Pela Liderança durante a 207ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas ao tratamento penitenciário diferenciado oferecido a alguns réus da Ação Penal nº 470; e outro assunto.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
POLITICA PENITENCIARIA. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI).:
  • Críticas ao tratamento penitenciário diferenciado oferecido a alguns réus da Ação Penal nº 470; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 20/11/2013 - Página 83137
Assunto
Outros > POLITICA PENITENCIARIA. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI).
Indexação
  • CRITICA, PRIVILEGIO, TRATAMENTO ESPECIAL, REGIME PENITENCIARIO, CONDENADO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), AÇÃO PENAL, CORRUPÇÃO, PAGAMENTO, MESADA, CONGRESSISTA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).
  • CRITICA, AUSENCIA, INVESTIGAÇÃO, DESVIO, RECURSOS, CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF), RETIRADA, ASSINATURA, REQUERIMENTO, CRIAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI).

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Meu querido Presidente, até que enfim decidiram através de um homem ilibado, ícone da população brasileira, chamado Joaquim Barbosa, Joaquim Barbosa.

            Conseguimos ver um fio de justiça neste País.

            Genoino, na tentativa de ser herói do Brasil, ainda fez sinal de vitorioso. A mesma coisa o Dirceu. Eu fiquei pensando: quantas vezes estive aqui nesta tribuna falando deste assunto! Cheguei até ao excesso de dizer que eu renunciaria se o Dirceu fosse preso. Se tivesse travado uma aposta, eu teria ganhado.

            Avançamos, avançamos sob pressão, sob o trabalho dos bastidores do Presidente Lula, da Presidenta para que o Brasil fosse desmoralizado e esses cabras não fossem pelo menos detidos como foram.

            Brasil, o que vai acontecer agora? Alguns que não pertencem à elite do PT foram condenados à prisão verdadeira. Aqueles que vão para a cadeia e cumprem na cadeia os anos de penalidade. Os que pertenciam à elite, não; estes não podem ficar presos.

            Vamos colocar no regime semiaberto. E aí colocaram no regime semiaberto.

            Li uma reportagem antes mesmo do julgamento, Brasil, que já estava preparado um quarto com ar-condicionado, televisão 52’’. Então, já previamente se sabia mais ou menos o que ia acontecer.

            Hoje, o regime é semiaberto, e, daqui a seis meses, quando os holofotes saírem de cena, já vão começar a chegar às 10 horas, já terão um quarto com ar-condicionado e com televisão, vão escrever um livro, vão vender muito, vão ficar ricos. E isso acontece porque existe Joaquim Barbosa. Se ele não existisse, nem isso aconteceria, nem o semiaberto.

            Veja, Brasil, os nomes que foram para o regime semiaberto, que passam o dia em casa, que se apresentam à noite, que dormem na prisão e que, de manhã, vão tomar café em casa! Quanto roubou Dirceu? Quanto roubou Genoino? Quanto custou à Nação o roubo, a corrupção que esses homens praticaram?

            Daqui a seis meses, eles já chegarão mais tarde, eles vão inventar uma doença, como já a inventou o Genoino.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Mas o Genoino inventou muito cedo a doença.

            Ó Genoino, tenhas calma! Deixes passar mais um tempo! Tu conheces o Brasil muito bem. Só estas aí passando a noite, porque há o Joaquim Barbosa brasileiro, senão nem isso aconteceria. Isso ocorreu porque a pressão foi muito grande, muito grande!

            E eu já disse, meu Senador Flexa Ribeiro, que nasci no Marajó, mas estou quase buscando o título de pajé. Pajé é aquele marajoara. Eu vejo isso muito no Marajó, que conheço. Nasci lá e me criei lá. Já fui assistido por pajé. Já tive uma crise intestinal que o pajé curou.

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Eu acreditei que tivesse sido curado por ele. É a fé, é a fé!

            Mas, aqui, eu disse que os caras não iam para a cadeia. Quase acerto em cheio! Aqui, eu disse que Ricardo Teixeira era um dos maiores larápios da história do futebol brasileiro. Acertei! Aqui, eu disse que Pagot tinha usurpado dos cofres públicos milhões e milhões de reais. Acertei! Aqui, eu disse que os mensaleiros, principalmente Dirceu e Genoino, não iam para a cadeia. Bateu na trave!

