Discurso durante a 170ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Balanço da atuação de S. Exª como Senador da República.

Autor
Kaká Andrade (PDT - Partido Democrático Trabalhista/SE)
Nome completo: Antonio Carlos Porto de Andrade
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR, LEGISLATIVO.:
  • Balanço da atuação de S. Exª como Senador da República.
Aparteantes
Antonio Aureliano, Casildo Maldaner, José Agripino, Ruben Figueiró.
Publicação
Publicação no DSF de 20/11/2014 - Página 177
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR, LEGISLATIVO.
Indexação
  • BALANÇO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, ORADOR, CARGO EFETIVO, SENADOR, COMENTARIO, PARTICIPAÇÃO, CRIAÇÃO, PROJETO DE LEI, ENFASE, GESTÃO, RECURSOS HIDRICOS, DETERMINAÇÃO, PREÇO FIXO, PLANO DE SAUDE, PRAZO MAXIMO, MARCAÇÃO, EXAME, PERICIA, LOCAL, INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), REDUÇÃO, EMISSÃO, GAS CARBONICO.

            O SR. KAKÁ ANDRADE (Bloco Apoio Governo/PDT - SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - “Salve lindo pendão da esperança! Salve símbolo augusto da paz!” Com essa frase do Hino à Bandeira, eu presto hoje a minha homenagem ao Dia da Bandeira, que é comemorado no Brasil hoje.

            Mas, Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, todos os que nos acompanham pela TV Senado, pela Rádio Senado e pelas redes sociais, ainda no ano de 2010 - quando o Senador Eduardo Amorim montava a sua chapa para a vitoriosa disputa por uma das cadeiras no Senado Federal -, o meu nome foi indicado para integrá-la como suplente, para fazer parte deste grupo que acredita e luta por um Sergipe e um Brasil melhor para se viver.

            No início deste semestre, aqui tomei posse, cercado por minha família - e aqui aproveito a presença da minha esposa, Cristiane Andrade; da minha sobrinha, Elaine Andrade -, uma legião de amigos, políticos e representantes de toda a sociedade sergipana. Falei, ali, de minhas origens familiares, que deitaram raízes entre o Sertão e o Baixo São Francisco. Mais do que isso, fiz o compromisso público de dar voz, pelo tempo que estivesse neste Parlamento, aos setores mais humildes da sociedade sergipana: quilombolas, sertanejos, vaqueiros, pescadores do São Francisco, indígenas e populações dos pequenos Municípios de Sergipe, tudo conforme os compromissos assumidos naquele distante 2010.

            Prestes a encerrar esta minha temporada no Congresso Nacional, em razão do retorno próximo do titular da cadeira que ocupo, gostaria de utilizar esta tribuna, no dia de hoje, para fazer um balanço de minha atividade no Senado, durante esta curta, porém, intensa e significativa, interinidade. Vários foram os temas de interesse, não só de Sergipe, mas do Brasil, que tratei aqui neste Plenário, e em várias das Comissões nas quais tive assento.

            A questão da gestão de recursos hídricos, por exemplo, deixou de ter caráter puramente regional. De fato, a seca não tem assolado apenas o Nordeste brasileiro. Atualmente, passou a fazer parte do rol de problemas urgentes do Sudeste e, até mesmo, como disse ontem em meu pronunciamento, o nosso Reino das Águas, que é a Amazônia, experimentou, alguns anos atrás, prolongada e inédita estiagem, sendo este um dos quadros que envolvem as questões das mudanças climáticas, a má gestão de mananciais e reservatórios hídricos, o desmatamento, além de chamar à responsabilidade todos nós cidadãos.

            Entretanto, minhas ações não ficaram restritas apenas a falar sobre essas e outras tantas questões. Deixo, pois, minha contribuição de maneira efetiva na forma do Projeto de Lei do Senado nº 288, de 2014, que institui a participação obrigatória do Comitê de Bacia Hidrográfica no processo decisório de alteração das vazões em reservatórios regularizadores.

            Com isso, esperamos garantir que as decisões sobre retenção e liberação de água em reservatórios, hoje sob a tutela da Agência Nacional de Águas e do Operador Nacional do Sistema Elétrico, respeitem os preceitos legais que priorizam consumo humano e animal, e uso múltiplo das águas, aumentando a participação do Poder Público, dos usuários e das entidades civis de recursos hídricos na construção das decisões que afetarão a vida e a atividade econômica de todos os cidadãos envolvidos.

