Discurso durante a Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Voto de pesar pelo falecimento do ex-senador João Faustino Ferreira Neto.

Autor
Ruben Figueiró (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MS)
Nome completo: Ruben Figueiró de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Voto de pesar pelo falecimento do ex-senador João Faustino Ferreira Neto.
Aparteantes
Aloysio Nunes Ferreira, Cícero Lucena, José Agripino.
Publicação
Publicação no DSF de 04/02/2014 - Página 951
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, JOÃO FAUSTINO, EX SENADOR, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), ELOGIO, ATUAÇÃO, VIDA PUBLICA.

            O SR. RUBEN FIGUEIRÓ (Bloco Minoria/PSDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Srs. Senadores, senhores ouvintes da Rádio Senado, senhores telespectadores da TV Senado, senhoras e senhores presentes, cabe a mim, neste instante, a honra de ser o primeiro orador desta nova Sessão Legislativa da nossa Casa, o Senado Federal.

            As palavras que irei proferir vêm do âmago de meus sentimentos, neles marcados com pinceladas fortes de emoção. Desde muito jovem, adolescente ainda, entusiasmei-me pela militância política, empolgado pelos primeiros clarões que anunciavam a aurora da democracia, lá pelos idos de 1945, com a sua clareza solar cegando a visão autocrática, já bruxuleante, do chamado "Estado Novo".

            Daí percorri um longo caminho até aqui chegar, neste sinédrio da República. Foram mais de 60 anos. Nesse longo viver, convivi com personalidades nacionais; conheci pessoalmente líderes mundiais, homens de Estado de nações amigas; expressões de nossa intelectualidade; empresários dos campos e das cidades; religiosos de todos os matizes da fé e, sobretudo, convivi com gente simples que não perde a esperança de alcançar a primavera.

            Dessa experiência cidadã, cultivei muitas amizades que acalentaram o prazer da vida e os ensinamentos dela. De todas, guardo, e guardarei sempre, as emoções da amizade e do respeito.

            De todas, permitam-me, Excelências, que abra as portas de meu coração, para dizer-lhes que tenho dentre elas mais do que um amigo - um irmão.

            Foi sob os umbrais deste Congresso Nacional que nos encontramos no ano de 1979, recém eleitos Deputados Federais pelos nossos respectivos Estados. Desejo profundo de servir nossa Pátria acrisolavam nossos ideais, nossos propósitos, amalgamados pelo sonho de ajudar, mesmo juntando um a um os tijolos da liberdade para construir, ou melhor, reconstruir o edifício da democracia, sempre acalentado naqueles anos de exceção.

            Os dias, muitos dias, transcorreram e as contingências da política fizeram com que retornássemos às nossas nascentes, mas nem as distâncias territoriais tiveram o condão de nos distanciar como amigos e como irmãos.

            É desse irmão, desse amigo, João Faustino Ferreira Neto, que prostrado e saudoso falo a esta Casa. Sei que muitos de V. Exªs também conviveram com ele na Câmara dos Deputados e neste Senado, locais que ilustrou pela valiosa contribuição parlamentar, que os Anais registram perenemente.

            Permitam-me, Excelências, que faça um breve histórico da vida pública de João Faustino.

            Jovem, foi presidente da união estadual dos estudantes do Rio Grande do Norte, durante aquele período buliçoso do ante e após 1964. Graduou-se em pedagogia e matemática pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, onde se tornou professor titular. Possuía pós-graduação na Fundação Getúlio Vargas e na Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Foi diretor da antiga Escola Técnica Federal, atual Instituto Federal do Rio Grande do Norte. Foi presidente da União dos Escoteiros do Brasil.

            Em 2008, publicou o livro A Escola que vivi - memórias de um educador. Foi secretário de Educação do Município de Natal e, em sequência, titular da Secretaria de Estado de Educação - se não me falha a memória, parece-me que na administração do nosso colega e atual Senador José Agripino. Isso no decorrer da década de 1970.

            Em 1978, elegeu-se Deputado Federal de forma consagradora. Reeleito em 1982, em 1986, por forte instância de seu partido concorreu ao governo do Estado, voltando a eleger-se Deputado Federal em 1990. Solidificando suas convicções políticas, em 1988, João Faustino foi um dos que assinaram a Ata de Fundação do PSDB, no qual tinha forte influência, mercê seu porte e altivez democrática.

