Discurso durante a Sessão Solene, no Congresso Nacional

Sessão solene do Congresso Nacional destinada à comemoração do Dia Internacional da Mulher e à entrega do Diploma Bertha Lutz em sua 16ª edição.

Autor
Ivo Cassol (PP - Progressistas/RO)
Nome completo: Ivo Narciso Cassol
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão solene do Congresso Nacional destinada à comemoração do Dia Internacional da Mulher e à entrega do Diploma Bertha Lutz em sua 16ª edição.
Aparteantes
Paulo Paim.
Publicação
Publicação no DCN de 09/03/2017 - Página 121
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • SESSÃO SOLENE, CONGRESSO NACIONAL, ASSUNTO, COMEMORAÇÃO, DIA INTERNACIONAL, MULHER, ENTREGA, DIPLOMA, BERTHA LUTZ, PREMIO, HOMENAGEM, RECONHECIMENTO, COMBATE, DISCRIMINAÇÃO SEXUAL, DEFESA, DIREITO A IGUALDADE.

    O SR. IVO CASSOL (Bloco/PP - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – O.k? Obrigado.

    É com alegria que eu quero aqui cumprimentar, especialmente neste dia especial, o Dia Internacional da Mulher, das mulheres, a minha mãe, Elga Cassol, que, neste instante, neste momento, está lá na cidade de Santa Luzia d'Oeste, na linha 45, na antiga Vila Cassol, onde nós começamos, em 1977, em nome dela, dessa mulher guerreira, lutadora, que dá um exemplo de vida não só para mim, como filho, mas para minhas irmãs e para toda a família, para os netos. Mesmo com setenta e poucos anos de idade, parece que não se cansa. Ao mesmo tempo, essa mulher guerreira é um exemplo de vida, determinação e sangue.

    Então, aqui, minha mãe, que está me assistindo... Falei com ela agora há pouquinho, por telefone, porque ia usar a tribuna e parabenizar, em nome da minha mãe... Tudo o que aprendi na vida e carrego aqui, como representante do povo do Brasil, especialmente do povo do Estado de Rondônia...

    Não seria diferente aqui, Srª Presidente, Senadora Marta. Eu também, em seu nome, cumprimento as demais mulheres da Nação, especialmente as do seu Estado de São Paulo. Mas eu queria também aproveitar este momento de homenagem... Essa mulher guerreira, essa mulher lutadora, que aceitou, lá no passado, em 1978, começar a namorar esse rapaz, um jovem sonhador. Em 1980 – dia 23 de fevereiro agora, eu e minha esposa Ivone fizemos 37 anos de casados. Nós temos três filhos: o Júnior, casado com a Eclesiane, outra mulher guerreira também. Tenho dois netos: o Ivo Neto e a Angelina. Também tenho a minha filha Juliana, com dois filhos: o Enzo e a Alicia. Tenho também minha filha caçula, Karine, casada e, com certeza, sonhando em constituir uma família. Então, a minha esposa, Ivone, é uma pessoa de coração extraordinário, porque, na atual conjuntura em que vivemos, a gente se dispõe 24 horas por dia, 7 dias por semana, 30 dias por mês a estar na política, ajudando e participando de todos eventos na sociedade. Essa guerreira, a Ivone Mezzomo Cassol, minha esposa, Srª Presidente, toda segunda-feira sai comigo de Rondônia, por Porto Velho ou Cacoal, e vem junto comigo a Brasília. Ela fica comigo aqui em Brasília na segunda-feira, na terça-feira, na quarta-feira. Na quinta-feira, a gente volta para o Estado de Rondônia.

    Digo o seguinte... Às vezes o pessoal está assistindo e fala: "Bom, o Ivo Cassol é Senador, então quem está pagando passagem da esposa dele, Ivone, é o Senado". Não, não é verdade. Quem paga passagem da Ivone para me acompanhar toda semana... Não é fácil enfrentar três, quatro horas de avião nesse percurso, ao mesmo tempo deixando os netos para trás e acompanhando o marido. Mas a minha esposa está certa, porque essa mulher guerreira, no dia a dia, continua a luta e continua junto com aquele que ajudou a constituir família e fazer, do suor e do sonho, a realidade do povo no Estado de Rondônia.

    E toda conquista que consegui como político, como prefeito, como Governador do Estado de Rondônia e agora como Senador, eu quero aqui, em homenagem às mulheres, especialmente a todas as mulheres do Estado de Rondônia, em homenagem à minha mãe, Elga Cassol, às minhas irmãs, Jaqueline, a nossa caçula, que é determinada, arrojada, à Ivone, à minha nora, às minhas filhas, deixar esse legado positivo.

