Pela Liderança durante a 12ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Anúncio da intenção de S. Exª de concorrer à Presidência da República e comentários sobre sua trajetória política.

Autor
Magno Malta (PR - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR, SEGURANÇA PUBLICA.:
  • Anúncio da intenção de S. Exª de concorrer à Presidência da República e comentários sobre sua trajetória política.
Aparteantes
Blairo Maggi, Casildo Maldaner, Eduardo Amorim, Eduardo Lopes, Lobão Filho, Pedro Taques, Randolfe Rodrigues, Sérgio Petecão, Waldemir Moka, Walter Pinheiro.
Publicação
Publicação no DSF de 19/02/2014 - Página 235
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR, SEGURANÇA PUBLICA.
Indexação
  • ANUNCIO, PRETENSÃO, CANDIDATURA, ORADOR, CARGO PUBLICO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, EXPOSIÇÃO, CARREIRA, VIDA PUBLICA, POLITICA, RECONHECIMENTO, AUMENTO, INCLUSÃO SOCIAL, GOVERNO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), OBJETIVO, MELHORAMENTO, BRASIL, NECESSIDADE, APOIO, SEGURANÇA PUBLICA, ENFASE, REDUÇÃO, TRAFICO, DROGA, ALTERAÇÃO, CODIGO PENAL, TRANSFORMAÇÃO, MAIORIDADE, IMPUTABILIDADE PENAL, MENOR, CRIAÇÃO, PROGRAMA, BENEFICIO, SOCIEDADE, INTEGRAÇÃO, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, FAMILIA, EDUCAÇÃO, ESPORTE, GARANTIA, MELHORIA, CONDIÇÕES DE TRABALHO, POLICIA, PROPOSTA, ORÇAMENTO, PARCERIA, ESTADOS, POLICIAMENTO, FRONTEIRA, COMBATE, VIOLENCIA.

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Romero Jucá, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, este é um dia importante para mim. Eu diria que é um dia ímpar na minha vida, na minha história.

            Quero agradecer, de coração, àqueles que já estão aqui, lideranças de todo o País: líderes do meu Partido no Espírito Santo; a executiva do meu Partido; presidentes municipais; Deputadas, Deputados, vereadores do PR do Espírito Santo que vieram a este Senado da República, Senador Pedro Taques, trazer-me solidariedade neste momento importante para mim, importante para o meu País, para o meu Estado, importante para o Brasil.

            Quero registrar, com muita alegria, a presença das lideranças religiosas que estão aqui neste plenário.

            Agradeço - por conta de uma agenda, ele não pôde estar aqui, e aqui estão os seus representantes - ao Pastor Silas Malafaia.

            Agradeço ao Presidente do Conselho de Pastores de São Paulo, Pastor Jabes. Agradeço ao Apóstolo César Augusto e aos bispos que aqui estão representando a Fonte da Vida; aos Pastores Abner Ferreira, Samuel Ferreira, Manoel Ferreira.

            Faço o registro, com muita alegria, da presença do Pastor Fadi, com seus líderes, aqui conosco hoje.

            Registro, com satisfação, muita alegria, esses ministérios e o ministério MIR. O Apóstolo Renê Terra Nova, Senadora Vanessa Grazziotin, é do seu Estado e, neste advento hoje aqui, representa o Pastor Jonas, Pastor Presidente da Assembleia de Deus de Manaus, do Amazonas.

            Agradeço ao Apóstolo Marcos Vila Flor, que aqui está representando a igreja em células; ao Pastor Samuel Câmara, lideranças e Deputados.

            Registro, com muita alegria, no plenário, a presença de Deputados do meu Partido, de outros partidos, presidentes e a presença da minha esposa, a Deputada Lauriete, um nome da música gospel no Brasil e que, neste momento, está comigo neste plenário; um momento inspirador para mim.

            Faço o registro, com muita alegria, da presença dos meus tios - Pastor Antônio, Pastor Manoel Nascimento, Pastor Humberto. O Pastor Manoel Nascimento é da Primeira Igreja Batista de Palmeira dos Índios, em Alagoas, na terra do Presidente Renan Calheiros; o Apóstolo Antônio, lá de Açailândia, no Maranhão; e o Pastor Humberto, do Espírito Santo.

            Senador Mozarildo, o Pastor Manoel Nascimento tem uma passagem muito importante em minha vida, que falarei dentro do meu discurso.

            Quero agradecer a presença do Pastor Júnior Souza, do meu Estado, um jovem pregador que abdicou da sua agenda para estar comigo hoje aqui.

            Faço o registro da figura lendária do Jiu-jitsu no Brasil, Wallid Ismail, o esportista, meu amigo pessoal, que representa a arte suave - o Jiu-jitsu -, que virou uma lenda, uma referência no mundo e que vem a este plenário hoje à tarde comigo, até porque sou um esportista, representando o nosso povo das artes marciais, do MMA no Brasil. Registro que deles todos recebi torpedo e e-mails hoje, durante todo o dia.

            Sr. Presidente, o que me traz a esta tribuna é que nunca escondi de ninguém, Deputado Aelton, Senador Wellington Salgado, o meu sonho, o meu desejo de disputar a Presidência da República.

            Hoje, ao meio-dia, encerrei a minha carta. Exatamente às 15 horas, na Liderança do meu Partido, na presença do Senador Alfredo Nascimento e do Senador Antonio Carlos, entreguei a minha carta, uma carta pedindo ao Partido, Senador Taques, aquilo que a Constituição diz que tenho direito. Acima de 35 anos eu tenho. Eu sou filiado ao Partido. Eu votei. Tenho título de eleitor, tenho até aquele tíquete da última votação. Para tanto, tenho direito, Senador Pimentel, de pleitear junto ao meu Partido a legenda, para que eu tenha a possibilidade de discutir com o País. E acho que posso contribuir, dar uma colaboração, mostrando que conheço os últimos anos deste País.

            Eu ainda era adolescente quando este País mergulhou na ditadura, quando este País pagou o preço da ditadura no Brasil. Acompanhei de longe esse processo, quando o Brasil entrou no processo de redemocratização. E, muito próximo, vi morrer a grande inflação que carcomia, destruía a renda ínfima do povo brasileiro.

            Sr. Presidente, não quero ir a um passado remoto. Mas, Senador Taques, falo dos três últimos governos. Aliás, falo dos três últimos personagens. Oito anos com mais oito anos totalizam dezesseis anos; com mais quatro anos, são vinte anos. Falo dos últimos 20 anos. O Presidente Fernando Henrique, após a chegada do Plano Real, governou este País por oito anos. A gente não tem de ser ignorante e tapar o sol com a peneira, até porque quero advertir, Sr. Presidente, que a boca que honra Deus não desonra ninguém. E o meu interesse não é desonrar ninguém. Eu era Deputado Federal, Senador Armando Monteiro, no Governo Fernando Henrique Cardoso, e há uma coisa que compreendo como benefício para o País, que foram os fundamentos da economia. Os fundamentos da economia foram dados, mas tenho restrições, dali para frente, quanto a tudo que se tentou fazer e quanto àquilo que deixou de ser feito e que, na minha visão, poderia ter sido feito.

            Há uma coisa de que não se fala e que se tem de debitar na conta da Dona Ruth. No último Governo de Fernando Henrique Cardoso, Senador Taques, a Dona Ruth ajudou a criar o terceiro setor. Essa história de OSCIP acabou com o asilo, porque a terceira idade no Brasil, isto é, aqueles que têm condições... O turismo sobre rodas no Brasil avança por causa da terceira idade. Hoje, eles estão nas academias, eles estão dançando forró, eles estão malhando, estão nadando, estão fazendo turismo. Houve o advento da chamada OSCIP, o advento da chegada do terceiro setor, o que foi feito pela Dona Ruth.

            Penso, que a partir dali, com a chegada do Governo Lula... E aí disso eu participei. Participei disso desde o processo eleitoral. No segundo turno das eleições, o Presidente Lula disputava com o então Senador José Serra. Eu fui presente o tempo inteiro no processo eleitoral. O Presidente Lula governou por quatro anos, e eu estava nesta Casa e fui presente, o tempo inteiro - o Deputado Aelton foi Senador conosco -, no avanço das políticas públicas.

            E aí não dá para tapar o sol com a peneira, não dá para ser mentiroso! Eu quero reafirmar o que escrevi: quem levanta autoridade é Deus, quem ergue autoridade é Deus, quem levanta autoridade é Deus, não o homem! É Deus que levanta autoridade! Foi Deus que levantou Fernando Henrique pelas mãos do povo. Ele pediu oportunidade, e o povo deu. E, pelas mãos do povo, Lula teve a sua oportunidade. Nós avançamos. Foi feita a inclusão social, é claro! Avançamos na inclusão social? Sim. Mais de 30 milhões de miseráveis - isto é demérito - tornaram-se pobres emergentes.

            Eu participei disso e vi nascer a Bolsa Família. Há aqueles que dizem: “Essa Bolsa Família é uma ignorância, porque é preciso ensinar a pescar. Não tem de dar peixe na mão.” Mas há gente neste Brasil que já sofreu tanto que nunca mais vai aprender a pescar. Você tem de ensinar os filhos deles a pescar, porque, na hora em que o filho aprender a pescar, o filho passará a sustentar o pai.

            Eu acompanhei o avanço. O Ministro da Educação era Cristovam Buarque, e foi com Cristovam que nasceu a movimentação da Frente em Favor do Ensino Profissionalizante. E, a partir daí, derrubou-se um decreto que existia no Governo Fernando Henrique que proibia escola técnica no Brasil.

            Eu pergunto ao senhor: como é que você qualifica filho de pobre, classe média ou o que for para o mercado de trabalho se não há escola profissionalizante?

            Eu participei disso tudo! Vi nascer o Programa Minha Casa, Minha Vida! Vi nascer o Minha Casa, Minha Vida! O País avançou, pagou sua dívida, sim! Dezoito milhões de pessoas que nunca tinham visto um bico de luz e que não conheciam energia receberam a energia por conta do Programa Luz para Todos.

            Todos nós vimos isso. Ninguém é louco! E porque me posto, agora, na posição de pré-candidato, postulante com meu Partido, que me deu uma legenda, eu saio por aí com mal de Alzheimer, esquecendo tudo, como se fosse um louco, atacando, para poder tirar benefício? Não! Isso eu não farei, isso eu não farei! Estou emprestando meu nome à sociedade para fazer aquilo que não foi feito nem no Governo Fernando Henrique, nem no Governo do Presidente Lula, nem no Governo da Presidente Dilma, que ajudei a eleger e no qual tive um papel forte e fundamental no segundo turno das eleições. E há de se respeitar. Entendo que, por problemas ideológicos ou filosóficos, o que proponho não foi feito e não será feito.

            Senador Pedro Taques, cruzei este País inteiro com a CPI do Narcotráfico. Eu entrei no Acre, do Senador Jorge Viana, que era Governador. A pedido do Tião Viana, atual Governador, passei cinco dias no Acre. E, no Acre, nós desestabilizamos o crime organizado. A quadrilha do ex-Deputado Coronel Hildebrando Pascoal continua presa até hoje por advento da CPI do Narcotráfico.