            Além disso, apresentei o Requerimento n° 802, de 2014, endereçado à Ministra de Estado do Meio Ambiente, especificamente destinado a prover informações sobre as questões de gestão dos recursos hídricos no Rio São Francisco neste ano especialmente crítico.

            Com igual zelo pelas questões que afetam Sergipe, mostrei aqui todos os problemas gerados pela parada das obras de duplicação da BR-101, via essencial de comunicação no meu Estado, de importância fundamental para o abastecimento e o escoamento de sua produção. Novamente, não bastava a reclamação. Apresentei os Requerimentos nºs 800 e 801, de 2014, respectivamente ao Tribunal de Contas da União e ao Ministro de Estado dos Transportes, no intuito de receber informações consistentes sobre o problema da obra e as ações de mitigação necessárias para sua retomada e conclusão.

            Outros assuntos de que tratei, com manifestações e proposições legislativas, dizem respeito não apenas a Sergipe, mas a todo o País, e renderam-me grandes manifestações nas redes sociais.

            Apresentei Projeto de Lei n° 282, de 2014, para determinar que os reajustes dos planos coletivos de saúde também sejam regulados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, como já é realidade para os planos individuais e familiares, colocando-os sob um controle mais rígido e evitando os abusos que acontecem. É uma covardia com nossa população, sobretudo com os mais idosos, este poder absoluto que as empresas privadas de planos de saúde têm de estabelecer os reajustes e as condições que desejam para os segurados, quase tornando-se os senhores da vida e da morte dos segurados.

            Ainda na área de saúde, preocupei-me com as aquisições de medicamentos no âmbito do Sistema Único de Saúde, propondo, por meio do PLS n° 307, de 2014, preferência para aquisição de medicamentos fracionáveis, evitando o desperdício conhecido do brasileiro de ter de comprar medicamentos em quantidades superiores às realmente necessárias para seu tratamento.

            Preocupa-me, também, a dificuldade de acesso da população aos protetores solares, devido ao alto custo desses produtos. Vivemos em um país tropical, no qual os níveis de radiação são muito intensos, presentes na maior parte do ano, e o câncer de pele é a neoplasia mais frequente no Brasil, correspondendo a 25% de todos os tumores malignos registrados no País. Em função disso, propus o PLS nº 341, de 2014, que dispõe sobre a oferta de protetores solares distribuídos gratuitamente à população.

            Faço parte dos que lutam para a retomada da prescrição e venda dos medicamentos relacionados ao combate da obesidade mórbida em nosso País, restritos por infeliz resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2011. Nesse assunto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o próprio Congresso Nacional foi desrespeitado, já que votamos o Decreto Legislativo nº 273, de 2014, que suspendeu o efeito da resolução original da Agência, mas fomos surpreendidos com a reedição da proibição, em nova forma, por meio da RDC nº 50, de 2014. Essa afronta tem de ser brevemente respondida.

            Na área social, apresentei o PLS nº 308, de 2014, que também ataca problema nacional, relacionado à demora de marcação de exames periciais a cargo do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), que implica atrasos na concessão de benefícios previdenciários ou assistenciais, originados pela incapacidade laboral ou pela deficiência do indivíduo. Propus o prazo máximo de 45 dias para as providências de marcação por parte do INSS, suficiente para não tumultuar sua organização interna nem facilitar fraudes e para aumentar a celeridade de atendimento aos verdadeiramente necessitados.

            Na área ambiental, preocupado com o processo de desertificação decorrente do desequilíbrio ecológico em regiões desmatadas e exploradas de forma inadequada, solicitei a elaboração de projetos no sentido de incentivar a recomposição da vegetação e redução de emissão de gases de efeito estufa, além de matérias relacionadas à recuperação e ao repovoamento de peixes do Rio São Francisco. Foram propostos no PLS nº 288, de 2014, apresentado a esta Casa, que altera a Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, para atribuir aos Comitês de Bacia Hidrográfica a competência de decidir sobre as alterações de vazão outorgada de reservatórios regularizadores existentes na sua respectiva bacia.

            Nosso Parlamento é respeitado também além de nossas fronteiras. Na semana que passou, tive a honra de estar em Nova York como Observador do Senado Federal na Assembleia das Nações Unidas. Conversei e troquei experiências com Parlamentares de outros países e de mais de um deles ouvi referências elogiosas ao nosso processo democrático e à força do nosso Congresso bicameral.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, todas as referências que citei demonstram a importância do Parlamento para a vida nacional. Foi, para mim, extremamente agradável perceber que, mesmo em um ano atípico como este, quando boa parte dos Parlamentares esteve envolvida com o processo eleitoral, que renova periodicamente a representação na Câmara e no Senado, o Congresso Nacional continuou funcionando bem como caixa de ressonância dos anseios populares, permitindo avanços em várias áreas legislativas.

