Pela Liderança durante a 16ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas aos agentes públicos detentores de patrimônio incompatível com os vencimentos recebidos pelo exercício do cargo.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO, CONCESSÃO HONORIFICA.:
  • Críticas aos agentes públicos detentores de patrimônio incompatível com os vencimentos recebidos pelo exercício do cargo.
Publicação
Publicação no DSF de 27/02/2013 - Página 5898
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO, CONCESSÃO HONORIFICA.
Indexação
  • CRITICA, FREQUENCIA, DISCURSO, BANCADA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), ASSUNTO, ELOGIO, ATUAÇÃO, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, LIDERANÇA, GOVERNO FEDERAL, MOTIVO, DESAPROVAÇÃO, PARTICIPAÇÃO, REPRESENTANTE, GOVERNO, CORRUPÇÃO, ENFASE, SITUAÇÃO, DESVIO, RECURSOS ORÇAMENTARIOS, ADMINISTRAÇÃO PUBLICA, ESTADO, ESTADO DO PARA (PA), REFERENCIA, ESFORÇO, ORADOR, COMBATE, IRREGULARIDADE, GESTÃO.
  • REGISTRO, REPRESENTAÇÃO, ORADOR, REQUERIMENTO, CONCESSÃO HONORIFICA, PRESIDENTE, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), MOTIVO, ESFORÇO, COMBATE, IMPUNIDADE, POLITICO, PARTICIPAÇÃO, CORRUPÇÃO, ELOGIO, ATUAÇÃO, MINISTRO, JULGAMENTO, PROCESSO, PAGAMENTO, MESADA, CONGRESSISTA, TROCA, FAVORECIMENTO, GOVERNO FEDERAL.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA. Como Líder. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, não vejo mais, Senador Aloysio, o Senador Humberto no plenário, mesmo assim vou iniciar o meu discurso na tarde de hoje lembrando àqueles que sobem nesta tribuna para dizer que neste País não existe mais miséria; àqueles que sobem nesta tribuna para dizer que a saúde brasileira vai bem; àqueles que sobem nesta tribuna para dizer que a economia deste País vai bem; àqueles que sobem nesta tribuna para dizer que não existe violência neste País; àqueles que sobem nesta tribuna para dizer que a educação está bem; para dizer que não há miséria; para chegar ao cúmulo de dizer que a corrupção diminuiu no País quando, brasileiros e brasileiras, sabe-se que a miséria toma conta deste País; quando, brasileiros e brasileiras, sabe-se que quem implantou a maior dose da desgraça e do veneno chamado corrupção neste Brasil foi o PT, o Partido dos Trabalhadores constitucionalizou a corrupção no Brasil; brasileiros e brasileiras.

            Aqueles que sobem aqui, nesta tribuna, para defender esse Governo é porque querem as suas emendas parlamentares, é porque querem cargos públicos. Eu não. Eu não desejo isso. Eu desejo desenvolvimento da minha pátria. Quero a verdade ao povo brasileiro.

            Hitler, quando queria enganar e mentir à população, repetia por muitas e muitas vezes uma mentira até que ela se tornasse realidade. Assim o PT faz, assim o PT sempre fez e assim o PT vai continuar fazendo.

            Ora, por falar em corrupção, povo brasileiro, o mensalão, por exemplo, consagrado neste País, o Ministro Joaquim Barbosa, um dos mais eminentes Ministros do Supremo Tribunal Federal, lutou e conseguiu punir alguns dos petistas corruptos - alguns. A palavra é esta: alguns dos petistas e aliados do PT. Mas ainda falta muito, nação brasileira.

            O mensalão não é tudo. Aqueles que vão para a cadeia, não só esses devem ir para a cadeia. Há muitos que já deviam estar na cadeia. Sim, políticos, já deviam há muito tempo estar na cadeia.

            Meu caro Joaquim Barbosa, com quem terei uma audiência na próxima semana, V. Exª tem que prosseguir a moralidade neste País. O País não pode parar nos mensaleiros. O País tem que prender mais.

            É visível, meu caro Aloysio, aqueles que têm a culpa e deveriam estar na cadeia.

            No meu Estado, por exemplo - e eu tenho aqui na minha mão, porque já disse e repito quantas vezes forem necessárias, quando venho a esta tribuna dizer alguma coisa, falar de algum assunto, trago comigo as provas, eu não falo aleatoriamente, eu não costumo mentir, eu trago os comprovantes - na minha terra, Presidente, na minha terra, Srs. Senadores, na minha terras, Srªs Senadoras, existem políticos que têm verdadeira riqueza, sem nunca terem trabalhado numa empresa privada, sem nunca terem sido empresários, só políticos, a vida inteira sendo políticos e têm patrimônios avaliados em mais de R$100 milhões.