            Foi membro do Conselho Federal da Educação e exerceu o importante cargo, com status de ministro, de secretário de articulação com os Municípios do governo de Fernando Henrique Cardoso. Tal o prestígio, granjeado pela honorabilidade e eficiência de seus atos, fez com que o Governador José Serra, de São Paulo, o levasse para ser seu secretário de Estado, para a difícil missão de articulação com os mais de 500 Municípios paulistas.

            O nosso João Faustino, um homem bom, reconhecido indistintamente pelo povo de sua terra como o "João do Coração", foi um lutador incansável pela educação e pelo desenvolvimento regional. Era municipalista, tinha uma visão acurada da realidade brasileira, tinha um atilado senso político, era um intelectual na verdadeira acepção da palavra.

            Preparava-se para novas missões na arena política eleitoral. Receberia, e disto muito se honrava, o bacharelado em ciências jurídicas e, ao lado de seu filho Edson, estava concretizando iniciar-se também na nobre missão. Delineou-me, ainda em dezembro último, em 11 de dezembro, seus sonhos: sustentação à luta em favor de nosso País no rumo de mudanças acalentadas por uma multidão de bons brasileiros.

            Infelizmente, sua vida foi interrompida de maneira inesperada, vítima de uma doença cruel que não lhe permitiu a superação de mais essa adversidade das muitas que enfrentou e venceu com dignidade.

            Tive a sorte, como delineei no princípio destas palavras, de conhecer o nosso João do Coração, ser muito próximo dele, de sua esposa Sônia, de seus filhos e daqueles parentes, ou não, que o rodeavam com sua admiração e amizade.

            Ele era um manancial de aprendizado. Nossa convivência permitiu-me conhecer aspectos fundamentais da política brasileira. Posso dizer que tive a honra de conhecer um dos melhores quadros de nossa República. Sua ausência fará falta ao seu Estado, Rio Grande do Norte, e ao Brasil.

            Meu amigo João Faustino, pela generosidade de seu coração, soube atravessar com altivez e sobranceiro os pedregulhos que mal-intencionalmente implantaram em seu caminho. Não retrucou às maldades, deu-lhes uma lição tão profunda de sua convicção pelos valores éticos e morais lembrando-Ihes que o mal se combate com a força inexpugnável do bem.

            Concedo a palavra, com muita honra, ao Senador José Agripino.

