Discurso durante a 184ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa dos procedimentos adotados pelas forças policiais nas manifestações públicas e contestação das informações apresentadas pelo Senador Lindbergh Farias acerca do tema.

Autor
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SP)
Nome completo: Aloysio Nunes Ferreira Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA:
  • Defesa dos procedimentos adotados pelas forças policiais nas manifestações públicas e contestação das informações apresentadas pelo Senador Lindbergh Farias acerca do tema.
Publicação
Publicação no DSF de 30/11/2016 - Página 98
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA
Indexação
  • DEFESA, PROCEDIMENTO, POLICIA, COMBATE, VIOLENCIA, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, CONTESTAÇÃO, DISCURSO, LINDBERGH FARIAS, SENADOR.

    O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (Bloco Social Democrata/PSDB - SP. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, o Senador Lindbergh agiu como um aprendiz de feiticeiro. A oposição convocou uma manifestação que reuniu ultraesquerda estudantil; baderneiros contumazes, como os Black Blocks; radicais de toda ordem. E, durante o início da nossa votação aqui, juravam solidariedade a eles, a eles que estavam promovendo a baderna.

     Como sempre a polícia é culpada. A culpa, Sr. Senador, não é da polícia; a culpa é dos baderneiros; a culpa é daqueles que vêm fazer manifestação, e que não conhecem os limites da democracia; a culpa é daqueles que recorrem ao exercício arbitrário das próprias razões.

    Quando a polícia joga a bomba de gás lacrimogêneo, ela o faz em defesa da ordem. Ninguém ataca estudantes pacíficos, nenhuma polícia democrática ataca estudantes pacíficos. Atacou, sim, e, se atacou, foi para conter aqueles que queriam invadir o Congresso, que queriam depredar prédios públicos, que queriam depredar veículos, queimar o carro da TV Record, agredindo, como disse a Senadora Ana Amélia, a liberdade de imprensa. Esses são os anjinhos defendidos aqui pela oposição no plenário.

    E a culpa é da polícia agora? A culpa é do Ministro Alexandre de Moraes? O que é isso?

    Vocês estão brincando com fogo! Não podem fazer isso. Não podem desencadear um clima de revolta incontrolada. É preciso que haja um limite às manifestações, que é o limite da lei, e que haja um limite também para o confronto parlamentar e o confronto político, o limite dos argumentos.

    Por isso, meu caro Senador Lindbergh Farias, repito: a culpa não é do Ministro da Justiça, que o senhor insiste em dizer que tem como hábito infiltrar provocadores. O senhor...

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – Foi comprovado lá em São Paulo.

(Soa a campainha.)

    O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (Bloco Social Democrata/PSDB - SP) – Não foi comprovado coisíssima nenhuma!

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – Foi!

    O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (Bloco Social Democrata/PSDB - SP) – Não foi comprovado!

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – Foi, uma infiltração lá em São Paulo.

    O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (Bloco Social Democrata/PSDB - SP) – Mentira!

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – Comprovada, Senador Aloysio.

    O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (Bloco Social Democrata/PSDB - SP) – Mentira! Mentira! O que houve hoje aqui foi uma manifestação que os senhores provocaram para tentar constranger o Congresso Nacional, e estava evidente! Todo mundo sabia que iria dar nisso. Todos sabiam, e os senhores aqui...

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – Era para vocês terem prendido quem fez algum problema. Não todo mundo. Bomba em todo mundo.

    O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB - AL) – Nós não vamos elevar a temperatura da sessão. Está com a palavra o Senador Aloysio, sem interrupção.

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Eu peço depois.

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO. Fora do microfone.) – Vamos iniciar a votação.

    O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB - AL) – Senador Aloysio, para concluir.

    O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (Bloco Social Democrata/PSDB - SP) – Presidente, eu quero abaixar a temperatura. Eu quero que nós possamos conviver democraticamente e que nós possamos chegar a um entendimento de que controle de gastos, austeridade fiscal, não é de esquerda, nem de direita. É algo que deve ser perseguido por todos aqueles que querem que o Estado funcione. Não há partido de esquerda importante no País que não aceite isso. Não vejo nenhum partido de esquerda que influa na vida dos países de maneira positiva que considere que austeridade fiscal, que controle de gastos seja algo de direita.

    Portanto, meu caro Senador, o senhor sabe a estima que lhe tenho. Convivemos bem. Vamos abaixar a temperatura e procurar encontrar pontos de convergência, porque temos muita coisa a fazer juntos pelo nosso País.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/11/2016 - Página 98