Comunicação inadiável durante a 129ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Críticas à suposta tentativa do PT de desqualificação da candidata à Presidência da República Marina Silva.

Autor
Jarbas Vasconcelos (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PE)
Nome completo: Jarbas de Andrade Vasconcelos
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
ELEIÇÕES, ATIVIDADE POLITICA.:
  • Críticas à suposta tentativa do PT de desqualificação da candidata à Presidência da República Marina Silva.
Aparteantes
Eduardo Suplicy, Fleury.
Publicação
Publicação no DSF de 04/09/2014 - Página 55
Assunto
Outros > ELEIÇÕES, ATIVIDADE POLITICA.
Indexação
  • CRITICA, ATUAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), REFERENCIA, REALIZAÇÃO, OPOSIÇÃO, CANDIDATO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MARINA SILVA.

            O SR. JARBAS VASCONCELOS (Bloco Maioria/PMDB - PE. Para uma comunicação inadiável. Com revisão do orador.) - Meu caro Presidente, Casildo Maldaner, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, diante do desespero que começa a tomar conta da campanha petista, uma possibilidade real e eminente de serem desalojados do Palácio do Planalto em um próximo dia 5 de outubro. O Partido dos Trabalhadores começou a campanha de desqualificação da candidata à Presidência Marina Silva. Depois que as pesquisas das intenções de votos apontar o empate entre Marina e Dilma, o Partido dos Trabalhadores e a própria Presidenta não fazem outra coisa.

            Ontem mesmo, dois de setembro fiquei estarrecido, profundamente estarrecido com a performance de um Senador do PT, aqui no plenário do Senado Federal, agrediu a candidata Marina Silva de forma leviana, irresponsável e chula.

            Logo mais, à noite, no programa eleitoral a candidata do PT Dilma Rousseff orientada pelo folclórico marqueteiro João Santana, disse que “Marina se apresenta como “Salvadora da Pátria””. E sugeriu que poderia acontecer com Marina, cuja vitória pode acorrer já no primeiro turno, o mesmo que aconteceu com Jânio Quadros e Fernando Collor.

            Ora, Jânio foi um tresloucado político brasileiro, que chegou à Presidência da República e renunciou sete meses após o início do mandato, ato que fez visando a um equivocado golpe de Estado. O ex-Presidente esperava voltar ao poder com a ajuda dos militares e parte da opinião pública brasileira.

            A propaganda eleitoral, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, também recordou o episódio da renúncia do ex-Presidente Fernando Collor. Em épocas de desespero, o PT não poupa nem seus aliados. O Collor, Sr. Presidente, é aliado de primeira hora dos governos petistas, de Lula e Dilma. Não deixa de ser uma lorota e uma atitude de ingratidão e autofagia na medida em que, com o intuito de ganhar a eleição presidencial a todo custo, sacrifica um aliado que é candidato à reeleição para o Senado Federal.

            Não se trata aqui, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, de promover salvadores da pátria, trata-se de promover mudanças com responsabilidade, compromisso e respeito ao povo brasileiro. O governo petista não tem capacidade para encontrar novas soluções para problemas que se arrastam há uma década. Contudo, para um governo que se transformou numa seita fundamentalista, é difícil admitir que, há muito tempo, frustrou as expectativas dos brasileiros e que o País não aguenta mais quatro anos de tudo isso que está aí.

            Ontem mesmo, escalado pelo PT, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que os planos de Marina Silva para a economia poderiam paralisar a atividade econômica, esquecendo, entretanto, que foram as gestões de seu Governo, do PT, que levaram o País à recessão, com a retração do PIB em 0,6% no segundo trimestre e 0,2% no primeiro trimestre deste ano, conforme constatou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última sexta-feira. Tamanha é a imperícia de Dilma Rousseff na condução da economia nacional que, a cada pesquisa constatando sua queda na intenção de votos, a Bolsa de Valores, a Bovespa, reage de forma positiva numa clara demonstração de que somente a esperança de um novo governo anima os investidores.

            O PT e seus aliados não têm limites para o enfrentamento político. Mentem, de forma abusiva e irritante. Ameaçam as pessoas e as instituições. O PT nunca deixou claro e transparente os assassinatos dos prefeitos de Santo André e Campinas, no Estado de São Paulo.

            A candidata Dilma Rousseff não tem o menor constrangimento em mentir e mistificar. De certo modo não se pode esperar postura diferente de uma presidente que confessa: "Nós podemos fazer o diabo quando é a hora da eleição!”.

            O papel de diabo ela faz, permanentemente, no exercício do poder, usando o dinheiro do contribuinte brasileiro para fazer campanha.

            Vale lembrar que o comportamento do PT é repetitivo na artimanha malandra e desonesta de desinformar o eleitor para atingir os adversários. Na campanha eleitoral de 2006, os petistas espalharam boatos maldosos e inverossímeis de que o então candidato Geraldo Alckmin, caso eleito, iria privatizar a Petrobrás, a Caixa Econômica e o Banco do Brasil. No ano de 2010, contra o candidato José Serra, inventaram que o mesmo iria acabar com o Bolsa Família e com o Prouni. E agora visam Marina Silva com toda sorte de invencionice, mas o eleitor brasileiro amadureceu e está vacinado contra essas estratégias eleitoreiras desleais do Partido dos Trabalhadores.