            Concedo já um aparte aos nobres Senadores.

            E nesse processo destaco as várias formas de interação desta Casa com a população, tanto pelos meios de comunicação tradicionais quanto pelas redes sociais, fonte, para mim, de inspiração para a apresentação de matérias legislativas e temas que tratei aqui nesta tribuna e nos outros ambientes de trabalho do Senado. Nossa prática de convocar audiências públicas para assuntos relevantes também permite uma proximidade maior com a sociedade brasileira.

            O Senado, como Casa da Federação, é imprescindível à manutenção da democracia brasileira, uma vez que coloca em pé de igualdade os grandes e os pequenos Estados - e Sergipe é o menor deles -, aumentando muito as chances de que todos sejam ouvidos e atendidos em seus anseios, seja com a elaboração de propostas legislativas, seja com a necessária atividade fiscalizadora, também afeita ao Legislativo.

            Srªs e Srs. Senadores, fico especialmente feliz por ter colaborado, entre outros, para a aprovação do aumento do repasse de 1% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e da reindexação das dívidas dos Estados e Municípios, essencial à sobrevivência e à recuperação da dignidade dos entes subnacionais perante a União.

            Aqui encontrei excelentes colegas e bom ambiente de trabalho, aumentando em muito a minha admiração pelos Senadores desta Legislatura, em razão de seus conhecimentos, experiências e sabedorias política e técnica, assim como pelo Senado, uma das mais antigas instituições do País, criado junto com a Constituição Imperial Brasileira de 1824.

            Foi uma honra estar ao lado das Senhoras Senadoras e dos Senhores Senadores, aos quais gostaria de homenagear por meio do ilustre Senador Pedro Simon, um mestre vivo da história política brasileira, por quem além de estima tenho grande admiração.

            Gostaria ainda de fazer especial menção aos funcionários desta Casa, nos quais encontrei competências necessárias para viabilizar os desígnios do meu mandato. Sou, há tempos, defensor das carreiras do funcionalismo público e encontrei, aqui no Senado, notável concentração de inteligências e de servidores comprometidos com suas funções.

            E como não poderia deixar de ser, faço neste momento os meus mais sinceros agradecimentos à minha família, à minha esposa Cristiane e à família Cardoso; a meus filhos, João Victor e Pedro Henrique; meus pais, Leonice e Orlando, irmãos, cunhados, sobrinhos e primos, que foram privados de minha costumeira presença por todo este período. Agradeço ao Senador Eduardo Amorim e ao Senador Lauro Antônio a confiança e consideração com que sempre me distinguiram - muito obrigado, Senador.

            Quero homenagear também, Sr. Presidente, com um agradecimento especial, o povo sergipano, que, em última análise, me propiciou esta oportunidade, elegendo em 2010 nosso grupo político, encabeçado pelo Senador Eduardo Amorim.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, procurei representar com muito empenho e trabalho toda uma gente, todo um Estado. A fé em Deus, e a sua Presença, nunca me faltaram. O “Senador do Sertão”, como passei a ser carinhosamente chamado, deixa aqui o seu adeus, entretanto, sempre pronto, se novamente for chamado, a repetir essa inesquecível experiência de compor o quadro legislativo desta Casa.

            Pois bem, Srªs e Srs. Senadores, ocorre-me à memória o nome de Fernando Pessoa, que nos deixou, entre tantos outros, este poema:

Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui;

Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes.

Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive.

            Concedo aparte ao Senador Agripino.

