Discurso durante a 82ª Sessão de Premiações e Condecorações, no Senado Federal

Agradecimento pelo recebimento do Diploma José Ermírio de Moraes.

Autor
Robson Braga de Andrade
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CONCESSÃO HONORIFICA. POLITICA INDUSTRIAL. ENSINO PROFISSIONALIZANTE.:
  • Agradecimento pelo recebimento do Diploma José Ermírio de Moraes.
Publicação
Publicação no DSF de 29/05/2013 - Página 30761
Assunto
Outros > CONCESSÃO HONORIFICA. POLITICA INDUSTRIAL. ENSINO PROFISSIONALIZANTE.
Indexação
  • AGRADECIMENTO, RECEBIMENTO, CONCESSÃO HONORIFICA.
  • POLITICA INDUSTRIAL, INDUSTRIA NACIONAL, PERDA, COMPETITIVIDADE, INDUSTRIALIZAÇÃO.
  • ELOGIO, CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDUSTRIA (CNI), SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL (SENAI), SERVIÇO SOCIAL DO COMERCIO (SESC), QUALIFICAÇÃO, EDUCAÇÃO, TRABALHADOR.

            O SR. ROBSON BRAGA DE ANDRADE - Boa tarde a todos e a todas.

            Gostaria de cumprimentar o Presidente do Senado, Senador Renan Calheiros; o Presidente do Conselho do Diploma José Ermírio de Moraes, Conselheiro Emérito da CNI, Senador Armando Monteiro Neto; os Senadores Fernando Collor, Eunício Oliveira, Vital do Rêgo; a Senadora Ana Amélia; o Senador Luiz Henrique; o Senador Pedro Taques; o Senador José Pimentel; o Senador Jorge Viana; o Senador Inácio Arruda; o Senador Romero Jucá; o Senador Cristovam Buarque; e os Deputados aqui presentes, cumprimentando a todos na pessoa da Deputada Gorete. Obrigado a todos pela presença!

            Eu queria fazer, também, um cumprimento especial à minha esposa Cristiana Parisi de Andrade, que me acompanha aqui nesta homenagem; cumprimentar todos os companheiros e empresários do sistema indústria aqui presentes; e um cumprimento especial aos empresários: Francisco de Sá Dias Branco e José Alexandre dos Santos. Para mim, é um honra e um orgulho muito grande estar nesse meio de empresários industriais de tanta relevância e que tanto tem contribuído para o crescimento do Brasil e para a construção de uma indústria brasileira forte e pujante. Sinto-me muito orgulhoso de estar, aqui, na presença dos senhores, e de poder falar em nome dos senhores.

            Gostaria apenas de salientar e de dizer algumas palavras.

            O meu Presidente, o líder Armando Monteiro, já fez aqui uma exposição a respeito da indústria brasileira, da economia brasileira, com muito conhecimento de tudo o que se passa na nossa economia e na nossa indústria. Eu queria apenas salientar algumas coisas.

            Primeiro que o Brasil, nos últimos anos, se transformou, realmente, numa economia muito forte, estando inserido num rol de países importantes, hoje considerado como a 6ª economia do mundo, com possibilidades concretas de chegarmos à 5ª economia do mundo.

            Também nesses últimos anos, o Brasil conseguiu inserir no mercado de consumo e na classe média brasileira mais de 40 milhões de pessoas. É um País hoje com pleno emprego. O nosso nível de desemprego está em torno de 5%, 6%, o que é considerado, realmente, pleno emprego, com distribuição de renda, com salários de primeira qualidade, porém, um País que tem hoje um custo extremamente elevado e que não privilegia principalmente a indústria brasileira.

