Discurso durante a 51ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Defesa da rejeição do impeachment da Presidente da República Dilma Rousseff, em razão da ausência da prática de crime de responsabilidade.

Autor
Telmário Mota (PDT - Partido Democrático Trabalhista/RR)
Nome completo: Telmário Mota de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL:
  • Defesa da rejeição do impeachment da Presidente da República Dilma Rousseff, em razão da ausência da prática de crime de responsabilidade.
Aparteantes
Donizeti Nogueira, José Medeiros, Magno Malta.
Publicação
Publicação no DSF de 15/04/2016 - Página 73
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL
Indexação
  • DEFESA, REJEIÇÃO, IMPEACHMENT, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MOTIVO, AUSENCIA, CRIME DE RESPONSABILIDADE.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado, hoje já várias pessoas se revezaram nesta tribuna e naturalmente abordando um assunto que domina o País inteiro. Todos os meios de comunicação, rádio e televisão estão focados na questão do golpe, do impeachment, que está sendo desenvolvido.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Permita-me que eu diga que a audiência da TV Senado está sendo impressionante nesse debate.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - Está sendo ouvido o que está sendo desenvolvido no Congresso.

    Esta tribuna oportuniza às pessoas ouvirem o contraditório porque aqui passam as diversas correntes políticas, com os mais diversos pensamentos e ponto de vista, alguns com ideologia, outros com fisiologismo, mas assim vai-se construindo a política brasileira.

    Eu tive a oportunidade, Sr. Presidente, nesta semana, de conversar com a Presidente Dilma e ali, entre diversos assuntos que abordamos, eu cheguei a perguntar: se ela tivesse que começar de novo, onde ela acha que errou? Ela falou:

Olha, Senador Telmário, eu ganhei essas eleições com uma votação de 50 e poucos milhões de brasileiros, mas eu assumi este mandato com o foco de governar para o Brasil, para os brasileiros. Eu vim como ex-Ministra do Presidente Lula e do meu primeiro mandato acumulando experiência para fazer o Governo dos nossos sonhos, mas o Brasil sofreu algumas baixas.

    Eu vi agorinha um Senador que me antecedeu culpando a Petrobras, dizendo que foi má gestão. Não.

    O Brasil está sofrendo ainda. Passou ileso ao reflexo das crises americana e europeia. E chegou no momento, Senador Lobão, que começaram a chegar os reflexos. O que dava a sustentação econômica deste País? Eram as commodities, principalmente vendidas para a China, uma parte manufaturada, e o preço do petróleo, que era alvissareiro. E com a nova caminhada no rumo do pré-sal - e aqui está o Senador Lobão que entende muito bem disso, muito mais do que eu -, se explorássemos todo o potencial do que temos já descoberto no pré-sal, o Brasil se torna o segundo maior exportador de petróleo do mundo, perdendo só para a Venezuela. E, se o preço do barril do petróleo ainda tivesse nos cento e poucos, o Brasil estava, sinceramente, superando as crises que hoje tomam conta do nosso País.

    Mas, maior do que a crise econômica foi a crise política, ainda me dizia a Presidente Dilma. Nós ganhamos, e, no sistema brasileiro, ninguém governa sozinho. Governa-se com um grupo, uma coalizão de partidos. Ganhamos essa eleição nessa coligação, nessa composição. E o PMDB, dentro dessa composição, era o nosso sócio majoritário: com sete ministérios, Vice-Presidência, Presidente do Senado, Presidente até da Câmara - claro, sem o acordo, mas pelo seu fortalecimento. E aí, mais de 600 mil servidores em cargos do primeiro, segundo e terceiro escalões.

    Muito bem, a Presidenta Dilma me disse em que acha que errou e em que não acreditaria mais. O Vice-Presidente, Michel Temer, era um homem que gozava da total confiança do Governo. E, agora, eu dou esse testemunho. Quando vim para cá, fui conversar no Palácio sobre os cargos federais em Roraima, como iriam trabalhar e funcionar. Não era com a Presidenta e com ninguém do PT, era do PMDB - era com Michel Temer. Então, era um cara que buscava os parceiros dos partidos. Ele que realmente controlava essa parceria da Presidente Dilma, e ela confiava nele.

    Ela tinha muita confiança nele. E todos sabem que ela não sabia, e poucos sabiam, que ele já estava em um processo de conspiração, porque ele, como tinha informações privilegiadas - inclusive informações de Estado, em conluio com o Cunha -, planejava um ato, e o Cunha entrava com as pautas-bombas para inviabilizar o País. Já havia ali uma conspiração montada. Por quê?

