Pela Liderança durante a 72ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Satisfação pela presença da Presidente da República em inauguração de navio petroleiro no Estado de Pernambuco; e outros assuntos.

Autor
Humberto Costa (PT - Partido dos Trabalhadores/PE)
Nome completo: Humberto Sérgio Costa Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
AGRICULTURA, PECUARIA, ABASTECIMENTO. ENERGIA. CORRUPÇÃO.:
  • Satisfação pela presença da Presidente da República em inauguração de navio petroleiro no Estado de Pernambuco; e outros assuntos.
Publicação
Publicação no DSF de 19/05/2015 - Página 104
Assunto
Outros > AGRICULTURA, PECUARIA, ABASTECIMENTO. ENERGIA. CORRUPÇÃO.
Indexação
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, INAUGURAÇÃO, UNIDADE, EXTRAÇÃO, BENEFICIAMENTO, MEL DE ABELHA, MUNICIPIO, SANTA FILOMENA (PE), ESTADO DE PERNAMBUCO (PE).
  • REGISTRO, VIAGEM, INAUGURAÇÃO, PETROLEIRO, FABRICAÇÃO, ESTALEIRO, ESTADO DE PERNAMBUCO (PE), PARTICIPAÇÃO, ORADOR, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ELOGIO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS).
  • CRITICA, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), MOTIVO, AUSENCIA, ANALISE, DENUNCIA, CORRUPÇÃO, MEMBROS, PARTIDO POLITICO.

O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Apoio Governo/PT - PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Pre-

sidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, antes de iniciar propriamente meu discurso, eu gostaria de aqui fazer um registro importante.

    Estive, na semana passada, no Município de Santa Filomena, na região do Vale do São Francisco, na pro- ximidade tanto do Vale do São Francisco quanto do Sertão do Araripe, próximo à cidade de Petrolina. Lá, por intermédio de uma intervenção da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco, cujo Superin- tendente Regional é o Sr. João Bosco, nós estivemos na Fazenda Caipora, no Município de Santa Filomena, para entregarmos um importante investimento, que foi a inauguração da Unidade de Extração e Beneficiamento de Mel. Pode parecer uma coisa simples, um investimento de certa forma até singelo, mas que se tem multiplicado no Brasil inteiro, especialmente no Nordeste.

    Só nessa região, a Associação de Moradores da Fazenda Caipora e de fazendas vizinhas também registra- va que cem famílias seriam beneficiadas. O investimento, que chega a aproximadamente a R$600 mil ou R$700 mil, faz parte do Plano Brasil Sem Miséria, numa parceria entre a Codevasf e a Secretaria de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional.

    Essa é uma demonstração importante de que o Governo continua preocupado em promover a geração de renda.

    No caso dessas famílias, uma família que desenvolve a atividade da apicultura simples pode até, por mês, ter um complemento da sua renda no valor de dois salários mínimos, além, obviamente, de outros produtos que são gerados, que são plantados dentro dessas pequenas propriedades.

Então, eu queria fazer esse registro e agradecer a todos que lá estiveram.

    Sr. Presidente, foi com muita satisfação que tive a oportunidade de participar, na última quinta-feira, ao lado da Presidenta Dilma, da cerimônia da viagem inaugural do navio petroleiro André Rebouças, o quinto produzi- do pelo Estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco. Também participamos do batismo do petroleiro Marcílio Dias.

    Ter a oportunidade de ver mais dois navios petroleiros erguidos e entregues é algo extremamente sim- bólico, neste momento muito especial em que a Petrobras volta a dar sólidas demonstrações do seu vigor e da sua força, como a maior e mais importante empresa deste País.

    Esse fato é atestado também pelos resultados do primeiro trimestre de 2015, que indicaram um lucro líquido de R$5,3 bilhões e um lucro operacional de R$13,3 bilhões, 76% superior ao do primeiro trimestre do ano passado, principalmente devido ao crescimento da produção de petróleo e de gás, às maiores margens da comercialização de derivados e aos menores gastos com participação governamental e com importações.

    Os investimentos realizados pela empresa totalizaram R$17,8 bilhões, especialmente no segmento de exploração e de produção no Brasil, que recebeu 79% desses recursos, com destaque para os projetos de au- mento da capacidade produtiva.

    Aliás, registre-se que, uma vez mais, a Petrobras bateu um novo recorde na produção de barris de petró- leo, chegando a 800 mil barris por dia, extraídos nas áreas do pré-sal, nas Bacias de Santos e Campos.

    A produção de petróleo e gás natural da companhia, no Brasil e no exterior, cresceu 11% em relação ao primeiro trimestre de 2014, atingindo a média de 2,803 milhões de barris de óleo por dia, contribuindo para que a Petrobras fechasse esse primeiro trimestre de 2015 com mais de R$68 bilhões em caixa.

    No entanto, a forma como esse tema tem sido tratado pela oposição vai sempre no sentido de ignorar esses fatos e ignorar, acima de tudo, que as mudanças que foram feitas na Petrobras pela Presidenta Dilma co- meçaram a produzir um processo de superação da crise em que a empresa esteve mergulhada.

