Comunicação inadiável durante a 92ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Considerações sobre a criação do Banco de Desenvolvimento dos “Brics”; e outro assunto.

Autor
Vanessa Grazziotin (PCdoB - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
ECONOMIA INTERNACIONAL, POLITICA EXTERNA. EDUCAÇÃO.:
  • Considerações sobre a criação do Banco de Desenvolvimento dos “Brics”; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 11/06/2014 - Página 227
Assunto
Outros > ECONOMIA INTERNACIONAL, POLITICA EXTERNA. EDUCAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, CRIAÇÃO, BANCO DE DESENVOLVIMENTO, GRUPO ECONOMICO, PARTICIPAÇÃO, BRASIL, ALTERNATIVA, FUNDO MONETARIO INTERNACIONAL (FMI), LOCAL, PAIS ESTRANGEIRO, CHINA, OBJETIVO, AUMENTO, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, INCLUSÃO SOCIAL, FORTIFICAÇÃO, AGRUPAMENTO.
  • REGISTRO, ELEIÇÃO, DIRETORIO CENTRAL DO ESTUDANTE (DCE), UNIVERSIDADE ESTADUAL, ESTADO DO AMAZONAS (AM), COMENTARIO, AUTONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ELEIÇÕES, REITOR, APRESENTAÇÃO, VOTO DE APLAUSO, ESTUDANTE.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, companheiros e companheiras, o mundo inteiro assiste a uma mudança estrutural muito importante no financiamento do desenvolvimento mundial. Eu aqui me refiro à construção do futuro banco de desenvolvimento dos BRICS. Os BRICS, como todos sabem, é um bloco formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

            A decisão de criar esse banco para alavancar e contribuir solidariamente com o processo de desenvolvimento de inclusão social dessas importantes economias mundiais, nações emergentes, já ocorreu, Sr. Presidente, há algum tempo, restando agora a definição da estrutura do banco, o local onde o banco terá sede e os detalhes para operacionalização desse órgão, mais um órgão internacional de desenvolvimento mundial.

            Vários países, como a África do Sul, como a Índia, disputavam sediar o banco mundial. Entretanto, pelas informações últimas divulgadas, possivelmente a sede para o banco dos Brics deverá ser mesmo na China, na cidade de Xangai - Xangai, que é hoje o maior centro financeiro da China Continental.

            E eu quero dar o meu testemunho aqui sobre uma visita recente que fez uma delegação de Parlamentares brasileiros - Senadores e, antes das Senadoras e dos Senadores, foram os Deputados Federais, acompanhados inclusive pelo próprio Presidente da Câmara dos Deputados. Mas uma comitiva do Senado que participa do Grupo Parlamentar Brasil-China lá esteve sob a coordenação do Senador Flexa Ribeiro, que é não só o 1º Secretário do Senado Federal, mas o Presidente do Grupo Parlamentar Brasil-China. E em todos os lugares por onde andávamos, Sr. Presidente, com todas as autoridades chinesas com que falávamos, todas elas falavam com a mesma linguagem, que era pedir o apoio e fazer alguns questionamentos acerca da posição do Brasil em relação ao pleito que a China havia apresentado para que a sede dos BRICS fosse naquele país.

            Então, a notícia que temos é que parece que o acordo já teria sido selado e que a confirmação da escolha de Xangai como sede do banco deverá ser anunciada no próximo encontro da cúpula de líderes dos BRICS, que ocorrerá no mês de julho, logo após o encerramento da Copa do Mundo, aqui no Brasil na cidade de Fortaleza, capital do Ceará.

            A previsão dos membros é que o banco poderá entrar em operação já em 2016. A instituição, que é projetada como alternativa ao Banco Mundial e ao FMI (Fundo Monetário Internacional), órgãos que os países do BRICS criticam por ser dominado pelas potências ocidentais, terá como objetivo financiar obras de infraestrutura e desenvolvimento sustentável dos seus membros, ou seja, do Brasil, da Rússia, da África do Sul e da Índia.

            Os termos do acordo que cria o banco estão praticamente definidos e prevêem que cada país aporte o mesmo valor de recursos, ou seja, cerca de US$10 bilhões cada nação.

            Também tomamos conhecimento que havia um pleito, por parte da China, para que a China pudesse aportar um volume de recursos maior, o que aparentemente poderia ser um bom negócio. Entretanto, há, por parte dos demais países, uma decisão e uma determinação de que o aporte de todos seja semelhante, para que nenhum possa ter participação maior do que outro.

            Além do banco, Sr. Presidente, os BRICS também deverão formalizar, em Fortaleza, a criação de um fundo de reservas de US$100 bilhões, que poderá ser usado pelos países do grupo em um possível cenário econômico adverso.

            O Arranjo Contingente de Reservas (CRA, na sigla em inglês) terá em torno de US$41 bilhões da China; Brasil, Rússia e Índia entrarão com US$18 bilhões cada; e a África do Sul com US$5 bilhões. Eu repito: esses recursos são para compor o Arranjo Contingente de Reservas.

            Segundo a economista Stephany Griffith-Jones, da Universidade Columbia, "A chegada do banco dos BRICS marcará uma mudança significativa na arquitetura do financiamento internacional de desenvolvimento".

            Esta postura altiva, producente e ampla é fruto de uma política externa que tem, em seu horizonte, um aprofundamento das políticas de desenvolvimento, ao mesmo tempo em que busca construir novos caminhos e novas parcerias.