    Vejam que, aqui, a oposição vem tentar achar um crime para a Presidente Dilma, e ele navega, porque não acha, não tem, é abstrato. As mãos dessa mulher até agora não estão maculadas na corrupção. Como os conspiradores Temer e Cunha poderiam tirá-la? Ora, enfraquecendo o Governo dela, estagnando o Governo, paralisando o Governo, e, nesse ponto, foram maquiavélicos, foram professores, PhDs. Estagnaram o Governo com as pautas-bombas, pois o Governo não tinha maioria, e era Temer que tinha que ter feito a maioria aqui dentro. Todos sabem que as votações aqui não andavam e não andam porque o Governo nunca teve maioria absoluta nem aqui nem na Câmara, e cabia ao Temer montar essa maioria, cabia a ele. Mas ele habilidosa e maldosamente, conduziu este País para a estagnação, e, ao estagnar, ao Governo não colocar em ação as suas proposições e as medidas cabíveis, a Presidente começa a cair na sua popularidade, a Presidente começa a perder o apoio popular, e a caça ficou fácil. Mesmo assim, eles continuariam sangrando esse Governo e a Presidente Dilma, mas o Cunha queria mais do que isso.

    Ele não queria ser envolvido na Comissão de Ética e disse: "Se o PT não me apoiar, o impeachment anda." Aí, veio a chantagem, já explícita e pública, porque todo mundo sabia. E ele dizia isto: "Ou anda, ou anda, ou o PT me apoia, ou impeachment anda." A mídia já dizia isso, Senador João Capiberibe. A mídia já dizia isso, e o fato aconteceu: o PT não apoiou, e o impeachment andou. Um impeachment de vingança - um impeachment de vingança! É o quadro hoje que nós vivemos.

    Por isso é que eu não tinha ainda falado isso na tribuna, porque a própria Presidenta ainda não havia... - já lhe dou o aparte -... externado, e eu achei que isso era uma conversa informal. E assim eu mantive. Mas como foi dito aqui: "Dilma acusa Temer de conspiração", eu me senti à vontade para revelar esse diálogo que eu tive com ela. E ela me dizia que o grande arrependimento foi ela ter confiado no Temer, em todos os sentidos.

    Muito bem. E o que ele faz hoje para cassar a Presidente Dilma? Ele, primeiro, pula fora. Quer fazer um aparte? Não?

    O Sr. Magno Malta (Bloco Moderador/PR - ES. Fora do microfone.) - Deixo V. Exª discorrer.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - Obrigado.

    Primeiro, eles pulam fora. O PMDB pula fora. E, agora, ameaça expulsar. O PMDB ameaça expulsar quem não votar a favor do impeachment! Olhe como eles começam a usar a mão de ferro - a mão de ferro! Começam a bater na democracia com a mão de ferro: "Ou vota, ou vota, ou vota!".

    Mas Temer vai mais adiante. Começa a surgir e a se fortalecer, Senador Magno, no Brasil, a ideia de uma nova eleição para Presidente. Aí, o Temer: "Epa! Nós estamos há um ano e pouco aqui sangrando este Governo! Não! Não! Não! Nova eleição não está na Constituição, e crise política se resolve com jeitinho." Jeitinho? "Crise política se resolve com jeitinho...". Temer diz isto aqui: "Com jeitinho."

    E o Renan pulou lá fora: "Epa! Crise política se resolve com a Constituição. Temos que acabar com essa história de jeitinho." Aí, o Temer disse: "Eita, o Renan não caiu na minha isca, não. Vou para lá. Vou voltar para o Cunha, para o braço direito do Cunha." Aí, no timeline do grupo do WhatsApp, o Sr. Eliseu Padilha, que está aqui já como Ministro, a raposa voltando para o galinheiro, fez aquele vídeo dele às 10 horas, e, em seguida vazou. O que ele percebeu? Que o povo não o queria. O povo queria uma mudança e quer. E aí já caía a popularidade dele. Ele foi, gravou uma fala, uma fala para a Nação como se o impedimento já tivesse acontecido.

    Brasil, me ouve aqui! Olha o que faz o conspirador! Ele faz uma fala para o Brasil mentindo, prometendo manter os programas sociais, prometendo fortalecer a micro, a pequena e a grande empresa, prometendo dar a Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica para o capital estrangeiro. Eles querem mesmo é se livrar da Lava Jato, porque estão até o pescoço.

    Aí eles resolveram, Cunha, o homem forte... Imagina, Brasil, Brasil, imagina tirar uma Presidenta, a primeira Presidenta mulher do País, com mãos que não estão envolvidas na lama, deixando apurar tudo, Polícia Federal, Ministério Público, a Justiça andando, afogando a corrupção! Aí o Cunha, aquele homem probo, honesto, que está ali...