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - De lá, fui ao Piauí. Perguntem aos líderes do Piauí, ao nosso Senador Wellington, ao ex-Governador Mão Santa, à classe política e ao povo o que representava o Coronel Viriato no Piauí. O Coronel Viriato foi desvendado à luz do dia e teve arrancado o seu poder de crime organizado. Participei do processo de libertação do Piauí.

            Eu fui ao Maranhão, do Senador Cafeteira, do Lobão Filho, do Lobão pai e do Senador Sarney. Lá havia o crime organizado, muito bem organizado, comandado por algumas figuras, entre elas um homem chamado José Gerardo, perigoso, Deputado Estadual de muitos mandatos, dono de uma empresa chamada July, e o Deputado Caíca. Durante sete dias, o Maranhão acompanhou a ação daquela CPI, que Deus me deu a graça de comandar para desarticular aquele crime nojento. Ambos perderam o mandato, ambos foram para a cadeia, para alegria do povo do Maranhão.

            Estive em Pernambuco, do meu querido Hermano Monteiro, e lá prendi o Deputado Eudo Magalhães, irmão de um delegado valente. Passamos por Pernambuco, do nosso querido Humberto Costa. Passamos por lá, e ficou a marca de um trabalho, porque aquilo que vou falar de segurança pública, Senador Pedro Taques, estou falando não como alguém que tem um discurso e que o repete todos os dias, mas como alguém que efetivou o discurso em Mato Grosso, Estado de V. Exª, Procurador Pedro Taques. Atuamos o Procurador Pedro Taques e o Deputado Federal Magno Malta mais a Polícia Federal. O Mato Grosso tem de lhe agradecer por ter colocado o Arcanjo na cadeia e desarticulado o crime organizado de seu Estado!

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Passamos por São Paulo e revelamos a face obscura do roubo de carga neste País. Nós cruzamos este País. Lembro aquela CPI que está no consciente e no inconsciente do povo, a CPI que investigou e prendeu Fernandinho Beira-Mar. E me lembro de uma manchete do Jornal do Brasil, Senador Humberto Costa, que dizia “CPI perde tempo com dono de boca”, referindo-se a Fernandinho Beira-Mar, que, na minha visão, é o maior narcotraficante das Américas. Nós o investigamos e o prendemos.

            Fomos para o Pará. Lá, o Leonardo era o braço das Farc, trocava as armas do exército do Suriname com as Farc, era o braço do Suriname, do Presidente do Suriname e do Ministro do Exército, para que as Farc pudessem ter as armas em troca de cocaína. Conjuntamente com a Polícia Federal da Holanda, graças à CPI do Brasil, eles prenderam o Presidente do Suriname por narcotráfico. É um trabalho que o Brasil conhece e reconhece.

            O que quero dizer com isso é que, ao longo da minha vida, por 35 anos, eu tirei drogados da rua. Conheço os dois lados do balcão. Há 35 anos, quando não se falava em instituição terapêutica, quando não se falava em casas de recuperação, em casas de ressocialização, já havia colchonetes na minha sala. Na minha sala, dormiam drogados, marginalizados, para desespero dos vizinhos. Eu era chamado de louco, tendo duas filhas pequenas. Elas cresceram no meio daquela gente!

            Veio o Projeto Vem Viver, que hoje me assiste lá. Eles devem estar me assistindo agora pela parabólica. Centenas e centenas de jovens foram arrancados das ruas, das drogas, do crack, dos guetos, dos valados, das vilas, do terror, da arma e foram recuperados e devolvidos às suas famílias! Temos a graça de recuperar 85% dos que passam por lá!

            Eu conheço os dois lados do balcão, Senador Romero. Eu conheço os dois lados do balcão!

            Quanto ao grande drama do Brasil, nós fizemos inclusão social? Fizemos. O Presidente Lula fez 22 universidades? Fez. Fez o Cefet? Sim, fez. Mas da segurança pública se esqueceram. O drama, o sofrimento deste País é segurança pública! Este é o único País do mundo em que um homem, travestido de criança, um homem de 17 anos, de 18 anos, de 15 anos ou de 14 anos estupra, mata, seqüestra, e, quando a Polícia nele põe a mão, ele diz: “Tire a mão de mim, que sou menor e conheço os meus direitos!” Direito é uma ova!

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Quem comete crime tem de responder pelo crime que cometeu. A minha proposta de redução da maioridade penal eu a faço com a segurança de que estou representando a sociedade civil. Ora, quem aqui não foi pai? Quem não sabe que criança chupa chupeta, toma mamadeira, faz xixi na cama, chama pela mãe e chora? Criança não empunha arma, criança não sabe mexer com pistola, criança não dá tiro na cabeça de aposentado e o chama de vagabundo. Criança não coloca um empresário que gera honra e emprego no porta-malas, não diz “perdeu vagabundo!” e não acaba com a vida dele. E, depois, desmoraliza a Polícia e o Judiciário. O policial nele põe a mão, e ele diz: “Tire a mão de mim, que sou menor. Eu conheço os meus direitos.” É verdade, ele conhece os seus direitos.

            A minha proposta, Senador Wellington, é uma proposta que serve ao País. Eu não quero fazer redução da maioridade penal por fazer. Hoje, a mola, o motor que move a violência no País, a roda dentada maior desse motor é a violência cometida pelas crianças do Brasil. A minha proposta diz o seguinte: qualquer cidadão que comete crime com natureza hedionda perde a menoridade e é colocado na maioridade para pagar as penas da lei. Pronto! Aí, aqueles que não o querem vêm e dizem: “Mas Senador, vamos colocar essa criança em um presídio para ele sair de lá pior?” Não, não vamos colocá-lo, porque o cara que está no presídio é que tem medo de essa criança matá-lo enquanto ele dorme.

            Não vamos fazer isso, Deputado Aelton! Aí os outros dizem: “Mas as cadeias estão cheias. O que nós vamos fazer? Vamos encher mais as cadeias?”

            Eu vou perguntar qual é o pior dos mundos. O pior dos mundos qual é? Um homem desses que entra no ônibus e diz: “Motorista, para, fecha a porta”, com a pistola na mão. “Todo mundo olha pra mim, olha para mim!” E todo mundo olha para ele. Ele pega uma mãe de família de 40 anos de idade, põe de quatro, tira a roupa dela. Com a mulher chorando lágrimas de sangue, ele sacia sua lascívia. Depois de saciar a lascívia, diz: “Cambada de vagabundo, eu só tenho 16 anos. Qualquer conversa fiada é chumbo na cara!”

            Será que a sociedade quer continuar com isso? Quer continuar com isso? É isso o que eu quero discutir. Quero ter o direito de viajar pelo Brasil perguntando isso para a sociedade. Perguntando isso! Então, a minha proposta…

(Interrupção no som.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - … não envolve faixa etária, porque, no crime, quem tem capacidade de queimar jornalista, com 15 (Fora do microfone.) anos, dentro de um pneu, vira herói, vira general no crime. Por que nós estamos falando em faixa etária? “Cometeu crime com natureza hedionda, perca-se a menor idade, seja colocado na maior idade para pagar as penas da lei.” Ponto. E agora, o que se faz?

            Pela minha proposta, Senador Eduardo, fica o Estado obrigado a construir centros de ressocialização para a formação de campeões em esporte de alto rendimento para o País. Ponto. Não estou falando de cadeia, nem de presídio. Essa proposta propõe o fim da Fundação CASA - porque a Fundação CASA, esta, sim, é esgoto de gente, é escola do crime, é escola da marginalidade -, acaba com as UNIPs, acaba com tudo isso, e cria-se o centro de ressocialização.

            Onde há mão de obra, Senador Eduardo? As Olimpíadas das Forças Armadas do mundo, gente - Exército, Marinha e Aeronáutica -, têm atletas de ponta de alto rendimento em todas as modalidades. Imaginem um centro de ressocialização com esporte de alto rendimento em todas as modalidades, para poder receber esses meninos que cometeram crimes de alta periculosidade. Aquele que fez chorar o País, Senador Clésio, depois de cumprir a sua pena, sai um atleta de alto rendimento para dar alegria, Wallid Ismail, a um País que, um dia, ele fez chorar.

            Nós temos saída, a saída da ressocialização. Que o País entenda! Quando as pessoas falam em redução da maioridade penal pensam que é fazer por fazer. Eu quero cruzar o País explicando a minha proposta. Eu quero explicar para o País, porque o País não vai aceitar.

            Gente, vocês que estão em casa, assistindo, vocês que estão aqui rejeitem essa balela de poder fazer redução de 17 para 18. Ora, até parece que nunca tivemos 16, 17 anos! O que muda se tirar 17 e colocar 16? Nada! Nada, Senador Eduardo! É a mesma coisa, ou parece que nós não sabemos o que vai mudar? Nada! É passar mel na boca da sociedade. É um engodo. Nós não vamos aceitar! Eu vou cruzar o Brasil.

            Esses meninos podem ser ressocializados. Eles podem ser devolvidos. Eles podem produzir alegria. Nós podemos tirar o fuzil da mão deles, Senador, e colocar uma bola de basquete. Tirar o fuzil e colocar na cintura deles uma faixa de jiu-jítsu. Podemos botar uma luva de campeão na mão deles, em vez de uma pistola.

            Nós podemos, se quisermos, se tivermos boa vontade e se entendermos que o povo que manda em nós perdeu as ruas. O povo que manda em nós não tem direito mais ao ponto de ônibus. Não há uma mãe que durma em paz neste País. Não há uma mãe que durma enquanto o filho não chega, enquanto o marido não chega. Ninguém dorme enquanto alguém não volta da igreja. Por quê? Se nós não tomarmos a atitude de fazer o enfrentamento dessa violência, Senador Wellington, amanhã vamos pedir autorização, Senador Clésio, a um menino de dez anos, com escopeta na mão, para autorizar um pai a levar um filho à escola. (Palmas.)

            Quero fazer o registro disso, porque isso produziu uma desmoralização tão grande na polícia que a gente não sabe mais qual é o papel da polícia. É preciso ter alguém que possa viajar pelo País. Por isso, estou pedindo ao meu Partido, estou pedindo aos Líderes do meu Partido, estou pedindo aos Presidentes Estaduais que me deem a legenda e me deixem viajar pelo Brasil para discutir o papel da polícia.

            O Brasil precisa de alguém que tenha coragem para botar a PEC nº 300 para ser votada. Como pode um policial ganhar R$1,2 mil, enfrentando bala perdida? Agora, nas movimentações de rua, vê-se um mascarado de 17 anos, que faz um gesto obsceno para ele, que fala um palavrão para ele - um pai de família malremunerado, com os filhos precisando em casa -, e ele não pode mais nem segurá-lo forte para colocá-lo no camburão. Ele não pode fazer isso, porque, se for filmado com um celular, a polícia é despreparada, a polícia é truculenta, a polícia é isso! Não é não! (Palmas.)

            É preciso ter mão firme, coragem para enfrentar essa realidade. Marginal é marginal, bandido é bandido!