            Eu corri com uma CPI, alguns dias atrás. Olhem como eu adivinho as coisas!

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Já vou descer da tribuna, Sr. Presidente. Pela sua bondade, peço-lhe mais dois minutinhos só.

            Eu corri com uma CPI e consegui 37 assinaturas. Então, eu falei assim: “Ó Pai!” Olhei para Cristo e pensei: “Cristo, as coisas estão mudando aqui.” Olhei para o Rui e pensei: “Rui, as coisas estão mudando aqui.” Olhei para a Bandeira Nacional, vi a frase “Ordem e Progresso” e pensei: “Querida Pátria, parece que o Senado está mudando e levando a sério as coisas da população. Vamos ver o que está acontecendo nas federações e na CBF. Trinta e sete Senadores assinaram a CPI.”

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Há dez anos, eu não ingeria um pingo de álcool. Fui para a minha casa comemorar e tomei meia dose de uísque, dois dedinhos. Eu disse: “Rapaz, vou conseguir mostrar para a Nação a bandalheira, a ladroagem, a sem-vergonhice que existe na Confederação Brasileira de Futebol e nas federações regionais estaduais.” Erro meu, eu me enganei! O Senado não mudou, continua o mesmo! Retiraram as assinaturas por ordem do Governo.

            Eu vi uma Ministra... Como é o nome dela?

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Eu vi aquela Ministra que usa aquele helicóptero da Saúde, que serve para atender os doentes. Quando os doentes estão doentes, ela voa para fazer política. Qual é o nome dela? (Pausa.)

            Ah, é a Ideli! Eu tinha esquecido. É a Ideli. Aqui, ela parecia séria. Lá fora, é uma decepção a Ideli.

            E eu caí de novo na tentativa de pensar que o Parlamento ainda tinha a atribuição de fiscalizar a verba pública, o Governo.

            Olhem aqui, acertei na mosca!

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Não sou pajé, mas acho, Senadores, que acertei na mosca de verdade (Fora do microfone.).

            Cadê a TV Senado? Mostra, TV Senado! Olhe como eu acertei na mosca, Brasil! Olhe o Marin na Veja. A Veja publicou, nesta semana, exatamente aquilo que eu queria fiscalizar. Diz assim: “O mensalinho de Marin.” É exatamente aquilo que eu queria fiscalizar aqui, e o Senado não deixou. O Senado Federal não deixou!

            Ainda há Senadores que têm a coragem, Sr. Presidente - já desço da tribuna -, ou melhor, a covardia - não há outra palavra para ser usada - de assinar e de retirar a assinatura do requerimento de instalação de uma CPI.

            Desço desta tribuna, meu querido País, dizendo a todos que não desisto dos meus objetivos.

            Vou reapresentar o requerimento, Marin! Não penses que não estou de olho em ti! Vou estar aqui sempre, Marin, e vou conseguir mostrar que tu estás roubando! Marin, não adianta te esconderes! É muito dinheiro, Marin!

            Agora, Presidente, ao descer da tribuna, faço uma pergunta ao Brasil. Agora, desço da tribuna, mas quero fazer uma pergunta ao meu País. Isso aí que aconteceu com os mensaleiros já foi uma lição, já foi um avanço. Agora, digam-me, meus queridos brasileiros...

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - ...e minhas queridas brasileiras, paraenses devotos de Nossa Senhora de Nazaré (Fora do microfone.), digam-me, na minha descida da tribuna: será que são só esses? Será que não há mais gente que roubou mais do que Genoino e que está solta? Será que esses caras não vão para a cadeia?

            Há gente que roubou três vezes mais do que Dirceu, três vezes mais do que Genoino, três vezes mais do que Delúbio! Estão soltos! E mais, estão exercendo mandatos. Estão exercendo mandatos, Brasil! Estamos longe de ser um País sério.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/11/2013 - Página 83137