Discurso durante a 98ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Leitura de documento encaminhado por entidade sindical no qual se relata pessimismo sobre a possibilidade de acordo entre o Governo Federal e pensionistas do Fundo Aerus, e outro assunto.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PREVIDENCIA SOCIAL, MOVIMENTO TRABALHISTA. ESPORTE.:
  • Leitura de documento encaminhado por entidade sindical no qual se relata pessimismo sobre a possibilidade de acordo entre o Governo Federal e pensionistas do Fundo Aerus, e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 03/07/2014 - Página 213
Assunto
Outros > PREVIDENCIA SOCIAL, MOVIMENTO TRABALHISTA. ESPORTE.
Indexação
  • LEITURA, DOCUMENTO, AUTORIA, FEDERAÇÃO NACIONAL, TRABALHADOR, AVIAÇÃO CIVIL, CENTRAL UNICA DOS TRABALHADORES (CUT), ASSUNTO, AGRADECIMENTO, APOIO, CRITICA, DECISÃO, ENCERRAMENTO, POSSIBILIDADE, NEGOCIAÇÃO, ACORDO, PAGAMENTO, BENEFICIO PREVIDENCIARIO, PENSIONISTA, FUNDO DE PREVIDENCIA, EMPRESA DE TRANSPORTE AEREO, VIAÇÃO AEREA RIO GRANDENSE S/A (VARIG), PEDIDO, PARTICIPAÇÃO, CONGRESSO NACIONAL, LUTA, MOVIMENTO TRABALHISTA.
  • CRITICA, OPOSIÇÃO, REALIZAÇÃO, CAMPEONATO MUNDIAL, FUTEBOL, BRASIL, ENFASE, AUMENTO, EXPECTATIVA, CIRCULAÇÃO, TURISTA, MOVIMENTO FINANCEIRO, PAIS, ELOGIO, HOSPEDAGEM, ESTADIO, SEGURANÇA, TRANSPORTE COLETIVO, PREÇO, AEROPORTO, ACESSO, INTERNET, CONTINUAÇÃO, CONCLUSÃO, OBRAS, BENEFICIO, BRASILEIROS.

            O SR. PAULO PAIM (Bloco Apoio Governo/PT - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Eduardo Suplicy, primeiro, quero cumprimentá-lo, porque V. Exª, além de ser um Parlamentar exemplar, foi, por unanimidade, na convenção realizada em São Paulo, indicado para concorrer ao Senado. Eu tenho certeza de que o povo de São Paulo há de reconduzi-lo a esta Casa, para que V. Exª continue fazendo o trabalho brilhante que faz em defesa não só do povo de São Paulo, mas de todo povo brasileiro.

            Com essa consideração rápida, Senador Suplicy, eu quero, sem nenhuma alegria, mas com muita tristeza, como diz o próprio documento, fazer a leitura aqui, da tribuna, de forma rápida, devido ao tempo, do documento que eu recebi que é assinado pelo Luiz Sérgio de Almeida, Presidente da Fentac/CUT, e pela Graziella Baggio, que está aqui, na tribuna, neste momento.

            Esse documento demonstra toda a indignação dos homens e mulheres que apostaram a sua vida no Aerus e que, depois de terem ganhado na Justiça a causa que poderia apontar para um grande entendimento de negociação, receberam a notícia, neste período em que estávamos afastados, de que não haverá negociação.

            Mas, melhor do que ilustrar com palavras, eu, que me dediquei a esta causa, não somente eu como outros Senadores e Deputados - até porque não vou citar nenhum, porque são inúmeros os que se dedicaram por mais de treze, quinze anos, batalhando para que a Varig não falisse e que não acontecesse a situação em que se encontram, hoje, os companheiros do Aerus -, passo a ler o documento que me foi entregue e que foi entregue também lá na Câmara dos Deputados, onde também foi lido:

Fentac/CUT (Federação Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil da CUT) encaminha a V. Exªs o presente ofício, passando-lhes informações sobre o caso Aerus.

            Diz o documento:

Ontem, em contato mantido com o Presidente da Câmara dos Deputados, o Ministro Ricardo Berzoini encerrou a possibilidade das negociações para o acordo do Aerus. Há um sentimento de tristeza e desespero em todos os envolvidos. Todos sabem que o tempo não irá esperar a demora do Poder Judiciário e isso torna a resposta negativa ainda mais desesperadora. Passar um ano chamando os representantes [e eu acompanhei, em inúmeros momentos] para discutir um acordo, inclusive para discutir formas de pagamento, não se encaixa com a resposta de “falta de recursos”. Ora, se se estava discutindo a forma de pagamento, presume-se a existência de valores.

