Comunicação inadiável durante a 102ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com as consequências das cheias do Rio Madeira para a economia do Acre; e outro assunto.

Autor
Jorge Viana (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Jorge Ney Viana Macedo Neves
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
CALAMIDADE PUBLICA, GOVERNO ESTADUAL. ESPORTE, PRESIDENTE DA REPUBLICA.:
  • Preocupação com as consequências das cheias do Rio Madeira para a economia do Acre; e outro assunto.
Aparteantes
Anibal Diniz, Wellington Dias.
Publicação
Publicação no DSF de 16/07/2014 - Página 322
Assunto
Outros > CALAMIDADE PUBLICA, GOVERNO ESTADUAL. ESPORTE, PRESIDENTE DA REPUBLICA.
Indexação
  • APREENSÃO, EFEITO, INUNDAÇÃO, RIO MADEIRA, ESTADO DO ACRE (AC), ANUNCIO, AUDIENCIA PUBLICA, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, ANIBAL DINIZ, SENADOR, PAULO PASSOS, MINISTRO DE ESTADO, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), ASSUNTO, NECESSIDADE, INICIO, CONSTRUÇÃO, OBRA PUBLICA, RECONSTRUÇÃO, RODOVIA.
  • REGISTRO, REALIZAÇÃO, REUNIÃO, PARTICIPAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, ASSUNTO, PRESTAÇÃO DE CONTAS, CAMPEONATO MUNDIAL, FUTEBOL, SEDE, BRASIL, ELOGIO, ATUAÇÃO, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MOTIVO, QUALIDADE, EVENTO, CRITICA, OPOSIÇÃO.

            O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT - AC. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Caro Presidente Ricardo Ferraço, eu queria cumprimentar todos os que estão aqui no plenário e os que nos acompanham pela Rádio e pela TV Senado, e dizer que faço uso deste espaço regimental para tratar de um problema gravíssimo para o nosso Estado do Acre, que passou por talvez um dos maiores desafios da nossa história, que foi a cheia do Rio Madeira. Eu queria dizer que as consequências foram muito graves para a economia do Acre, para o setor do comércio e da nossa atividade industrial.

            Ontem, eu falei com o Governador Tião Viana, que se reuniu com empresários, comerciantes e pessoas que trabalham no setor produtivo do Acre, que externaram para o Governador uma preocupação com o andar de duas obras que são fundamentais para o nosso Acre: o início da obras da ponte sobre o Rio Madeira, na região do Abunã, e o início das obras de recuperação, de reconstrução da rodovia BR-364, nos trechos em que ela ficou submersa. O trecho atingido é de 60km, mas onde nós vamos ter uma obra mais importante é uma área bem menor.

            Eu queria, daqui da tribuna do Senado, chamar a atenção do DNIT e do Ministério dos Transportes. Fiz um contato pessoal com o Ministro Paulo Passos, dos Transportes, ainda ontem e acertei com ele uma audiência, que vou ter com o Ministro na próxima quinta-feira, às 2h30 da tarde - convidei o Senador Anibal para me acompanhar -, em que nós vamos tratar do calendário dessas duas obras.

            A obra da ponte só pode ser iniciada... Já que a Presidenta Dilma garantiu os recursos, já que o orçamento prevê a execução dela, já que a licitação foi feita e a empresa contratada, nós temos que esperar agora o período da seca do Rio Madeira para que as obras se iniciem, mas nós temos o lago das hidrelétricas, que mantém o nível das águas acima do normal, naquela região do Rio Madeira.

            Por isso, eu quero e vou em busca, em nome de todo o povo do Acre, destas respostas: quando, em que dia, demorará quanto tempo, quantas frentes de trabalho nós teremos nas obras da ponte sobre o Rio Madeira. E o mesmo teremos de fazer, urgentemente, sobre as obras de reconstrução de trechos da BR-364 que ficaram submersos com a cheia do Rio Madeira.

            O comércio do Acre tem sofrido. A viagem de Porto Velho até Rio Branco ficou mais longa. Cada uma ou duas horas a mais no transporte rodoviário significam um preço maior no transporte, que implica diretamente um preço maior nas mercadorias. O que o Acre vende fora fica mais caro, e o que o Acre compra também fica mais caro.

            É nesse sentido que pedi essa audiência ao Ministro Paulo Passos, dos Transportes. Espero que estejam os técnicos do DNIT. Estarei lá e levarei a preocupação do Governador Tião Viana, do setor empresarial acriano, do comércio, da indústria, do setor da agropecuária, para que possamos dar uma satisfação à população acriana sobre quando as obras da ponte do Rio Madeira se iniciarão, qual a intensidade do trabalho, quando ficará pronta, e o mesmo em relação à obra de reconstrução da BR-364, que ficou submersa com a cheia do Madeira.

