de engenharia, porque ali ganhava um dinheirinho suficiente para me manter. Mas não só isso, me permitiu ter uma convivência com uma família admirável. Lembro até do motorista, um peruano chamado Pablo, que ia me buscar em casa para dar aula na casa deles. O que poucos professores tiveram o privilégio igual. Lembro especialmente do Luiz, que foi um aluno tão especial e que me deixa lembranças até hoje. Lembro, obviamente, do Ricardito, que está ali e com quem eu já encontrei algumas vezes; da Catarina, que foi minha aluna também. E me lembro da convivência que eu tinha com essa família, com a Dona Lourdes. Lembro da Dona Dulce, também da família; também mãe de alguns dos alunos. Mas o que eu me lembro mais é do que um empresário pode fazer pelo bem do seu Estado, por fora da atividade empresarial. O que o Assis Gurgacz faz pela educação, o Ricardo Brennand fez e faz pela cultura. Vocês sabem que nós pernambucanos temos mania de dizer que o que temos lá é o melhor do mundo. É exagero! Nem tudo nosso é o melhor do mundo, mas o Museu de Franz Post, que existe em Recife graças ao Ricardo Brennand, é o melhor do mundo, sim. (Palmas.) Obviamente não se compara com grandes museus, mas, especificamente na área de Franz Post - esse pintor que, melhor do que qualquer um, pintou a nossa Olinda do começo -, o seu é o melhor que eu conheci. Sem falar daquele museu ao lado, com tantas variedades e curiosidades, que deslumbra cada um que tem tempo de ali passar.

            E o terceiro, Presidente Sarney, que eu conheci também, é o José Ermírio de Moraes, a quem eu não quero deixar de prestar homenagem. Muito, muito jovem eu, o Dr. José Ermírio, junto com Jarbas Vasconcelos, nos recebia para falar da fundação do velho MDB. E com aquele jeito bonachão, um dos homens mais ricos do Brasil, com a idade que já tinha, nos recebia, conversávamos - jovens estudantes -, como se nós fossemos de grande sabedoria. E a sabedoria era dele em nos tratar daquela forma.

            Então, mesmo tempo que cumprimento todos os homenageados, a esses três quero deixar mais do que a minha homenagem, quero deixar minha gratidão e o orgulho de vê-los - os dois - recebendo um prêmio com o nome José Ermírio de Moraes. E como vocês são tão merecedores do prêmio, creio que o Ermírio de Moraes também esteja recebendo o prêmio, já que vocês recebem o prêmio em nome dele.

            Muito obrigado pela convivência que nós tivemos, muitas felicidades e muito ainda a fazer pelo Brasil, porque nós precisamos de gente como vocês. (Palmas.)