Comunicação inadiável durante a 66ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Satisfação com a eleição do Embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo para o cargo de Diretor-Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC); e outro assunto.

Autor
Vanessa Grazziotin (PC DO B - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
POLITICA EXTERNA, COMERCIO EXTERIOR.:
  • Satisfação com a eleição do Embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo para o cargo de Diretor-Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC); e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 09/05/2013 - Página 24249
Assunto
Outros > POLITICA EXTERNA, COMERCIO EXTERIOR.
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, MOTIVO, ELEIÇÃO, EMBAIXADOR, BRASILEIRO NATO, RELAÇÃO, DIRETORIA GERAL, ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMERCIO (OMC), ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), ELOGIO, ATUAÇÃO, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, REFERENCIA, POLITICA INTERNACIONAL.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Sr. Presidente, Senador Anibal.

            Antes de iniciar o meu pronunciamento, quero manifestar, também, minha solidariedade a V. Exª, à Bancada de Senadores do Estado do Acre, Senador Jorge Viana, Senador Petecão, e ao Estado, ao povo do Estado do Acre, ao Estado como um todo, pelo falecimento do ex-Governador Orleir Cameli, fato, inclusive, que ocorreu na minha querida cidade de Manaus.

            Então, recebam todos a minha solidariedade, inclusive familiares e amigos do Sr. Cameli, pelo seu passamento.

            Mas, Srªs e Srs. Senadores, venho à tribuna hoje para falar, mais uma vez, e eu o fiz ontem, porque no aparte que concedi ao Senador Dornelles ele trouxe a notícia, Senador Cyro, ao Plenário, da eleição do nosso Embaixador Roberto Azevêdo para a Diretoria-Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC).

            Hoje volto à tribuna para falar dessa importante vitória do Brasil. Não só do Embaixador, mas do Brasil, que, como bem enfatizou a Presidenta Dilma, não foi uma vitória só do Brasil, não foi uma vitória só do Embaixador Roberto Azevêdo, nem de um grupo de países, dos países que apoiaram a candidatura brasileira, mas foi uma vitória da própria Organização Mundial do Comércio.

            Sem o apoio da União Europeia e dos Estados Unidos, a eleição do Embaixador brasileiro demonstrou a força do Brasil e dos países emergentes, sobretudo dos BRICS, que vêm se consolidando, cada vez mais, nessa nova realidade econômica mundial.

            O Embaixador Roberto Azevêdo tem a importante missão de possibilitar que nações com dificuldades possam ocupar espaço no comércio mundial. Diante ainda dos efeitos da crise econômica mundial de 2008, o Embaixador deverá usar seu talento para promover, no cenário mundial - repito, de crise - o desenvolvimento econômico com justiça social.

            A disputa final, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ficou entre o brasileiro Roberto Azevêdo e o mexicano Hermínio Blanco. No início do processo, nove candidatos se apresentaram para suceder o francês Pascal Lamy, que deixará o posto no fim de agosto. Lamy está no cargo, Sr. Presidente, desde 2005.

            E aqui eu quero abrir um parêntese para dizer que, muitas vezes, fiz críticas ao atual Diretor-Geral da Organização Mundial do Comércio pela forma como ele publicamente se referia à Amazônia, Presidente, Senadora Angela Portela, que é do vizinho Estado de Roraima, também Amazônia. Pascal Lamy defendia a ideia de que a Amazônia é um patrimônio da humanidade e não um patrimônio do povo brasileiro. Não foi uma nem foram duas, mas várias vezes, publicamente - está aqui o Senador Mozarildo concordando -, o atual Diretor-Geral da OMC tratou a nossa região dessa forma. Mas ele deixará o cargo em agosto. E que bom que assumirá, em seu lugar, um brasileiro,...

            (Soa a campainha.)

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM) - ... e um brasileiro da mais extrema competência.