Por isso, hoje, encaminhamos esse ofício a V. Exªs para agradecer o apoio durante todos esses anos, para agradecer a presença diária em nossos acampamentos, agradecer pelos pronunciamentos [como este] e pelas cobranças [que sempre fizeram, eu diria, para o Judiciário e também] ao Executivo. Mas, também, pedimos a V. Exªs [que não joguem a toalha] que continuem do nosso lado, cobrando e apoiando, de todas as formas [possíveis e imagináveis], a realização imediata do acordo. Utilizem todas as armas, exatamente dentro da harmonia e independência dos Poderes da nossa República, para evitar que novos falecimentos ocorram.

Não há qualquer previsão de pagamento para o mês que vem e, tragicamente, já ocorreram 1.008 falecimentos entre o dia da liquidação (2006) até hoje. Ou seja, sem qualquer necessidade, outras pessoas irão morrer, e cada vez com maior frequência. Imaginem, Srs. Senadores, que, a cada três dias, morresse um familiar ou um amigo próximo. Esta é a sensação que os participantes do Aerus têm. A cada três dias, um conhecido não resiste e gera uma comoção geral, e o pensamento de quem será o próximo. É cruel o que está acontecendo.

Independentemente de partido político, conclamem seus pares para fazer uma grande movimentação a favor do acordo. Não é contra ou a favor [deste ou daquele] do Governo, [não é contra ninguém], pois o assunto Aerus não é uma guerra política [e muito menos individual], apesar de matar como uma guerra civil.

O Congresso Nacional, nos maiores acontecimentos da República Federativa do Brasil, sempre se uniu e conseguiu impor seus posicionamentos, não obstante o tamanho da resistência que encontrou pela frente [no longo da história].

O Poder Judiciário não dará uma resposta a tempo. [As pessoas estão morrendo, morrendo e morrendo, são mais de mil os que já morreram.]

O Poder Executivo nos iludiu e bateu a porta em nossa cara. Precisamos, então, de uma grande movimentação de todos os parlamentares, guiados por V. Exªs, os quais sempre estiveram do nosso lado e de mãos dadas com a causa.

V. Exªs são nossos maiores e únicos aliados contra poderes que insistem em não escutar o grito de desespero desses 10 mil aposentados e pensionistas. Infelizmente o idoso não é considerado em nosso País. Não é de hoje, ou seja, não possui qualquer voz ativa, não pode fazer greve. Só pode reclamar e precisa da voz do parlamento.

Não queremos e não precisamos de uma guerra política contra o Governo, mas apenas uma grande movimentação suprapartidária para demonstrar que o Governo erra ao encerrar as negociações para que o acordo aconteça. Isso está pondo em risco a vida de milhares de pessoas.

Essa Federação, em nome dos aposentados e pensionistas do Aerus, roga a V. Exªs que conclamem seus pares para apoiar nossa causa, formando uma só voz frente ao Poder Executivo, no sentido de salvar vidas, no sentido de realizar imediatamente o acordo.

Mais uma vez, agradecemos imensamente todo e incansável apoio de V. Exªs.

Certos de vossas atenções,

Atenciosamente,

Fentac/CUT

Luiz Sérgio de Almeida, Presidente

Graziella Baggio, Líder do Movimento.

            É isso, Graziella, o documento está lido, com a tristeza que reflete o que está escrito.

            Como você disse, apesar de críticas que nós outros que estamos nessa batalha durante mais de uma década até recebemos dos nossos próprios liderados, eu diria, porque vocês lideram, nós os lideramos, vocês os lideram, e eles, pela indignação, acabam criticando os que estão na frente do movimento.

            Mas independente disso, quero dizer, Graziella e meus amigos que estão aqui neste momento, que eu não jogo a toalha. Eu continuarei com a mesma firmeza e com a mesma convicção, porque entendo a indignação deles. Talvez, se eu estivesse do lado de lá, eu digo, nas ruas, andando e percebendo que uma luta que travamos juntos, nós e aqueles que estão lá nas ruas, em um momento como esse, a gente ouve dizer: “Está encerrada a negociação”.