            O Sr. José Agripino (Bloco Minoria/DEM - RN) - Senador Ruben Figueiró, V. Exª faz o discurso que talvez coubesse a mim, mas, pela sua generosidade, e fico, como potiguar, muito honrado, muito orgulhoso de ver as qualidades de João Faustino explicitadas aqui por V. Exª, da tribuna do Senado. Tribuna essa que foi, por várias vezes, ocupada por João Faustino, porque ele também assumiu o Senado. Ele era primeiro suplente do Senador Garibaldi e assumiu o Senado Federal; ele foi Senador como também foi Deputado Federal. Mas, com muito prazer, aparteio V. Exª para aduzir como amigo que fui de João Faustino. João era o meu primeiro suplente. Fui eleito, fui reeleito Senador pela quarta vez em 2010, e João Faustino foi o meu primeiro suplente, na aliança que fizemos com o PSDB. Ele foi um amigo de muitos anos. Aqui está o Senador Garibaldi Alves, que vem com a sua presença abrilhantar esta sessão em que V. Exª usa a palavra para trazer ao conhecimento do Senado, para os que não sabiam, a triste notícia de que João faleceu, mas que sua memória permanece viva pela opinião dos que fazem este Plenário e que V. Exª interpreta com muito brilho. João Faustino foi um político, Senador Figueiró, que se fez através da educação. A formação profissional de João foi de professor: escola técnica federal, professor de várias instâncias, líder estudantil. Ele se fez líder no meio educacional, ele foi secretário de educação do meu pai, Tarcísio Maia. E, como secretário do meu pai, ele se tornou conhecido, bem conhecido, e admirado no Estado do Rio Grande do Norte. E, quando foi candidato em 1978, elegeu-se com uma folga de votos muito boa, pela expressão da competência de João como professor e como político, em que, através de uma boa ação voltada para educação, soube granjear amigos em todo o Estado do Rio Grande do Norte. Ele foi eleito e, depois, reeleito. Ele foi reeleito quando fui candidato a Governador em 1979 e em 1982. Fizemos a campanha parceira, ele candidato a Deputado Federal e eu candidato a Governador. João era um homem de muito boa convivência, como V. Exª sabe. Essa história de João do Coração é muito pela convivência fraterna que ele tinha com as pessoas que conviviam com ele. Ele era um homem de convivência fraterna e um homem de fé. Fui ao enterro de João e encontrei V. Exª, Senador Aloysio Nunes, na missa de sétimo dia, que, como V. Exª se lembra, foi celebrada pelo Arcebispo de Natal, D. Jaime, e pelos arcebispos eméritos, todos eles, os vivos, junto com grande parte da Igreja Católica, à frente o Padre Thiago, um padre muito voltado, nas suas ações, para os mais pobres da cidade de Natal, que fizeram questão de estar presentes à missa de sétimo dia de João Faustino, a que V. Exª esteve presente. João era um homem de fé, um homem de muito boa relação e de muito bom coração. Como político, foi um homem voltado fundamentalmente à educação. Ele terminou graduado funcionário do Palácio do Planalto no Governo de Fernando Henrique Cardoso, Presidente da República, e foi Secretário de José Serra graças à sua capacidade de agregar, de ter boas relações com um bom padrão ético. João foi um político de que o Estado do Rio Grande do Norte tem a obrigação de se orgulhar. Ele foi um homem que orgulhou a política potiguar. É um nome que deve ser lembrado como Deputado Federal e como um executivo do Poder Executivo que sempre prestou serviços. João adorava fazer favores. Ele adorava. Era vocacionado para ajudar, fosse quem fosse. Ele adorava fazer favores. Daí João do Coração. Com estas palavras, quero agradecer, como potiguar, a V. Exª a iniciativa de, na reabertura dos trabalhos desta sessão legislativa, fazer o que eu faria: uma homenagem ao meu primeiro suplente, ao primeiro suplente do Senador e Ministro Garibaldi, potiguar como eu, que aqui vem para homenagear a figura de João mandando daqui nossas manifestações de amizade e de respeito à Sônia, à Lissa, ao Edison e à Fátima, Fafá, seus familiares, ao lado de João Vítor, neto de João Faustino, que nos honra com a sua presença funcional no Senado da República. Como potiguar, quero agradecer a V. Exª a evocação da memória de João, uma pessoa que, para mim, deixa uma lacuna no campo político e que, acima de tudo, deixa a lacuna, no campo pessoal, de um grande amigo que perdi.

            O SR. RUBEN FIGUEIRÓ (Bloco Minoria/PSDB - MS) - Senador José Agripino, primeiramente, quero dizer a V. Exª que a sensação de amizade, de respeito profundo que tinha por João Faustino me levou à ousadia de tomar a palavra neste instante, quando ela deveria, evidentemente, com maior expressão, ser de V. Exª. Mas foi do coração, do âmago do meu coração, que resolvi me antecipar a V. Exª para dizer que não é somente o Rio Grande do Norte que rende sua homenagem a João Faustino, mas é o Brasil. Isso lá do meu pequeno Estado de Mato Grosso do Sul, das distâncias do Centro-Oeste é que ecoam também sentimentos de solidariedade e dor pela perda de João Faustino. Talvez V. Exª não saiba que João Faustino, no curso da sua atuação na Secretaria de Articulação da Presidência da República, prestou grandes serviços ao meu Estado, liberando recursos, e ele o fazia lembrando nossa amizade, não só em relação a mim, mas também em relação a outros Parlamentares que foram colegas dele na Câmara dos Deputados.

            De sorte que recebo a manifestação, as expressões de carinho, de respeito, de amizade que V. Exª tem por João Faustino como parte integrante deste meu modesto pronunciamento.

            E quero ressaltar aqui a presença honrosa do Ministro da Previdência, Senador Garibaldi Alves, e sei da profunda amizade que João Faustino tinha por V. Exª, Sr. Ministro, como tinha pelo Senador José Agripino.

            O Sr. Cícero Lucena (Bloco Minoria/PSDB - PB) - Senador...

            O SR. RUBEN FIGUEIRÓ (Bloco Minoria/PSDB - MS) - O Brasil teve uma perda irreparável.