            Ora, um sujeito que depreda o patrimônio público! Uma manifestação pacífica, pedindo educação, uma manifestação pedindo mais saúde para o Brasil, pedindo mais estudo, mais bolsa de estudo. Gente, essa é a coisa mais linda do mundo! Pode se manifestar, sim. Pode se manifestar na Copa? Pode, sim. Não pode é depredar patrimônio de ninguém. Não pode é quebrar ônibus. Não pode é invadir a loja, o supermercado, roubar o suor de alguém, roubar a dignidade das pessoas, o trabalho de toda uma vida. Isso não pode. (Palmas.)

            Mas aí os ativistas aparecem, vão à porta da delegacia e fazem pressão. O delegado é filmado, o policial é filmado, e se acovardam. Não há nem salário para isso. Se acovardam, não. Se preservam, porque aquele facínora que cometeu o crime, mascarado, ao tirar a máscara, anuncia sua idade, que é 17 anos. “Me respeitem”! Sai aplaudido da delegacia. Que País é este em que estamos vivendo? (Palmas.)

            Eu quero ter o direito, meu PR, Lideranças do meu Partido, de viajar pelo País discutindo isso com a sociedade. Um homem que paga o seu carro a prestação. Nós avançamos. Tudo que é pobre neste País hoje tem um carrinho mil, um carro novo. É a realidade da inclusão social. Ninguém pode esconder isso, mas há coisas que não foram feitas e que precisam ser feitas. Não existe turismo bom sem segurança.

            Eu estava agora em um hotel em Orlando, e isso me deu uma tristeza tão grande - Senador Wellington, jogador de basquete do Botafogo, olha para mim aqui -, me deu uma tristeza, começou a passar na televisão a propaganda de uma academia ensinando defesa pessoal, Senador Alberto. Os caras derrubando, krav magá, faça desse jeito, desse jeito, e dizia: “Você, que comprou passagem e ingresso para ir à Copa no Brasil - isso lá nos Estados Unidos, coisa de americano -o seu lugar é na academia.” Aí começam a mostrar o quebra-quebra nas ruas, os mascarados. Lá, nos Estados Unidos. Não existe turismo. As pessoas já não nos respeitam.

            O advento das drogas neste País, que tem as fronteiras abertas. Temos 1.100 quilômetros abertos com o Paraguai, 700 quilômetros abertos com a Bolívia, onde passam as cabriteiras dos carros roubados no Brasil. São 1.100 quilômetros. A Argentina, um país que está ali ao nosso lado, praticamente quebrada e moída, mas que tem um efetivo significativo pelo tamanho da população que tem na polícia federal. Este País tem quase 200 milhões, um efetivo ínfimo de Polícia Federal e Polícia Federal maltratada, Polícia Federal malremunerada e que faz das tripas coração. Ora, nós somos um País de dimensões continentais, absolutamente importante.

            Criou-se a Força Nacional. A Força Nacional é um Band-Aid que foi criado para colocar em cima do câncer. E Band-Aid não cura câncer. Está acontecendo uma revolta no Rio, manda a Força Nacional. Gasta-se dinheiro. Ela não tem condições de enfrentar traficante, desculpem-me. Ela passa dois meses na cidade, vai embora, fica um monte de mulher grávida, recebeu diária, e não acontece nada.

            O que se tem que fazer neste País, meu PR, povo do Brasil, é criar um orçamento de fronteira, Senador Wellington. O que é isso? Chamem os governadores; chame Minas Gerais; chame sua Santa Catarina; chame o meu Espírito Santo; o Rio, do Senado Aécio. Chamem! Juntem todo o mundo e digam: “Nós precisamos fazer um orçamento de fronteira, mas, para o orçamento de fronteira, é preciso tirar dinheiro de todo o mundo.” É um pedaço do orçamento de cada um. Para que esse orçamento de fronteira, Deputada Lauriete? Esse orçamento de fronteira é tão somente para ser aplicado na fronteira, porque é mais barato segurar droga e arma na fronteira, muito mais barato do que tentar tirar quando chega na Savassi, em Belo Horizonte; quanto chega na Vieira Souto, quando chega na Praia do Canto, no Espírito Santo. É mais barato fazer um orçamento.

            Eu quero propor isto ao Brasil, propor aos Governadores: vamos fazer um forçamento de fronteira. Vamos juntar os governos, vamos tirar um pedacinho de cada um, grande Pavan, e vamos fazer um orçamento de fronteira e criar polícia de fronteira. Esquece essa história de guarda nacional.

            O advento das drogas, o mundo hoje se arrepende do que fez. Os países que legalizaram droga hoje vivem o seu sofrimento.

            Senador Humberto, V. Exª é o Relator da nova lei antidroga do Brasil, e eu quero que me permita participar desse debate e colaborar com ele no que diz respeito à nova lei.

            O.rapper mais importante - uma reportagem que eu vi hoje, de manhã, no GloboNews -, um jogador de basquete dos Estados Unidos, gravou um clipe, uma música que está tocando nos Estados Unidos inteiro, falando mal das drogas, chamando os artistas para se limparem. O tema é “se limpar”. Chama a sociedade, porque ele se libertou das drogas e conta e canta os malefícios das drogas e da legalização delas.

            A Suíça morre de arrependimento da sua legalização de drogas, daquela praça fatídica, daquele esgoto que foi criado, esgoto de seres humanos à luz do dia. A Holanda morre de arrependimento da legalização das drogas. É aquilo que o mundo antigo já fez, morre de arrependimento e não pode voltar atrás. Nós estamos querendo inventar a roda agora! Nós estamos querendo legalizar agora.

            O povo precisa saber o que é o novo Código Penal. Nós temos um novo Código Penal que é um “véi”, descabeçado; é um “véi” que só vive bêbado, com mal de Parkison, doente, irresponsável, drogado. É um código de 1940, horroroso, criminoso, que está mais a serviço do crime do que da sociedade.

            Veio a nova proposta dos notáveis. Só para o Brasil ter noção do que os notáveis fizeram. Uma coisinha só: se você mudar o ninho de um passarinho de lugar, você pega cinco anos de cadeia! Veja se isso dá para a sua cabeça! Mas abandono de vulnerável... Se você abandona uma criança no berço, dentro do carro, no sol, e a esquece; se você abandona seu pai com 100 anos de idade, sabe qual é sua pena? Seis meses! Se você bater num animal - está no Código Penal novo, neste código doido, drogado, fumador de crack -, sete anos de cadeia! Mas lesão corporal... O cara dá uma machadada em você, corta a sua cara, você não morre. São só seis meses, Senador Humberto! Sabe o que eu quero falar com você? Se hoje um cachorro te morder, bata no dono, porque são só seis meses. Se você bater no cachorro, são sete anos! (Palmas.)

            Eu quero discutir isso com o Brasil. Eu tenho certeza de que o Brasil não quer isso. Eu fiz todas essas emendas junto com o Senador Pedro Taques, com os meus colegas, que são 11, naquela comissão. Ora, é muita brincadeira! É brincadeira de mau gosto um coisa dessas!

            Senador Humberto, eu tenho três filhas. O senhor deve ter filho também, e já foram pequenos. Eu sei que sou mais novo que V. Exª, mas seus meninos devem ser mais ou menos da idade dos meus. Sabe o que acontece? Estupro de vulnerável, Senador Romero, hoje são 14 anos. Sabe o que o novo código, inteligente, da era da internet está propondo? Que estupro de vulnerável sejam 12 anos. Você comemora o aniversário do seu filho de 12 anos e, amanhã, ele será estuprado. Não existe criminoso.

            Isso é uma brincadeira! Para aonde que nós estamos indo? E chamam isso de moralidade! E quem não comunga com isso é imoral, é retrógrado, é burro, não acompanhou, não avançou. São tempos modernos! Essa é a nova moralidade. Mas a nova moralidade que prega hoje não é nada mais, nada menos do que a velha imoralidade! (Palmas.)

            O Brasil precisa rever o valor das religiões. Começo, ressaltando o papel da Canção Nova, que faz um trabalho maravilhoso com os jovens do Brasil, da Rede Vida, o trabalho feito pelos religiosos. Não quero nem citar os evangélicos, para não acharem que é uma coisa pessoal. Mas tinha que citar também, lá na ponta, os drogados, que estão na lama, que estão na angústia, no sofrimento. Quem os acolhe? Quem os atende? E a Igreja é discriminada, como se o Governo tivesse o poder de resolver com varinha de condão: “Faremos um projeto para acabar com o crack.” Faça! Acabe que eu quero ver!

(Soa a campainha.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - É mais do que isso. É um drama espiritual. Sabem por quê? As Igrejas...

(Interrupção do som.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Ex-marginais, presidiários, quebrados, falidos, desiludidos, aqueles que por diversas vezes tentaram suicídio e que conheceram no Evangelho o resgate de suas vidas.

            Por que esse povo não participa do processo de ressocialização, de educação deste País? Muito ao contrário, são discriminados.

            Sabe por que falo isso, Senador? Porque os alambiques não são nossos e as editoras de material pornográfico não nos pertencem. Nós não somos donos dos motéis, não compramos nem vendemos cocaína e não fazemos nem chamamos as pessoas para as raves para usar drogas. Nós não as chamamos! Por que a discriminação? Por que a discriminação? Ora, se não podem nos respeitar como povo de Deus - e não querem -, se não querem respeitar o papel das religiões no Brasil, ao menos têm de respeitar o papel social e sociológico dessas igrejas no Brasil.

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Você vê um gari pegando o seu lixo, em frente à sua casa. À noite, é convidado para ir a um culto, pois é aniversário de uma igreja. Você é Parlamentar, é uma pessoa importante, mas quer ir porque está perto da eleição. Você se veste bem e vai. Quando chega lá, você dá de cara com o pastor, que está de terno, mas é o gari. É o gari que está de terno. Ele é o pastor da igreja. Ora, há que se discutir, entender e respeitar o papel social e sociológico da igreja no Brasil.

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Pois bem. Pois bem. Pois bem senhores, pois bem Brasil, vejo o Senador Cristovam, que é um ícone da educação. Acho que alguém tem de provocar uma discussão diferente. Educação quem dá é pai e mãe. Professor não tem obrigação de educar filho meu. Ele tem obrigação de educar o dele. A escola abre as janelas para o conhecimento. O professor tem a obrigação de educar o filho dele bem educado, mas o meu não. Educar meu filho? O pai não dá educação em casa, o menino chega à aula falando palavrão, pichando paredes, com uma arma dentro da bolsa, ameaçando a professora. Ela ainda tem de educá-lo? Não. Educação quem dá é pai e mãe. A escola abre as janelas para o conhecimento. O que nós precisamos no Brasil é de professores reciclados, bem remunerados, satisfeitos, para poderem passar aos nossos filhos aquilo que receberam. É isso o que é necessário.