    Eu queria que V. Exª ficasse aqui porque sempre tem me orientado, balizado o nosso discurso. V. Exª me inspira. Eu gosto de ver V. Exª sentado aí. Fique sentadinho um pouquinho.

    Olhem o que Cunha fez: recusou-se a depor na Polícia Federal na Operação Lava Jato.

    Brasil, olha aqui! É aqui? É nessa? É naquela de lá. Foca aqui, olha aqui. Cunha não vai; a Polícia Federal chama, e ele não vai. Se fosse o Lula, iam 200 policiais federais buscá-lo na marra, e ele ia, porque ia ou ia. Mas é o Cunha, que está acima da lei.

    Ei, Supremo Tribunal! Ei, Janot, acredito em você! Cunha não vai, não! Não vai, mas Cunha ainda está mais forte. Sabe por quê? O Roberto Jefferson, que voltou a pisar no Congresso depois de cumprir pena do mensalão - o homem-bomba do mensalão -, chegou lá e olha o que disse.

    O Sr. Magno Malta (Bloco Moderador/PR - ES) - Ele e José Dirceu. José Dirceu está preso.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - Pois é, ainda não está livre; os dois.

    O que disse Roberto Jefferson? "Eduardo Cunha,..."

    Você sabe, hoje, o mundo da igreja gosta muito do Senador Malta, e, assim, em cada área que você está há um líder.

    O Sr. Magno Malta (Bloco Moderador/PR - ES) - Gosta de V. Exª também.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - Adoram, e eu os adoro. Mas V. Exª...

    Já concedo o aparte, só para não perder o raciocínio.

    Roberto Jefferson, saindo de cumprir pena do mensalão...

    O Sr. Magno Malta (Bloco Moderador/PR - ES) - Jefferson Peres já morreu, é Roberto Jefferson.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - Roberto Jefferson!

    Roberto Jefferson pula de lá e diz: "Ei, Cunha, Cunha, você é meu herói." Imagina! "Quero uma fotografia autografada.". Aí, pega o PTB, um Partido de história, que representa a figura de Getúlio Vargas, e coloca para apoiar.

    Com a palavra o Senador Magno.

    O Sr. Donizeti Nogueira (Bloco Apoio Governo/PT - TO) - Senador, só para dizer o seguinte: o companheiro José Dirceu também já estaria livre, ocorre que a Lava Jato o acusa de ter articulado a quadrilha na Petrobras, sendo que a quadrilha, pelos delatores, foi denunciada desde 1995, quando o PT não estava no governo e o Zé Dirceu não tinha relação com a Petrobras. Ele está preso indevidamente, ilegalmente, neste momento, porque é um homem sério e um homem que tem uma folha de contribuição muito grande para este País. Segundo: quanto à questão da corrupção na Petrobras, o Ricardo Boechat fez uma matéria, Senadores, em 1989, e ganhou um prêmio de comunicação sobre denúncia de corrupção na Petrobras. O Paulo Francis, em 1995, denunciou a corrupção na Petrobras, foi processado pelos dirigentes e condenado a pagar, eu acho, US$300 mil, e, segundo os amigos dele, isso o levou à morte. Então, a corrupção na Petrobras não é obra dos governos do PT, começou lá atrás. Agora, o Governo do PT, ao contrário do que possam querer, está trabalhando na apuração. São os procuradores que estão dizendo que não há interferência na Polícia Federal, não eu. E dizem que, nos governos que não eram do PT, eles eram impedidos de trabalhar. A Polícia Federal também já disse isto: nos governos do PT, do Presidente Lula e da Presidenta Dilma, não houve interferência nem na Polícia Federal e nem no Ministério Público, mas afirma que houve nos outros governos. Então, eu me inscrevi aqui para dizer que o companheiro José Dirceu, hoje, não está liberado daquela pena imposta em face de um expediente que não existe na legislação brasileira, que é a teoria do domínio do fato. Uma ministra, no seu voto, disse: "Não tenho nada que prove o crime do José Dirceu, mas vou condená-lo porque a literatura me permite." Então, é isso. Eu me inscrevi mais para dizer do companheiro José Dirceu, que está sendo vítima de perseguição, porque é um homem que ajudou a contribuir muito para derrotar a direita neste País.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - Senador Magno Malta.

    O Sr. Magno Malta (Bloco Moderador/PR - ES) - Senador Telmário, obrigado pela consideração do aparte. Eu ia sair para tomar a vacina, e V. Exª não deixou. Pedi para remarcar minha vacina porque estou com medo de gripar. Dizem até que chegou uma paulista em Salvador, agora, desceu, chegou ao ponto de táxi e falou com o taxista: "Como está a gripe aqui na Bahia?" E havia um bêbado do lado, que falou: "Aqui está empatado." Ela perguntou: "Por quê?" E ele: "H1N1". É, assim é fácil. (Risos.)

