Discurso durante a 106ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comentários sobre o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), criado na VI Cúpula do BRICS, realizada no Brasil, na semana passada; e outro assunto.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA, POLITICA EXTERNA. ATUAÇÃO PARLAMENTAR, CALAMIDADE PUBLICA.:
  • Comentários sobre o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), criado na VI Cúpula do BRICS, realizada no Brasil, na semana passada; e outro assunto.
Aparteantes
Odacir Soares.
Publicação
Publicação no DSF de 22/07/2014 - Página 17
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA, POLITICA EXTERNA. ATUAÇÃO PARLAMENTAR, CALAMIDADE PUBLICA.
Indexação
  • REGISTRO, CRIAÇÃO, BANCO DE DESENVOLVIMENTO, RESERVA DE CONTINGENCIA, PARTICIPAÇÃO, BRASIL, RUSSIA, INDIA, CHINA, AFRICA DO SUL, OBJETIVO, PROTEÇÃO, CRISE, ECONOMIA, ALTERNATIVA, FUNDO DE RESERVA.
  • REGISTRO, VISITA, ORADOR, LOCAL, MUNICIPIO, PORTO VELHO (RO), GUAJARA-MIRIM (RO), NOVA MAMORE (RO), ESTADO DE RONDONIA (RO), COMENTARIO, RESTAURAÇÃO, RODOVIA, MOTIVO, INUNDAÇÃO, RIO, ANUNCIO, PROXIMIDADE, CONCLUSÃO, OBRAS.

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Presidente.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores ouvintes da Rádio Senado, telespectadores da TV Senado, minhas senhoras e meus senhores, na semana passada, o Brasil sediou a VI Cúpula do BRICS, bloco composto pelas mais importantes nações emergentes da economia mundial na atualidade - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

            Nas reuniões, iniciadas em Fortaleza e concluídas em Brasília, foram anunciadas as criações do Banco de Desenvolvimento e do fundo Arranjo Contingente de Reservas do bloco, importantes órgãos que vão viabilizar o autofinanciamento e aumentar a estabilidade das economias dos países membros.

            Chamado de Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), esta instituição terá sede em Xangai, na China, e a presidência será rotativa entres os membros, sendo que a Índia será o primeiro país a presidi-lo.

            Nunca é demais lembrar que estamos falando de cinco países que representam, juntos, aproximadamente 21% do PIB mundial, além de 42% da população, 45% da força de trabalho e o maior poder de consumo do mundo, do globo.

            Com essas medidas, Sr. Presidente, damos mais um passo na consolidação do grupo que, embora ainda não represente um bloco econômico formal, já tem considerável peso econômico e geopolítico.

            O Banco de Desenvolvimento será capitalizado, inicialmente, com recursos da ordem de US$10 bilhões, somados a mais US$40 bilhões em garantias, totalizando US$50 bilhões que vão ficar disponíveis para investimentos em projetos de infraestrutura e sustentabilidade, a partir de 2016. Para evitar predominância de um ou outro sócio, as cotas serão iguais, no valor de US$10 bilhões cada.

            Tais recursos, que podem chegar num segundo momento a US$100 bilhões de dólares, estarão disponíveis não apenas aos participantes do bloco, mas aos outros países membros da Organização das Nações Unidas, podendo se transformar numa alternativa aos fundos tradicionais, como o próprio Fundo Monetário Internacional (FMI) ou o Banco Mundial (Bird), e outros organismos multilaterais, comandados pelas nações tidas como mais desenvolvidas. Entretanto, a participação de investimentos nos próprios países fundadores não será inferior a 55% de todo o capital do fundo.

            O Arranjo Contingente de Reservas, de sua parte, tem o objetivo de proteger nossas economias contra flutuações violentas do mercado, sendo composto por recursos que alcançarão US$100 bilhões, com participação dos países membros, de acordo com sua capacidade econômica atual. Dessa forma, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, China entrará com US$41 bilhões; Brasil, Rússia e Índia, com US$18 bilhões; e África do Sul, com US$5 bilhões, na composição desse fundo anticrise.