            Eu os entendo, entendo a indignação deles. Por isso, mesmo quando eles nos criticam por não termos conseguido arrancar um acordo que envolvesse o Executivo e o Judiciário, eu fico do lado deles, como fico ao lado de vocês.

            Esse o momento de nós entendermos essa revolta que vem das ruas. É uma revolta que, talvez, cada um de nós que está aqui dentro neste momento também tivesse. Por isso nós, que estamos participando desse debate - eu diria não diariamente, mas semanalmente -, vamos continuar e vamos continuar nessa peleia naquilo que eu chamo de o bom combate, para que a gente, quem sabe, ainda este ano, consiga assegurar o acordo para o Aerus.

            Que as lágrimas rolem, mas que a gente não desanime dessa luta porque essa luta é nossa. Se aqueles que estão lá fora, com os aliados que eles têm aqui dentro, não continuarem de forma firme e corajosa nessa caminhada heroica, aí sim a batalha poderá estar perdida. Mas eu sou daqueles que dizem que você às vezes perde num confronto aqui e ali, mas, se continuarmos com coragem, com convicção, insistindo numa resolução positiva, nós haveremos de vencer. Eu sempre digo que o bem vence o mal. E o bem está do lado do Aerus.

            Aceitem meu carinho, Graziella e todos os companheiros do Aerus. Eu continuarei ao lado de vocês. Não adianta alguém me criticar por essa posição. A minha posição será eternamente ao lado dos idosos, das crianças e dos adolescentes, de todos os discriminados e aposentados e pensionistas. E aqui está o Aerus. Então eu tenho um lado na história e o meu lado é esse.

            Eu queria que vocês vissem este meu pronunciamento como, muito mais do que simplesmente uma reclamação, uma chamada para a mobilização, que é o que pede o documento. O documento pede isso, que haja uma grande mobilização. Eu espero que isso aconteça e que a gente consiga o acordo.

            Senador Eduardo Suplicy, eu ainda quero...

            O SR. PRESIDENTE (Eduardo Suplicy. Bloco Apoio Governo/PT - SP) - Permita-me também expressar solidariedade a todos os antigos funcionários da Varig, da Transbrasil, das empresas que compõem a associação dos servidores do Aerus.

            Prezada Graziella, meus caros amigos, vocês têm vindo aqui e sempre o Senador Paulo Paim, incansavelmente, tem batalhado pela causa. Eu quero externar também a minha solidariedade ao apelo às autoridades responsáveis, seja a Presidenta Dilma Rousseff, o Ministro Aloysio Mercadante, o Ministro Garibaldi Alves e todos aqueles que podem colaborar para a solução do problema dos servidores da antiga empresa que foi tão importante na história da aviação comercial brasileira.

            O SR. PAULO PAIM (Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Muito bem, Senador.

            Nessa própria demonstração de que aqui ninguém está contra este ou aquele setor, contra o Governo ou contra o Judiciário... Nós estamos a favor do Aerus e vamos continuar fazendo o bom combate até que a vitória aconteça.

            Agora eu vou falar um pouco, Sr. Presidente... Eu era o segundo inscrito, Graziella, fui cedendo o meu lugar e fiquei presidindo das 14 horas até agora.

            Vou falar um pouco da Copa, como havia me comprometido ontem. E não sei por que essa introdução tem um pouco a ver com vocês.

            Na sociedade, o ser humano possui várias características. Entre elas está o maniqueísmo, ou seja, ou se é bom ou se é mal. Eu quero dizer que o Aerus está no time dos bons. Eu espero que não prevaleça o time do mal e que vocês sejam atendidos no sentido de receber o que têm de direito, somente isso.

            Há o sim e há o não. Isso vem de longe, de tempos, de séculos. Nos próprios livros sagrados, há exemplos que são estudados até hoje. Há os solidários e também aqueles que trazem um vazio no peito. Eu quero estar sempre na linha da solidariedade. Há os otimistas e também os pessimistas. Eu ainda sou otimista, inclusive no caso Aerus, e vamos perseguir uma solução.

            O Dicionário Aurélio diz que o otimismo é uma “atitude em face dos problemas humanos ou sociais que consiste em considerá-los passíveis de uma solução global positiva, do que pode resultar uma atitude geral ativa e confiante”. Já o pessimista é a disposição de espírito que leva o indivíduo a encarar tudo pelo lado negativo, esperar sempre o pior.