            A nossa indústria, como falou o Presidente, que já foi mais de 30% do PIB brasileiro, depois 26%, depois 22%, hoje, Sr. Presidente, estamos abaixo de 14% do PIB brasileiro na nossa indústria. E é uma indústria construída no Brasil com muito sacrifício, sacrifício que vem de décadas, que vem desde os anos 50, quando começamos a industrialização do Brasil, em que tivemos sacrifício do governo, sacrifício da União, sacrifício dos empresários, sacrifício dos trabalhadores, para construirmos essa indústria brasileira que hoje tem enfrentado dificuldades de competir no mercado interno e no mercado externo.

            O nosso problema, no Brasil, é de competitividade, pelos elevados custos que nós temos. Nós vemos, hoje, que os salários no Brasil cresceram muito nos últimos anos, cresceram acima da produtividade brasileira. Não temos nada contra o trabalhador ganhar bem, ganhar melhor, ter condições de sustentar melhor a sua família, de ter acesso à educação e ao lazer, aos bens que a sociedade produz, mas os custos inerentes a esse trabalho são muito elevados. Nós pagamos uma carga tributária excessiva; temos um custo do trabalho extremamente elevado; padecemos de uma infraestrutura que ainda não é adequada para o nível da economia brasileira; temos um problema de burocracia; problemas, ainda, na área da educação.

            Todas essas questões têm feito com que a indústria brasileira perca competitividade quando é colocada em concorrência com empresas de outros países, principalmente hoje, quando o mundo atravessa crises, tanto na União Europeia, como nos Estados Unidos. A gente tem perdido mercado para empresas da Ásia, mas também para empresas desses países.

            E, quando dizem que o Brasil é um país protecionista, nós na CNI temos mostrado que, ao contrário do que se coloca hoje, o Brasil não é um país protecionista. Protecionistas são, muitas vezes, os países da Europa, que não permitem que os produtos brasileiros - por uma defesa comercial que eles fazem, inteligente, bem feita, sem tarifas, mas muitas vezes com barreiras técnicas, tanto na Europa como nos Estados Unidos - entrem, que são produtos de alta qualidade, muito bem trabalhados e muito bem preparados.

            Nós da CNI, no Sistema Indústria - dando seguimento a tudo aquilo que o Presidente Armando, o Presidente Albano Franco e outros Presidentes que nos antecederam nos legaram -, temos investido muito para mudar esse quadro.

            Primeiro, nós estamos investindo enormemente na educação do trabalhador brasileiro. E não apenas numa educação pontual, mas numa educação continuada. Ainda o Presidente Armando Monteiro idealizou o Programa Educação para a Nova Indústria, e, hoje, nós estamos investindo, na educação do trabalhador brasileiro, mais de R$2 bilhões na construção de novas escolas, na construção de laboratórios e de centros de pesquisa, principalmente nas regiões mais carentes do País. O Norte, o Nordeste e o Centro-Oeste são os lugares onde nós temos feito os principais investimentos do Sistema Indústria, do Sesi e do Senai.

            Hoje, nós somos o principal parceiro do Pronatec. Mais de 50% de todos os alunos do Pronatec participam das escolas do Senai e agora, também, do Sesi. Nós temos hoje, nas nossas escolas no Brasil inteiro, mais de três milhões de alunos e assumimos um compromisso de chegar, até 2014, com quatro milhões de alunos. E certamente vamos ultrapassar essa meta.

            Nós, como disse o Senador Cristovam Buarque, participamos das Olimpíadas Internacionais, competindo com 51 países, os mais industrializados; países como Alemanha, Estados Unidos, Japão, China, Rússia, Itália, França, Espanha, e, no ano passado, no ano atrasado, nós ficamos em segundo lugar nessa competição, o Senai e o Sesc representando o Brasil nessa competição, atrás apenas da Coreia do Sul, que tem, como todos nós sabemos, um investimento maciço na educação, não só do trabalhador, mas na educação de toda a população.

            Nós temos investido em mais de dois milhões de trabalhadores da indústria, através do Sesi, em programas de qualidade, em programas de saúde e segurança do trabalho.