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - Senador Magno, na Bahia não acontece isso; foi em outro lugar.

    O Sr. Magno Malta (Bloco Moderador/PR - ES) - Lá na Bahia está empatado. Minha Bahia. Aqui também está empatado, não é? Em Roraima também?

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - Aqui está empatado.

    O Sr. Magno Malta (Bloco Moderador/PR - ES) - Senador Telmário, estávamos conversando aqui, informalmente, eu estava conversando com o Senador aqui também e disse que eu entendia plenamente e que não queria apartear mais quem está na Base do Governo. Eu falei até com V. Exª disso. E quando eu lhe pedi aparte, falei até brincando, eu estava rindo. Mas essa história de... Quando precisava o Governo, eu dizia: eu estou muito a cavaleiro. Porque, no primeiro mandato do Presidente Lula, eu cruzei este País "dessatanizando" o Lula. Eu, Walter Pinheiro, eu fiz um pouco mais. No segundo mandato, também. E no primeiro mandato da Dilma, eu morei 29 dias dentro de um jato. Eu falava de cinco a oito vezes por dia. Fui ao Estado do Senador Capiberibe para ajudá-la - nosso querido Camilo estava no segundo turno, pude participar do segundo turno da campanha do Camilo -; estive em Rondônia para uma grande reunião com lideranças religiosas e o segundo turno do candidato do PMDB; em Mato Grosso; em Mato Grosso do Sul. O senhor imagine falar de cinco a oito vezes por dia e ficar comendo comida de avião 29 dias. Então, eu não jogo conversa ao vento e eu tenho o maior respeito às pessoas, porque é a regra de conviver, de boa convivência. Mas não me sinto incluído nessa história de golpe. Eu tenho convicções plenas sobre isso, como respeito aqueles que dizem que não, que não há crime. E quando V. Exª diz que a mulher tem as mãos limpas, quem sou eu para dizer que não. Não estou dizendo que ela bateu carteira. Eu nunca disse que ela atropelou alguém bêbada no trânsito, fez um crime no trânsito ou mandou matar alguém. Não é nada disso. V. Exª foi vereador, como eu. Poucos são os vereadores que viraram deputados e senadores depois. Deputados, sim, mas Senadores são poucos. V. Exª foi vereador, eu também fui, e nós sabemos que, quando o prefeito manda o orçamento, somos nós, vereadores, que votamos o orçamento do Município. E depois, se ele quiser suplementar, se não tiver dando para cumprir com as despesas e ele pedir mais um pouquinho, é a Câmara que tem que suplementar para ele, porque, se ele fizer por conta própria, o promotor da cidade o denuncia e o juiz o afasta. Pronto, guardando-se as devidas proporções, está explicado. Essa é uma pedalada de velocípede, porque, lá no Município, são aqueles velocípedes antigos e tal. Eu tenho convicção disso. Não estou dizendo que ela tem o nível de criminalidade de Eduardo Cunha; muito pelo contrário. Muito pelo contrário! Mas Cunha já é problema da polícia, é problema do STF. Quando V. Exª diz que o Temer - também não tenho procuração, não sou nem do PMDB, então fico a cavaleiro - falou que dava um jeitinho e ainda fez assim com o dedo... "Ah, para poder tomar o poder, dá-se um jeitinho." Tudo bem. Mas nós vemos, do outro lado, ela dizer assim: "Não; o jeitinho não é assim, não, rapaz! O jeitinho é dando cargo. O jeitinho é chamando para assumir diretoria". Esse jeitinho... Estão chamando um por um. E V. Exª vai lá não é porque V. Exª é de um por um. V. Exª está na Base do Governo desde que chegou aqui. E V. Exª nunca gaguejou. V. Exª está na Base, V. Exª defende. Aliás, eu teria a ousadia de dizer que, se juntarmos todos que defendem aqui, isso não dá metade de V. Exª. E isso é honrado. V. Exª tem mais meu respeito ainda por isso. Já conversamos sobre isso. Agora, a fala do Temer, aquele áudio, Senador, que vazou, ele foi feito para ser vazado. Ele foi feito para ser vazado! Não há ninguém inocente. Ninguém grava o negócio e, depois, erra para bater o dedo. Desculpe! No WhatsApp, você só grava se você apertar e estiver falando com alguém. Ali, ele responde ponto por ponto o que disseram, de que eles vão tirar Bolsa Família, não sei quê. Ele foi lá e respondeu. Ora, eu não estou aqui, e as minhas convicções não são porque o Temer pode vir a ser o Presidente no lugar de Dilma. Não! As minhas convicções são a partir dessas pedaladas mesmo. Não estou falando que ela bateu carteira nem assaltou nenhum banco. Eu só estou dizendo que acredito nisso. Porque este País tem - e o seu Estado tem - centenas e centenas de prefeitos, gente de bem, de Município pequeno, que tinha uma farmácia no Município, tomou conta do filho de todo mundo, criou o filho dos outros, dando remédio, era o pediatra de todo mundo; depois virou prefeito, porque o povo quis; e em seguida virou ficha suja, hoje é criminoso, porque pegou o Município inchado, não conseguiu pagar a folha de pagamento, tirou dinheiro da educação para pagar salário, e o Ministério Público o afastou. E ele virou criminoso, mas nunca matou ninguém. É disso que estamos falando. Ela nunca matou ninguém. Não estou falando nada disso, nem a estou comparando com o Cunha. Muito pelo contrário! Nem estou em conluio de Cunha nem em conluio, junto de Cunha, com o PMDB, com o Temer; nada disso! Em absoluto! Eu só estou dizendo que a população brasileira entenda. Que a população brasileira entenda. E eu disse ao Senador Ricardo Ferraço - e V. Exª é um homem lúcido -: Eles votaram contra a Constituição, votaram contra o real e votaram contra a Lei de Responsabilidade Fiscal. Eu entendo V. Exª quando faz a defesa pessoal da Presidente Dilma, o PT... Olha, o Paulo Rocha chegou procurando confusão comigo aqui, sem olhar para mim. Disse que veio marcar em cima. (Risos.) E é bom que tenhamos esse fair-play aqui, a brincadeira, rindo um com o outro, para que se entenda que eu respeito a sua posição, você respeita a minha; eu respeito o Paulo, o Paulo me respeita; eu respeito o Capiberibe, ele me respeita. E as nossas posições políticas, o que nós defendemos e aquilo em que acreditamos não têm nada a ver com a nossa relação pessoal. Nós somos amigos. Acho que isso é muito importante. Por isso, eu agradeço a V. Exª ter me concedido esse aparte. E se há alguém que defende com garra o Governo da Presidente Dilma - que me perdoem os partidários dela -, V. Exª é o número um.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - Obrigado, Senador Magno. O discurso de V. Exª é sempre um discurso de reflexão.

