O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr^as e Srs. Senadores, brasileiros, paraenses da Virgem de Nazaré, oposição não se faz somente por ser oposição. Oposição não se faz de uma maneira inconsequente. Oposição não se faz falando inverdades. Oposição tem que ser séria. A oposição, quando falar, tem que mostrar documentos que comprovem o que fala, para ser uma verdadeira oposição.

            Quando subo a esta tribuna, brasileiros, brasileiras, paraenses, eu subo falando a verdade documentada.

            Quando eu digo, por exemplo, que o PT é especialista em defender corruptos, eu estou falando uma verdade pura e absoluta.

            O Lula tentou, de todas as formas -- de todas as formas -- contatos para não comprometer os mensaleiros, que roubaram a Nação. 

            A Dilma entrou no jogo, e o País assistiu à cena mais ridícula de sua história, que até hoje fica nos ouvidos de cada um de nós.

            Será, brasileiros e brasileiras, será, Brasil, que o Dirceu, por exemplo, vai ser preso? Eu não acredito. Nenhum petista -- repito desta tribuna --, nenhum petista, enquanto o Governo for petista, irá preso. Pode roubar à vontade. 

            Ora, se a própria Presidenta, Brasil, vai à Vitória da Conquista entregar 1.720 casas do Programa Minha Casa Minha Vida, que ela criou e parecia sério esse programa -- foi agora, anteontem --, e entrega as casas sem água, sem luz, sem esgoto, a maioria das casas, como quem diz assim: -- Ah, isso é para os pobres, que se lixem eles.

            Dilma, você tem que respeitar o pobre brasileiro, Dilma. Foi ele, Dilma, este mesmo pobre brasileiro, que te levou ao poder. Não te esqueces, Dilma, que quem nos traz para o poder é o povo. Não zombe do povo, não humilhe a pobreza! Respeite a pobreza, Presidenta! Em vez de a senhora defender os corruptos dessa Pátria, a senhora deveria respeitar os pobres, Presidenta!

            No dia seguinte, ontem, ela foi ao interior da Bahia e, chegando lá, no âmago do seu pronunciamento, volta a humilhar os pobres da Nação. Disse ela, no seu pronunciamento, ontem, no interior da Bahia, meu caro Presidente: -- Vocês querem casa? Então, está aí a casa. Vocês querem médicos? Então, estão aí os médicos.

            Dilma, isso aí, no Marajó, na terra querida onde eu nasci, chama-se cara de pau, Dilma. Onde é que tem médico, Dilma? Tu colocaste 500 médicos em uma Nação e tu estás dizendo que servistes a Nação de médicos! Se eu perguntasse aos Senadores aqui se, nos seus Estados e nos seus interiores, tem médicos, eles vão dizer que não.

            Dilma, tira a máscara, Dilma! O povo não te aguenta mais!

            O povo está nas ruas, querendo saúde, educação, transporte, Dilma! E tu estás brincando com a população pobre deste país. O que tu fizeste até hoje, Dilma? Mostra uma obra de vulto que tu tenhas feito, Dilma! Mostra uma! Condenem-me, Presidente! Condenem-me, Senadores, se eu não estiver falando a verdade aqui.

            A Dilma, Brasil, inaugurou a Ferrovia Norte/Sul -- Senador Rubem não lhe veja mais aqui, o que V. Exª acabou de falar -- oito vezes...

(Soa a campainha.)

            Ela inaugurou a Ferrovia Norte/Sul, brasileiros, oito vezes! Sabem quantos trens tem na Ferrovia Norte/Sul? Nenhum, brasileiros! E isso, no meu Marajó querido, onde eu nasci, chama-se “cara de pau”, Dilma.

            E a transposição do Rio São Francisco tão anunciada, tão comemorada pelos nordestinos! Agora vai sair! Agora é a Dilma! Agora sai! Estão lá os concretos rachados pelo sol, e nada, nenhuma providência cabe a Dilma. E o país caminhando para a beira do abismo, Dilma.

