Explicação pessoal durante a 179ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Explicação pessoal referente ao pronunciamento do Senador José Aníbal.

Autor
Gleisi Hoffmann (PT - Partido dos Trabalhadores/PR)
Nome completo: Gleisi Helena Hoffmann
Casa
Senado Federal
Tipo
Explicação pessoal
Resumo por assunto
SENADO:
  • Explicação pessoal referente ao pronunciamento do Senador José Aníbal.
Publicação
Publicação no DSF de 24/11/2016 - Página 62
Assunto
Outros > SENADO
Indexação
  • EXPLICAÇÃO PESSOAL, REFERENCIA, DISCURSO, JOSE ANIBAL, SENADOR, DEFESA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), PERIODO, EXERCICIO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA.

    A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PR. Para uma explicação pessoal. Sem revisão da oradora.) – Obrigada, Sr. Presidente.

    Eu não podia deixar de me manifestar em razão do pronunciamento do Senador José Aníbal, até porque fui citada da tribuna num pronunciamento cujo contexto foi muito agressivo, com várias acusações que não correspondem à realidade. Por isso, fiz questão de pedir a palavra neste momento.

    Primeiro, eu gostaria de dizer ao nobre Senador que não é verdade que os governos de Lula e Dilma estouraram as contas públicas, que não é verdade que a dívida está explosiva. Já tive oportunidade de mostrar os números do Banco Central e desmentir aqui o que falou o Líder do Governo quando debatíamos, em uma das discussões sobre a PEC 55.

    Como podem ter descontrole de contas públicas governos que fizeram superávit orçamentário por dez anos consecutivos? Vamos explicar aqui: superávit orçamentário é receita menos despesas. O que sobra é um resultado positivo para pagar os juros das dívidas. Foi isso que o Presidente Lula fez e a Presidenta Dilma fez. De 2003 a 2013, nós tivemos resultados positivos em nossas contas.

    Então, não pode haver aqui, Sr. Presidente, a afirmação de que os governos do PT foram gastadores. Se fossem, não teríamos esse resultado, tampouco a dívida pública. Vou falar aqui novamente. O Presidente Lula pegou a dívida pública em 57% do PIB, deixada pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB do Senador; baixou para 37 e a Dilma entregou em 35% do PIB. A dívida, no governo da Dilma, cresceu 31%, menos que a inflação. Então, não é verdade que o PT endividou este País.

    Vamos falar de desemprego? Quem entregou o governo com desemprego altíssimo foi o PSDB. Nós chegamos a ter um índice de desemprego aqui no País de 4,8%. .

    O SR. JOSÉ ANÍBAL (Bloco Social Democrata/PSDB - SP) – Sr. Presidente. Há um excesso de concessão.

    A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PR) – Ele não entende de desemprego.

    O SR. PRESIDENTE (Benedito de Lira. Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - AL) – Com a palavra a Senadora Gleisi Hoffmann.

    O SR. JOSÉ ANÍBAL (Bloco Social Democrata/PSDB - SP) – Eu citei a Senadora ontem, porque ela usou um número errado. Agora está fazendo um outro discurso. Eu queria o equivalente.

    O SR. PRESIDENTE (Benedito de Lira. Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - AL) – V. Exª terá, sem dúvida nenhuma.

    A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PR) – Eu fui citada da tribuna. Estou terminando, mas eu preciso esclarecer, porque os dados que foram dados ali na tribuna não correspondem à realidade e as acusações feitas também não.

    Então, é importante dizer. Não pode ter uma posição oportunista sabendo que o País está em crise e vir aqui e jogar nas costas do PT o desemprego. Se houve alguém que gerou emprego neste País foram os governos do PT. Muita gente foi empregada, houve aumento real do salário mínimo, distribuição de renda, e tiramos muitas famílias da miséria, coisa que o PSDB não fez.

    Vamos falar de escola técnica? Quantas pessoas as escolas técnicas de São Paulo atendiam e quantos IFS hoje existem que atendem lá? Os programas dos tucanos sempre foram por amostragem, pequenininhos, para colocar no cenário internacional e dizer que tinham.

    Por último, quero falar sobre essa questão da corrupção. O pessoal do PSDB tem de parar de subir à tribuna e apontar o dedo, porque existem vários nomes do PSDB sendo citados e envolvidos, inclusive respondendo a inquérito, e existem vários processos em relação aos governos de São Paulo. Então, vamos ter um pouco de realismo nas nossas falas e não ficar apontando o dedo, porque é muito feio, a menos que não se tenha vidraça, que não se tenha telhado de vidro, o que não é o caso do PSDB.

    Obrigada.

    O SR. JOSÉ ANÍBAL (Bloco Social Democrata/PSDB - SP) – Sr. Presidente, entendo a sua generosidade e boa intenção, mas quero registrar esse comportamento da Senadora, que é um comportamento de tentar vender uma ilusão...

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ ANÍBAL (Bloco Social Democrata/PSDB - SP) – ... a pretexto de algo que não aconteceu. Eu não a citei, citei-a ontem porque, no afã de falar da comunidade europeia investindo, ela disse que a comunidade vai investir 50 trilhões. Eu registrei, sorri e falei que não eram 50 trilhões, mas 50 bilhões.

    Hoje eu não falei dela. Agora, para responder à Senadora, eu vou amanhã ocupar essa tribuna começando com as pedaladas, que desmoronam toda a tese dela de superávit. Mas eu deixo para amanhã.

    A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PR) – As mesmas praticadas pelo Governador de São Paulo.

    O SR. JOSÉ ANÍBAL (Bloco Social Democrata/PSDB - SP) – E quero que ela esteja aqui para a gente fazer um debate. Eu lhe darei a palavra se ela me passar informações objetivas que possam contradizer aquilo que eu vou falar.

    A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PR) – Eu venho e vou trazer as pedaladas de São Paulo e de Minas Gerais. Vai ser um bom debate. Venha mesmo, Senador.

    O SR. JOSÉ ANÍBAL (Bloco Social Democrata/PSDB - SP) – Eu mantenho tudo o que disse no meu discurso. Eu mantenho tudo o que disse no meu discurso e não usarei o expediente dela para responder-lhe. Vou responder a ela amanhã.

    A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PR) – Eu fui citada. Pode requerer as notas taquigráficas.

(Intervenção fora do microfone.)

    A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PR) – Não, hoje. Pode requerer as notas taquigráficas, Senador.

    Eu requeiro as notas taquigráficas à Mesa, para não pairar dúvida, por favor.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/11/2016 - Página 62