            Nada, Sr. Presidente, absolutamente nada, vai fazer o povo brasileiro deixar de votar pelas mudanças. Nada, absolutamente nada, vai impedir os brasileiros e brasileiras de mandarem Dilma, o PT e seus aliados para a oposição nas eleições de 5 de outubro próximo.

            Muito obrigado.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - V. Exª me permite um aparte? Serei muito breve.

(Soa a campainha.)

            O SR. JARBAS VASCONCELOS (Bloco Maioria/PMDB - PE) - Pois não.

            Concedo aparte ao Senador Eduardo Suplicy - não imaginava nem que V. Exª ainda estivesse aqui.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco Apoio Governo/PT - SP) - Caro Senador Jarbas Vasconcelos, permita, de um lado, discordar e, de outro, colocar aqui uma recomendação diante daquilo que V. Exª observou que aconteceu em palavras recentes de representantes do Partido dos Trabalhadores. Eu tenho por norma - e estou em campanha, porque sou candidato à reeleição - e recomendo aos que comigo trabalham: “Vamos sempre apresentar os aspectos positivos de meu trabalho, de minhas proposições, de minhas ideias, e não vamos gastar o nosso tempo com críticas aos adversários”. E eu quero dizer ao meu Partido, à Presidenta Dilma, ao meu Presidente Rui Falcão - e eu quero a reeleição da Presidenta Dilma, no que temos divergência - que o melhor não é apresentar críticas aos nossos adversários; o melhor será mostrar aquilo que temos feito de melhor e aquilo que vamos fazer ainda melhor. Apenas isso que gostaria de dizer, diante das observações de V. Exª.

            O SR. JARBAS VASCONCELOS (Bloco Maioria/PMDB - PE) - Eu louvo, Senador Suplicy, seu aparte, a exemplo do que sempre faço aqui nesta tribuna quando V. Exª vem me apartear.

            V. Exª mantém a sua linha de coerência, a sua disciplina, e mostra sua independência quando acha que na campanha, no programa eleitoral, todos devem manter uma linha de equilíbrio, discutindo ideias, planos, ações e não se agredindo, como aconteceu no dia de ontem aqui, no plenário desta Casa, e à noite no programa eleitoral. Muito obrigado pelo aparte de V. Exª.

            O Sr. Fleury (Bloco Minoria/DEM - GO) - Um aparte, Senador Jarbas.

(Soa a campainha.)

            O SR. JARBAS VASCONCELOS (Bloco Maioria/PMDB - PE) - Pois não, Senador Fleury.

            O Sr. Fleury (Bloco Minoria/DEM - GO) - Eu quero dizer que, quando se sobe à tribuna e, às vezes, se critica, e alguém defende e não aceita a crítica, é muito mais censura. Isso jamais deveria ser o papel de um Senador, que não aceita crítica a seu partido. Não somos nós que estamos criticando; o Brasil inteiro hoje critica esse partido. O próprio partido, uma parte se encontra na Papuda, e outra parte estão à procura - do pessoal que está na Papuda que pegou a Petrobras.

Esse Partido não tem um pingo de moral hoje, para, nesta Casa, ser defendido. Vamos continuar defendendo os brasileiros e esquecer... O início dos anos 80 foi bom, nós reconhecemos o que o Presidente Lula fez, mas não podemos ficar patinando, não. Quem gosta de retrovisor é poeira. Olhamos pelo retrovisor, para ver poeira! Precisamos de olhar para frente. E o tempo que já perdemos, nesses quatro anos, tenho certeza de que não vamos perder nos próximos quatro anos. Mas o tempo desses quatro anos vale, no mínimo, 40 anos de atraso hoje, com o mundo globalizado. Obrigado pelo aparte, Senador.

            O SR. JARBAS VASCONCELOS (Bloco Maioria/PMDB - PE) - Muito obrigado, Senador Fleury, pelo Estado de Goiás, que enriquece a minha fala. Eu incorporo o aparte de V. Exª ao meu discurso, com muita satisfação. Farei um ligeiro e importante complemento, apenas.

             V. Exª diz que parte do PT se encontra recolhida na Papuda, presídio de Brasilia. Essa parte senador, nada mais é que a elite do Partido: Presidente do Partido, Presidente da Câmara dos Deputados, ex-Chefe da Casa Civil, ex-capitão do time de Lula, e outras lideranças. São essas as pessoas que se encontram na Papuda. Então, não é uma parte comum do PT que se encontra no xadrez, é a parte dirigente, que até ontem mandava.

            E um deles chegou a ser capitão do time - o capitão do time é aquele que repreende o juiz, que “peita” o juiz, que grita com os outros jogadores e que pede o final da partida, quando está ganhando. Dessa forma, queria apenas fazer esse complemento e agradecer a V. Exª pelo seu aparte.

(Soa a campainha.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/09/2014 - Página 55