            A negociação foi bastante cuidadosa, e os acordos vão passar, no devido momento, pelo crivo dos respectivos Parlamentos, incluindo esta Casa, o Parlamento brasileiro.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Brasil vem apostando, corretamente, no aumento da diversidade de polos na política internacional. Ao mesmo tempo em que buscamos uma presença mais intensa nos organismos que tradicionalmente lideram a ordem econômica e política mundial, desde meados do século passado, também incentivamos o aumento da variedade, criando oportunidades para que todas as nações amigas, especialmente as menores, possam compartilhar da pujança do desenvolvimento econômico desses países.

            Ao tempo em que saudamos, aqui, o Brasil e a Presidente Dilma Rousseff por mais essa conquista, reafirmo minha certeza de que nosso País já é peça fundamental no cenário internacional, gerador, que nos tornamos, de soluções inteligentes e sustentáveis também para os outros países, tendo em vista, Sr. Presidente, que o Brasil já figura como sexta economia do mundo.

            Isso não é pouca coisa. Em um planeta de mais de 260 países, o Brasil é a sexta economia do mundo. Isso é sinal de que estamos caminhando no rumo certo, de que a nossa economia, mesmo com alguns tropeços, logo, logo, se levanta novamente, e o Brasil vai caminhando firme no rumo de uma nação avançada, desenvolvida e, quiçá, em breve, de primeiro mundo.

            Encerro, desejando sucesso ao mais novo Banco de Desenvolvimento e ao Arranjo Contingente de Reservas.

            É mais uma vitória do Governo brasileiro, é mais uma vitória do Brasil, de cuja base temos a honra de representar: o Governo da Presidente Dilma Rousseff e do Vice-Presidente Michel Temer.

            O nosso Partido, tenho sempre falado, além de ter o vice-presidente da República, tem a presidência do Senado Federal e a presidência da Câmara dos Deputados. Há muito o PMDB tem sido o fiel guardião da democracia, dos direitos individuais e também da governabilidade de todos os últimos governos do regime democrático.

            Sr. Presidente, antes de encerrar a minha fala, queria ainda brevemente falar de uma viagem que fiz, neste último final de semana, na companhia da Deputada Federal Marinha Raupp, visitando as cidades que, há pouco tempo, foram fortemente atingidas pelas enchentes. Estivemos em reuniões em Porto Velho; estivemos em Nova Mamoré, cidade também fortemente atingida pelas enchentes; e em Guajará-Mirim, na fronteira com a Bolívia, também muito fortemente atingida.

            As coisas já começaram a melhorar, mas temos de cobrar sempre os investimentos do Governo Federal, da Defesa Civil Nacional, do Ministério das Cidades, da Integração Nacional, do DNIT, do Ministério dos Transportes, que está, neste momento, restaurando a BR-425. Atravessamos um trecho de 60 quilômetros de Nova Mamoré a Guajará-Mirim, numa BR federal, a BR-425, com muitos equipamentos, centenas de equipamentos, trabalhando, em três frentes, na restauração dessa rodovia.

            Espero que até o final deste verão, que se encerra em novembro, dezembro, já possamos estar com 80% dessa rodovia já recuperada, restaurada, para devolver a trafegabilidade àquela população.

            No dia seguinte, seguimos de madrugada, saímos às 5 horas da manhã, de Guajará-Mirim, já em ritmo de campanha. Mas nós, que somos Parlamentares, ao mesmo tempo em que estamos fazendo campanha, estamos trabalhando, colhendo as reivindicações.

            Vejo aqui no plenário o Senador Odacir Soares, a quem desejo muito sucesso neste retorno ao Senado Federal. Foi Deputado Federal, Senador por dois longos mandatos, durante 16 anos, agora retorna a esta Casa. Um Senador experiente, Senador Figueiró, já foi Secretário-Geral do Senado Federal, ocupou diversos cargos na Mesa do Senado e nas comissões do Senado Federal.