    Uma vez eu estava presidindo esta Casa e V. Exª fez uma fala envolvendo os filhos do Lula, etc. Acho que foi um dos vídeos mais vistos e mais curtidos nas redes sociais, apartes, etc. Então, fico grato.

    Eu acho que a boa convivência democrática é isto: o contraditório, a exposição, o respeito. As pessoas vão aqui mantendo ou fazendo seu juízo. E, claro, V. Exª colocou algumas coisas que acho interessante comentar antes de passar a palavra para o Senador José Medeiros, por quem tenho muito carinho e respeito.

    V. Exª falou em moeda de troca. Muito bem. As quatro moedas de troca do golpe. O que o Deputado Aliel Machado, da Rede, disse ontem, em entrevista, é o que eu tenho ouvido de todos os Deputados dos partidos da Base: que Eduardo Cunha e Michel Temer estão oferecendo de tudo pelo voto do golpe. Aliel não topou e foi escandalosamente ameaçado pelo chefe da quadrilha, Sr. Eduardo Cunha. Ele relata que ouviu de Cunha, na sala da Presidência, que o Temer sendo Presidente, ele, Aliel, não poderia mais andar em Ponta Grossa, cidade onde pretende disputar eleição para prefeito. Ameaça escancarada! Um absurdo isso. Um absurdo isso. O que tenho ouvido é assustador!

    O Sr. Magno Malta (Bloco Moderador/PR - ES) - Ele deveria ir à Polícia Federal pedir segurança.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - E as conversas de bastidores são explícitas. As moedas do golpe são quatro: os cargos, as verbas, as ameaças e a blindagem! Ei, Brasil!

    Olha lá as moedas de troca do golpe! Eu vou repetir para você que estava descuidado. Preste atenção. Olha lá as moedas de troca do golpe. Vamos lá: primeiro, cargos públicos; segundo, as verbas; terceiro, ameaça - ou vai, ou vai, nem andar na cidade não pode mais -; quarto, a blindagem! Ei, Lava-Jato, se a Dilma cair, ó, acabou, acabou! Aí vai, com outras coisas mais absurdas aqui colocadas, que é o que está acontecendo hoje, para tentar consumar o golpe.

