Pela Liderança durante a 116ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Apoio à candidatura do Senador Armando Monteiro ao Governo de Pernambuco; e outro assunto.

Autor
Douglas Cintra (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/PE)
Nome completo: Douglas Mauricio Ramos Cintra
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
ELEIÇÕES. POLITICA DE DESENVOLVIMENTO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Apoio à candidatura do Senador Armando Monteiro ao Governo de Pernambuco; e outro assunto.
Aparteantes
Mozarildo Cavalcanti, Odacir Soares.
Publicação
Publicação no DSF de 08/08/2014 - Página 416
Assunto
Outros > ELEIÇÕES. POLITICA DE DESENVOLVIMENTO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • APOIO, CANDIDATURA, ARMANDO MONTEIRO, SENADOR, CARGO ELETIVO, GOVERNADOR, ESTADO DE PERNAMBUCO (PE), ELOGIO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
  • REGISTRO, HISTORIA, DESENVOLVIMENTO, MUNICIPIO, CARUARU (PE), ESTADO DE PERNAMBUCO (PE), COMENTARIO, PROPOSTA, CAMPANHA ELEITORAL.

            O SR. DOUGLAS CINTRA (Bloco União e Força/PTB - PE. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, cidadãs e cidadãos da minha Caruaru e do meu Pernambuco que acompanham nossos trabalhos pelo rádio, pela televisão e pela internet, é com muita honra, com muita alegria e com elevado sentido de responsabilidade que ocupo esta cadeira durante o período em que permanece licenciado o seu titular, o nobre Senador Armando Monteiro, meu amigo e correligionário, para fazer sua campanha de candidato ao governo do nosso Estado, liderando a coligação Pernambuco Vai Mais Longe.

            Ele conta, como seus companheiros da chapa majoritária, com dois outros eminentes homens públicos pernambucanos: os Deputados Paulo Rubem Santiago, candidato a vice-governador; e João Paulo, postulante ao Senado da República.

            Com excelentes chances (de acordo com todos os institutos de pesquisa) de conquistar o Palácio do Campo das Princesas no pleito de outubro próximo, Armando, Paulo Rubem e João Paulo encarnam o compromisso de aprofundar os êxitos alcançados por Pernambuco e pelo seu povo ao longo de uma década em que o crescimento econômico e o desenvolvimento social do nosso Estado foi impulsionado, graças, em ampla medida, ao apoio do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da Presidente Dilma Rousseff.

            Antes de mais nada, um compromisso de honra com a interiorização do desenvolvimento, na perspectiva de reduzir as disparidades socioeconômicas dentro do nosso Estado e, assim, promover a inclusão e a plenitude da cidadania aos homens e às mulheres do interior.

            A natureza, a história e a cultura fazem conviver, dentro dos limites do mesmo Estado, diferentes pernambucos - por exemplo, o Pernambuco da Zona da Mata, do Agreste (em cujo coração se situa a minha cidade, Caruaru) e do Sertão. Não obstante, é preciso afirmar e reafirmar que, na sua notável diversidade, o povo pernambucano é um só.

            Tal convicção sempre iluminou a trajetória pública, a atuação parlamentar e a produção legislativa de Armando Monteiro, convicção à qual, repito, tudo farei para corresponder, com o meu trabalho, com a minha dedicação, pedindo a guarnição de Deus e o apoio precioso dos nobres colegas, em cujos ensinamentos, experiências, sabedoria e espírito público pretendo me inspirar no exercício das minhas atribuições nesta Câmara Alta, com a graça de Deus por mais quatro anos, na perspectiva bem provável de uma vitória de Armando no pleito de outubro.

            Minhas senhoras e meus senhores, se é verdade que o homem é constituído pela sua personalidade e pelas suas circunstâncias, permitam-me, neste primeiro pronunciamento, falar um pouco do lugar de onde parti, para que os nobres colegas e as ilustres colegas possam compreender melhor quem sou e a que venho.