    Alguns homens costumam dizer que atrás de um grande homem tem uma grande mulher. Eu digo o contrário, Srª Presidente. As mulheres não estão atrás, as mulheres estão ao lado de um grande homem. E se eu sou, fui ou estou sendo um grande homem na vida política, como político, ou mesmo na vida empresarial, é porque tenho a minha esposa ao meu lado. Ela está do meu lado, nunca está atrás. Nem eu estou na frente e nem ela está atrás.

    Então, em nome delas que deixo o meu abraço.

    Eu vi a Srª Presidente, Senadora Marta, conversando sobre esse projeto em que foi pedido vista para poder aumentar a vaga para as mulheres. Eu quero dar aqui a minha opinião pessoal, à qual tenho direito como Senador. Quero dizer que a nossa legislação, por mais que a gente crie aqui mecanismos para as mulheres ocuparem espaço, mas se nós não fizermos uma campanha, se nós não fizermos um movimento para que as mulheres ocupem esse espaço, não adianta criar, porque fica vazio.

    Eu vou dar um exemplo para a senhora aqui. Sou Presidente de Honra do PP do Estado de Rondônia. Nas eleições municipais e estaduais, a gente tem dificuldade para colocar as mulheres, porque, por mais que existam algumas que saem, que se expõem, que se colocam à disposição, pela tarefa do dia a dia, pelos filhos, por tudo que tem junto, mesmo com a legislação que permite que 30% das mulheres ocupem o espaço nessa vida política, nessa conjuntura, tanto na Câmara, para disputarem as vagas de igual para igual, muitas vezes há dificuldade para preencher essas vagas. E não é porque os homens atrapalham, não. No Estado de Rondônia, como líder e como Senador, e a Jaqueline, a minha irmã, Presidente, que é mulher, é guerreira, foi minha secretária, minha irmã caçula, correu atrás, buscou, incentivamos, fizemos encontros. A Senadora Ana Amélia, do Rio Grande do Sul, do Paim, que é a nossa Presidente da Fundação Milton Campos, liberou recurso para fazer eventos para motivar as mulheres a participarem mais.

    Então, o que quero pedir neste momento, neste dia especial, por mais que estejamos aqui empenhados em melhorar as leis e facilitar, não basta, Senadora Marta, só colocar aqui no Senado. Nós precisamos também aumentar o número de mulheres lá na Câmara. Nós precisamos também, nesse mesmo projeto de lei, aumentar o número de mulheres nas câmaras municipais, nas assembleias legislativas. Por que vamos tratar só o Senado de forma diferenciada, quando as mulheres estão em todos os lugares? Quando as mulheres fazem parte de nossa vida? Quando as mulheres fazem parte do dia a dia e estão do nosso lado? Não estão atrás, como disse, e nem nós estamos na frente, mas estão do nosso lado.

    Então, o que precisamos, nesse projeto de lei, é consolidar, desde as câmaras municipais, desde as prefeituras, pois só há uma vaga, não há como escolher se é homem ou mulher, quem escolhe é a sociedade, mas nós precisamos é que mais mulheres participem, que mais mulheres venham ao encontro no atendimento, na aclamação da população, porque a mulher tem o coração mais flexível, a mulher tem o coração, não é que seja mais doce, mas o seu coração, por ser mãe, por ser avó, por ser tudo, ela compreende muito mais quando nós, homens, muitas vezes somos muito rápidos e muitos práticos.

    Portanto, é fundamental, Senadora Marta, nós começarmos, aqui pelo Senado, a fazer campanhas, a fazer algum caminho em que as mulheres participem mais. Porque a política, a administração de uma empresa, a administração de um Município, no Legislativo ou no Judiciário ou no Ministério Público, não têm que ser pautadas somente por maioria de homens. Não! Que ocupem mais espaços!

    E por que ocupem mais espaços? Porque a quantidade e a qualidade da capacidade das mulheres são idênticas às dos homens. Nós somos seres humanos, e cada um com as suas potencialidades.

(Soa a campainha.)

    O SR. IVO CASSOL (Bloco/PP - RO) – E nós temos, Srª Presidente... A maioria dos nossos habitantes são mulheres, são do sexo feminino.

    Então, é isto que é importante: essa conscientização. E este dia 8 de março – que eu não considero o dia internacional, eu considero todos os dias, todas as semanas, todos os meses e todos os anos – é o Dia Internacional das Mulheres.

    Então, fica aí o meu abraço em homenagem à minha mãe, Elga Cassol; à minha esposa, Ivone; e, em nome da Jaqueline, às minhas irmãs; enfim, a todo mundo.