    Mas olha o que diz o Presidente desta Casa, o Senador Renan Calheiros, quando foi pedido o impeachment do Ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal. Disse Renan: "Não podemos ser levianos com a democracia, não há justa causa". Não podemos ser levianos com a democracia, não há justa causa! Foi o que disse o Senador Renan Calheiros - que é o freio do Temer, de vez em quando -, quando mandou arquivar o impeachment porque não via uma justa causa. Inclusive, porque o cara que entrou com o impeachment do Ministro Marco Aurélio se esqueceu de colocar - eu acho - o título de eleitor ou coisa dessa ordem na petição.

    Mas vamos lá, além das ameaças, dos cargos, da blindagem, etc., quem são os parceiros? Ei, trabalhadores brasileiros, vocês já viram aquele patão que a Fiesp colocou e aquele monte de pato, já viram? Pois bem, está aqui ele: o pato de Troia. Está aqui: o pato de Troia. Olha aqui ó. O golpe é contra você, trabalhador: a privatização, o fim da CLT, o fim do SUS, a entrega do pré-sal, a terceirização. Estão vendo? Eles não vão pagar o pato; quem vai pagar o pato são vocês. A Fiesp está dizendo que não vai querer mais pagar o pato, por isso, apoia o golpe. E, assim, deixa de pagar o pato, as férias, o 13º, o Fundo de Garantia; terceiriza, vende a Petrobras, não paga nada, nem o pato, nem mais nada, trabalhador.

    Agora, Sr. Presidente, olha essa aqui. Os possíveis Ministros...

    Senador José Medeiros com a palavra.

    O Sr. José Medeiros (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) - Senador Telmário Mota, muito obrigado pelo aparte. V. Exª dizia há pouco, e de forma muito categórica V. Exª vem sempre defendendo a Presidente Dilma, defendendo o PT, aliás eu tenho dito que V. Exª tem sido mais petista que os petistas. Mas temos que também fazer o contraponto. A Presidente Dilma não foi desconstruída, Senador Telmário Mota; a Presidente Dilma se construiu, e se desconstruiu sozinha. Ela se desconstruiu no momento em que o marqueteiro errou na dose. Talvez por medo de perder a eleição, por uma campanha acirrada, o João Santana fez uma peça digna de Francis Ford Coppola, digna dos mais renomados diretores de Hollywood, e construiu realmente uma ilusão para o povo brasileiro. E a população embarcou com vontade. Eu me lembro de que eu já era da oposição, mas assisti a um dos programas do Partido dos Trabalhadores e fiquei admirado de ver a qualidade daquele filme. Eu falei: se isso for verdade, nós estamos bem. Não há problema a Presidente Dilma ganhar, porque o País vai estar bem. Acontece que essa grande desconstrução da Presidente Dilma não é competência da oposição, quem dera fosse, quem dera se a oposição tivesse essa competência toda. Aliás, a Presidente Dilma estaria muito bem, porque uma oposição forte significa um governo forte. Quanto mais forte a oposição, mais fortalece o Governo, porque o Governo começa a achar os erros todos e começa a corrigir. Mas a Presidente Dilma foi desconstruída pela expectativa frustrada, essa é a grande verdade. O ilusionista João Santana, como disse bem o Senador Magno Malta, frustrou a expectativa dos brasileiros. Ele vendeu aquilo lá, e depois não teve como entregar. E não há coisa mais frustrante que isso. E ontem, se não me engano, foi também o Senador Magno Malta, talvez o mais espirituoso Senador que há aqui, que falou que o aconteceu com isso foi que para o brasileiro foi como se ele tivesse feito uma compra na internet, nesses sites fajutos, e recebeu um tijolo em casa. Isso é a grande birra. A oposição não teve competência, e não tem, em que pese eu fazer parte da oposição, mas temos que fazer esse mea-culpa, nós não temos esse poder de levar esse tanto de gente para as ruas, não. Essas pessoas estão muito revoltadas. Quanto aos crimes, V. Exª tem todo o direito, e o faz com muita propriedade, assim como o Advogado-Geral da União, e seria diferente e estranho se não dissessem isso, todo acusado geralmente diz que é inocente. Eu trabalhei muito tempo na polícia, e eram poucas as vezes em que as pessoas confessavam os crimes que tinham cometido. Sobre o crime e a confusão que tentam fazer, eu nem vou tecer muitos comentários, porque falar após o Senador Magno Malta é difícil, porque ele já fala tudo, e fala com muita clareza. E ele disse justamente sobre isso, não se pode confundir o crime de responsabilidade, uma infração orçamentária, com os crimes do Código Penal. Eventualmente pode até um virar o outro, mas, neste momento em que se fala sobre a Presidente Dilma, há poucos dias, o Prof. Luiz Flávio Gomes, em referência ao jurista Damásio de Jesus, dizia justamente isso: crime de responsabilidade é uma infração política. E ele dizia que não deveria nem ser chamado de crime, para não se confundir com a legislação penal, mas é uma infração política, e está esculpida lá na lei, e constitucionalmente, quando se fere, isso dá... Mas isso já foi repisado e com certeza nós vamos tratar desse tema quando chegar aqui. Agora, eu vi uma argumentação agora há pouco de que o PT não inventou a corrupção. Senador Magno Malta, V. Exª que sempre trata desse tema aqui, eu diria que dizer que o PT não inventou a corrupção, para justificar tudo o que está acontecendo, eu acho que é a mesma coisa de dizermos que o Fernandinho Beira-Mar não inventou a cocaína e por isso não deveria ser punido. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Dizer que houve pedaladas em outros governos não é verdade. O Presidente Lula não fez pedalada, o Presidente Fernando Henrique não fez. Quem disse isso foi o próprio Tribunal de Contas da União. Mas, como disse, para o bem do bom debate, V. Exª tem feito uma boa defesa, mas eu digo que é muito duro recalcitrar contra os aguilhões, porque, realmente, neste momento, a defesa da Presidente Dilma é como bola de Rogério Ceni, é no ângulo. Muito obrigado, Senador Telmário.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - Obrigado, Senador José Medeiros. V. Exª, sem nenhuma dúvida, é um brilhante Senador. Orgulho-me de ter entrado nesta Casa junto com V. Exª, tem feito aqui um grande destaque, mas eu gostaria de fazer algumas correções.