            Minhas raízes estão no interior de Pernambuco, precisamente no Agreste, atravessado por brejos e carrascais, onde a criação de gado, a produção de couro e as feiras livres semearam vilas e cidades, como Caruaru, minha terra, que se dinamizou, graças ao desenvolvimento do comércio. E vejam as senhoras e os senhores a responsabilidade adicional que me desafia: sou o primeiro filho de Caruaru a chegar ao Senado em toda a história da República.

            Minha terra, Caruaru, a Princesa do Agreste, é o mais populoso Município do interior do Estado, com cerca de 340 mil habitantes. E, pela sua própria situação geográfica e formação histórica, congrega e sintetiza aqueles muitos pernambucos a que há pouco me referi, com sua garra, com o dinamismo plural da sua cultura, com sua energia empreendedora e com suas esperanças de uma vida melhor e cada vez mais cidadã. Tudo isso está como que gravado e profetizado no DNA da nossa tradição, uma tradição que vem de longe e que começa com os índios que habitavam aquelas paragens, muito antes da chegada do colonizador.

            O caráter multicultural da nossa formação se expressa até mesmo na origem da palavra caruaru, vocábulo de controvertidas raízes afroindígenas que designa uma planta comestível na tradição culinária regional, além de uma epidemia que, antigamente, vitimava os rebanhos de gado.

            Em 1781, José Rodrigues de Jesus, descendente da família que, quase um século antes, havia recebido, como concessão sesmarial, a vasta área de onde nascera a velha Fazenda Caruaru, construiu a Capela de Nossa Senhora da Conceição em torno da Igrejinha, não tardaria a surgir pequena feira semanal, ponto de convergência de uma população cada vez mais numerosa.

            Por volta de 1834, o local figurava como 7º Distrito de Paz de Bonito. A criação do Distrito de São Caetano da Raposa, anexado a Caruaru, data de dez anos depois.

            A elevação de Caruaru à categoria de vila e seu desmembramento de Bonito viriam em 1848.

            Caruaru foi afinal promovida ao estatuto de cidade e sede de Município em 18 de maio de 1857. Na alvorada do regime republicano, uma lei estadual de 1893 reafirmou essa sua situação.

            Desde o século XVIII, a fazenda era conhecida como ponto de apoio e de pernoite de boiadeiros, tropeiros e mascates. Aquela feirinha no adro da Capela da Virgem da Conceição pouco a pouco se consolidou e se expandiu como mercado de gado, frutas, legumes, verduras, artigos de couro e artigos diversos, soberana absoluta da velha rua da frente e suas redondezas nos dois dias da semana em que se realizava.

            Em razão disso, vários historiadores consideram Caruaru uma feira que se fez cidade, privilegiada por sua localização, bem no meio dos caminhos das boiadas.

            Do mesmo modo, as festas religiosas da Conceição, atraindo fiéis das redondezas, reforçaram sua vocação comercial.

            Já no século XIX, a implantação da estrada de ferro multiplicou suas conexões com outros Estados do nordeste e mercados de todo o País, conexões que mais tarde seriam intensificadas graças à chegada das rodovias estaduais e federais.

            A conquista do título de “Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil” pela Feira de Caruaru, concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 2006, faz jus a uma importância que transcende a sua significação mercantil.

            A feira é um soberbo espetáculo de sociabilidade humana e um banquete para todos os sentidos:

(Soa a campainha.)

            O SR. DOUGLAS CINTRA (Bloco União e Força/PTB - PE) - explosão de formas, cores, sons, aroma, texturas e paladares.

            Ninguém captou melhor essa sinestesia do que o compositor Onildo Almeida, filho de Caruaru, que me honra com a sua amizade há muitos anos. Hoje no esplendor dos seus 86 anos, Onildo é uma das maiores glórias musicais da nossa cidade, da Região Nordeste e de todo o Brasil.