    Eu queria aproveitar também aqui, antes de encerrar: nós temos um evento na segunda-feira, em Rondônia, com o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, nosso Senador e colega aqui, que vai chegar às 16h no aeroporto de Porto Velho. Estará, junto com o Ministro, também, o secretário que faz parte do Ministério, o Coronel Novacki...

(Soa a campainha.)

    O SR. IVO CASSOL (Bloco/PP - RO) – ...para que a gente possa fazer um evento junto com todos os prefeitos, junto com todos os secretários de agricultura do Estado e com o setor produtivo de Rondônia.

    E aqui ainda, Srª Presidente, eu vou pedir agora mais cinco minutinhos, porque eu gostaria, somente, de concluir – sai um pouco da homenagem especial, mas eu queria aqui pedir essa compreensão.

    Muitas vezes, a imprensa nacional divulga os processos dos políticos, mas, quando o político tem sucesso, vence o processo, na maioria das vezes, a imprensa sequer coloca em destaque quando um político, representante do povo, tem uma vitória. E ontem eu tive uma vitória. Não é eu, Ivo Cassol, que teve vitória: quem teve foi a minha família inteira, porque a gente divide as alegrias, divide os apertos. Mas, especialmente, essa vitória foi do povo do Estado de Rondônia.

(Soa a campainha.)

    O SR. IVO CASSOL (Bloco/PP - RO) – O TSE, ontem, Srª Presidente, absolveu, por unanimidade, a minha pessoa. Havia um processo de cassação do meu mandato, impetrado contra mim pelo Ministério Público e pela coligação comandada pela ex-Senadora Fátima Cleide, em que eu coloquei mais de 228 mil votos à frente, coloquei o dobro de votos à frente dela. Não satisfeitos, entraram na Justiça porque eu participei de um culto evangélico do apóstolo Valdemiro Santiago, na cidade Rolim de Moura.

    Nesse culto, eu entrei calado e saí mudo. O que eu fui lá pedir foi oração. Eu acho que isso não é pecado em lugar nenhum. O mínimo que as pessoas podem fazer é agradecer a Deus, agradecer a essas pessoas, a essas lideranças religiosas. Que orem pelas nossas autoridades, que orem não só pelo Senador Ivo Cassol mas por todos os Senadores, para o Presidente da República, para o prefeito, por todo mundo. E, ao mesmo tempo, eu sei o sacrifício do povo do meu Estado de Rondônia, pelo que passou e por que passa todo esse tempo. Ao mesmo tempo, quando acontece uma vitória igual à que eu tive ontem, em compensação, os adversários, os inimigos colocam mais dez processos no nosso lombo.

    Eu sempre digo e continuo dizendo: aquele que tem coragem de mudar, de fazer as mudanças e as transformações, se tiver medo nunca tem sucesso.

    Hoje, na situação em que a gente vive, em que tudo é judicializado; hoje, por qualquer coisa, infelizmente, a gente é denunciado, muitas vezes sem sequer haver uma prova contra. E nos meus processos, Srª Presidente, eu não tenho nenhum por roubo, eu não tenho nenhum por desvio de dinheiro, eu não tenho nenhum por subfaturamento, eu não tenho nenhum por pagamento de obra que não foi executada. Os meus processos são por enfrentamento. Os meus processos são em defesa do povo, para que as coisas aconteçam. Então, ao mesmo tempo, eu sei que incomodo a muitos.

    Da mesma maneira como, no passado, Srª Presidente ...

(Soa a campainha.)

    O SR. IVO CASSOL (Bloco/PP - RO) – ... não tive apoio onde tinha que ter apoio. Eu gravei os Deputados do meu Estado, denunciei-os – isso passou no Fantástico, isso passou na mídia –, e hoje boa parte deles está cumprindo pena e outros fugiram, estão no globo, rodando por aí. E não desisto disso.

    Mas, ao mesmo tempo, quero agradecer ao povo do meu Estado e dizer que, com certeza, por mais que isso seja das mãos do homem, eu quero aqui agradecer porque foi feita justiça. E é isso que eu busco. Eu não busco nada mais que isto: eu só busco justiça. Com certeza essa justiça está vindo pelos homens, mas principalmente porque os amigos, as amigas, especialmente as mulheres, as senhoras do círculo de oração, estão indo à igreja ou mesmo em casa, de joelhos, nas suas orações, pedir pelo Ivo Cassol. Porque hoje o povo de Rondônia, quando fala em governador, quando fala de prefeito de Rolim de Moura, tem saudade da pessoa,...