            O Sr. José Agripino (Bloco Minoria/DEM - RN) - Senador Kaká Andrade, eu queria dizer, na hora em que V. Exª se despede da Casa, que V. Exª vai deixar aqui a imagem de um tranquilo irrequieto. V. Exª tem essa simpatia pessoal, mas o discurso que V. Exª profere demonstra a sua irrequietude ao longo desses quatro meses em que V. Exª exerceu o mandato de Senador da República, a começar pela presidência que V. Exª exercia, na segunda-feira, quando um discurso do Senador Aloysio Nunes provocou um sem número de apartes e debates em torno de questões que preocupam o Brasil inteiro - a questão da Lava Jato, a questão do superávit primário. Com quatro meses de mandato, V. Exª presidiu uma sessão em que um discurso suscitou amplos debates. Com muito equilíbrio e com muita firmeza, V. Exª presidiu a sessão e permitiu que o debate acontecesse, possibilitando que todos aqueles que nos veem e nos ouvem pela TV Senado e pela Rádio Senado tivessem a oportunidade de ouvir os argumentos de parte a parte. Quem possibilitou isso, observando com equilíbrio o Regimento, foi V. Exa, que é o Senador do Sertão, em primeiro lugar, é o Senador que substituiu o Senador Eduardo Amorim em seu impedimento. Mas não foi só o Senador do Sertão, não foi só o homem preocupado com os planos de saúde, com as questões de meio ambiente: foi o Senador que representou o Senado na ONU - acabou de chegar de Nova York. Com a discrição que lhe caracteriza, mas com pertinácia, com argúcia, deve ter representado bem o Parlamento brasileiro na Assembleia Geral da ONU e deve ter captado - como eu já muitas vezes o fiz - as preocupações do mundo contemporâneo, que na ONU ficam muito evidentes. V. Exa volta ao seu Sergipe, ao querido Estado de Sergipe, mas fique certo de que deixa aqui, entre os seus pares, a imagem de um Senador que, por quatro meses, não deixou que os fatos acontecessem, fez por onde marcar o seu mandato. Seja presidindo sessão complicada, seja apresentando projetos de interesse dos mais pobres, seja debatendo assuntos do interesse do País, V. Exª marcou posição com muito equilíbrio e com muita pertinácia. V. Exa deixa, entre os seus pares, a imagem do amigo, do homem público probo, correto, sério, que vai fazer falta à Casa, mas que vai enriquecer, na sua volta a Sergipe, os quadros políticos do nosso querido Estado de Sergipe. Era essa a minha manifestação, com o abraço fraterno de quem aprendeu a admirá-lo e a lhe querer bem.

            O SR. KAKÁ ANDRADE (Bloco Apoio Governo/PDT - SE) - Muito obrigado, Senador Agripino, pelas palavras a mim dirigidas. É motivo de muita satisfação, realmente, neste final de mandato que estou passando aqui, ouvir, como ouvi do Senador Pedro Simon há pouco, como ouvi de V. Exa, referências a esta minha passagem.

            Muito obrigado, sou-lhe eternamente grato por essa - não sei se merecida - homenagem.

            Senador Casildo Maldaner, outro amigo que aqui também fiz.

            O Sr. Casildo Maldaner (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Senador Kaká Rodrigues, como muitas vezes o chamo, Kaká Andrade - enfim, é o Kaká, como se diz, de Sergipe, representa a todos, todos os sobrenomes que lá existem, os Silva; eu me confundia muitas vezes aqui, mas é o Kaká, o nosso Kaká, eu diria -, quero endossar o que disse o Senador Agripino. Quero subscrever tudo, a sua luta aqui, as defesas, para engrandecer Sergipe, a simpatia que irradiou aqui no Senado logo no primeiro instante, representando com altivez o Estado de Sergipe - inclusive nós temos aqui a honra da Senadora Maria do Carmo, que é adorada por todo o Brasil, é venerada; seu esposo foi Governador, Ministro da Integração Nacional, muito querido em Santa Catarina. Mas V. Exa substituiu aqui o Eduardo Amorim, o grande Senador Amorim, então representou os Amorim também, de Sergipe. Enfim, representou todos. E a maneira de conduzir, V. Exa tem um jeito de trabalhar, de conquistar. Eu diria até, Senador Kaká, lembrando a expressão que diz que Juscelino fez cinquenta anos em cinco, que V. Exa fez quatro anos em quatro meses, de tanto que tem lidado, tem participado aqui na Casa, aqui no Senado. Como catarinense, sinto-me orgulhoso. V. Exa tem orgulhado o Brasil, aqui, da tribuna do Senado, em todos os sentidos. Quero lhe cumprimentar com muita sinceridade. Tive a honra de conhecer a sua esposa, Cristiane, ainda há pouco, nos corredores do Senado. Quero cumprimentá-la também. Já me disseram que está na tribuna de honra, inclusive me apresentou também ao Prefeito de Fátima, se não me engano...

            O SR. KAKÁ ANDRADE (Bloco Apoio Governo/PDT - SE) - Nossa Senhora de Lourdes, terra onde eu me criei.