            Em 1955, Onildo compôs a linda canção Feira de Caruaru, que, dois anos depois, em plena comemoração do centenário do Município, viria a ser imortalizada na voz do seu amigo Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Diziam os primeiros versos:

A feira de Caruaru

faz gosto da gente vê;

de tudo que há no mundo,

nela tem pra vendê.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, minhas senhoras e meus senhores, quem gosta de arte e visita Caruaru também não pode deixar de passear pelo Alto do Moura, bairro que fica a sete quilômetros do centro, onde moram e têm seus ateliês numerosos artesãos, como Manuel Eudócio, considerado patrimônio vivo da cultura local.

            A Casa-Museu Mestre Vitalino foi a última morada do mais famoso dos artesãos do barro, Vitalino Pereira dos Santos. Administrado pelos seus filhos, o museu exibe réplicas das suas principais obras, inclusive aquelas que representaram Pernambuco em memorável exposição de arte primitiva e moderna brasileira, realizada em 1955, na Suíça, além daquelas incorporadas ao acervo permanente do Museu do Louvre.

            Entre os anos 40 e 60 do século passado, Caruaru revelaria aos brasileiros grandes nomes da imprensa e da literatura, como o jornalista e escritor Limeira Tejo; os irmãos Elísio, João e José Condé; os imortais da Academia Brasileira de Letras, Austregésilo de Ataíde, que, por fecundos e longos anos, presidiu a Casa de Machado de Assis, e Álvaro Lins, considerado o mais importante crítico literário do seu tempo e que também foi Ministro da Casa Civil e Embaixador em Portugal durante a Presidência de Juscelino Kubitschek.

            Não poderia concluir sem enaltecer esse monumental testemunho melodioso, colorido e saboroso de devoção e alegria coletivas que é a Festa de São João de Caruaru. Tudo nela é superlativo, pois atrai mais de 1,5 milhão de turistas.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, foi nessa cidade que nasci, cresci, tornei-me empresário, pai de família e cidadão, sempre apaixonado pela nossa história, fascinado pela força da nossa cultura e pela bravura e a vontade de empreender do nosso povo.

            Em vista de toda essa impressionante massa crítica e de todo esse tremendo potencial, pretendo orientar a minha produção legislativa à facilitação e ao fortalecimento das atividades dos pequenos e microempresários, trabalhadores rurais e urbanos, artesãos e todos os profissionais que trabalham para construir um Brasil mais competitivo.

            Assim, por exemplo, nosso ramo de confecções do vestuário, que reúne milhares de empresas em Caruaru, Toritama, Santa Cruz do Capibaribe e tantas outras cidades que formam o Polo de Confecções do Agreste, quase todas de pequeno e médio porte, geradoras de dezenas de milhares de empregos diretos e indiretos.

            Esse precisa de apoio de natureza fiscal, infraestrutural, educacional e assim por diante, a fim de protagonizar sua transição bem-sucedida para um autêntico e próspero polo de moda, o que aumentará o valor agregado da sua produção, incrementará a produtividade dos fatores e multiplicará postos de trabalho de melhor qualidade e mais alta remuneração.

            Um segundo foco da minha atuação parlamentar estará ligado a uma área de envolvimento cívico e responsabilidade social na qual milito há muito tempo, paralelamente às minhas atividades empresariais: o cuidado com o meio ambiente. Presido o Conselho Consultivo do Centro de Educação e Preservação Ambiental de Bonito, também conhecido como Sabiá da Mata, cujo objetivo é promover a educação ambiental e elaborar projetos capazes de contribuir para a melhoria da qualidade de vida nos ambientes rural e urbano, preservando matas nativas, rios, animais e plantas de Bonito e dos Municípios circunvizinhos.

            São profissionais, estudantes, empresários, acadêmicos, todos unidos em torno de um ideal: garantir às próximas gerações o usufruto consciente e adequado dos múltiplos e generosos benefícios que a natureza nos proporciona - natureza que hoje cobra seu preço por séculos de descaso, ignorância, uso predatório dos recursos ambientais, uma terrível hipoteca lançada contra o futuro da humanidade.