            Quero não justificar, mas esclarecer que a luta por essas duas obras tem uma dificuldade: as obras são dentro do Estado de Rondônia, tanto a ponte, como o reparo na BR-364, e eu sou Senador pelo Acre; daí a dificuldade que temos. No Acre, fizemos as principais pontes, construímos as principais rodovias, pavimentamos, com a ajuda do Governo Federal, Presidente Lula e Presidenta Dilma. Mas as obras que nós temos, tão fundamentais para o Acre, são dentro Estado de Rondônia. Por isso estou aqui, na tribuna, prestando contas ao povo do Acre, cobrando do Ministério dos Transportes que nos dê a tranquilidade de apresentar o cronograma de execução dessas duas obras tão fundamentais para o povo do Acre.

            Por fim, Sr. Presidente, eu queria fazer uso aqui deste pouco tempo que me resta para dizer que estranhei muito. Ontem, 11 Ministros se reuniram, foi uma decisão do Governo da Presidenta Dilma, para prestar contas à sociedade brasileira sobre a realização da Copa da FIFA no Brasil. Um mês de jogos, de uma movimentação de um milhão de turistas, e o que eu vi? A oposição questionando e dizendo que a Presidenta Dilma, que o Governo estava querendo fazer uso da Copa, que foi um sucesso.

            Mas eu pergunto a V. Exª, Senador Ricardo Ferraço: se tivesse acontecido o desastre...

(Soa a campainha.)

            O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT - AC) - ... o caos que setores da oposição e setores da imprensa do Brasil, durante dois anos, pregaram que seria a Copa do Mundo, a quem eles estariam imputando a culpa? A quem eles imputariam a culpa se os aeroportos não tivessem funcionado, se os estádios não tivessem ficado prontos, se o transporte de ida e vinda não tivesse funcionado? De quem seria a culpa, segundo os articulistas, segundo os opositores, segundo o Instituto Teotônio Vilela? - esse instituto fundado em memória de um grande político do Brasil que dá nome à Fundação do PSDB e que agora se arvorou em analista político de futebol. O que é que uma véspera de eleição não faz? Então, o que seria se o Brasil não tivesse dado conta do recado?

            A nota da nossa Copa foi 9,25.

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

            O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT - AC) - Só para concluir, Sr. Presidente, pelo menos um minuto ou dois.

            A Copa realizada pelo nosso Governo - a primeira vez que o Brasil sedia, nos últimos tempos, o evento de maior audiência do Planeta - foi um sucesso. O mundo inteiro reconheceu isso.

            Tenho aqui o depoimento de um jornalista que cobriu a Copa, e fiz questão de pegar aqui. Diz aqui o jornalista escocês: “Parabéns, Brasil. Peguei 29 voos, em 28 dias, durante meu trabalho, cobrindo a Copa do Mundo. Todos praticamente no horário”. Ele faz esse registro, para ficar bem claro. E eu traduzo isso porque é um estrangeiro, um escocês, jornalista, falando de como funcionou, mesmo com um milhão de turistas.

            Eu sei dos problemas que nossos aeroportos têm.

            Só um minuto, para concluir, Presidente.

(Soa a campainha.)

            O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT - AC) - Eu sei que nossos desafios são enormes, que vão do preço da passagem à oferta, mas nós não podemos negar que a Copa funcionou.

            E eu volto a repetir, caros Senadores, caro Wellington, antes de ouvi-lo aí, mesmo que seja em 30 segundos: se a Copa não tivesse dado certo, estariam jogando pedra na Presidenta da República; mas a Copa deu certo, o mundo inteiro reconheceu, foi um sucesso, e o Governo não pode prestar conta do que fez. E nós estamos com passaporte para fazer também uma das melhores Olimpíadas de todos os tempos, em 2016, no Rio de Janeiro. E as Olimpíadas terão mais audiência do que a Copa do Mundo, porque elas terão a participação de praticamente todos os países, com todas as modalidades de esporte. E o Brasil, que deu conta de fazer uma boa Copa, haverá de dar conta também de fazer uma boa Olimpíada.

            Só uma palavrinha para o meu querido e saudoso - porque eu tenho saudades - Senador Wellington Dias.

            O Sr. Wellington Dias (Bloco Apoio Governo/PT - PI) - Senador, eu também lhe agradeço, agradeço ao nosso Presidente Ferraço...