            O Sr. Casildo Maldaner (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Nossa Senhora de Lourdes, que também tem em Portugal. E a Primeira-Dama de Nossa Senhora de Lourdes também está aqui na tribuna de honra, que fiquei conhecendo hoje, nos corredores. Por onde V. Exª passa, pelos corredores do Senado, o pessoal corre para ver V. Exa, para lhe cumprimentar. Eu diria que o Senador Eduardo Amorim é feliz por ter um vice como V. Exa, por ter um representante à altura nesta Casa. Meus cumprimentos. V. Exª fica na história do Senado do Brasil.

            O SR. KAKÁ ANDRADE (Bloco Apoio Governo/PDT - SE) - Muito obrigado, Senador Casildo, pelas bondosas palavras. V. Exa também é uma das pessoas que aprendi a admirar aqui. Levo comigo essa amizade e espero recebê-lo lá no nosso Sergipe.

            Com a palavra outro amigo que aqui também fiz, o Senador Figueiró, uma referência de pessoa que me ensinou muito aqui também.

            O Sr. Ruben Figueiró (Bloco Minoria/PSDB - MS) - Meu caro Senador Kaká Andrade, talvez eu não possa concluir minhas palavras em virtude da rouquidão que de mim se apossa, mas eu não poderia, absolutamente, deixar de manifestar a V. Exª o meu profundo apreço. Saúdo, inclusive, os nobres Senadores que muito honram o Estado de Sergipe aqui nesta Casa, como a Senadora Maria do Carmo, o Senador Antonio Carlos Valadares e o Senador Amorim, que nos deu um grande presente: por quatro meses, a convivência com V. Exª. Seu discurso ouvi atentamente, e não é de despedida, absolutamente. V. Exª vai ter oportunidade de voltar a esta Casa, porque deixa um rastro de brilhantismo, inteligência e capacidade de trabalho. Seu discurso deu-me uma visão exata do trabalho que realizou nesse período, aqui, no Senado da República. Veio-me, inclusive, a lembrança de uma expressão que não é só mineira, do nosso amigo Antonio Aureliano, mas é de uma das maiores expressões da vida política brasileira, que é Milton Campos, que, certa vez, estimulou, inclusive, os jovens, dizendo: “É melhor adentrar no meio da corrente do que ficar às margens apreciando os efeitos do caudal.” V. Exª, nesse curto período em que esteve aqui no Senado, demonstrou justamente isso. V. Exª adentrou no meio da corrente, apresentou suas proposições, defendeu ardorosamente os seus pontos de vista, deixou marcada aqui uma série de projetos que, naturalmente, receberão o aplauso do Congresso Nacional. Tive a oportunidade feliz de conviver com V. Exª nesse período, o que me fez de V. Exª um admirador sincero. Eu tenho dito que um dos maiores amigos que tive na minha vida foi um sergipano que prestou inestimáveis serviços ao meu Estado: o seu governador José Garcia Neto. Dele recebi lições muito importantes para traçar os meus caminhos na política. E ainda quando jovem, e eu disse a V. Exª, eu tive um grande amigo quando estudante no Mackenzie College de São Paulo: Getúlio Sávio Sobral. Não sei se ele vive, porque ele era mais ou menos da minha idade e, nessa idade, não há condições de a gente prever se vai viver mais ou se vai viver menos. Mas, ao longo da minha vida, jamais me esquecerei dessas duas pessoas. E a essas duas eu quero acrescentar o seu nome. A bondade do seu coração e a gentileza das suas expressões jamais serão esquecidas por mim. Receba V. Exª e sua excelentíssima família o meu profundo respeito e admiração, reiterando que o Brasil terá oportunidade de vê-lo novamente nessa tribuna que tem usado com tanto brilhantismo. Meus cumprimentos.

            O SR. KAKÁ ANDRADE (Bloco Apoio Governo/PDT - SE) - Muito obrigado, Senador Figueiró, pelas suas bondosas palavras também. Estou hoje realizado pelo o que estou ouvindo aqui. Muito me honra ouvir de V. Exª, com a experiência que tem, as palavras a mim dirigidas.

            Concedo a palavra ao Senador Antonio Aureliano, com quem também tive oportunidade de dividir...

            O Sr. Casildo Maldaner (Bloco Maioria/PMDB - SC) - Só uma correção que eu gostaria de fazer. O Senador Antonio Carlos Valadares, de Sergipe, já no outro mandato, nós tivemos a honra de conviver com ele - ele que foi governador também do Estado de V. Exª. V. Exª representa um Estado de muitas personalidades. Eu não poderia deixar de acrescentar isso.

