Discurso durante a 77ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Satisfação com a realização, hoje, da 5ª edição do Troféu Gonzagão em Campina Grande, no Estado da Paraíba.

Autor
Cícero Lucena (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PB)
Nome completo: Cícero de Lucena Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Satisfação com a realização, hoje, da 5ª edição do Troféu Gonzagão em Campina Grande, no Estado da Paraíba.
Publicação
Publicação no DSF de 22/05/2013 - Página 27865
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • ANUNCIO, REALIZAÇÃO, EVENTO, ENTREGA, PREMIO, LOCAL, ESTADO DA PARAIBA (PB), OBJETIVO, HOMENAGEM, COMPOSITOR, MUSICO, ORIGEM, REGIÃO NORDESTE, BRASIL.

            O SR. CÍCERO LUCENA (Bloco/PSDB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, falar sobre a contribuição que os artistas nordestinos dão à cultura brasileira é motivo de muito orgulho para mim e para todos os nordestinos. Em especial a música de caráter regionalista, com tantos artistas de qualidade que ajudam a difundir por todo o Brasil a fecundidade da criação instrumental, vocal e poética da região. Alguns se tornaram estrelas, sobejamente conhecidas, inclusive no cenário nacional e internacional.

            É por isso que me inflo de legítimo e justificado orgulho para anunciar que vai acontecer, nesta noite, dia 21 de maio de 2013, a 5ª edição do Troféu Gonzagão, que vem sendo apontado como o Oscar da música nordestina.

            Este evento é realizado numa iniciativa conjunta do Centro de Ortodontia Integrado da Federação da Indústria do Estado da Paraíba (FIEP), do Projeto SESI Cultural e Tradição da Paraíba, e conta com o apoio do Governo do Estado e da Prefeitura Municipal de Campina Grande, bem como da Universidade Estadual da Paraíba, além de alguns patrocinadores.

            Desnecessário falar do grande compositor, sanfoneiro e cantor Luiz Gonzaga, de quem comemoramos, no ano passado, o centenário de nascimento.

            É, por assim dizer, inacreditável pensar que alguém, no Brasil inteiro, possa desconhecer sua canção, praticamente um hino nacional, denominada “Asa Branca”.

            Se fosse o Senador Suplicy que estivesse aqui falando, com certeza, ele estaria entoando a música “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga.

            Em parceria com Humberto Teixeira, Luiz Gonzaga ainda compôs: “Xote das Meninas”, “Baião”, “Respeita Januário”, “Assum Preto”, “A Vida do Viajante” e muitas outras, que seria cansativo enumerar aqui.

            Esse é, pois, o artista que deu nome ao troféu, por ser o mais autêntico e legítimo representante da música nordestina.

            Srªs e Srs. Senadores, neste ano, receberá uma homenagem in memoriam o grande instrumentista Sivuca, paraibano, que também teve uma glória na música brasileira.

            Sivuca (Severino Dias de Oliveira) nasceu em Itabaiana, Estado da Paraíba, em 26 de maio de 1930 e faleceu em 14 de dezembro de 2006. Era um verdadeiro virtuose no acordeão - ou sanfona, nome mais popular -, mas não parava por aí. Também cantava e tocava violão, guitarra, piano e percussão, além de se ter também consagrado como maestro, arranjador, compositor e orquestrador. Casado também com a paraibana Glorinha Gadelha, da cidade de Sousa.

            Certamente, as homenagens a esse músico excepcional não conseguirão igualar o nível de sua grandeza e de seu merecimento, levando-se em conta tudo aquilo que ele fez em prol da divulgação da música brasileira e, especialmente, da música nordestina.

            Recordo-me bem de um concerto maravilhoso da Orquestra Sinfônica da Paraíba com Sivuca, que brindou a todos que tiveram a oportunidade de ver esses talentos juntos.

            Nessa noite de gala, também serão homenageados o casal Antônio Barros e Cecéu e o cantor Genival Lacerda, pela grande contribuição que deram à música regional nordestina por meio de suas composições características.

            Genival Lacerda, natural de Campina Grande, tornou-se um ícone da música nordestina, do verdadeiro forró. Quem conhece um pouco de música regional, certamente, se lembra de seus grandes sucessos: “De quem é esse jegue”, “Julieta”, “Severina Xique-Xique” e “O gato Tico”.

            Quanto ao casal Antônio Barros e Cecéu, algumas de suas composições também extrapolaram a região para conquistar todo o Brasil. Entre as centenas de composições, vale a pena destacar “Bate Coração”, “É Proibido Cochilar” e “Homem com H”. A dupla é referência na hora de animar um arrasta-pé e de incentivar, naturalmente, a participação do público, que sempre canta junto com o casal.

            Outras personalidades do Estado também receberão homenagens pelo seu trabalho de divulgação da cultura nordestina. São eles o jornalista paraibano, escritor, ensaísta, crítico literário e poeta José Nêumanne Pinto; o cineasta Breno Silveira, responsável pelo filme Gonzaga de Pai para Filho; o cantor Chico César; o escritor, pesquisador e consultor da música brasileira Assis Ângelo; o cartunista Fred Ozanan; o juiz de direito Onaldo Rocha de Queiroga, titular da 5ª Vara Cível de João Pessoa, que é um especialista em Luiz Gonzaga e autor do livro Baião em Crônicas.

            Todas as edições do Troféu Gonzagão devem ser consideradas momentos inesquecíveis, mas a deste ano promete ser ainda mais marcante. Mais de 100 artistas de renome devem participar da grandiosa festa, abrilhantando ainda mais o evento. São artistas destacados no cenário nacional e amplamente conhecidos do público, podendo-se mencionar Nando Cordel, Flávio José, Pinto do Acordeon, Amazan, Tom Oliveira, Capilé, Dorgival Dantas, Adelmario Coelho, Alcimar, Tony Dumond, Biliu de Campina, Trio Juriti, Três do Nordeste, Trio Nordestino, Maciel Melo, Josildo Sá, Cezinha do Acordeon, Cirano e Cirino, com destaque ainda para o maestro da noite, Adelson Viana, todos com presença já confirmada.

            Não creio que um tal prêmio concedido periodicamente, como o Troféu Gonzagão, tenha o condão de aumentar a fecundidade dos artistas da Região Nordeste. A cultura nordestina já é muito rica. Ela transborda, tamanha é a criatividade dos artistas da terra. O prêmio serve, sim, para expressar o reconhecimento de um povo que muito deve ao trabalho produzido por esses artistas.

            Por tudo isso, tenho a certeza de que vale a pena trazer para o conhecimento desta Casa e de todos os brasileiros a realização desse evento tão grandioso, visando a premiar personalidades marcantes da música e da cultura nordestina.

            Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Meu muito obrigado e que Deus proteja a todos.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/05/2013 - Página 27865