            Este é o caminho iniciado, Sr. Presidente - e aqui eu quero destacar -, pelo governo do ex-presidente Lula e mantido agora no Governo da Presidente Dilma, que está em sintonia com as aspirações dos povos e não aceita ser apenas títeres dos Estados Unidos e da Europa.

            Eu quero, Sr. Presidente, dizer que o momento é de muita alegria, muita alegria para os brasileiros, para os russos, para os africanos, de muita alegria para a China, para os chineses, o maior país do mundo do ponto de vista do número da população - só lá são mais de 1,3 bilhões de pessoas e, no Brasil, mais de 200 milhões. Enfim, um grupo importante como o BRICS levar a cabo aquilo que muita gente imaginava. Quando os membros da Cúpula, os Presidentes desses países, pela primeira vez anunciaram a criação do banco, muita gente era cética, manifestou o seu ceticismo em relação àquele anúncio, achando que as bases para o acordo seriam tão delicadas, tão difíceis que o banco não chegaria a bom termo. E, hoje, a gente vê que nós estamos muito próximos, numa cúpula histórica que acontecerá aqui, no Brasil, neste País, sede da Copa do Mundo - que, não tenho dúvida nenhuma, será um belo espetáculo que o povo brasileiro patrocinará para o mundo todo. Então, logo após a Copa, a realização desse evento tão importante, Sr. Presidente, para todos nós brasileiros, para todas nós brasileiras e para a grande parte dos povos do mundo inteiro.

            Mesmo aqueles países, aquelas nações que não participam dos BRICS ganharão muito com essa medida, porque, sem dúvida nenhuma, a criação de um novo banco, a criação de um novo fundo de desenvolvimento, trará um equilíbrio maior na correlação de forças nesse cenário internacional, Sr. Presidente. Porque temos que entender que as nossas relações com as demais nações devem ser amistosas, mas de igualdade, e jamais relações de subserviência, como acontecia no passado, onde organismos internacionais ditavam, verdadeiramente, as políticas, Sr. Presidente. Hoje, não estamos mais sob o jugo desses organismos internacionais. Pelo contrário. Ajudamos muito os governos que aqui estão e por aqui passaram a construir esse novo cenário internacional, que garante melhores condições de desenvolvimento.

            Então, quero aqui cumprimentar essa decisão ao mesmo tempo em que encaminho as minhas saudações à China, se confirmada essa decisão de que a sede do banco dos BRICS será em Xangai, na China. Apesar de toda a distância que nos separa, a distância geográfica entre Brasil e China, essa distância não é nada perto da nossa proximidade, proximidade amistosa, de solidariedade que há entre as nossas nações e todas as demais nações que compõem o BRICS.

            Sr. Presidente, nesse período que me resta, eu quero aqui fazer o registro - e faço questão de cumprimentar e de participar, daqui da tribuna deste Senado - da eleição para o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade do Estado do Amazonas, que aconteceu recentemente e contou com a participação de alunos de cinco unidades da capital e de 16 unidades do interior do Estado do Amazonas: Manacapuru, ltacoatiara, Presidente Figueiredo, Careiro Castanho, Coari, Parintins, Humaitá, Tabatinga, São Gabriel da Cachoeira, Eirunepé, Carauari, Boca do Acre, Tefé, Manicoré, Lábrea e Maués.

            No pleito da entidade, Sr. Presidente, foi eleita a chapa liderada pelo jovem Maick José Soares Tavares, estudante de pedagogia da UEA (Universidade do Estado do Amazonas).

            A UEA é a maior universidade multicampi do Brasil, que, recentemente, conquistou sua autonomia administrativa elegendo, pela primeira vez, o seu reitor. Sem dúvida nenhuma, agora, a eleição do DCE reforça esse processo de mais democracia interna na própria universidade.

            Quero aqui destacar que a própria eleição...

(Soa a campainha.)

(Interrupção do som.)

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - ... direta para a reitoria da universidade, visto que a UEA é uma jovem universidade ainda, foi muito fruto de grandes mobilizações do corpo docente, mas principalmente do corpo discente. Os estudantes, com essa eleição recente, Sr. Presidente, deram um verdadeiro exemplo de organização e maturidade. Por esse motivo, apresento um voto de aplauso, que passo a ler.

No dia 5 de junho de 2014, ocorreu no Estado do Amazonas a eleição da nova diretoria do DCE da Universidade do Estado. A Chapa 10 "Na pressão pelas mudanças" ganhou com 1.511 votos, tendo 348 votos de diferença para a segunda concorrente. O DCE da UEA é filiado à União Estadual dos Estudantes do Amazonas e à União Nacional dos Estudantes.

A Chapa 10 "Na pressão pelas mudanças" era composta por: Maick Soares, Eizimar...

(Soa a campainha.)

(Interrupção do som.)

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - Já concluo, Sr. Presidente.

Danilo Queiroz, Ariana, Bruna, Jackson, Rafael, Geraldo, Anderson, Fran Walafe, Eliesio Vargas, Rogerson, José Rodrigues, Markeyson, Leide, Fernando, Rosilene, Sandra, Herbert, Antônio, Miguel, Danilo, Edilon e Olavo Barras.

            Faço questão de citá-los todos, dizendo que, coordenados por Maick, que é o novo presidente eleito, é, sem dúvida nenhuma, uma chapa composta por estudantes que têm muito desejo de trabalhar para que haja avanços efetivos no âmbito da universidade, tanto que o nome escolhido foi, Sr. Presidente, “Na pressão pelas mudanças”. É uma universidade em construção, uma universidade que tem uma presença forte na capital, mas principalmente no interior.

            Quero desejar a todos sucesso em sua gestão.

            Obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/06/2014 - Página 227