            Dos nove candidatos iniciais, saíram da disputa, na primeira fase da seleção, os quatro candidatos que obtiveram menor apoio por parte da consulta feita com os 159 países-membros da OMC.

            A vitória brasileira não contou com o apoio dos países ricos, mas mesmo com essa divisão não houve manifestações contrárias à vitória do Embaixador Azevêdo. Com muita diplomacia, o Embaixador brasileiro vai enfrentar também o desafio de buscar o difícil consenso e ampliar acordos multilaterais entre os países.

            Aos 55 anos, o Embaixador Roberto Azevêdo vai comandar a OMC por quatro anos. Desde 2008, ele é o representante permanente do Brasil na Organização, que decide sobre as disputas comerciais entre os países. Presidente, a Organização Mundial do Comércio é um dos braços mais importantes das Nações Unidas.

            Engenheiro eletrônico, formado pela Universidade de Brasília, o diplomata baiano é casado com Maria Nazareth Farani.

            Chegou ao mundo da diplomacia comercial pela profissão de engenheiro. Ao ser transferido para Genebra, em 1997, cuidava, a princípio, de arquivos, atuava em uma tarefa burocrática. Em 2001, porém, impressionou o então Embaixador Celso Amorim ao participar de reuniões com advogados encarregados do litígio do Brasil com o Canadá, devido à disputa entre a canadense Bombardier e a brasileira Embraer.

            Da discussão sobre a Alca, que acabou em impasse, Roberto Azevêdo foi para a chefia do departamento econômico e passou a ser o chefe da delegação brasileira nas negociações da chamada Rodada de Doha, de liberalização comercial na OMC, que, agora, como Diretor-Geral da Organização, terá a tarefa de levar a algum resultado.

            A última posição ocupada por Azevedo, em Brasília, foi, de 2006 a 2008, no Ministério das Relações Exteriores. Antes disso, já foi diretor do Departamento de Assuntos Econômicos.

            Em sua carreira diplomática, serviu também nas embaixadas do Brasil em Washington e em Montevidéu, assim como na missão permanente do Brasil em Genebra.

            O embaixador brasileiro é conhecido pela capacidade de negociação, Sr. Presidente. Foi eleito com o apoio, repito, de países em desenvolvimento, sobretudo da Ásia e da África, e até alguns países da Europa.

            A candidatura de Roberto Azevêdo contou com o empenho pessoal da Presidenta Dilma Rousseff, que mobilizou a estrutura diplomática e conversou com muitos Chefes de Estado de diversos países.

            Portanto, quero aqui saudar não só Roberto Azevêdo pela capacidade de ter chegado ao cargo que chegou, mas quero, sobretudo, saudar o ex-Presidente Lula, Senadora Ana Rita, e a Presidenta Dilma Rousseff, porque não tenho dúvida alguma de que, se o Brasil ocupa hoje um cargo de tamanha relevância e importância, isso decorre da acertada política externa brasileira.

            Hoje mesmo, Presidente - e já vou concluir -, tivemos um debate importante na Comissão de Assuntos Econômicos com o Presidente do BNDES, Dr. Luciano Coutinho, e, lá, ele falava do investimento do BNDES em vários outros países, como Venezuela, Argentina, Peru, países africanos como Angola, Gana e tantos outros. E eu dizia ao Presidente Coutinho que não há dúvida alguma de que a política externa brasileira, com a abertura de mais de 70 embaixadas do Brasil desde que o Presidente Lula chegou ao poder, e não só com essa ampliação das embaixadas brasileiras, mas essa política externa solidária do Brasil nos levou a essa importante posição. Não tenho dúvida nenhuma!

            Então, quero aqui saudar o nosso Embaixador, o Secretário-Geral que muito orgulha o Brasil e o povo brasileiro, assim como o ex-Presidente Lula e a Presidenta Dilma, responsável por essa acertada política externa e por essa grande vitória do nosso País.

            Muito obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/05/2013 - Página 24249