(Soa a campainha.)

    O SR. IVO CASSOL (Bloco/PP - RO) – ... do ex-Governador Ivo Cassol. Nos quatro cantos do Estado de Rondônia, se a eleição fosse hoje, Presidente Marta, nobre Senadora, se a eleição fosse hoje eu teria mais de 80% dos votos. Não sou eu que estou falando, é só fazer pesquisa. Isso se deve ao trabalho que eu fiz nos oito anos e à maneira como o Estado está abandonado, hoje, sem credibilidade.

    Mas eu agradeço esse carinho que as pessoas têm e sempre tiveram por mim. E eu nunca tive vergonha. E sempre com muita humildade, eu venho aqui de público, desta tribuna do Senado, mais uma vez agradecer a cada um dos meus amigos, das minhas amigas, dos homens e das mulheres, principalmente do círculo de oração, que vão à igreja e sempre têm orado. E com certeza o maior advogado é Ele, o nosso Pai Celestial – Ele que sempre tem me cuidado, tem me guiado, tem me fortalecido e me dado força, saúde e paz, porque do resto a gente corre atrás.

    E viva o Dia Internacional da Mulher!

    A SRª PRESIDENTE (Marta Suplicy. PMDB - SP) – Obrigada, Senador Ivo Cassol.

    Eu gostaria de dizer uma palavra. Logo que V. Exª mencionou a questão da... Como foi uma sessão muito informal, houve uma conversa com o Senador Rocha, com o Senador Paim, que estava presidindo, e aí V. Exª entrou também na conversa. E foi muito bom, porque nos propiciou uma reflexão que é algo muito comum que nós, mulheres, escutamos dos políticos: "Vocês não querem." V. Exª até mencionou a sua filha, que se dedicou a buscar candidatas, mas as mulheres não queriam. Eu acredito que isso é absolutamente verdadeiro. A maioria das mulheres não quer e elas têm toda a razão em não querer. Sabe por quê? Porque elas vão concorrer para não ganhar. Elas vão concorrer para fazer número. Elas não têm oportunidade igual, não têm o recurso dos candidatos, não têm o apoio do partido e elas realmente, passado o tempo, perceberam isso. E com as cotas – fui eu que fiz as cotas, vinte anos atrás – nós achamos que isso tenderia a mudar. O que nós percebemos é que as mulheres não são tontas. Elas não querem mais fazer esse papel. Elas querem ter o direito de concorrer e poder ganhar.

    Como nós percebemos que fizemos várias tentativas e isso não foi possível nesta sociedade, que ainda é bastante machista, nós resolvemos ter outra atitude, Senadoras e Deputadas. Estamos propondo essa possibilidade de cadeiras. Não é mais cota para poder concorrer, porque isso nós vimos na prática por mais de uma década: não funciona.

    Agora, quero que V. Exª volte a Rondônia e pergunte a essas mulheres se, com garantia de cadeiras, elas não vão se matar para saber quem vai entrar – vão. Vão porque aí é alguma coisa em que elas têm certeza que vão ter uma oportunidade, uma oportunidade de concorrer com seus pares, com as mesmas oportunidades. Isso vai fazer uma enorme diferença. E as pesquisas mostram que, se não fizermos uma ação afirmativa, que é o nome que se dá a isso, nós vamos demorar no Senado para ter... Do jeito que a coisa anda, nós vamos demorar até 2118 para termos não uma equidade de 50%, mas 30% de mulheres – e isso não quer dizer que sejamos melhores ou piores.

    Eu acho que V. Exª mencionou – e eu gostei muito dessa parte – que a mulher tem outra experiência. A mulher tem outra experiência: nós cuidamos nos idosos, nós cuidamos das crianças, nós cuidamos dos doentes. Essa experiência – que não é de uma geração, é uma experiência de séculos – nos faz trazer para o Senado Federal alguma coisa diferente da experiência masculina. Nem melhor, nem pior: diferente. É isso que nós queremos.

    Quando V. Exª diz: "Tem que começar nas câmaras, tal...", Senador, o senhor provavelmente não estava aqui no dia da votação. Nós votamos o projeto, o projeto que dá agora cadeiras às mulheres Deputadas. Passou neste Senado, está na Câmara. Nós vamos ter no primeiro ano 10% de cadeiras – cadeiras, não é mais vaga para concorrer – para as Deputadas; depois de quatro anos, 12%; depois de mais quatro anos, 16%; e, aí, a gente espera que as mulheres prossigam já com uma possibilidade muito mais forte do que tivemos até hoje. Acredito, Senador, que essas discussões vão correr aqui no Parlamento e espero que nós possamos criar uma sensibilidade na Casa.