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - É preciso que alguém diga que as nossas escolas, em áreas de risco, que ficam fechadas nos finais de semana, sejam abertas. Elas podem ter um papel fundamental para a sociedade, elas podem ter um papel fundamental nas áreas de risco, Senador Lobão Filho. Você monta uma academia a céu aberto em uma escola em área de risco, abre a escola nos finais de semana e entrega a academia para a sociedade do bairro. E eles vão cuidar da academia. Porque a mulher que é doméstica tem vontade de fazer academia também, quem ganha meio salário mínimo também tem, quem tem uma quitanda também tem, mas não fazem porque não têm academia. Abra a escola e monte lá uma academia de artes marciais. Arte marcial educa, arte marcial cansa, arte marcial faz dormir, arte marcial melhora. Você começa pela via do esporte.

            Senador, quem tem que tratar disso é esportista, é quem conhece a coisa por dentro. O esporte é preventivo. Lá em Itapetinga, minha cidade, eu comecei a jogar futebol muito cedo. Aos 13 anos, Senador, conheci drogas, e aos 17 anos, Senador Clésio Andrade, aos 17 anos, Senador Wellington, Senador Pavan, aos 17 anos, Senador Moka, V. Exª que militou tanto comigo na CPI do Narcotráfico,...

(Soa a campainha.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - ... aos 17 anos, minha mãe, Dona Dadá, me chamou, à noite, e disse: “Meu filho, vamos ali no orelhão da Telebahia, que eu preciso fazer uma ligação a cobrar”. Eu desci com minha mãe, fui lá, e fiquei de longe. Ela deu o número no papel. Ela sentou e esperou. A moça ligou e falou: “Atende na cabine 2!”. Minha mão correu à cabine 2, Senador, e falou: “Alô, é Dada. É aqui da Bahia. Ô, meu irmão...”. Estava falando com o meu tio ali, o Pastor Manoel Nascimento, que era pastor em Jaboatão, Pernambuco.

            Tem problema eu pedir a ele para ficar de pé, Senador Romero?

            Fique de pé, meu tio.

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Ela disse: “Meu irmão, receba meu filho. Leve meu filho para aí. Meu irmão, meu filho tem futuro. Meu irmão, tu ainda vais sentir orgulho do meu filho. Leva meu filho para aí, ajuda meu filho!”. Ele não tinha filho, estava ali com a esposa, com sacrifício, pastor de uma igreja pequena, estudava psicologia. Levou-me para dentro de sua casa, colocou-me sentado na frente dele, Senador Clésio, eu com 17 anos, e disse: “Meu filho, eu não entendo nada disso, mas uma coisa eu quero lhe dizer: o homem é aquilo que ele escolhe ser“. Naquele dia, meu tio, eu escolhi ser quem eu sou. Na

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Aquele dia, a minha vida mudou! Aquele dia, eu refiz o meu compromisso com Deus! E se estou na tribuna aqui hoje... Eu não tenho pai famoso, eu não tenho avô famoso, eu não tenho neto famoso, eu não tenho parente nenhum famoso, sou filho de uma faxineira do interior da Bahia...

(Soa a campainha.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - ... e me elegi Senador no Espírito Santo. Estou aqui hoje, apesar de muita gente fazer chacota e zombar. Para mim não há nenhum problema. E vou dizer por que estou aqui hoje. Estou aqui hoje, e não tenho nenhum problema com o que vou dizer, porque Deus falou com a minha mãe na igreja, quando eu tinha 13 anos de idade, que Deus me traria para este lugar. Uma faxineira de meio salário mínimo. Deus disse a ela que eu viria para este lugar.

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Eu quero discutir a violência deste País. Eu quero participar do debate com Aécio, que já governou este País junto com o PSDB. Quero discutir com a Presidente Dilma, com o meu querido amigo também, Eduardo Campos, o fator previdenciário, a vida dos aposentados neste País. Discutir um novo código federativo para este País, porque não é possível que a Federação fique...

(Interrupção do som.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - ... e nós tenhamos Municípios quebrados, absolutamente quebrados, com o pires na mão (Fora do microfone.), e eles vivam levados pelos pacotes de bondade.

            O Brasil inteiro vai receber duas máquinas. Os prefeitos vão receber duas máquinas, duas patrolas. Não sabem nem se eles estão precisando. As patrolas chegam. Lá no meu Município, há prefeito que nunca usou porque não tem dinheiro para colocar o óleo. É como um pai ruim, que promete para o filho um esqueite: "Meu filho, eu vou te dar um esqueite igual ao daquele colega seu da escola". O menino fica alegre, fica muito alegre. Ele dá o esqueite para o menino, quando o menino abre a caixa, o esqueite não tem roda.

            Encerro e concedo a palavra ao Senador Lobão Filho.

            Por isso, todas essas coisas eu quero debater com o Brasil. Será que o Brasil quer legalizar a maconha? Eu quero ser a voz, o arauto daqueles que não falam, para continuar impedindo a legalização do aborto neste País.

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Eu quero me propor a ser o arauto, eu quero me propor a ser a voz daqueles que não querem legalização de droga neste País, para enfrentar aqueles que mentem, falando do poder medicinal da maconha, do poder benéfico da maconha, daqueles que estão propondo que o sujeito pode plantar até quase meio quilo em casa para seu uso.

            O cara que planta e fuma até quase meio quilo, quem está propondo isso precisa me responder o seguinte: se você entrar em um avião, doutor, notáveis que escreveram essa beldade, e alguém lhe disser que o piloto do avião acabou de fumar um "morrão" no banheiro, você entra no avião ou desce? Se você entrar no avião, é a hora de legalizar a maconha.

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Eu quero enfrentar. Porque o Presidente Fernando Henrique Cardoso, depois de passar oito anos na Presidência, criou a Senad (Secretaria Nacional Antidrogas). Foi embora, deixou-a falida, e, ao sair do governo, se tornou o arauto da legalização das drogas.

(Soa a campainha.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Eu quero enfrentar esse debate com o Senador Aécio Neves. Eu quero enfrentar esse debate com a Presidente. Eu quero enfrentar esse debate com o Eduardo. Precisamos falar disso com muita claridade. Num país em que autoridade se recusa a fazer bafômetro, não podemos esperar que o cidadão comum faça. Nós precisamos enfrentar com veemência. É preciso ter coragem para fazer esse debate e dizer à sociedade que há saída, sim.

            Eu fico pensando, e é até uma coisa louca - antes de lhe dar a palavra -, com os meus botões: "Eu vou falar isto por aí: por que não fazer um presídio na Amazônia?”. A pessoa diz: "É mais difícil de fugir, não é?". Pode ser. Mas o mais importante, fazendo lá, é que a ADA, o Comando dos Amigos, o Bonde dos Quarenta, que é uma facção do Maranhão, o SS, satanistas, Filhos de Satã, Comando Vermelho, Amigos dos Amigos e PCC, que eu já denunciava a criação no relatório da CPI do Narcotráfico, juntando todas essas facções, não são duzentos que mandam. A violência no Brasil é comandada de dentro dos presídios, mas não há duzentas cabeças mandando, há muita marionete comandada pelo xerife dentro do presídio. Aí, a marionete vai lá fora e coloca fogo numa criança dentro do ônibus, como fez no Maranhão. E nós precisamos saber quem tem direito de ser acudido pelos direitos humanos, se a família da criança que foi queimada ou se o preso que está tocando o terror dentro do presídio. Nós precisamos saber, nós precisamos identificar.

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - O que acontece? Por que não fazer um presídio? Quando o Presidente Fernando Henrique disse que ia fazer a reforma da presidência, os melhores homens da Polícia Federal foram embora.

(Soa a campainha.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Uma medida provisória traz de volta os melhores homens, faz a equiparação salarial e pega os quinhentos melhores da ativa. Os Estados Unidos, embora estivessem nos espiando pela greta, têm o FBI, que pode nos dar um bom treinamento e fazer um presídio em que não tenha agente penitenciário, mas um presídio que seja guardado pela própria Polícia Federal. “Ah, mas isso não pode.” Não pode, por quê? “Existe uma lei, a Constituição...” Mas foi escrita onde? Foi escrita aqui, e, sendo assim, onde foi escrita pode ser mudada, porque a sociedade precisa de segurança. A sociedade precisa de segurança. Ora!

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - É preciso enfrentar o debate. E o que acontece? Você constrói um presídio e não precisa pegar dinheiro público. Qualquer Presidente que se reúna com a Federação dos Bancos, com a Febraban, que tem muito... Se pegar dois banquinhos, eles fazem, mas se pegar todos e perguntar a eles quem anda de carro blindado, pedindo que levantem a mão, todos vão levantar. Que levante a mão quem tem filho que vai à escola de carro blindado. Qual de vocês anda no shopping? Todos baixam as mãos porque não anda. Geram a riqueza, têm riqueza, mas não podem andar na rua. Então, vocês vão construir um presídio para o Brasil. Construam um presídio de segurança máxima, com a Polícia Federal. E sabe o que acontece?

(Soa a campainha.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Faz um circuito interno para o Brasil. Nos prédios em que moramos não tem circuito interno?

            Se quisermos ver se tem água na garagem depois da chuva, mexemos no controle remoto. “O meu carro está legal”. Se você mexe no controle remoto, você vê o porteiro, na portaria, dormindo. Os donos de empresa estão na empresa sentados com seus laptops vendo o porteiro, vendo todo mundo que está na expedição, vendo todo mundo trabalhar pelo chamado circuito interno. Que se faça o monitoramento do presídio, meta um circuito interno, Senador Moka, Deputado Manato, ponha um 0800 no Ministério da Justiça e diga: “Torne-se um guardião do seu país. Disque 0800 e pegue sua senha”. O sujeito liga 0800 e um call center o atende e diz: “Disque sua senha”.

            Senador, o senhor põe a sua senha no controle remoto e, vendo, por exemplo, um jogo do Moto Club, no Maranhão, ou do Flamengo, no Rio, ao digitar a sua senha, aparece o presídio na Amazônia. O Brasil inteiro vai tomar conta desses caras. Eu quero ver, sem os comandantes, se não vamos arrefecer a violência neste País!

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - “Ah, mas tem dinheiro?” Desculpem-me, mas, com todo respeito, se a Copa não fosse feita no Brasil - e dirão que somos tetracampeões do mundo, que todo mundo fez, até a África, e nós nunca fizemos -, ia ter falação do mesmo jeito. Resolveram fazer. Mas gastar 2 bilhões em estádio em Estado que nem futebol tem, mamãe me acode. Mamãe me acode!

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Há Estados que não conseguem encher os estádios que têm hoje, com o futebol que existe lá. Brasília, com todo respeito, não consegue encher o estádio do Gama. O que vai fazer com esses estádios? Mas o povo não consegue entender isso.

(Soa a campainha.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - O que você vai falar para o povo? Será que quem gasta 2 bilhões em um estádio não pode construir uma penitenciária no coração da Amazônia? Pode. Juntar todos esses cidadãos todos no mesmo lugar? Pode. E colocar o Brasil para monitorá-los? Pode. Parece loucura, mas, se não for feito agora, quem sabe vão fazer daqui a vinte, trinta anos, e eu já estarei morto.