(Soa a campainha.)

            O Sr. Wellington Dias (Bloco Apoio Governo/PT - PI) - Apenas quero dizer que V. Exª tem razão. A gente ouviu aqui, durante tanto tempo, a voz do pessimismo, a voz de que não haveria Copa, não haveria funcionamento dos aeroportos...

            O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT - AC) - Que seria uma vergonha.

            O Sr. Wellington Dias (Bloco Apoio Governo/PT - PI) - Nós teríamos um terremoto. Tivemos um belo evento! Lamentamos que não tivemos, da parte da nossa Seleção, a condição de atender à expectativa da torcida brasileira. Aliás, a torcida brasileira se comportou muito bem. E o mais importante: fica aquilo que foi trabalhado para o recebimento da Copa, por exemplo, para as Olimpíadas e para outros eventos importantes. Estão de parabéns a Presidenta Dilma e a sua equipe. Está de parabéns o povo brasileiro. Eu agradeço e parabenizo V. Exª pelo pronunciamento.

            O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT - AC) - Senador Wellington, o caos que pregaram durante dois anos, o desastre que anunciaram não aconteceu. E agora só falta mesmo, Senador Anibal - além de quererem proibir que o Governo preste contas da Copa -, dizerem que o 7x1 que a Seleção levou da Alemanha foi culpa da Presidenta Dilma. É só o que está faltando! Só falta isso!

            Queriam que ela não fosse entregar a taça, a Chefe de Estado brasileira! Mas eu acho que o Instituto Teotônio Vilela, contratando os especialistas em futebol, deve lançar um novo documento nos próximos dias, dizendo que a culpa do 7x1 e do 3x0 foi da Presidenta Dilma. Só falta isso!

(Soa a campainha.)

            O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT - AC) - Eu queria, por último, registrar aqui uma crítica de uma jornalista independente, Eliane Catanhêde. Ela diz: “Acho que todo mundo apostava no caos da Copa”, assumindo. É uma articulista do jornal Folha de S.Paulo. Ela diz mais ainda:

Depois de meses engolindo críticas e dúvidas, Dilma, como Presidente, acertou ao reunir uma penca de Ministros para prestar contas e fazer o balanço da Copa do Mundo, [ela diz] apontar o dedo na cara dos “pessimistas” e capitalizar o sucesso do maior evento desportivo do planeta.

            Não é ninguém do PT, não é ninguém aliado. É Eliane Catanhêde que escreve corajosamente essa análise, que eu acho que resume tudo...

(Interrupção do som.)

            O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT-AC) - ... essa é uma realidade. E ainda temos que vir dar explicação sobre algo que foi, graças ao povo brasileiro e ao nosso governo, um sucesso.

            Senador Anibal, é uma pena que eu não tenha mais tempo, mas...

            O Sr. Anibal Diniz (Bloco Apoio Governo/PT-AC) - Apenas um minutinho, Senador Jorge, mas só para reforçar que essa avaliação positiva que V. Exª faz, que acabou de ser feita também pelo Senador Humberto Costa, Líder da Bancada do PT no Senado, hoje é confirmada pela pesquisa Datafolha que, em todos os aspectos, mostra o resultado da Copa como muito positivo.

            O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT-AC) - Oitenta e três por cento dos nossos visitantes acharam a Copa um sucesso.

            O Sr. Anibal Diniz (Bloco Apoio Governo/PT-AC) - Sim, 83%! Inclusive, os estrangeiros conseguiram dar uma avaliação muito maior que os próprios brasileiros em cada um dos itens avaliados. Em relação aos 7x1, não podemos atribuir, em hipótese alguma, a culpa à Presidenta Dilma, porque, se alguém torceu contra o Brasil, certamente não foi a Presidenta.

            O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT-AC) - Certamente foram os pessimistas.

            Concluo dando só um exemplo. É óbvio que debater os custos, procurar otimizar os investimentos é obrigação nossa, é um dever nosso. Mas, aqui, o estádio Mané Garrincha, construído há 38 anos, passou 36 anos ali sem que ninguém falasse nada, e entraram 300 mil pessoas nele. O Governador Agnelo, de forma competente, em uma parceria com o Governo Federal, construiu o novo Mané Garrincha. Só nesse período depois de sua reconstrução, mais de um milhão de pessoas já frequentaram o estádio Mané Garrincha.

            Então, são suas excelências os fatos se impondo diante das versões pessimistas que sempre procuram puxar o Brasil para baixo. Eu respeito a opinião, mas eu queria sinceramente oferecer a minha.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/07/2014 - Página 322