    Estamos hoje, como disse o Presidente Bendine, virando uma importante página. Portanto, não deixa de ser mesquinha e pequena a postura de alguns que querem diminuir a Petrobras e o Brasil, especialmente quando isso é feito no exterior, diante de potenciais investidores no nosso País. A oposição, em particular o PSDB, tem se especializado nessas críticas seletivas que, às vezes, beiram o cinismo, ao tentar apagar os rastros dos malfeitos e dos desmandos havidos nos seus oito anos de governo.

    Todos os delatores envolvidos nesse escândalo de corrupção, que tem sido exemplarmente enfrentado pelo Governo Dilma e pela empresa, são unânimes em dizer que a gênese de todos os problemas está lá no período do Governo Fernando Henrique, quando não, até mesmo antes desse período. O ex-Presidente, antes de sair por aí distribuindo inverdades, deveria fazer uma profunda reflexão sobre os seus mandatos e sobre os casos jamais explicados e convenientemente engavetados das privatizações, da emenda da reeleição, dos

bilhões dados aos bancos e do ato que desobrigou a Petrobras de seguir a lei das licitações.

    Esses são temas sobre os quais, seguramente, o ex-Presidente Fernando Henrique tem grande proprie-

    dade para tratar e deveria fazê-lo com mais frequência do que querer arrastar para a sua rinha política o ex-

    -Presidente Lula, figura por quem ele parece ter uma enorme fixação, quando não, uma verdadeira obsessão.

    A capacidade de autocrítica do PSDB, aliás, está no nível do volume morto do Cantareira. Assim como silenciou para o escândalo do metrô de São Paulo e do mensalão mineiro, que, há mais de um ano, está parado na Justiça de Minas Gerais, sem que sequer haja definição de um juiz para tocar os processos à frente, o PSDB também faz vista grossa ao Governador do Paraná, Beto Richa, responsável pelo espancamento de professores da rede pública daquele Estado.

    O escândalo do metrô de São Paulo, por exemplo, talvez o Brasil não saiba, mas tem delatores: empresas, cidadãos, funcionários, que, no entanto, jamais foram presos, jamais foram devidamente investigados para que pudessem citar quem de fato está à frente daquele escândalo. Esse caso conseguiu constituir-se em absoluta- mente pitoresco. É o primeiro escândalo de corrupção em que não há corruptos. Fala-se de um cartel que foi feito por empresas e que, desde 1998, vem fraudando licitações, vem formando um cartel. No entanto, não há um integrante do Governo identificado como envolvido nessas falcatruas. Ou os governos tucanos são muito ruins, e um cartel se mantém durante tanto tempo sem ser identificado, e a sua atividade coibida, ou, então, é de se perguntar onde está a mesma força, a mesma capacidade de investigação dos órgãos responsáveis por investigar, nesse caso de São Paulo.

    Agora, o governador tucano se vê envolvido em um novo escândalo, o de que teria recebido mais de R$2 milhões para a sua campanha, oriundos de uma máfia de auditores criminosos que cobravam propinas de empresários em troca de redução e até da anulação de calotes tributários. Obviamente, nós, aqui, não es- tamos nem negando, nem endossando essas denúncias. Achamos que é preciso que haja investigação. Da- mos ao Governador do Paraná o benefício da dúvida, mas é engraçado que a argumentação do Governador é frontalmente oposta à que os tucanos aqui fazem, quando se trata dos delatores da chamada Operação Lava Jato. Ninguém no PSDB, por exemplo, fala de impedimento, do impeachment do Governador Beto Richa, muito menos da forma entusiasmada como alguns tucanos chegaram a tratar quando o alvo era a Presidenta Dilma.

    No PSDB, pau que dá em Chico não dá em Francisco. O Partido segue vocacionado no que tem de mais habilidade: engavetar os casos que lhe são incômodos. As delações premiadas válidas para os tucanos são ape- nas as que atingem seus adversários. Já os delatores que supostamente estão abrindo a caixa-preta do PSDB, como esse auditor da Receita paranaense, que escancara a situação do Governador Beto Richa, esses são tra- tados como “bandidos”. É extremamente curioso abrir os jornais e ver o Presidente Nacional do Partido querer dar aula de credibilidade ao Governo Dilma, quando continua a varrer para debaixo do tapete as sujeiras que existem dentro da própria casa.

    Mas nós não deixaremos cair no esquecimento. Esse debate político será travado por nós, em cada canto do País, com todas as cartas sobre a mesa, para que a população tenha conhecimento de tudo o que nós en- frentamos e do que a oposição se esmera em meter nas gavetas. Essa época do silêncio conivente de governos em relação a malfeitos cometidos dentro da administração felizmente acabou e não voltará mais. Isso, sim, é o que constrói credibilidade e eleva a popularidade de um governo, atributos, aliás, com os quais o PSDB e o resto da oposição têm pouca ou nenhuma intimidade.

    Muito obrigado pela tolerância, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/05/2015 - Página 104