            Vão dizer: “Tinha um velho Senador que bradava da tribuna, e tanta gente criticava, diziam que ele era louco, que não sabia de nada”. Não tem problema. Eu sei porque conheço o sofrimento da rua. Eu aprendi - e já lhe dou a palavra - a enxugar lágrima de mãe que chora. A ciência diz que uma lágrima é H²O mais cloreto de sódio. A ciência não sabe nada sobre lágrima. Lágrima não é água salgada. Quem sabe muito sobre lágrima é uma mãe que perdeu o filho para as drogas, é uma mãe que visita um filho no presídio, ou que leva flores ao cemitério para o filho de 13 anos de idade, porque ninguém foi duro com ele. Por que você educou o seu filho? Porque você o corrigiu. Por que o seu filho não morreu com um choque elétrico? Porque você bateu na mãzinha dele e ensinou que na tomada não se põe o dedo. Você fez tudo isso em casa e, quando recebe um botão, ganha um mandato, que chega aqui, parece que esquece tudo. Esquece a sociedade que pega ônibus, esquece a sociedade que anda nas ruas, que precisa de proteção.

            Eu quero discutir segurança pública com este País. Eu quero debater segurança pública com este País. Eu tenho coisas factíveis, eu meti o dedo numa ferida e revelei ao mundo o crime dos crimes do mundo, que o mundo escamoteava: a pedofilia. Revelei um país que está entre os três maiores abusadores do Planeta. E tudo que avançou desde a mudança do art. 240 do Estatuto da Criança e do Adolescente - gente, Brasil, eu tive o orgulho e a alegria de assinar essa lei!

(Soa a campainha.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Eu também posso reafirmar que, após mostrar a imagem de uma criança sendo abusada... Aquele tenente desgraçado do caso da Isabella Nardoni, que apareceu no jardim como se estivesse fazendo inspeção: “aqui, tinha uma terceira pessoa”... Mentira! Pedófilo! Ele foi lá olhar os órgãos genitais da criança. Dois dias depois, nós o pegamos. Com voz de prisão, ele se suicidou. Já vai tarde!

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Peguei o computador dele, peguei as imagens, levei ao Presidente Lula e disse: “Ou a gente muda o Estatuto agora...” Eu levei três imagens, ele só viu uma e ficou doido, suando, batendo, puxando meus braços: “O que é que nós vamos fazer?” Eu disse: “A gente faz, e o senhor sanciona”. Alteramos o art. 240. Eu mostrei - perdoem-me, mas eu preciso falar - a imagem de um homem, aquele tenente desgraçado, ejaculando na boca de uma criança de dois anos de idade. Foi por isso que mudamos o 240 do Estatuto da Criança e do Adolescente e instituímos a criminalização da posse.

            Gente,...

(Interrupção do som.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - ... parte do mundo já trabalha com a possibilidade de legalização da pedofilia. Já há políticos no Brasil falando isto: que a sexualidade precisa ser mexida, até mesmo nas escolas.

            Quem se levanta contra isso é quadrado. Quem se levanta e rejeita identidade de gênero para tirar a palavra “sexo” do PNE é quadrado, é atrasado, está vivendo fora da internet, não aprendeu nem a tabuada. Meia dúzia de pessoas que gritam tão alto que parecem que são a maioria. A sociedade civil é a maioria, nós somos a maioria.

            Eu quero debater isso com a sociedade. Eu quero ser a boca de quem não tem voz e de quem não tem obrigação de engolir goela abaixo essas impropriedades que estão propondo e que, certamente, virão a debate no processo eleitoral para Presidente da República.

(Soa a campainha.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Eu peço aos senhores que são do meu Partido, aos presidentes de Partidos nos Estados que me ouvem, a todos aqueles com quem já falei... Eu vou viajar por este País, eu vou falar nas rádios comunitárias, nas igrejas, nas faculdades, nos botecos, e quero debater tudo isso. Segurança pública é dever do Estado, está na Constituição.

            Nós avançamos na inclusão social. Ninguém pode negar isso, seria uma irresponsabilidade. Eu jamais melarei a minha boca atacando a honra e atacando quem governou o País. Jamais! A boca que honra Deus não desonra ninguém.

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Mas sei o que não foi feito no governo Fernando Henrique, sei o que não foi feito. Estou pronto para debater.

            Sei o que foi feito, a meu juízo, os pilares da economia, as bases da economia. Sei o que avançou no Governo Lula. Já tivemos melhores dias na nossa economia. O vento já bateu mais forte para o nosso lado nos dois Governos de Lula. Já não vivemos tão bem nestes últimos três, quatro anos, nestes últimos três anos e meio. Já pisamos quase que no limiar de uma inflação.

            Essas coisas todas virão a debate? Virão, mas eu quero focar na segurança do cidadão, no papel das nossas polícias, como fazer, como devolver as ruas àqueles que são donos das ruas.

            Senador Lobão Filho. (Palmas.)

            O SR. PRESIDENTE (Romero Jucá. Bloco/PMDB - RR) - Senador Magno Malta. Senador Lobão...

            O Sr. Lobão Filho (Bloco Maioria/PMDB - MA) - Senador...

            O SR. PRESIDENTE (Romero Jucá. Bloco/PMDB - RR) - Senador Lobão Filho, Senador Magno Malta, eu pediria vênia a V. Exª, que está falando pelo horário de Liderança. O horário de Liderança não permite aparte.

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Senador Romero...

            O Sr. Lobão Filho (Bloco Maioria/PMDB - MA) - Senador Romero...

            O SR. PRESIDENTE (Romero Jucá. Bloco/PMDB - RR) - Nós estamos sendo...

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Senador Romero...

            O Sr. Lobão Filho (Bloco Maioria/PMDB - MA) - Senador Romero, eu pediria a V. Exª uma condescendência.

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Deixe eu pedir a V. Exª. Eu combinei com o Senador Renan...

(Soa a campainha.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - ... porque há oradores que, quando vão falar, e que são candidatos, passam a tarde inteira aqui sendo aparteados. No meu caso, eu não tenho sobrenome e, realmente, eu tenho que ter só dez minutos, mas eu acertei isso com o Senador Renan Calheiros; ele disse que eu estaria aqui.

(Manifestação da galeria.)

            O Sr. Lobão Filho (Bloco Maioria/PMDB - MA) - Eu tenho certeza de que o Senador Romero Jucá não irá...

            O SR. PRESIDENTE (Romero Jucá. Bloco/PMDB - RR) - Senador Magno Malta...

            O Sr. Lobão Filho (Bloco Maioria/PMDB - MA) - ... me impedir de fazer uma breve colocação.

            O SR. PRESIDENTE (Romero Jucá. Bloco/PMDB - RR) - Só um minuto para restabelecer a verdade. Já que V. Exª falou tanto de verdade aqui, é importante que se fale. V. Exª está falando há mais de 30 minutos. Nós demos horário a V. Exª, inscrevemos V. Exª aqui, achamos o discurso de V. Exª importante.

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - É verdade.

            O SR. PRESIDENTE (Romero Jucá. Bloco/PMDB - RR) - Então, V. Exª não pode ser injusto com a Mesa e dizer que só teve 10 minutos.

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Senador Romero, com V. Exª não. Para restabelecer a verdade, eu estou dizendo que eu combinei com o Senador Renan que eu faria este pronunciamento e disse a ele que os meus colegas que já haviam me telefonado e que queriam me apartear iriam me apartear. Então, V. Exª, que tem um coração bom, benevolente, e o povo do seu Estado está nos assistindo e gosta de V. Exª, e eu também gosto, o deixará falar.

(Manifestação da galeria.)

            O SR. PRESIDENTE (Romero Jucá. Bloco/PMDB - RR) - Com a palavra o Senador Lobão Filho.

            O Sr. Lobão Filho (Bloco Maioria/PMDB - MA) - Eu agradeço ao Senador Romero Jucá. Eu não podia deixar de fazer um registro. Em primeiro lugar, eu gostaria de discordar de V. Exª, Senador Magno Malta.

(Soa a campainha.)

            O Sr. Lobão Filho (Bloco Maioria/PMDB - MA) - V. Exª aqui disse que às vezes sofre com chacotas. Eu vou dizer que alguém que circulou o País inteiro contra a pedofilia não pode sofrer chacotas. Vou dizer a V. Exª também que defender a tese de que o esporte vai tirar a juventude do crime não pode sofrer chacotas, Senador Magno. Tenho acompanhado sua cruzada contra a criminalidade em nosso País. Hoje o cidadão brasileiro é refém, dentro do seu próprio lar, da situação que assola as ruas brasileiras. Sei que o nobre colega tem circulado o País inteiro defendendo que a família brasileira tem que ter direito à paz, Portanto, não pode sofrer chacota, Senador Magno Malta. Vou dizer mais duas coisas para não me delongar, em respeito à posição do Senador Romero Jucá. Se isto tudo - defender o esporte, ser radicalmente contra a pedofilia, defender a paz da família brasileira - merece ser alvo de chacota, eu quero ser quadrado como V. Exª.

(Manifestação da galeria.)

            O Sr. Lobão Filho (Bloco Maioria/PMDB - MA) - E, para finalizar, o nobre colega fez uma entrevista no meu sistema de comunicação ontem, no Maranhão. Foi escutado por seis milhões de maranhenses. Quero registrar aqui que, no momento em que houve o seu depoimento, a sua entrevista, na minha rádio, os canais da Rádio Difusora do Maranhão, que é líder de audiência, ficaram congestionados por mais de uma hora de pessoas tentando se comunicar com o Parlamentar, tentando deixar uma mensagem, tentando fazer um registro dentro da emissora.

(Soa a campainha.)

            O Sr. Lobão Filho (Bloco Maioria/PMDB - MA) - Então, parabéns.

(Manifestação da galeria.)

            O Sr. Lobão Filho (Bloco Maioria/PMDB - MA) - Continue com a sua missão. Sendo candidato ou não, continue com a sua missão, que é uma missão nobre, de defender a família brasileira, de defender o jovem brasileiro e contra esses marginais, vagabundos, pedófilos que ainda teimam em assolar o nosso País. Parabéns, Senador Magno Malta.

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Obrigado, Senador Lobão.

            Senador Eduardo.

            O Sr. Eduardo Lopes (Bloco União e Força/PRB - RJ) - Também na mesma linha e contando aí com a condescendência do Senador Romero Jucá, eu quero dizer, Senador Magno Malta, que já nos conhecemos há muitos anos, quase 20 anos, e, naquela época, a bandeira eram as drogas, a ressocialização, através do seu trabalho que conheço, lá no Estado do Espírito Santo e na cidade de Cachoeiro do Itapemirim. Ali, eu vi a sua eleição para Deputado Federal - creio que contribuí para ela também, trabalhamos para ela - e, chegando aqui, na Câmara dos Deputados, logo no primeiro mandato, logo no início do mandato, eu vejo o Senador assumindo a Presidência da CPI do Narcotráfico. Quer dizer, não é para qualquer um, não, porque tem que ter realmente peito e coragem para isso.

(Manifestação da galeria.)

