Comunicação inadiável durante a 103ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Acusações ao Governo Federal de descumprimento de promessas feitas; e outros assuntos.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.:
  • Acusações ao Governo Federal de descumprimento de promessas feitas; e outros assuntos.
Publicação
Publicação no DSF de 17/07/2014 - Página 512
Assunto
Outros > PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.
Indexação
  • CRITICA, ATUAÇÃO, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MOTIVO, DESCUMPRIMENTO, PROMESSA, CONSTRUÇÃO, HIDROVIA, RIO ARAGUAIA, RIO TOCANTINS, USINA, BENEFICIAMENTO, MINERIO, LOCALIDADE, MARABA (PA), OBRAS, FERROVIA, RODOVIA, ENERGIA ELETRICA, LOCAL, ESTADO DO PARA (PA), COMENTARIO, SITUAÇÃO, CONTRADIÇÃO, EXCESSO DE ARRECADAÇÃO, IMPOSTOS.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Srª Presidenta, como eu gosto de falar muito, tenho paciência para vir a esta tribuna. Então, quando há algum Senador afobado, querendo falar, eu dou meu tempo para ele falar, em troca de um tempinho a mais. Foi isso que fiz com o Senador do Acre, o nosso Jorge Viana. Mas lhe vou prometer que vou tentar ser breve.

            Talvez, hoje, Presidenta, seja um dos últimos dias em que podemos usar desta tribuna, pois não acredito que, nestes meses de agosto e de setembro, quando a campanha ferve, conseguiremos quórum para abrir os trabalhos aqui. Então, quero fazer hoje meu pronunciamento padrão Felipão, como disse a Presidenta. A Presidenta Dilma disse que o Governo dela é padrão Felipão. Oxalá eu consiga, Senador, fazer um discurso padrão Felipão!

            Quero exatamente falar, paraenses, vocês que me assistiram ao longo desses oito anos de mandato que vocês me concederam, que concorro novamente ao mandato de Senador da República pelo meu Estado. Restou-me apenas 45 segundos de palanque eletrônico. Quarenta e cinco segundos! Vai dar para eu chegar e dizer: “Meu nome é Enéas!” Mas vamos lutar mesmo assim. É aquela história, Presidenta: quanto mais dificuldade nós encontramos, mais temos de nos agigantar. Então, nós vamos para esse processo de tornar uma campanha mais emocionante, mais vibrante.

            Lembro que a Presidenta Dilma foi ao meu Estado por várias vezes, paraenses. Em algumas vezes, estive presente. Queria eu ver o que a Presidenta ia prometer aos paraenses. Ela disse que ia fazer a hidrovia Tocantins-Araguaia. Mentiu, não a fez. Ela disse que ia construir o ramal Açailândia-Barcarena da Ferrovia Norte-Sul. Mentiu de novo, não fez nada! Ela disse que ia asfaltar as rodovias BR-163, Santarém-Cuiabá, e BR-220, a Transamazônica. Quanto eu pedi aqui! Só faltei chorar para a Transamazônica sair, e não mexeram um palito. Mentiu de novo, Dilma! Aí, disse que ia garantir a construção da siderúrgica de Marabá. Mentiu de novo. Disse que ia chegar a 50% da hidrelétrica de Belo Monte. Não chegou nem a 10%, mentiu de novo. E, agora, há poucos dias, ela foi a Marabá, à cidade de Marabá, uma grande cidade, uma das que mais crescem neste País, e prometeu lá, diante de mil pessoas, que ia fazer o Pedral do Lourenço. Também mentiu, já disse que não há possibilidade de fazê-lo.

            Esse, minha nobre Presidente, é o grande problema do PT! Este é o grande problema do PT: o PT mente. A Presidenta da República, brasileiros e brasileiras, paraenses, mente.