            Eu tive oportunidade, assim como talvez tenha tido V. Exª, Senador José Agripino, de conversar com João Faustino na véspera de seu óbito. Ele ainda tinha esperança de sobreviver àquela diversidade, mas, infelizmente, as condições não lhe foram favoráveis. Ainda na madrugada daquele dia, eu estava no Estado de São Paulo e, à distância, recebi a triste notícia. Confesso a V. Exª que chorei. Chorei lágrimas de verdade e saudade de um grande homem.

            Então, a minha manifestação aqui é no sentido de homenagear um cidadão ilustre do Rio Grande do Norte e um homem que vai fazer falta a este País.

            Muito obrigado a V. Exª e à honrosa presença...

            O Sr. Cícero Lucena (Bloco Minoria/PSDB - PB) - Senador.

            O SR. RUBEN FIGUEIRÓ (Bloco Minoria/PSDB - MS) -... do Senador Garibaldi Alves, Ministro da Previdência, que aqui vem, sem dúvida alguma, para render suas homenagens ao nosso querido João do Coração.

            O Sr. Cícero Lucena (Bloco Minoria/PSDB - PB) - Senador Figueiró.

            O SR. RUBEN FIGUEIRÓ (Bloco Minoria/PSDB - MS) - Mas desejo continuar, Sr. Presidente, lembrando uma expressão de João Faustino...

            Com muito prazer, Senador Lucena.

            O Sr. Cícero Lucena (Bloco Minoria/PSDB - PB) - Senador Figueiró, também quero me somar a V. Exª e a todos aqueles que reconhecem e que tiveram a feliz oportunidade de conviver com João Faustino. Ao entrarmos na política do Estado vizinho, a Paraíba, procuramos sempre nos aproximar. Entre tantas outras atribuições, funções, missões que João Faustino teve na vida, que sempre procurou exercer com muito êxito e com muita propriedade, sem dúvida nenhuma, nós, que tivemos essa oportunidade de conviver com ele e de conhecê-lo, sentimos, todos, vamos dizer assim, a ausência da nossa convivência agora, mas, sem dúvida nenhuma, sempre guardamos o que ele representou e o que praticou ao longo da sua vida. Obviamente, vários companheiros tiveram mais oportunidade e mais felicidade do que isso. V. Exª mesmo faz referência, por exemplo, ao Senador José Agripino e ao Senador Garibaldi Alves. Numa demonstração clara de quem era João Faustino, ele teve a chance de ser suplente dos dois Senadores, que aqui se encontram presentes, numa demonstração clara do quanto ele plantava o bom relacionamento, o respeito e fazer o bem, que é algo que alimenta aqueles que são do bem. Então, eu parabenizo V. Exª e tenho certeza que vosso pronunciamento, vamos dizer assim, terá a conotação de representar tantos que gostariam de dar o depoimento e o reconhecimento a João Faustino. Então, que Deus o tenha em bom lugar.

            O SR. RUBEN FIGUEIRÓ (Bloco Minoria/PSDB - MS) - Eu recebo, Senador Cícero Lucena, as palavras de V. Exª, um testemunho evidente de que João Faustino, pelo que foi na sua vida pública, foi amigo e companheiro de ideais na sua trajetória por este País.

            Ficam, portanto, registradas também, com muito respeito e carinho, as manifestações de V. Exª no meu discurso, fazendo parte integrante dele.

            Mas, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Sr. Ministro, certa vez, li, em seu livro “Eu perdoo”... Naturalmente, V. Exªs, sobretudo o Ministro Garibaldi Alves, leram o livro e sentiram o quanto era bom João Faustino. O título do livro representa a grandeza do seu coração. Retirei dele algumas expressões. Aqui está uma:

O episódio mais recente que se abateu sobre mim, sobre a minha família, não me fez refém de nada, nem da tentação da mágoa nem da tristeza traiçoeira nem tampouco do ódio destruidor, areia movediça do solo da alma.

            Excelências, quando dos funerais do Presidente François Mitterrand, disse-se que só se lembra do valor de um homem após a sua morte. Não penso assim, até porque há exemplos históricos de cidadãos prestantes em todos os ramos da atividade humana que tiveram exaltados e reconhecidos os seus méritos. Assim foi a vida de João Faustino Ferreira Neto, o João do Coração, epíteto reconhecido e aplaudido ainda em sua vida.