            O Sr. Eduardo Lopes (Bloco União e Força/PRB - RJ) - E depois vimos, também, já aqui, no Senado, esse trabalho maravilhoso em relação à questão da pedofilia, que realmente é uma praga, uma desgraça. E é necessário também muita coragem para enfrentar isso, assim como todos os assuntos que foram citados por V. Exª. Mas é importante trazer o debate ao País, enfrentar de forma forte e verdadeira todos os debates que foram colocados. V. Exª está colocando à disposição do seu Partido a sua história, a sua vida. V. Exª está colocando à disposição do seu Partido tudo que V. Exª é. Então, agora, cabe ao seu Partido permitir isso. Mas finalizo, também para não me delongar. Como foi colocado por V. Exª, o seu pedido é legítimo, de um brasileiro nato, eleitor com mandato, e está na mão do seu Partido dar essa oportunidade. Mas, de qualquer forma, sendo dada ou não, porque isso cabe ao Partido, uma coisa é certa, como disse o Senador Lobão: só de V. Exª dar a sua entrevista, os canais se congestionaram, e isso significa que, independente de qualquer coisa, a bandeira foi levantada e o debate vai ter que ser enfrentado. Parabéns, Senador!

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Obrigado, Senador.

            Senador Eduardo Amorim.

            O Sr. Eduardo Amorim (Bloco União e Força/PSC - SE) - Senador Magno Malta, quero também aqui dar o meu testemunho não só perante os colegas, mas perante o povo brasileiro. Eu que o conheço há pouco tempo, mas que convivo com V. Exª aqui, vejo que V. Exª defende aquilo que deveríamos defender o tempo todo, que é a família brasileira. Quando a célula da família está doente, pode ter certeza - isso já foi dito por muitos sociólogos, por muitos especialistas -, o tecido social também passa a ficar doente. Infelizmente, ao longo da nossa história, temos perdido muitos jovens e muitos adolescentes dependentes. E a gente sabe que, em toda família que há um dependente, não apenas um fica doente, mas a família toda. Dou o meu testemunho da sua defesa, da sua luta, realmente, por justiça social em nosso País, aqui no Senado Federal, neste ambiente, no cumprimento do seu exercício e da sua missão. Senador Magno, por onde andei com V. Exª vi as pessoas o abordando, conversando com V. Exª, povo simples e humilde. Recentemente estivemos na Bahia, e as pessoas, no aeroporto, na rodoviária, procuravam V. Exª, conversavam e o questionavam sobre diversos temas, diversos assuntos. Então, meu amigo, boa sorte aí no seu caminho. Nunca abra mão dos seus princípios nem dos seus valores! Defenda aquilo que merece ser defendido!

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Muito obrigado, Senador.

            Senador Sérgio Petecão e Senador Walter Pinheiro.

            O Sr. Sérgio Petecão (Bloco Maioria/PSD - AC) - Senador Magno, primeiramente, quero parabenizá-lo pelo belo discurso. Quando a pessoa fala com o coração, ela se emociona e consegue emocionar as outras pessoas. Eu vinha no carro dirigindo-me ao Senado e confesso que até pedi para o motorista dar uma apressada porque eu gostaria muito de ter o prazer de encontrá-lo na tribuna e dar um depoimento, que eu acho que, neste momento, é o mínimo que eu posso fazer por V. Exª. E eu lembro que há uns dois, três meses, aqui no cafezinho do Senado, V. Exª me dizia: “Petecão, eu gostaria tanto de ter um partido para poder viajar este País todo e poder dialogar com as pessoas, defender as coisas que eu entendo que são boas para o Brasil. Eu queria ter um partido”. E hoje, eu confesso que, quando eu ouvia o seu pronunciamento no carro, imaginava: será que deram a legenda ao Senador Magno? Mas eu estou vendo V. Exª, várias vezes, pedindo ao seu Partido essa oportunidade, de dar-lhe a legenda porque quer disputar uma eleição; V. Exª fazendo um apelo.

(Soa a campainha.)

            O Sr. Sérgio Petecão (Bloco Maioria/PSD - AC) - Senador Magno, tive a oportunidade de conhecê-lo aqui no Senado, ou melhor, de encontrá-lo aqui, porque já o conhecia, porque, quando eu era Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Acre - fui Presidente por quatro mandatos -, tive o prazer de receber a CPI do Narcotráfico. E foi naquela oportunidade que eu tive o prazer de, pela primeira vez, encontrá-lo. E eu queria lhe agradecer, em nome do povo do Acre, aquele belo trabalho que a CPI do Narcotráfico fez no meu Estado. Então, eu queria aqui dizer a V. Exª, a sua família, a todo povo brasileiro e aos seus amigos que estão aqui hoje nas galerias e na tribuna do Senado, que eu já tive o prazer de ser seu parceiro aqui nesta Casa, como membro da Frente Parlamentar da Família. E aprendi uma coisa com V. Exª. Aprendi uma coisa com V. Exª que, com certeza, tem me ajudado muito, e é uma coisa que é difícil aqui no Senado, aqui nesta Casa: quando o senhor tem as coisas para dizer, o senhor diz na frente, dentro da maior transparência possível.

(Manifestação da galeria.)

            O Sr. Sérgio Petecão (Bloco Maioria/PSD - AC) - E isso às vezes não agrada. Isso às vezes não faz bem aos ouvidos de algumas pessoas. Quero aqui, Senador Magno, em meu nome e em nome do meu Partido, o PSD, desejar-lhe boa sorte, boa sorte mesmo. Lembro-me de quando fui disputar o Senado lá no meu Estado. Eu virei Senador por acaso, ninguém queria enfrentar o Governo que estava lá, ninguém tinha coragem de enfrentar. E, para não deixar o Governo que estava lá fazer os dois Senadores, eu fui para o enfrentamento, e o povo entendeu minha mensagem e me elegeu com quase 200 mil votos, num eleitorado de 380 mil eleitores.

(Soa a campainha.)

            O Sr. Sérgio Petecão (Bloco Maioria/PSD - AC) - Conquistei mais votos que o Governador. Então, hoje o senhor usa aqui a tribuna do Senado para tornar público... O Brasil, com certeza, o Brasil todo está lhe assistindo através da Rádio Senado, da TV Senado. Vamos ter poucos espaços. Com a dificuldade que o senhor tem, vão ser poucos os espaços que o senhor vai ter, mas, com este espaço que o senhor está tendo hoje aqui, pode ter certeza de que o senhor mexeu na política deste País.

(Manifestação da galeria.)

            O Sr. Sérgio Petecão (Bloco Maioria/PSD - AC) - A sua mensagem é forte, é uma mensagem que o povo entende. O povo entende. Então, eu quero lhe desejar boa sorte nessa sua nova empreitada. E tenho certeza de que o PR não vai lhe negar a legenda.

(Manifestação da galeria.)

            O Sr. Sérgio Petecão (Bloco Maioria/PSD - AC) - O senhor não está pedindo muito; o senhor está pedindo apenas o direito de colocar o seu nome à disposição do povo brasileiro. Sr. Presidente, se o senhor me permite, antes de finalizar aqui, eu quero fazer um registro que acho de fundamental importância. Temos, aqui no nosso plenário, a delegação da Shanghai Electric Corporation, amigos do Senador Ciro Nogueira. Infelizmente, o Senador Ciro Nogueira não se encontra, está no seu Estado, acompanhando a Presidente. Ele pediu que eu fizesse este registro. É um grupo de empresários chineses, que nos dão o prazer de fazer parte da nossa sessão nesta tarde/noite de hoje. Obrigado, Presidente. Obrigado, Senador Magno Malta.

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Obrigado, Senador Petecão, de coração.

            Senador Pinheiro, Senador Blairo.

            O Sr. Walter Pinheiro (Bloco Apoio Governo/PT - BA) - Senador Magno Malta, vou começar só lembrando a V. Exª uma jornada tanto ou quanto parecida com essa que V. Exª acaba de anunciar da tribuna agora. Em 2002, nós tivemos uma longa caminhada no segundo turno da eleição. Inclusive, com essa história de que profeta em sua terra não tem muito valor, terminamos indo para a terra dos outros e corremos o Brasil inteiro, em 2002, num processo difícil de segundo turno, para que pudéssemos dar o nosso testemunho. E, quebrando essa estupidez que se tentou estabelecer na política - porque, às vezes, no processo eleitoral, você tem satanás de um lado e Deus do outro -, nós mostramos que, verdadeiramente, quem segue a um Deus vivo...

(Palmas.)

            O Sr. Walter Pinheiro (Bloco Apoio Governo/PT - BA) - ... não utiliza esse Deus como elemento da sua campanha nem como seu cabo eleitoral, até porque reduzir Deus a cabo eleitoral é, no mínimo, uma blasfêmia. Portanto, nós saímos deste País fazendo o debate sobre a boa política. Depois, repetimos a dose, em 2006, de novo no segundo turno. E, coincidentemente, de novo, nós dois saindo por aí para tentar, inclusive, desdizer o que era uma lógica da campanha.

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Eu espero que agora, desta vez, você esteja comigo de novo.

            O Sr. Walter Pinheiro (Bloco Apoio Governo/PT - BA) - Calma! Vamos lá! Devagar. Está vendo?

(Palmas.)

            O Sr. Walter Pinheiro (Bloco Apoio Governo/PT - BA) - Então, na realidade, depois, nós fomos para um terceiro tempo dessa história: 2010, que está aqui...

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - E esse terceiro tempo foi pesado.

            O Sr. Walter Pinheiro (Bloco Apoio Governo/PT - BA) - Gleisi Hoffmann até está aqui ao lado. Curitiba foi um dos lugares que fomos. Não que fôssemos lá com a tarefa de exorcista para tentar tirar satanás do corpo de quem quer que seja...

            (Soa a campainha.)

            O Sr. Walter Pinheiro (Bloco Apoio Governo/PT - BA) - ... até porque não era essa a nossa tarefa, mas para tentar, inclusive, fazer de novo o bom debate sobre essa questão da política e, na prática, tirando essas, diria, palavras que muita gente usa no sentido de sacar, de extrair vantagens. Então, acho que essa jornada que V. Exª anuncia aqui agora como uma jornada para abrir discussão dentro do seu próprio Partido, para provocar uma discussão na própria base, na qual V. Exª o tempo inteiro esteve presente, é uma jornada que V. Exª conhece, Magno, e, portanto, pode discutir os temas todos, a despeito do que dizem muitos que tentam lhe desqualificar e dizer que é uma candidatura de um tema de uma nota só. Portanto, é alguém que pôde fazer o debate sobre uma campanha presidencial três vezes e que pôde fazer essa mesma discussão ao longo dos dois mandatos de Senador e ao longo do mandato de Deputado Federal. V. Exª debateu desde a política pública, até os temas de direitos humanos, o tema da vida, da família, sabendo exatamente fazer a separação, qual é o terreno da fé, qual é o terreno da política, por que motivo é importante firmar as posições. Portanto, acho que você abre uma jornada, Magno, para fazer o bom debate, inclusive em um partido que, assim como o nosso, foi muito sacudido, de 2005 para cá, com uma série de pontos que geralmente se localizavam na política, ou seja, na presença dos políticos e não no bom debate da política pública. Portanto, vamos trilhar esse caminho, eu diria até que está começando agora, há muita coisa ainda para acontecer, vamos conviver com um ano atípico - não que a Copa do Mundo esteja acontecendo só agora, mas ela está acontecendo agora aqui. Atípico porque também estamos enfrentando um novo tempo, o tempo de outro patamar, de conquistas mais avançadas, a necessidade de avançar mais ainda, a necessidade de pensar mais no outro. Ou até uma expressão que eu já havia lhe dito, que usei com a Presidenta Dilma: a vida melhorou, Magno, dentro de casa. Hoje, tenho Minha Casa, Minha Vida, mas tenho que botar grade. A vida melhorou dentro de casa, mas a vida degradou-se na rua.