            Nós vamos arrecadar, Presidenta, neste ano, aquilo que o brasileiro pagou: R$2 trilhões. É dinheiro que nem os mensaleiros acabam. É muito dinheiro! Vamos passar dessa média, Presidenta. É recorde! Não sei se V. Exª já era Senadora quando nós tivemos uma batalha aqui para retirar o imposto do cheque, porque ia faltar dinheiro para o País. Triplicou! Os brasileiros depositam agora trilhões de reais.

            Vejam, senhores e senhoras paraenses: estive agora no sul do meu Estado. Olhem como está a Rodovia 155, que liga Redenção a Marabá!

            É para essa câmera da TV Senado que eu mostro a foto? (Pausa.)

            Olhem, paraenses, o dinheiro que vocês depositam todos os dias, comprando mercadorias. Há um bilhetinho branco pregado no produto. Aquilo é o quanto você paga a mais para deixar a sua estrada bonitinha, asfaltada. E olhem como ela está! Aqui, daria para a Dilma - eu já falei isso aqui e vou repetir - ganhar dinheiro com criação de sapos.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Não é sapo, não. Como se fala o que dá dinheiro? (Pausa.)

            É rã. Há uma história de rã, mas nem vou mexer com isso!

            Mas, Presidenta Dilma, se Vossa Excelência fosse até lá, com certeza veria que daria um belo projeto para a criação de rãs.

            Olhem, brasileiros e brasileiras, paraenses, o estado de uma rodovia de apenas 305 quilômetros. São somente 305 quilômetros! Olhem onde para a produção do Pará! Olhem onde para a produção de um dos Estados mais produtivos do Brasil! Para na incompetência da Presidenta da República, para no desleixo da Presidenta da República! E aí fica chateada...

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - ...a Senhora Presidenta quando vai ao Maracanã e pega vaia.

            Os Senadores petistas vieram ontem a esta tribuna e disseram que só cem pessoas vaiaram a Dilma. Não foram cem pessoas, não!

            Já vou descer, Presidenta. O Presidente da China ainda não chegou.

            Milhares, milhares e milhares de brasileiros estavam no Maracanã! E milhares de brasileiros deram vaia. Ela estava tão aflita, tão envergonhada, porque, ali, próximo dela, havia nove nações representadas pelos seus Presidentes. Nove nações estavam perto dela, e ela era vaiada impiedosamente pela população brasileira. Foi vaiada pela incompetência, pela maneira como deixou o nosso País, com um Produto Interno Bruto que só ganha daquele da época de Floriano Peixoto, da época da República, e daquele da época de Fernando Collor de Mello. Não ganha mais de ninguém!

            Brinca, brinca! Quando vem um projeto sério para cá, ela brinca!

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Aqui, Cristovam, tu não tens mais poder para nada! Aqui quem manda é a Dilma, quem determina é ela! E os submissos a ela fazem o que ela quer! É brincadeira, por exemplo, o que estão fazendo agora com o projeto dos magistrados. É brincadeira! Precisam respeitar as classes sociais deste País! E essa Presidenta brinca!

            Presidenta Dilma, por tudo o que tu não fizestes pelo meu Pará e pelo meu País - desculpe-me a expressão chula; tire-a daí -, pela esculhambação em que está o meu País, Presidenta, V. Exª não devia ser vaiada, não! V. Exª devia...

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - Pará. Fora do microfone.) - ...estar em uma cadeia...

            A SRª PRESIDENTE (Ana Amélia. Bloco Maioria/PP - RS) - Senador Mário Couto...

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - Pará. Fora do microfone.) - ...para saber respeitar os brasileiros!

            Presidenta, já estou descendo.

            “Ah não há gente passando fome.” Há gente passando fome mais do que nunca nesta Pátria.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Já chegou o Presidente da China?

            A SRª PRESIDENTE (Ana Amélia. Bloco Maioria/PP - RS) - Ele já está no Salão Nobre.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Posso ir lá para pegar na mão dele? Será que eu pego na mão dele?

            A SRª PRESIDENTE (Ana Amélia. Bloco Maioria/PP - RS) - É claro!

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Na mão dele até que eu pego, mas na da Dilma eu não quero pegar, não!

            Obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/07/2014 - Página 512