            Eu não sou um pessimista! Eu continuo sendo um otimista! O otimista acredita, sonha, tem devaneios, enxerga o melhor de qualquer situação, ao invés de só reclamar, atua e procura superar os obstáculos.

            É assim que nós vemos a luta do Aerus!

            O pessimista só faz crítica, acusa sempre, só vê o lado mau das situações, sempre é uma vítima, não olha, não luta, não batalha para ultrapassar e buscar aquilo que os olhos não veem, às vezes além do horizonte.

            O otimista fala pelo coração, pinta aquarelas com tintas da alma; o pessimista entrega-se ao desânimo, à inércia, ao pessimismo. Na verdade ele é protegido de forma vergonhosa pelo medo. O pessimista tem medo. Ao invés de tentar, batalhar, brigar, ele diz: não vai certo mesmo, é tudo conversa mole, então vou ficar dormindo, vou ficar vagando por aí e não vou à luta.

            Está errado. Temos que acreditar que pode acontecer.

            Por isso, Sr. Presidente, até o início da Copa do Mundo de 2014, o Brasil foi alvo de um verdadeiro bombardeio derrotista dos pessimistas, vindo de todos os lados, tanto internamente, no nosso País, como de setores internacionais. O prognóstico, a pregação, a torcida era para um cenário sombrio, para não dizer catastrófico.

            O que apreciamos agora? Qual é a situação? Vale a frase popular: quem acreditava que a Copa não daria certo “deu com os burros n’água”.

            O Secretário-Geral da FIFA, Jérôme Valcke, no dia de ontem - o Secretário-Geral da FIFA, que nos criticou no passado -, dobrou os joelhos, dobrou a espinha e afirmou que o Brasil realiza a Copa das Copas.

            Segundo dados preliminares do Banco Central, até o dia 25 de junho os estrangeiros gastaram US$365 milhões. Esses são dados preliminares. Antes do início da Copa, falava-se em 660 mil estrangeiros vindos de 180 países. Sabe-se hoje que esse número praticamente dobrou. São mais de três milhões de brasileiros viajando pelo País. Tem nortista tomando chimarrão e gaúcho comendo acarajé.

            Antes do início da Copa, fazia-se uma previsão de que o fluxo de turistas injetaria mais de R$20 bilhões. Facilmente, esse número será batido. Hoje já se fala que a movimentação financeira poderá ultrapassar R$50 bilhões.

            Em Porto Alegre, lá na capital do meu Rio Grande do Sul, o meu Estado, onde ocorreram quatro partidas no Estádio Beira-Rio, já existem dados preliminares. Segundo o Governo Estadual, mais de 300 mil turistas, sendo 160 mil estrangeiros, estiveram no Estado, um movimento - só no Rio Grande - de mais de R$1 bilhão. Esses não são números finais, são até o momento. No comércio, o consumo dos estrangeiros ultrapassou R$90 milhões, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas - números não finalizados.

            A ocupação hoteleira, em um raio de 200km de Porto Alegre, foi de 80%. Muitos dos estrangeiros que foram até Porto Alegre - 32 mil holandeses, franceses, equatorianos e coreanos, 16 mil alemães, 12 mil norte-americanos, 10 mil australianos e 17 mil de outras nacionalidades - não ficaram somente na capital gaúcha. Sim, eles deram - como a gente fala no Rio Grande - uma espichada lá pela Serra: Gramado, Canela, Caxias, Campos de Cima da Serra, litoral norte, litoral sul, regiões dos vales. Quase 100 mil argentinos cruzaram a fronteira de Uruguaiana, São Borja, por terra e por ar, transformando Porto Alegre em uma pequena Buenos Aires.

            Sr. Presidente, esse exemplo que dei aqui, da minha terra, aconteceu em todas as outras subsedes da Copa - Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Cuiabá, Manaus, Salvador, Recife, Fortaleza, Natal -, que se tornaram espaços do mundo, mosaicos de culturas, de línguas, de solidariedade e amizade.

            A imprensa internacional, as redes sociais, os jornalistas que aqui estão aos milhares, consideram que o Brasil está realizando uma grande Copa. E eles próprios citam os quesitos necessários para essa afirmativa: hospitalidade, estádios de qualidade, segurança, mobilidade urbana, preços, aeroportos qualificados, internet. A média das notas dadas pelos jornalistas foi de 8,5.