            Não temos saúde, não temos educação, não temos vias, são assassinas as nossas estradas, não temos portos, não temos aeroportos, mas nós temos grandes estádios de futebol que a FIFA mandou o Brasil fazer.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - E ela fez, gastando R$ 7 bilhões. Eita País! Eita País! Eu não sei, eu não sei Presidente. Vou descer, Presidente.

            Eu não sei, eu não entendo! Sou brasileiro, morro por esta Pátria. Sei que corro risco quando falo nesta tribuna. Sei que podem mandar fazer coisas comigo, mas eu não arredo o pé pela minha Pátria. E eu não sei como tem político que vem à tribuna defender a Presidenta Dilma. Eu não entendo isso, quando fatos comprovados mostram que ela massacra o povo brasileiro.

            Já vou descer, Presidente.

            Só uma notinha que eu recebi agora, quentinha.

            O Tribunal de Contas da União fiscalizou recentemente duzentas obras -- duzentas, Brasil -- duzentas obras pequenas, porque obra grande não há nenhuma, do Governo Federal. Sabem quantas obras irregulares havia? São dados que chegaram agora para mim: duzentas obras foram fiscalizadas pelo Tribunal de Contas da União e só nove estavam regulares; o resto, todas, com vestígios de corrupção.

            Aonde chegamos, meu País querido, minha Pátria querida? Aonde chegamos? Quando eu penso que a sua bandeira, verde, amarelo, azul e branco -- essa atrás de mim e aquela à minha frente --, prega Ordem e Progresso, a Dilma prega a desordem e o recesso desta nação.

             Essas duas palavras que estão aí -- e todo brasileiro se orgulha de olhar para a sua bandeira --, essas duas palavras que foram colocadas aí para que cada um de nós pudesse se orgulhar, hoje não valem. Não temos ordem. Liguem a televisão todas as noites para ver como está o País. Leiam os jornais para ver como está o País, para ver o descontentamento da população. E o PT mente, continua mentindo!

            Meu querido Pará, minha terra querida, infelizmente, o que vemos hoje nesta Pátria é a incompetência, é a mentira, mas, como dizem que mentira tem perna curta, ela está começando a virar crença, a crença do povo brasileiro em poder dizer que este Governo veio para destruir a Pátria.

            A cada momento, a cada instante que se vive nesta terra querida, nós temos, no dia seguinte, a insatisfação, o mal-estar de ver uma população sofrida. E, quando nós chegamos à classe mais pobre, mais pobre ainda é a classe dos aposentados, abandonada. Aí é que nós vimos o sofrimento.

            Mas, Dilma, vou descer desta tribuna te fazendo um pedido, Dilma. Quem sabe tu não possas ouvir um humilde Senador da República? Não brinca com a pobreza dos brasileiros. Eu não acredito que tu sejas incompetente ao ponto de chegar a dar uma casa a um pobre, sem água, sem luz e sem esgoto. O pobre acende velas à noite na Minha Casa, Minha Vida. Vela, vela, vela! O povo, nessas 1.700, não sei outras -- tenho a informação concreta; quem quiser me questionar me questione --, não tem esgoto.

            Mozarildo, caro Presidente, quem não tem esgoto tem que ir para o mato. Quem não tem esgoto, Mozarildo, tem que fazer no mato. Dilma, tu fazes no mato, Dilma? Eu te pergunto, Dilma. Tu vais para o mato? Deve haver ouro. No teu WC deve ter ouro, Dilma, deve ser estofado, Dilma. Tu vives de vela na tua casa, Dilma? Vives? Tu vais tirar água do poço puxando a corda, Dilma? Tu vais?

            Respeita, Dilma! Pelo menos isso. Respeita o povo pobre desta Pátria.

            Muito obrigado, Presidente.