(Manifestação da galeria.)

            O Sr. Walter Pinheiro (Bloco Apoio Governo/PT - BA) - Então, é necessário que essa melhoria que conquistamos dentro de casa consiga andar comigo na rua, que eu consiga levar essa vida melhorada para a escola, para o trabalho, para o hospital, para o meu deslocamento em qualquer canto.

(Soa a campainha.)

            O Sr. Walter Pinheiro (Bloco Apoio Governo/PT - BA) - Portanto, a vida melhorou dentro de casa, e é esse o patamar que podemos comemorar neste País. Chegou a hora de darmos um salto maior, para a vida melhorar do lado de fora, deixar de degradar, deixar de banalizar a vida, valorizar cada vez mais a vida. Diferentemente do velho poeta francês que dizia que a vida não vale uma vida, continuo afirmando não na lógica dos poetas, mas na lógica do Senhor da vida: a vida vale uma vida, sim, senhor.

(Manifestação das galerias.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Muito obrigado, Walter. Estivemos em três jornadas, e a palavra é “dessatanizar” mesmo. Morei 29 dias dentro de um jato nesse segundo turno, por isso tenho propriedade para falar as coisas que estou falando. Sei o que avançou e o que não avançou. Sei o que não foi feito e não será feito, nessa questão da segurança pública, até por questão ideológica, por questão filosófica, com todo o respeito. Eu respeito quem tem posição, só não respeito quem não tem posição. Mas, por questão ideológica, não se fará a redução da maioridade penal. E, sem isso, a violência deste País não arrefecerá.

            Senador Blairo Maggi.

            O Sr. Blairo Maggi (Bloco União e Força/PR - MT) - Senador Magno Malta, eu me comprometi com V. Exª em estar aqui presente durante seu discurso. Eu não pude estar, mas fiquei com o ouvido na televisão e o outro nas reuniões que eu estava realizando em meu gabinete. Portanto, acompanhei todo o seu discurso. Um discurso forte, um discurso vibrante. V. Exª colocou, com muita propriedade, todos os temas dos quais resolveu falar hoje à tarde. Tenho certeza de que os que não foram aqui citados também terão, por parte de V. Exª, a mesma atenção e o mesmo carinho e conhecimento que tiveram os assuntos aqui abordados. Mas, como membro do Partido da República, Partido ao qual V. Exª pertence, acompanhei hoje, durante o almoço, no Bloco União e Força, a sua explanação e o seu pedido de apoio ao nosso Presidente Senador Alfredo Nascimento e também ao nosso Secretário-Geral, Senador...

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Antonio Carlos.

            O Sr. Blairo Maggi (Bloco União e Força/PR - MT) - Sim, Senador Antonio Carlos. Eu gostaria de dizer a V. Exª que, se depender de mim, do meu posicionamento dentro do Partido da República, V. Exª terá a oportunidade, terá a legenda...

(Manifestação da galeria.)

            O Sr. Blairo Maggi (Bloco União e Força/PR - MT) - ... para disputar o cargo, como V. Exª vem hoje à tribuna anunciar. Acho que todos ganharão com isso. Isso enriquecerá o debate, que será ampliado. Agora, obviamente, ninguém sozinho dentro do Partido, nem V. Exª tem condições de determinar esse tipo de situação. Portanto, é algo que terá de ser levado ao Partido da República, ao seu Diretório, para que haja discussões. Mas eu gostaria de dizer ao Senador Magno Malta que, se depender de mim, do meu parecer, do meu voto, V. Exª pode percorrer o Brasil para colocar os pontos que aqui foram levantados. Parabéns.

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Muito obrigado, Senador Blairo, de coração, V. Exª é uma referência no Partido, é um nome.

            E V. Exª fez uma colocação muito importante, que me alegrou naquela reunião. V. Exª disse: “V. Exª quer legenda, e o Partido fique à vontade para apoiar quem quiser”. Eu não teria esse problema também. Eu preciso da legenda porque eu não posso ir ao Cartório. Se a proposta do Senador Cristovam tivesse sido aprovada, eu já teria registrado a minha candidatura.

            Nós precisamos pregar e fazer a candidatura avulsa neste País. porque a infidelidade partidária é quando você troca de partido. Mas ninguém nunca discute a infidelidade do partido contigo. E a candidatura avulsa certamente vai botar fim a esse tipo de discussão.

            Eu agradeço a V. Exª pela referência que é, ex-Governador, um empresário de sucesso, conhece este País, sabe das mazelas da violência que se impõe - V. Exª governou seu Estado dois anos. E V. Exª me dá sua palavra, eu fico muito orgulhoso mesmo e lhe agradeço de coração. (Palmas.)

            Meu amigo Senador Pedro Taques.

            O Sr. Pedro Taques (Bloco Apoio Governo/PDT - MT) - Senador Magno Malta, parabéns pela coragem. As pessoas podem não gostar de V. Exª. V. Exª não tem nada a ver com isso; V. Exª não está nem aí para isso, porque V. Exª não é morno. Seja frio ou seja quente, mas não seja morno. V. Exª não é morno, V. Exª expõe suas posições.

(Soa a campainha.)

            O Sr. Pedro Taques (Bloco Apoio Governo/PDT - MT) - Muitas nós concordamos; outras, não; temos posições divergentes, mas V. Exª defende essas posições. Não é um covarde, defende sua posição. Podem não gostar, mas defende. Depois dizem que é o polêmico: “Ah, você é polêmico, outro é polêmico.” O polêmico não é covarde, porque só o covarde se esconde atrás da omissão. V. Exª falou sobre o partido, sobre candidaturas avulsas. Sou favorável à candidatura avulsa. Partido político hoje: um canibalizando o outro. Partidos políticos que canibalizam outros partidos, que fazem outros partidos de satélites; partidos políticos que querem apoio só por causa de tempo de televisão. Isso não é partido político. Isso é uma mercadoria de um bolicho.

(Manifestação da galeria.)

            O Sr. Pedro Taques (Bloco Apoio Governo/PDT - MT) - Em Mato Grosso, uma vendinha, um “secos e molhados” recebe o nome de bolicho. Partidos políticos são vendidos. Aí vêm falar em partido político? Hoje, cada cidadão é um partido político, cada cidadão é uma associação, é um sindicato. Em razão das redes sociais, ele se manifesta, ele é uma entidade intermediária. Não podemos permitir que partidos políticos sejam canibalizados por outros partidos políticos. V. Exª tem mais de 35 anos; está preenchido o art. 14, §3º da Constituição; V. Exª não é ficha suja; V. Exª não está entre os casos de inelegibilidade…

(Manifestação da galeria.)

            O Sr. Pedro Taques (Bloco Apoio Governo/PDT - MT) - … da Lei Complementar nº 135; V. Exª tem o registro de um partido político. Só falta o partido político ter coragem de permitir que V. Exª seja candidato.

(Manifestação da galeria.)

            O Sr. Pedro Taques (Bloco Apoio Governo/PDT - MT) - Eu não faço parte do partido político de V. Exª. Eu tenho orgulho de ser do PDT, sou pedetista. Agora, mais do que pedetista, nós temos que entender que, acima de partidos políticos, encontra-se o nosso Estado. Partido político não é superior ao Estado. Só nos Estados fascistas o partido era mais importante do que o Estado. V. Exª defende causas. Muitos não concordam com elas, outros concordam, mas V. Exª está se posicionando aqui. Parabéns pela sua coragem! Coragem que já representou a CPI do Narcotráfico. V. Exª viajou o Estado, deu uma grande contribuição para o combate ao crime organizado no Estado de Mato Grosso. V. Exª lá estava e, por ocasião da prisão do João Arcanjo Ribeiro, auxiliou lá no Uruguai, V. Exª tem uma contribuição nesse tema que precisamos debater. O Estado não pode proibir em excesso, mas também o Estado não pode proibir de forma insuficiente. O Estado tem o dever fundamental de proteger o cidadão, para que possamos viver dentro da polis, do que se denomina hoje de cidade. Parabéns por colocar o seu nome em debate.

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Senador Pedro Taques, agradeço muito. V. Exª sempre foi digno da minha admiração, desde quando exercia o cargo de Procurador. Eu era Deputado Federal e aprendi a admirá-lo pela coragem e pela determinação para enfrentar o crime, como o nosso querido Juiz Dr. Odilon, lá de Mato Grosso, que conheci pelo Senador Moka, quando da CPI do Narcotráfico. Fomos juntos a Mato Grosso do Sul para a prisão do Morel, brasileiro que tinha grandes fazendas de maconha no Paraguai. Monitorados pelo nosso querido e bravo Odilon, junto com a CPI do Narcotráfico, Morel foi preso naquela madrugada em que nós, de forma muito louca,...

(Soa a campainha.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) -... embarcamos para o Paraguai - eu, o Senador Moka, a ex-Deputada Laura Carneiro, o ex-Deputado Celso Russomano -, porque havíamos acertado com o Macchi, Presidente do Paraguai, que, com um mandato de prisão da Interpol, ele nos entregaria Fernandinho Beira-Mar, que estava na fazendo dos Morel. Chegando ao Paraguai, para fazer justiça a V. Exª, Senador Moka, que, de forma brava, e fazer justiça ao Vice-Presidente da República Michel Temer, que, desesperado, porque não tínhamos acordo, nós entramos sozinhos, sem a Polícia Federal. Temer, como Presidente da Câmara, se desesperou, porque nós entramos no Paraguai. O Presidente não cumpriu o acordo conosco e desapareceu, mas ele andava com carro roubado do Brasil e não podia conversar conosco.

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Então, faço justiça à bravura de V. Exª e agradeço muito por ter me apresentado ao Dr. Odilon.

