Discurso durante a 25ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reflexões sobre o Dia Internacional da Mulher.

Autor
Eduardo Amorim (PSC - Partido Social Cristão/SE)
Nome completo: Eduardo Alves do Amorim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
FEMINISMO.:
  • Reflexões sobre o Dia Internacional da Mulher.
Publicação
Publicação no DSF de 12/03/2014 - Página 478
Assunto
Outros > FEMINISMO.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA INTERNACIONAL, MULHER, ENFASE, CONQUISTA (MG), ESTADO DE SERGIPE (SE), IMPORTANCIA, CONTINUAÇÃO, COMBATE, DISCRIMINAÇÃO SEXUAL, AUMENTO, IGUALDADE, SEXO.

            O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ouvintes da Rádio Senado/ espectadores da TV Senado, todos que nos acompanham peias redes sociais,

            Embora um ato de barbárie e total desumanidade seja reconhecido como a data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, este movimento, de fato, origina-se desde alguns anos antes, na luta das mulheres por melhores condições de trabalho e foi proposto durante o II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas que aconteceu em 1910, na Dinamarca.

            Contudo a consagração do direito de manifestação pública veio com apoio internacional, em 1975, quando a Organização das Nações Unidas - ONU - instituiu oficialmente o dia 8 de maio como o Dia Internacional da Mulher.

            Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, inclusive no Brasil, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia, acabar com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, e isso é indiscutível, mas muito ainda há para ser modificado.

            O fato é que na história da humanidade as mulheres sempre ocuparam um papel de relevante importância, foram à luta por seus objetivos e tornaram-se exemplo para muitas gerações. Não vou citar nomes, passaria horas a fazê-lo.

            Entretanto gostaria de citar três brasileiras que, para mim, representam garra e determinação. A primeira: a médica Rita Lobato, que só pode iniciar seus estudos depois que D. Pedro II assinou um decreto-lei; a segunda: Maria da Penha Maia Fernandes, cuja luta em favor dos direitos das mulheres e contra a violência doméstica, deu origem à Lei Maria da Penha - sancionada em 2006. E a última, a médica Zilda Arns, fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, organismos de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A Doutora Zilda aprofundou-se em saúde pública, pediatria e sanitarismo, visando a salvar crianças pobres da mortalidade infantil, da desnutrição e da violência em seu contexto familiar e comunitário. Foi um exemplo do exercício missionário da medicina.

            Mas em Sergipe, Senhor Presidente, não foi e não é diferente. A união de um Estado tranqüilo, com uma terra fértil deu origem a filhas fortes, mulheres determinadas e guerreiras, que lutam por seus objetivos, sem com isso perder a doçura.

            E aqui, Srªs e Srs. Senadores, quero falar de uma sergipana valente, que à época foi uma revolucionária, conduzia carros de bois e tinha um tino político incomum à maioria das mulheres. Refiro-me à minha avó: Maria Carreira, de quem herdei o gosto pela política, que para mim é uma verdadeira missão.

            Como não lembrar, Senhor Presidente, de Maria Thetis Nunes, historiadora, professora e escritora, Itabaianense - minha conterrânea; ocupou a cadeira 39 da Academia Sergipana de Letras. Dentre tantas outras mulheres sergipanas que se destacaram por sua fibra, força, determinação, por estarem, sobretudo, à frente do seu tempo e desbravar caminhos para as novas gerações.

            Mas a história recente do nosso Estado, Sr. Presidente, também nos reservou grandes mulheres.

            Em Sergipe, a Assembléia Legislativa é presidida, pela primeira vez na sua história, por uma mulher e, diga-se de passagem, pelo segundo biênio consecutivo. A Deputada Estadual Angélica Guimarães, é médica ginecologista e obstetra e enquanto exercia a medicina, alimentava o sonho de construir em sua cidade natal - Japoata - um hospital que pudesse atender aos mais pobres e essa foi sua maior motivação para iniciar sua carreira política. E conseguiu, com muita luta, ver seu sonho realizado.

            Entretanto Srªs e Srs. Senadores, a política estava presente nos genes que compõem o DNA da Deputada Angélica Guimarães. Seu bisavô, Oséas Alves, foi prefeito de Japoatã; seu avô, Dorival Dias Guimarães, vice-prefeito e seu pai, Leúdes Alves dos Santos, vereador. Em 1992, assim como seu bisavô, foi prefeita da sua cidade e, desde 1998, ocupa uma cadeira na Assembléia Legislativa do Estado de Sergipe, estando atualmente no seu quarto mandato. Orgulho para todos nós sergipanos.

            Assim como para nós é também motivo de grande orgulho, outra sergipana, itabaianense, minha conterrânea, que também traz em seu código genético, a política. Refiro-me à Maria Mendonça, filha de uma das maiores lideranças políticas de Estado - Chico de Miguel. Maria é, sem nenhuma dúvida, uma mulher de fibra e de grande determinação, cresceu em meio à política, aprendendo a responsabilidade social da tarefa de uma pessoa pública. Sobretudo, é uma pessoa preocupada com as causas sociais, empenhada no serviço público independente de estar ou não no exercício de um mandato político.

            Maria Mendonça é pedagoga com especialização na área de gestão. Contudo, Senhor Presidente, a genética falou mais alto e em 1994, elegeu-se Deputada Federal, reeleita em 1998 e em 2002, com um trabalho relevante e vultoso, não apenas para Itabaiana, mas para Sergipe. Em 2004, interrompeu o mandato legislativo, para concorrer à prefeitura de Itabaiana, foi eleita, fazendo um mandato brilhante para o município e para os itabaianenses. Hoje, mais uma vez como Deputada Estadual, mantém sua trajetória com a marca que lhe é peculiar.

            Entretanto, Sr. Presidente, as mulheres sergipanas também fazem história no Tribunal de Contas do Estado de Sergipe. No final do mês de fevereiro, tomou posse, como conselheira do órgão, a ex-deputada estadual Suzana Azevedo, sucedendo a conselheira Maria Isabel Nabuco D'Ávila. Suzana, é mais uma exemplo de força e determinação da mulher sergipana. Foi vereadora no município de Aracaju por dois mandatos consecutivos e Deputada Estadual por cinco legislaturas, também, consecutivas.

            E o que dizer da Procuradora Euza Missano e da sua incansável batalha, pro saúde do povo sergipano. Da Desembargadora Marilza Maynard, que foi presidente do Tribunal de Justiça de Sergipe e, recentemente, foi convocada pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, para ocupar a vaga deixada pelo Ministro Castro Meira.

            E tantas e tantas sergipanas guerreiras e batalhadoras, mulheres simples, donas de casa, que dedicaram toda a vida para cuidarem de suas famílias e aqui, Senhor Presidente, gostaria de homenagear a todas por meio de minha mãe, Dona Celina, por quem, além de todo o amor e respeito, tenho grande admiração.

            Minha esposa, Vilma Leite Machado Amorim, companheira de todas as horas, firme e determinada, meu porto seguro. Por meio dela, gostaria de homenagear a todas as mulheres que têm dupla jornada de trabalho. Cuidam de suas famílias e de suas carreiras profissionais com a mesma eficiência e dedicação. À vocês, minha grande admiração.

            E por último, Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Senadores, mas não menos importante, gostaria de homenagear as gerações vindouras, por meio da minha filha Lara, onde reside toda a nossa esperança, de que as mulheres sejam de fato respeitadas, onde não haja violência, nem preconceito. Tenho esperança e fé em que, num futuro próximo, homens e mulheres possam caminhar lado a lado, sem distinção de gênero em nenhuma esfera, seja ela social ou econômica.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/03/2014 - Página 478