            Quem conhece Bonito, Município do qual, no século XIX, desmembrou-se Caruaru, sabe que o lugar faz jus ao nome que possui. Situa-se em área de transição entre a Zona da Mata e o Agreste Setentrional, favorecido pelas características únicas de dois biomas: floresta e savana.

            É com fé, esperança e muito entusiasmo que pretendo aproveitar meu tempo nesta Casa para trabalhar e colaborar em iniciativas que multipliquem e ampliem para outras áreas e regiões do nosso Brasil os bons resultados obtidos pelo Grupo Sabiá da Mata naquele recanto.

            Cada vez mais...

            O Sr. Odacir Soares (Bloco Maioria/PP - RO) - V. Exa me permite um aparte, nobre Senador?

            O SR. DOUGLAS CINTRA (Bloco União e Força/PTB - PE) - Sim, senhor.

(Soa a campainha.)

            O Sr. Odacir Soares (Bloco Maioria/PP - RO) - Quero apenas apartear V. Exa para me congratular com sua presença na tribuna, representando esse Estado glorioso, que é o Estado de Pernambuco, um dos berços da civilização brasileira, e também aproveitar esta oportunidade para dizer que, quando vejo um pernambucano falando na tribuna do Senado, eu me lembro do Senador Marco Maciel, que foi Senador pelo Estado de Pernambuco durante muito tempo e que honrou esta Casa, do mesmo modo que o Senador Armando Monteiro Filho, candidato a governador de Pernambuco, o fez também. Parabéns pelo seu discurso, pela abordagem que faz das questões pernambucanas, do folclore, das artes, das letras de Pernambuco. É um prazer conviver com V. Exa aqui no Senado Federal.

            O SR. DOUGLAS CINTRA (Bloco União e Força/PTB - PE) - Sim, senhor.

            Cada vez mais é preciso passar das palavras para os exemplos e assim conquistar a compreensão e a consciência da coletividade para a possibilidade de convívio entre produção, de um lado, e conservação ou preservação, de outro; produzir com sustentabilidade.

            Sr. Presidente, considero...

(Soa a campainha.)

            O SR. DOUGLAS CINTRA (Bloco União e Força/PTB - PE) - ... que todo e qualquer avanço para o qual possa contribuir nessas e outras áreas prioritárias do meu trabalho legislativo e parlamentar terão justificado o período que passar neste Senado da República, sempre me beneficiando da sabedoria e dos exemplos de dedicação ao bem dos amigos que me honram o privilégio de conviver.

            Gostaria de encerrar com uma frase do patrono desta Casa, o imortal Rui Barbosa, e dela fazer o lema do meu trabalho como Senador: “Só o bem neste mundo é durável, e o bem, politicamente, é todo justiça e liberdade, formas soberanas da autoridade e do direito, da inteligência e do progresso".

            Que Deus nos guie nesta missão, com luz, paz e amor.

            O Sr. Mozarildo Cavalcanti (Bloco União e Força/PTB - RR) - Senador... Senador...

            Gostaria de ter um aparte.

            O SR. DOUGLAS CINTRA (Bloco União e Força/PTB - PE) - Sim, Senador.

            O Sr. Mozarildo Cavalcanti (Bloco União e Força/PTB - RR) - Quero primeiramente, como seu colega de PTB, lhe dar as boas-vindas e dizer que é importante mesmo que pessoas de bem possam estar na política, e não o contrário, porque, infelizmente, também disse o grande líder Martin Luther King que o pior não é a ação nefasta dos maus, o pior é a omissão ou o silêncio dos bons. Portanto, quero cumprimentá-lo pelo pronunciamento.

            O SR. DOUGLAS CINTRA (Bloco União e Força/PTB - PE) - Agradeço as palavras dos nobres Senadores e procurarei estar aqui trabalhando ao lado dos senhores, para construir um bem maior para o nosso País.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/08/2014 - Página 416