            Provem para mim se esse cidadão roubou ou não roubou. Provem para mim! Srs. Parlamentares, brasileiros e brasileiras, nós temos que avançar nisso. Não podemos parar no mensalão.

            Meu caro, eminente, um dos mais ilustres brasileiros da atualidade, Joaquim Barbosa, amanhã estarei apresentando o requerimento de honra ao mérito a V. Exª, por V. Exª ter dado o passo inicial, por V. Exª ter começado a colocar os ladrões brasileiros, aqueles que prejudicam a Pátria, aqueles que prejudicam o povo desta Nação, aqueles que prejudicam os mais necessitados, os corruptos brasileiros, começou a colocá-los na cadeia. Não só V. Exª, mas esse sério Supremo Tribunal Federal.

            Ora, meus amigos, ora, minhas amigas, o paraense sofreu, o paraense sofreu há décadas, o paraense sofreu a corrupção, o paraense viu políticos, ou político enriquecer no Pará.

            Ora, senhores e senhoras, como é que um político que percorre a mesma caminhada dos outros, como é que político que percorre a mesma caminhada que eu percorri - tenho eu 26 anos de mandatos consecutivos e tenho duas casas; o meu maior advogado é o meu patrimônio; procurem minha vida, procurem um processo meu no Supremo Tribunal Federal, procurem, procurem saber o que eu tenho em minha vida, procurem o meu patrimônio; comparem, comparem com aqueles paraenses - ficou rico? Tem televisão - e o povo paraense sabe de quem eu estou falando - tem televisão, tem jornal, tem avião - aviões -, tem fazendas, tem rádios. Tudo isso no plural.

            E ainda, Senador Aloysio, pega o jornaleco chamado Diário do Pará e fica falando mal de pessoas de bem. Usam a fortuna retirada do povo, usam, Senador Aloysio, a fortuna retirada do povo pobre do meu querido Estado do Pará, de Nossa Senhora de Nazaré, para falar das pessoas de bem e têm a ousadia de mexer até com as famílias das pessoas honestas.

            Ficou rico! A família ficou rica durante um período no Estado do Pará!

            Senador Aloysio, é isso que nós queremos. É por isso que V. Exª, Senador Aloysio, tem que ir comigo. Toda oposição está sendo convidada neste momento para ir comigo nesta audiência.

            José Agripino, nós temos que ir a esta audiência, porque nós queremos a moralidade do nosso Senado e da nossa Pátria. Aqueles que ficaram com o dinheiro público precisam ir para a cadeia, Agripino. Aqueles que enriqueceram com o dinheiro público têm que ir para a cadeia Agripino.

            Meus nobres Senadores, iremos nós, a oposição, iremos nós, com o Ministro que merece a nossa credibilidade, Joaquim Barbosa. Iremos nós.

            E eu tenho aqui em mãos. Hoje, porque tenho pouco tempo, vou ler apenas, senhores e senhores, alguns processos que tramitam no Supremo Tribunal Federal, de um homem da minha terra que ficou rico, milionário à custa do povo da minha terra.

            Olhe, meu querido Pará, olhe como são as pessoas, como é que essas pessoas usam do seu prestígio, encostam-se no Governo Federal, encostam imediatamente e começam a virar amigos do Presidente da República, começam a ser amigos de cozinha da Presidenta ou de Presidente para segurar a tramitação dos processos.

            Esses processos que eu tenho em mãos, Brasil, esses processos que eu tenho em mãos, Senador - sei que V. Exª vai me acompanhar até o Ministro - já tramitam no Supremo há mais de dez anos e não são julgados. Esses processos, Senador, têm que sair da gaveta de alguém; esses processos têm que tramitar e que ser julgados.

            O mensalão é uma gota d’água no oceano. O mensalão parou. Mas nós temos que continuar punindo os corruptos deste País. Nós não podemos agora, porque o mensalão acabou, colocou meia dúzia de petistas na cadeia e seus aliados, dizer que tudo acabou, que a corrupção no Brasil acabou, que ninguém tem mais processo para julgar. Ao contrário. Ao contrário, Senador, meu nobre Líder do meu partido. O mensalão é uma gota d’água no oceano.

            Nós temos muitos processos de políticos que se escondem atrás do governo, de políticos que vêm aqui só acionar aquele painel para votar no governo, para receber do governo o apoio no sentido de não fazer andar e tramitar esses processos, Senador.

            Esse político paraense tem todo tipo de crime nas costas.

            Pará, Pará querido, esse político paraense tem todo tipo de crime nas costas a ser julgado.