            O SR. KAKÁ ANDRADE (Bloco Apoio Governo/PDT - SE) - está certo, Senador. Muito obrigado.

            Com a palavra, o Senador Antonio Aureliano.

            O Sr. Antonio Aureliano (Bloco Minoria/PSDB - MG) - Meu caro e excelentíssimo Senador Kaká Andrade, quero dizer a V. Exª que a sua passagem pelo Senado da República é a demonstração clara de quem sabe fazer a hora. Quem sabe faz a hora, e V. Exª tem feito a hora aqui correta, a hora do bem fazer, a hora de sempre estar preocupado com as coisas mais importantes da nossa República. Não poderia ser diferente vindo de nosso querido Sergipe, terra de Tobias Barreto, essa grande inspiração poética de grande escritor. E V. Exª traz consigo esse sentimento mais nobre do povo sergipano, com quem eu tive a honra de conviver muito. Eu tenho pelo Estado de Sergipe as melhores recordações e uma grande admiração pelo povo sergipano. V. Exª é um representante autêntico do sentimento sergipano, da boa cultura, da boa responsabilidade, da representatividade honesta e transparente na vida pública e da capacidade clara do trabalho perseverante, buscando objetivos muito claros. Tive oportunidade de conviver com V. Exª aqui, vendo sempre a preocupação detalhada dos assuntos e o estudo aprofundado dos mesmos assuntos, e fazendo com muita diligência, atuando de forma firme, representando o Estado de Sergipe e dando uma demonstração clara de que é fundamental, cada vez mais, nós trabalharmos por um Pacto Federativo equânime, onde lideranças de todos os Estados da Federação possam ter a capacidade de fazer pelo seu Estado e pela Federação, e V. Exª ainda terá, como bem colocou o grande Senador do Mato Grosso do Sul Ruben Figueiró, muita oportunidade ainda a fazer por este País, e muito vai fazer pelo povo sergipano e pelo povo brasileiro. Meus parabéns, Exmo Senador Kaká Andrade. V. Exª honra as mais nobres tradições do povo sergipano.

            O SR. KAKÁ ANDRADE (Bloco Apoio Governo/PDT - SE) - Muito obrigado, Senador Antonio Aureliano. Sou-lhe grato por ter, nesses quatro meses, desfrutado da convivência com V. Exª, que também engrandece muito o povo mineiro.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Senador Kaká Andrade, quebrando o protocolo - porque aqui é normal dizer “eu vou quebrar o protocolo” -, eu faço duas considerações rápidas, se me permitir.

            Senador Eduardo Amorim, olha que o Kaká veio para o São Paulo, foi até convocado para a seleção; e este Kaká aqui também está sendo convocado. Ele brilhou aqui, nesta arena, durante o período em que esteve aqui.

            Eu diria que o Senador Kaká - e dou o exemplo do Kaká do São Paulo, convocado para a seleção - é das grandes tradições do PDT. Brizola, que foi Governador do meu Estado - e eu sempre fui um fã do Brizola, nunca neguei isso na minha história -, dizia que o bom político é aquele que sabe pegar o mingau quente e comer pelas beiradas, para não ir com muita sede e acabar se queimando. V. Exª teve esse tato, teve esse cuidado, teve essa inteligência e essa competência. Por isso, nós vamos sentir sua falta, mas sei que Sergipe está esperando você, seus familiares estão esperando. Você vai, mas voltará, quem sabe, aqui, com uma grande votação, para a alegria de todos nós. V. Exª pode ter certeza de que fez muito, mas tem muito por fazer ainda por Sergipe e pelo País.

            Parabéns a Vossa Excelência.

            O SR. KAKÁ ANDRADE (Bloco Apoio Governo/PDT - SE) - Senador Paulo Paim, também agradeço a convivência, o aprendizado com V. Exª, porque aqui estivemos juntos durante todos esses quatro meses. Encontramo-nos, trocávamos idéias, apoiamo-nos, apoiei-me, aprendi muito com Vossa Excelência. Muito me orgulha receber essas referências elogiosas também de V. Exª, que é um patrimônio da política brasileira.

            Muito obrigado.

            Encerrando, peço apoio a esses projetos de lei que deixo aí, por entender que eles têm em seu bojo cunho social e vão beneficiar, e muito, a população brasileira, notadamente aqueles menos favorecidos.

            Muito obrigado a todos.

            Um até breve.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/11/2014 - Página 177