            Permitam-me, para finalizar, registrar o que João Faustino deixou gravado como mensagem de resignação e fé na última página de “Eu perdoo”.

A vida é um dom de Deus, e assim acredito. Esta é a minha crença e, como tal, esse patrimônio divino que me foi entregue não pode ser confundido com derrotas, por mais aparentes que sejam.

A vida que vivo é a vida da bondade, da fé no Deus que me ama e protege, do perdão que liberta, da coragem que não intimida nem acovarda.

Vivo esta vida na crença absoluta de que o sopro divino, que acredito existir dentro de mim, é o que sustenta, atenuando as minhas imperfeições e perdoando para sermos perdoados.

            Foi a sua mensagem derradeira. Fica, porém, em nós, em todos nós, sobretudo no povo do Rio Grande do Norte, a imagem querida e imortal do João do Coração.

            Sr. Presidente, deixei sobre a Mesa um requerimento de pesar que há de ser dirigido ao governo do Rio Grande do Norte, à família, sobretudo, de João Faustino, de nossa perene homenagem ao grande homem público que ele foi.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Só complementando o que V. Exª falou, neste momento, numa justa homenagem ao nosso querido amigo, o inesquecível João Faustino, vou ler o requerimento, a seu pedido, para que os familiares, inclusive, acompanhem.

            O SR. RUBEN FIGUEIRÓ (Bloco Minoria/PSDB - MS) - Sr. Presidente, permita-me que eu conceda a palavra a um dos maiores amigos de João Faustino.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Com certeza. Depois do aparte, vou ler, então, o requerimento de V. Exª, requerimento que já assinei e que, com certeza, outros assinarão.

            O Sr. Aloysio Nunes Ferreira (Bloco Minoria/PSDB - SP) - Meu caro colega e companheiro Ruben Figueiró, sabe V. Exª o quanto eu era ligado a João Faustino, assim como V. Exª. Devo a ele inúmeras lições de civismo, de patriotismo, de coragem. João foi mais do que um amigo; João foi em grande medida também alguém que abriu caminhos para mim na política, que me propiciou relações nesse mundo no qual ele transitava com tanta desenvoltura. Refiro-me ao Senador Garibaldi e ao Senador Agripino, pessoas de quem me aproximei graças ao vínculo que João Faustino teceu entre nós. Uma das últimas atenções que devo a João Faustino - e que valorizo tanto - foi ter-me aproximado de V. Exª quando V. Exª chegava ao Senado. Eu recebi a notícia da morte de João Faustino pelo seu neto, que me alcançou quando eu estava no exterior. João Vítor mandou uma mensagem dizendo que seu avô não havia podido esperar até o socorro que ele buscava junto a seu genro, Dr. Paulo Hoff. Não porque estivesse mal assistido em Natal, não, pois estava assistido pelos melhores médicos, mas havia sempre uma esperança de que se pudesse fazer alguma coisa a mais, e o João Faustino sempre procurou fazer alguma coisa a mais, sempre procurou ir além daquilo que a política coloca a nossa disposição para construir sempre coisas que estão à frente de nós. João faz jus ao epíteto João do Coração, mas é um coração bondoso e um coração forte, um coração de homem de coragem, de homem de princípio, de homem de fé, homem de lealdade. Eu quero dizer a V. Exª que, assim que soube da morte de João Faustino, comuniquei ao Governador José Serra o seu falecimento e também recebi dele a mensagem de uma profunda consternação, consternação que se abateu sobre todos nós, sobre o povo do Rio Grande do Norte, sobre sua família, e, ao mesmo tempo, a certeza de que a lembrança de João Faustino permanecerá viva entre nós e entre todos aqueles que acreditam na política como um caminho para a construção da justiça e da liberdade. Muito obrigado.

            O SR. RUBEN FIGUEIRÓ (Bloco Minoria/PSDB - MS) - A manifestação de V. Exª, Senador Aloysio Nunes, se soma como uma luz às que fizeram o Senador Agripino e o Senador Cícero Lucena, com a presença, aqui, do Ministro Garibaldi Alves, seus amigos que, tanto quanto eu, o admiravam e o respeitavam.

            Gostaria, Sr. Presidente, fosse consignado, como parte integrante do meu discurso, o adeus feito pelo Senador Aloysio Nunes em homenagem ao nosso saudoso João Faustino.

            Muito obrigado a V. Exª.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/02/2014 - Página 951