    Defender o Governo da Presidente Dilma não é defender o PT, não, para isto temos o Senador Paulo, que é o Líder e tem que defender. Eu defendo o Governo Presidente Dilma. E por que eu defendo?

    O Sr. José Medeiros (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) - V. Exª está correndo.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - E por que eu defendo o Governo da Presidente Dilma? Porque é um Governo de coalizão. Um Governo de vários partidos no qual o meu está incluído.

(Soa a campainha.)

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - E mais do que isso, ninguém fez pelo meu Estado o que a Presidente Dilma fez - ninguém fez! Nós sabemos que, por exemplo, o Senador do Mal, que tanto explorou todos os governos, desde o de Fernando Henrique Cardoso, Lula e tal, foi Líder de tudo aqui, ele colocou uma peça em Roraima chamada Parque do Lavrado. Era uma reserva...

(Intervenção fora do microfone.)

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - Não, é o do mal, é o Senador do Mal. E aí ele fez uma reserva no nosso Estado, e essa reserva prejudicava juridicamente os produtores.

    E a Presidente Dilma foi duas vezes ao meu Estado, um Estado pequeno. E ela mudou, tirou do decreto esse Parque do Lavrado, e, com isso, livrou a questão fundiária do meu Estado, que hoje é um Estado... E eu quero aqui convidar, quando os Senadores tiverem dinheiro sobrando, podem investir no nosso Estado, porque ele está lá de portas abertas, e é um Estado importante.

    O Sr. Magno Malta (Bloco Moderador/PR - ES) - Ela tirou o parque, porque o parque era uma mentira "deslavrada"?

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - Era parque "deslavrado".

(Soa a campainha.)

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - Era "deslavrado", era um parque "deslavrado", colocado por quem não tem competência e por quem queria cada vez mais deixar o Estado de Roraima engessado.

    A energia de Tucuruí estava parada numa reserva indígena havia quatro anos. Eu, no primeiro ano, consegui, com a Presidente Dilma, levar ao meu Estado. E ela destravou essa licença ambiental e indígena, e já está chegando a energia, acho que nos prazos que deveria chegar, dois anos e pouco.

    Então, ela fez pelo meu Estado o que nenhum outro presidente fez, fora casas, creches, PAC 1, PAC 2, tudo que foi colocado lá. A Presidente Dilma... É Minha Casa, Minha Vida; Luz para Todos; Bolsa Família; Pronatec; Pronaf; Prouni; Fies.

     Olhe, sinceramente, eu tenho muita gratidão por ela - muita gratidão por ela! São coisas que vão perder, hein? Ei, você que está me ouvindo, que recebe Prouni; Pronatec; Fies; Pronaf; Minha Casa, Minha Vida. Deixe essa quadrilha assumir para ver! Vai sumir tudo.

(Soa a campainha.)

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - Vai sumir tudo.

    Então, Senador, dê-me um tempo, por favor. Aí vamos lá.

    Eu queria aqui, por exemplo, outra coisa: o Senador José Medeiros disse na fala dele que não foi a oposição. E aqui eu disse desde o início que a Presidente Dilma, eu perguntei para ela onde ela acha que errou, e ela disse que errou por ter confiado no Temer. E quero repetir que o Temer gozou de confiança, recebeu informações precisas, e ia lá, com o seu cúmplice lá, o tal de Cunha, e fazia as pautas bombas, inviabilizando e tirando a popularidade.