            Presidente Armando, todos os nossos recursos são investidos, de acordo com a lei, em educação, em segurança, em saúde, em programas que beneficiam o trabalhador e o filho do trabalhador brasileiro. E todo o nosso orçamento, todos os nossos gastos, todas as nossas receitas estão à disposição de todos os Senadores e de todos os Parlamentares, para que a gente possa mostrar de que forma nós investimos e melhorar o trabalho que nós fazemos em benefício da construção de um País muito mais justo e muito mais digno.

            E eu queria também, Presidente, Senadores, falar a respeito do trabalho que a CNI tem feito. Nós agora, este ano, lançamos o mapa estratégico da indústria. O primeiro mapa também começou com o Presidente Armando Monteiro, o mapa estratégico, em 2005, 2006, e hoje nós nos balizamos por esse mapa estratégico, lançado lá atrás, para fazer um novo mapa estratégico até 2022, considerando que, em 2022, nós estaremos comemorando os 200 anos da independência brasileira. E esperamos chegar em 2022, também, com uma indústria independente, madura e preparada para competir não só no Brasil, mas no mercado internacional.

            Nesse mapa estratégico, nós estamos tratando de dez temas, dez questões que são ligadas à nossa competitividade: questões tributárias, ambientais, de educação, de infraestrutura, de burocracia, quer dizer, todos os temas importantes estão sendo tratados nesse mapa estratégico. E, Presidente, Senadores, esse é um mapa que dá um direcionamento para o Brasil no futuro, aonde nós queremos chegar e o que precisa ser feito para que a gente chegue nessa indústria importante de um País que será a quinta ou a quarta economia do mundo.

            Por outro lado, lançamos também este ano a Agenda Legislativa. Nessa agenda, trabalhamos com todas as federações de indústrias, com 54 associações de classe. É uma agenda que vem sendo lançada há anos, é a 18ª Agenda Legislativa, onde pontuamos todos os projetos que estão no Senado ou na Câmara e que podem fazer a diferença para que a economia brasileira possa se desenvolver mais, melhor e mais rápido.

            Esse projeto nós apresentamos para todos os Deputados e Senadores. Temos trabalhado nele, Senador Collor de Mello, como se fosse a nossa bíblia: a forma de trabalharmos com o Congresso, a forma de discutirmos com todos os senhores os projetos que são importantes, como disse o Senador Armando Monteiro, não para a indústria brasileira, mas que são importantes para o País. É disso que nós precisamos. Nós precisamos realmente fazer uma mudança muito grande nas nossas legislações, na legislação trabalhista. Por exemplo, o Senador Eunício estava me confidenciando que começou a trabalhar com 14 anos de idade e com carteira assinada. Hoje, isso não é permitido. E nós, com o objetivo de proteger os jovens, estamos colocando-os à margem do trabalho, à margem do crescimento e colocando-os à disposição da marginalidade, da ociosidade e da possibilidade de serem cooptados não para a dignidade, não para a construção de um Brasil muito mais justo, de um Brasil muito mais moderno, mas serem cooptados para uma marginalidade que os leva a não terem objetivo na vida, a não sentirem o prazer e a alegria de terem um trabalho bem feito, de criarem uma família. Tanto que vemos hoje os jovens entrando no mercado de trabalho muito mais tarde.

            Então, senhores, nós precisamos mudar essa situação. E nós contamos com o trabalho com o Congresso Nacional, com o Senado e a Câmara, para que, juntos, possamos fazer tudo aquilo de que temos consciência plena, o diagnóstico perfeito do que precisa ser feito. E só os senhores, como representantes legítimos da sociedade brasileira, são capazes de mudar esse estado.

           Contem com a gente. Nós, na CNI, estamos à disposição para trabalhar com os senhores em tudo que for importante para o Brasil e para a indústria brasileira.

           Mais uma vez, muito obrigado a todos.

           Eu quero fazer um agradecimento especial, pela homenagem que recebi, ao Senador Armando Monteiro e ao Senador Cristovam Buarque, pela indicação que fizeram do meu nome.

           Muito obrigado (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/05/2013 - Página 30761