            Eu vou ler, eu vou ler para o Brasil e para o meu Estado. O número é grande do processo. Eu vou dizer o primeiro e o último número. Apenas selecionei dez: são 26. São 26, Brasil! São 26, Pará! Vocês sabem de quem estou falando, Pará.

            Ação penal, Processo 2010-1290, crime praticado contra a Administração Pública, emprego irregular de verbas públicas.

            Verba tua, paraense, verba tua, brasileiro, que foi desviada para fazer um dos maiores patrimônios do Norte e Nordeste deste País, para falar mal dos outros, para ofender a família dos outros.

            Outro processo: Processo nº 2.023.127, peculato.

            Outro: processo nº 243.75, crime praticado contra a Administração Pública, emprego irregular de verbas públicas. De novo, paraenses!

            Processo 2002-4375, crime praticado contra a Administração Pública - de novo! -, emprego irregular de verbas públicas; 2014 - 29317: crime de lavagem, ocultação de bens ou valores, crime contra a Fazenda Pública, quadrilha ou bando, e crime contra o sistema financeiro nacional.

            E este homem está solto, Brasil! E este homem está com todo o patrimônio, Brasil! E esses processos não andam, Brasil!

            Mas, com Joaquim Barbosa, vão ser julgados, com certeza, porque Joaquim Barbosa veio para este mundo com a finalidade escrita por Jesus Cristo, para implantar a moralidade neste País.

            Inquérito, processo, crime de falsificação ideológica, quadrilha ou bando, estelionato, crime de lavagem, ocultação de bens, direito de valor. É tudo quanto é crime, meu amigo! É tudo quanto é crime! Não tem ninguém igual a este! Não tem ninguém igual a este! É tudo quanto é crime!

            Minha Nossa Senhora de Nazaré!

            Inquérito: Processo 200032... 23127, crime contra a Administração em geral, peculato.

            Inquérito 2002-9348, crime contra o sistema financeiro nacional. Inquérito 2002-4375, crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas.

            Inquérito: Processo 890323, crime contra a Administração Pública e peculato.

            Só aqui, só aqui dez. Dez! São 26! São 26, Brasil!

            É crime, Senador Paulo Paim, é crime de todas as modalidades!

            Crimes engavetados há décadas, Senador Jarbas Vasconcelos! Engavetados há décadas! Não julgados há décadas! Crimes que, se tivessem sido julgados, meu nobre Presidente, já teriam levado essas pessoas à prisão.

            Quem pode, Presidente, livrar um criminoso de tantos crimes? É muito crime, Senador Paulo Paim!

            Senador, pela nossa moralidade, pela moralidade do Senado Federal - tão abalado e criticado - vamos agir!

            Eu quero agradecer a todos os Senadores oposicionistas que me levaram, novamente, à Liderança da Oposição. Minha bandeira, este ano, vai ser a bandeira contra a corrupção. Essa vai ser a minha bandeira. E eu tenho que começar por mim. Se eu tiver algum processo, que julguem, que julguem imediatamente, mas não pode, Senador, a oposição nacional, através de seu Líder, ficar calada vendo um político com tantos crimes nas costas, crimes sérios, crimes que estão lá no Código Penal. Todos os tipos dos crimes que estão no Código Penal foram praticados por esse cidadão, sua família e sua organização.

            Como eu, Senador...

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - ... que fui agora - já vou terminar - galgado a uma posição tão importante nesta Casa, que é a liderança da oposição neste Senado, como eu poderia ficar calado, ou poderei ficar calado? Eu, como Líder da oposição, eu tenho a obrigação de chamar os Senadores que compõem a minha bancada e dizer: Senadores ilustres, vamos rumar até o Presidente do Supremo Tribunal Federal, pedir o julgamento de todos esses processos, mostrar a ele que estes processos estão engavetados há muitos anos, mostrar a ele que o mensalão não basta, que esta Pátria quer que julguem mais...

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - ... que esta Pátria sabe que não são só os mensaleiros (Fora do microfone.)...

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - ... que devem ir para a cadeia, que há muito mais políticos que devem ir para a cadeia, que fizeram mal à Nação, que fizeram mal ao seu Estado e fizeram mal à gente carente e às pessoas pobres.

            Por isso, eu desço desta tribuna, batendo no meu peito, Senadores, e dizendo que eu não tenho medo de jornal. Podem me bater o quanto quiserem, que eu vou enfrentar esta luta, principalmente sabendo que aqueles que desejam o meu mal são pessoas que roubaram a Pátria e roubaram o meu Estado.

            Muito obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/02/2013 - Página 5898