            Está sendo um show por tudo o que esta acontecendo, mas eu diria, principalmente, pelos jogadores, pelo espetáculo nos belos estádios brasileiros de firmeza, de coragem. Cada um defende com alma e com arte a sua Pátria ao longo das quatro linhas. Pelas torcidas, que torcem com força e com coragem, calorosamente, que torcem com alma, com coração e com paixão dizendo não à violência e dizendo sim à paz e ao amor.

            Sim, esta é a Copa no Brasil, também de solidariedade e de fraternidade. Como disse a Presidenta Dilma: “Esta é a Copa contra o racismo, contra o preconceito. Esta é a Copa que mostra que o Planeta Terra não tem fronteiras.” Uma energia única ultrapassa os horizontes: sim, é o futebol, é o esporte. E esporte é vida, é lazer.

            Sr. Presidente, fiz outro dia um pequeno comentário sobre a Copa. Assim como os 200 milhões de brasileiros, estou acreditando no hexa. Voltarei a esta tribuna para comentar com mais calma e precisão o que foi a Copa das Copas. Deixo aqui, Graziella, um gancho para você. Se eu digo tudo isso da Copa, digo que circulou aqui, conforme as expectativas, até o final, algo em torno de R$50 bilhões, significa que nós arrecadamos muito mais para os cofres do Governo e que não há por que não atender a essa pequena demanda dos Aerus.

            Finalizo apenas dizendo que é claro que há problemas, que muitas obras não ficaram prontas como esperávamos, sim, mas muitas ficaram. Mas o Brasil, todos nós, saberemos dar encaminhamento, porque a Copa termina, mas as obras ficam, os investimentos ficam e os R$50 bilhões ficam. Eles não vão embora com os jogadores, eles não vão embora com a FIFA.

            Obras que não foram finalizadas e não foram inauguradas agora, em 2014, serão inauguradas no ano que vem. Para a Copa, não, para nós, para o nosso povo, para a nossa gente. O importante é poder dizer que, independentemente do resultado final, todos nós ganhamos.

            A Copa foi e está sendo realizada pelo Brasil, pela FIFA, pelos governos, pelos patrocinadores, pelas seleções, pelas torcidas. O grande responsável por toda essa alegria, recepção, cordialidade, enfim, pela realização da Copa é, sem dúvida, o povo brasileiro.

            Sr. Presidente, a Copa vai terminar no dia 13. Eu voltarei à tribuna com um balanço mais atualizado.

            Mas, Graziella, eu me dirijo mais uma vez a você. No longo da minha vida, eu menino pobre, dez irmãos, pai e mãe ganhando salário mínimo, assim mesmo, eu era um otimista. Eu dizia que nós tínhamos que estudar e trabalhar para vencer. E esse otimismo me trouxe a quase trinta anos de Parlamento, quatro mandatos de Deputado Federal e dois de Senador. E todas as batalhas em que eu preguei, pelas quais briguei e lutei - eu até fiquei de joelhos uma vez, aqui, para que o salário mínimo aumentasse, e realmente ele aumentou - acabaram dando resultado.

            Eu quero, neste momento, olhar no fundo dos olhos dos homens e mulheres de cabelos prateados do Aerus. Não desistam! Eu estarei sempre ao lado de vocês. Foram muitas vigílias que passamos juntos, na Câmara e mesmo aqui no Senado. E passaremos outras se for necessário, pois o bem vence o mal.

            Eu ainda quero vir dizer aqui desta tribuna que o Aerus venceu o mal e recebeu o que tinha de direito, para que possam viver, continuar envelhecendo e morrer com dignidade, porque todos nós um dia vamos morrer.

            Eu não jogo a toalha. Continuarei com a mesma luta. Eu apostei que a Copa daria certo. Desta tribuna, quando todos falavam mal... Todos não, quando uma parcela, Senadora Vanessa, que chega aqui, V. Exª que defendeu muitas vezes essa posição, da tribuna também.

            Eu acredito que também o Aerus terá, ao final, a vitória.

            Muito obrigado a todos.

            E parabéns pela luta, Graziella, e a todos aqueles que acreditam que o bem vence o mal. A luta do Aerus é uma luta do bem.

            Um abraço.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/07/2014 - Página 213