            V. Exª tem a palavra.

            O Sr. Waldemir Moka (Bloco Maioria/PMDB - MS) - Senador Magno Malta, na verdade percorremos o País por quase dois anos. Tenho certeza de que, se aqui estivessem Laura Carneiro, Pompeo de Mattos, Moroni Torgan, o grande Moroni Torgan, o Celso Russomano... Era um grupo de... Eu era estreante aqui, assim como acho que também V. Exª o era, mas foi, sem dúvida nenhuma... Mas o mérito era de quem liderava aquele grupo. O mérito era de V. Exª, como Presidente da Comissão, mas claro que assessorado por um homem experiente, delegado da Polícia Federal, o Moroni Torgan. Fiz o que me cabia. Fui Relator da CPI do Narcotráfico no meu Estado e posso garantir que tudo que aconteceu depois em relação a drogas, tudo, tudo que avançou foi decorrência do relatório que o Moroni Torgan, presidido por V. Exª, entregou como grande contribuição a este País. Eu me lembro dessa época. V. Exª já disse - quero fazer justiça - que essa questão da pedofilia é uma questão importante. A própria Igreja Católica começou realmente a fazer, talvez não como deveria, porque a gente vê muita gente aí colocando o dedo, criticando, falando das coisas, mas, na hora de fazer uma autocrítica em relação a essa questão da pedofilia, eu não vejo a Igreja Católica com o mesmo rigor, pois acaba acobertando um crime hediondo contra crianças deste País.

(Manifestação da galeria.)

            O Sr. Waldemir Moka (Bloco Maioria/PMDB - MS) - Um grande abraço, meu caro amigo Senador Magno Malta.

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Antes de dar a palavra ao Senador Casildo, agradeço a V. Exª e registro que, na semana passada, nós votamos, terminativamente, na CCJ do Senado, tornando crime hediondo o crime de abuso de criança no Brasil.

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - V. Exª tem a palavra.

            O Sr. Casildo Maldaner (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Senador Magno Malta, recebi, há pouco, alguns telefonemas de catarinenses que diziam: “Nós conhecemos o Senador Magno Malta como artista - ele faz shows, ele canta bem, é um negócio -, mas, Maldaner, oferece um aparte a ele para cumprimentá-lo pelas ideias que está pregando hoje da tribuna do Senado”. E eu quero reforçar que não é só hoje. O que V. Exª vem fazendo hoje à tarde, que vem encantando a todos nós, o Brasil, não só os catarinenses, mas o Brasil, V. Exª vem fazendo... Eu não poderia deixar passar este momento sem nos congratularmos com V. Exª. Então, eu diria aos que só o conheciam das lutas, dos shows, como artista e tal, que hoje V. Exª deu um show de ideias, um show de família, um show de moralização, um show para corrigir o negócio do tráfico, um show para fazer com que os maiores de idade não usem os menores nessas circunstâncias todas, para fazer com que os maiores de idade não usem os menores nessas circunstâncias todas; fazer com que se encontre uma saída para isso e para aquilo e para a pedofilia... Olha, V. Exª, hoje, fez uma pregação, aqui, no Senado, que, por certo, vai ficar como uma questão memorial na cabeça das pessoas do Brasil. Por isso, eu não poderia deixar de cumprimentá-lo de coração, neste momento. Muito obrigado.

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR-ES) - Senador Casildo, muito obrigado.

            Eu estive, domingo próximo passado, na sua Santa Catarina, em Balneário Camboriú, com o nosso querido Pastor Aboud, que está aqui, uma figura importante no seu Estado, um homem de mídia e pastor da igreja denominada Embaixada, um grande templo, uma igreja com milhares de pessoas, rostos que, quem sabe, às noites...

(Soa a campainha.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR-ES) -..., conheceram os bares, as esquinas, os guetos, alguns que conheceram mandados de prisão e que foram resgatados, lavados no sangue de Jesus, lá no seu Estado, pela instrumentalidade desse homem, o Pastor Aboud, que aqui está, que, como tantos outros, tem feito essa obra maravilhosa neste Brasil.

            Obrigado pelo seu aparte, que recebo com muita emoção.

            Encerro, Senador Romero, dizendo que, quando fui ao seu Estado, eu me encontrei com o Senador Mozarildo. Ele disse: “Você já tomou conhecimento da barbaridade do meu Estado?”. Falou isto quando aquele procurador foi preso. Eu disse: “Mozarildo, eu ouvi falar. Vou ver agora.” Fui e tomei conhecimento. Chegando ao plenário, cruzei com V. Exª. V. Exª me perguntou: “Que dia você vai ao meu Estado?”

            O Brasil se lembra daquele procurador desgraçado, predador da infância, matador de emoções, que violentou, abusou, engravidou crianças de tenra idade. Um procurador de Estado! Um miserável! Aqueles dois empresários desgraçados usam o dinheiro deles... Eu não sei o nome deles, não, mas um é um tal de Carola e o irmão, outro miserável. Eu sei que eles são donos de todas as concessionárias de carros lá. Então, o povo vai identificá-los fácil. São donos de uma rede de lojas. Eles estavam presos. Abusadores de crianças, mentalmente desequilibrados!

            V. Exª me perguntou: “Que dia você vai?” Eu disse: “Olha, nós temos oitivas marcadas. Não pode ser esta semana”. Mas V. Exª - eu quero dar este testemunho - me cobrou o tempo inteiro.

            Chegando lá, a Bandeirantes, que é dirigida pelo seu filho, não me dava sossego, nem no hotel, por conta do drama.

            Eu tinha que dar este depoimento sobre V. Exª. As pessoas não o viram lá, mas foi pela mão de vocês que eu fui lá.

            Nas oitivas, Senador Mozarildo, a bandidada correndo atrás dos políticos, pulando de um canto para outro, correndo atrás, com advogados... Foi um rebuliço.

(Soa a campainha.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - A Senadora Angela Portela, que não era Senadora, ficava quietinha, em todas as oitivas, sentada lá, no canto, com o marido. Assistiram a todos os dias de oitiva, participando daquele debate, quando eu vi aquele verme, que está preso até hoje, para alegria do povo do Brasil. Saibam os senhores, os dois, Romero Jucá e Mozarildo, que está aqui o Movimento Mães contra a Pedofilia, que proliferou no Brasil, tendo começado no seu Estado, no meio da rua, com mulheres de anel no dedo, desempregadas, empregadas domésticas, funcionárias públicas, médicas, advogadas, mães que se misturaram em defesa da infância.

            Que bom, que felicidade encerrar o meu pronunciamento com V. Exª sentado aí e falando de um caso tão emblemático, tão emblemático como o caso do Prefeito de Coari, Adail, esse resto de esgoto, esse lixo! Ele está preso. O Fantástico falou três domingos seguidos. Os processos desse verme dormiam nas gavetas do Tribunal do Amazonas e esse homem abusava de crianças, engravidando-as. Eu estive lá, dentro de Coari, só eu e Deus, e coloquei no ar gravações da Polícia Federal em que falava com a Secretária de Assistência Social, que levava crianças de 9 ou 10 anos para ele abusar, chamando de putinhas - é verdade - as crianças de 12 anos de idade que faziam aborto em Manaus. Aquele desgraçado tem a força dos royalties, do dinheiro do gasoduto de Coari! Demorou, mas, graças a Deus, ele está preso e vai apodrecer na cadeia!

(Manifestação nas galerias.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Seu caso é tão emblemático como o desse Adail. E chamo a atenção do CNJ, que foi lá para ajudar a fazer tudo isso.

            Há mais, CNJ! CNJ, há mais processos de crianças violentadas neste País dormindo em gavetas de juízes...

(Soa a campainha.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) -... e de desembargadores.

            CNJ, há mais! E é preciso fazer justiça à infância brasileira.

            Muito obrigado a V. Exª pela complacência e muito obrigado àqueles que me apartearam.

            Senador Randolfe, você não me aparteou, não, mas, olhe, você sabe que eu gosto de você e vou lhe falar um negócio...

            O Randolfe é candidato a Presidente.

            Eu estou pedindo isonomia para o Randolfe. Quando ele vier fazer o discurso, terá que ter o mesmo tempo que eu tive, o mesmo tempo de todo mundo igual - viu, Randolfe? - para colocar aqui suas ideias.

            Eu soube hoje, por uma repórter, que V. Exª é candidato. Fico muito feliz, porque é preciso haver um debate amplo. Não pode haver uma polarização do PSDB, do PT, deixando os outros falando sozinhos. Se nós formos, vamos falar entre nós e vamos fazer um debate, no Brasil, sobre as nossas crenças, sobre o que eu creio, o que V. Exª crê, o que penso para o Brasil, o que V. Exª pensa. Certamente, avise-me, pois já pedi isonomia para a Mesa. V. Exª terá o mesmo tempo e eu quero estar sentado aqui para ouvi-lo, até porque o acho parecido demais com o Harry Potter.

            O Sr. Randolfe Rodrigues (Bloco Apoio Governo/PSOL - AP) - Senador Magno Malta, ainda em tempo de ouvir V. Exª, ainda em tempo de apartear V. Exª antes da conclusão, quero cumprimentá-lo pela coragem de anunciar, hoje, aqui, da tribuna, o desejo de V. Exª, como acredito que será o desejo de seu Partido também. É importante que a eleição deste ano seja marcada pelo bom debate. O Brasil, um país com essa dimensão, tem de ser o país do bom e do grande debate, da diversidade de debates, da diversidade de opiniões, das mais diferentes opiniões. Um país com 8.511.000 quilômetros quadrados e um país que tem 25 anos de experiência democrática, desde a Constituição de 1988, não pode ficar polarizado, com apenas duas opções políticas. Eu o saúdo, exalto V. Exª, por apresentar mais uma opção para o povo brasileiro. Espero que todas as opções apresentadas se concretizem depois, espero, sinceramente, que todas as agremiações políticas concretizem as opções que estão sendo lançadas. A próxima será a sétima eleição presidencial desde a redemocratização. Senador Magno Malta, veja o quanto é frágil a nossa República. Vivemos uma experiência republicana desde 1889. Sabe quantos presidentes nós tivemos, em nossa experiência republicana de mais de um século, que concluíram o mandato? Quatro. Só quatro, desde 1889. Foram Eurico Gaspar Dutra, Juscelino Kubitschek, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e, agora, Dilma Rousseff. Foram cinco, com Dilma Rousseff, que, obviamente, concluirá o mandato. Apenas cinco nessa experiência republicana. Veja o quanto é carente a nossa democracia!

Por isso, essa sétima eleição presidencial, após a redemocratização, tem que ser uma eleição presidencial rica, não em dinheiro, rica em ideias, em pluralidade de opções para o povo brasileiro. Nesse sentido, exulto a coragem de V. Exª de se oferecer como opção para o povo brasileiro.

(Manifestação da galeria.)

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES) - Obrigado, Senador Randolfe; obrigado, Senador Romero; obrigado, Srs. Senadores; obrigado ao Brasil, que me ouviu pelas redes sociais, pela TV Senado, pela Rádio Senado. Peço ao povo brasileiro que reza que reze por mim; àqueles que oram que orem por mim; àqueles que não confessam nada, mas que torcem, que torçam por mim e que o partido ouça a voz de Blairo Maggi.

            Que o nosso Presidente, o nosso Secretário-Geral e os nossos Líderes propiciem que eu possa ter essa legenda para poder participar desse debate, do debate de um tema tão importante e que urge no Brasil, este Brasil tão carente. E, assim, que nós, pelo menos, façamos com que o povo brasileiro saiba que o debate que ele pede e aquilo que ele quer, que é a sua grande angústia, não vai ficar de fora do processo eleitoral.

            Obrigado, Sr. Presidente.

(Manifestação da galeria.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/02/2014 - Página 235