    E aí, Senador Medeiros, é verdade, a oposição não iria botar esse povo na rua, porque a oposição não tem nem credibilidade. Foi lá hostilizada - não é? -, foi hostilizada! Entraram no carro, saíram de lá, e o povo não os queria lá, nem quer.

    Repare a popularidade: em uma pesquisa, o Lula estava com 21; Marina, com 19; e o Aécio lá embaixo. Até o Bolsonaro daqui a uns dias toma a vaga, que é um fascista.

    Então, é importante a gente observar que, realmente, a oposição não tem força para isso.

(Soa a campainha.)

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - Então, já para concluir, Sr. Presidente, porque é importante. Nós estamos aqui esclarecendo à população.

    Quando eu digo que não há crime, vou ler aqui. Ei, Senador do Piauí, velhinho, olha aí, olha lá. João Capiberibe, orgulho de Macapá, olha lá, foca aqui. Não fui eu que fiz.

    Olha aqui: "Membros do Ministério Público recomendam a Deputados rejeitarem o impeachment" Ei, não fui eu. Ministério Público. O que ele diz aqui? Vamos lá:

Em nota divulgada nesta quarta-feira, integrantes do Ministério Público de vários Estados brasileiros conclamam os Deputados Federais a votarem, no dia 17, contra o processo de impeachment [do golpe] da Presidenta Dilma Rousseff. Na opinião daqueles que assinam a nota, não foi comprovada a prática de crime de responsabilidade...

    Ei, ei, os caras que estudaram, os caras que fiscalizam em nome do povo estão dizendo aqui. Senador Paulo, que bem representa o Pará, olha o que o Ministério Público diz aqui:

Na opinião daqueles que assinam a nota, não foi comprovada a prática de crime de responsabilidade pelo relatório da comissão. Para os signatários, prefeitos e governadores também se utilizam da mesma prática que embasa o pedido contra Dilma.

    Então, é jogar para a plateia.

    Mas, concluindo, olha lá, você que está me ouvindo, Brasil: saíram aqui os possíveis Ministros. Deus o livre! Vamos lá! Ministro da Saúde: José Serra. Não. Aqui está das Minas e Energia. Hoje o Temer já mudou.

    Ministro das Minas e Energia: José Serra. Vai entregar a Petrobras, vai entregar tudo, que é o que ele quer fazer. Ministro da Educação: Jair Bolsonaro. O professor vai apanhar feito louco com esse homem. Ministro do Trabalho e Emprego: Paulinho da Força. Vão roubar tudo. Ele já rouba o sindicato. Vai lá! Ministro das Relações Exteriores: Fernando Henrique. Agora, ele não manda mais dinheiro. Ele já vai deixar in loco. Ele é Ministro das Relações Exteriores. Já leva o dinheiro para a namorada. Ministro da Cultura: Alexandre Frota. Eu vou parar, porque aí já começa vídeo pornô no Ministério da Agricultura.

    Então, isso é brincadeira! Vocês já viram de quem esse homem está rodeado?

    O Sr. Magno Malta (Bloco Moderador/PR - ES) - Senador, assim V. Exª desmoraliza a sua fala, o seu discurso.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - Deixe-me só concluir.

    Epa! Não sou eu não, Senador. Olha aqui, ó!

    O Sr. Magno Malta (Bloco Moderador/PR - ES) - Mas isso é deboche. Isso é piada. E V. Exª sabe que é. Isso depõe contra V. Exª.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - Estou repetindo nada que é meu. Estou botando...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Magno Malta (Bloco Moderador/PR - ES) - Eu lhe tenho respeito. V. Exª vem falando coisa com coisa, vem defendendo a sua posição.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - Eu estou falando a mesma coisa.

    O Sr. Magno Malta (Bloco Moderador/PR - ES) - Mas um troço desse é um deboche absolutamente infundado, Senador Telmário, com todo o respeito que eu lhe tenho. Isso aí descaracteriza o seu pronunciamento e depõe contra V. Exª.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Apoio Governo/PDT - RR) - Pronto. É assim: quando veem a coisa pegando, dói! Viu?

    Cuidado, Brasil! Cuidado! Deboche é botar o Cunha como Presidente. Deboche é botar o Temer, que está citado em corrupção! Deboche é você tirar uma mulher que foi eleita democraticamente, que tem as mãos limpas, e que hoje pode ser substituída por um monte de homem corrupto.

    Acorda, Brasil! Acorda, Brasil!

(Durante o discurso do Sr. Telmário Mota, o Sr. Paulo Paim deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Wellington Fagundes.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/04/2016 - Página 73