            É um Senador experiente, que vem substituindo o Senador e ex-governador Ivo Cassol e que ficará aqui por um período, pois o Cassol se licenciou para as campanhas eleitorais em Rondônia, e o Senador Odacir Soares assumiu na semana passada, quando estávamos aqui na sessão, sua cadeira no Senado Federal.

            Então, eu falava da viagem. Saímos 5 horas da manhã de Guajará-Mirim rumo a Buritis, passando por Palmeiras, Nova Dimensão, Jacinópolis.

            Em relação à Estrada Parque, que o nosso Governador Confúcio Moura, com muita determinação e ousadia, depois de 19 anos de tentativas de outros governos que não conseguiram abrir aquela estrada, nós vencemos uma batalha jurídica na esfera da Justiça Federal e conseguimos derrubar uma liminar que impedia a abertura de 11 quilômetros de travessia, encurtando mais de 200 quilômetros. Para quem vai do sul e do centro do Estado para Nova Mamoré, Guajará-Mirim e a Bolívia, essa estrada encurta em torno de 200 quilômetros.

            Nós saímos cedinho de Guajará-Mirim, passamos por todas as comunidades, chegando a Buritis, uma cidade importante que criei quando fui governador há 17 ou 18 anos. Foi uma experiência muito interessante, porque era virgem a estrada nova aberta nesse parque estadual, autorizada pela Justiça Federal. Hoje, a população está muito feliz com aquela obra.

            Encontrei carros, ônibus, caminhões de todas as cidades de Rondônia passando por essa estrada, que vai levar um desenvolvimento mais acentuado para a região do Vale do Mamoré, que é composto de Guajará-Mirim, Nova Mamoré, e todas aquelas comunidades.

            É claro que não poderíamos deixar de falar na restauração da BR-364, na restauração da antiga 199, hoje BR-435, que vai de Vilhena a Colorado, Cerejeiras, Pimenteiras; da conclusão da BR-429. E daqui a pouco, às 16 horas, estarei com o Diretor-Geral do DNIT tratando da conclusão da BR-429, Senador Odacir Soares, que a Deputada Marinha, com muita garra e muita determinação, conseguiu colocar no PAC ainda quando a Dilma era Chefe da Casa Civil e o Lula era o Presidente. Uma obra de mais de 400 milhões, atendendo diversas cidades, que vai de Presidente Médici até Costa Marques, uma obra digna de merecimento daquele povo tão sofredor, já que, no passado, faltava gás de cozinha, combustível, gêneros alimentícios porque não havia como passar, devido aos atoleiros. Hoje, a estrada está praticamente toda pavimentada, faltando muito pequenos trechos mesmo, menos de 5%, e algumas pontes que ainda estão em fase de construção.

            São obras importantes no nosso Estado sobre as quais sempre tenho falado aqui, da tribuna do Senado Federal, porque são obras para melhorar a qualidade de vida do povo de Rondônia.

            Eram essas as minhas palavras, Sr. Presidente. Até uma próxima oportunidade, se o nosso bom Deus permitir.

            Muito obrigado.

            O nobre Senador gostaria de um aparte. Ainda está em tempo, Senador Odacir Soares.

            O Sr. Odacir Soares (Bloco Maioria/PP - RO) - Só para agradecer a V. Exª o fato de ter se referido a mim. Quero dizer que essas obras todas as quais V. Exª acaba de se referir são fundamentais para o desenvolvimento do nosso Estado. Essa região do Vale do Guaporé é uma região riquíssima, que está se transformando num dos polos agropecuários mais importantes do Brasil.

            De modo que parabéns pelo discurso de V. Exª.

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO) - Obrigado a V. Exª. Incorporo o vosso aparte a nosso pronunciamento.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/07/2014 - Página 17