    Agora nós estamos fazendo um debate, mas está muito bom, acho que aqui ninguém está reclamando. Então, nós podemos ouvir V. Exª. Deixa eu pôr o tempo aqui. Vou pôr quatro minutos e...

    O SR. IVO CASSOL (Bloco/PP - RO) – Obrigado.

    Srª Presidente, Senadora Marta, eu quero dizer o seguinte: que eu participei, votei. Eu dei como exemplo os 30% que já existem e as dificuldades que a gente tem. Do meu ponto de vista, quatro, seis, dez é pouco para as mulheres, quando as mulheres, na verdade, são 51%; do sexo feminino, as mulheres, nossas jovens, as meninas, as moças, todas e os homens são 49%. Não se passaram esses índices para o IBGE.

    O que eu estava dizendo aqui, e vou voltar a frisar, é o exemplo do Estado de Rondônia: não foi falta de dinheiro. A minha irmã, por exemplo, a Jaqueline, era candidata a Governadora; a minha esposa era candidata ao Senado; e não foi por falta de dinheiro. E as outras que foram candidatas a deputadas federais na nossa coligação, não foi por falta de dinheiro, porque a distribuição foi igual. Lá eu fiz diferente e quero deixar aqui bem claro para o pessoal que está me assistindo em Rondônia e assistindo no Brasil: eu não sou nenhum cacique a nível nacional, mas no nosso Estado de Rondônia eu sempre fiz a campanha pautada e privilegiando com igualdade.

    Se um homem tinha direito a R$1 ou um santinho, a mulher também tinha. Portanto... E não é porque era minha esposa e vice-versa. Se perguntar para a minha esposa hoje – ela está em casa e está me vendo; Senadora Marta, a senhora a conhece –: "Ivone, você topa vir novamente a ser candidata?", ela não quer nem por encomenda, porque o jogo é bruto, o jogo é pesado. Na política, infelizmente, há muita podridão. Há muita podridão. É verdade. Eu falo isto porque me enoja muitas vezes a maneira como é. Eu estou aqui defendendo a fosfoetanolamina, e aí vêm os laboratórios e vêm esses esquemas, esses caras que só pensam em dinheiro... É podridão, é podre! Então, muitas vezes, a mulher, com o coração que tem, dos idosos, tudo que a senhora falou, ela não quer se expor, não quer ir mais longe. Ela falou: "Não, me deixa aqui cuidando da família."

    Então, o que nós precisamos fazer? Na verdade, não basta só lei. Nós precisamos de mais do que a lei; nós precisamos começar a fazer igual... Nós já começamos com a Senadora Ana Amélia em Rondônia, com a Fundação Milton Campos, a preparar essas jovens que estão na faculdade para que elas ocupem esse espaço, porque, antigamente, uma jovem de 17, 18 anos se preocupava em ter um bom casamento; hoje, não, ela se preocupa primeiro em ter uma formação para depois ir buscar a constituição de uma família.

    Mas, aproveitando para encerrar aqui, Senador Paim, o senhor começou com a CPI, e eu subscrevi junto com o senhor essa CPI... Vamos deixar bem claro: nós não estamos aqui para atrapalhar o Governo Federal, a pessoa do Presidente, de maneira nenhuma. Eu acredito que a reforma da previdência tem que existir, mas eu não posso concordar com a reforma da previdência com tantas empresas grandes, milionárias, sonegando encargos sociais.

(Soa a campainha.)

    O SR. IVO CASSOL (Bloco/PP - RO) – A exemplo disso, há, no meu Estado de Rondônia – não vou mais dar nome aqui... Só para concluir, para fortalecer. Portanto, Senador Paim, nós precisamos da reforma da previdência? Precisamos, mas precisamos também saber quem são os maiores devedores de encargos sociais, aqueles que não pagam impostos, que usam firmas laranjas, que usam pessoas inocentes e deixam os encargos sociais para trás. Há muitos no meu Estado de Rondônia, há muitos no Brasil, e nessa CPI nós vamos apurar isso.

    Pode ter certeza de que eu estarei junto com o senhor, junto com o povo brasileiro, para que a gente possa, acima de tudo, cortar onde há essa sonegação... E o pior não é isso. Sabem o que é? Essas empresas têm concessão pública federal, têm concessão pública de transporte.

    Vou encerrar aqui, Presidente. Só um minuto.

    Elas têm concessão pública. Não dá para aceitar. Elas mudam de nome, o Poder Público dá concessão, e o débito continua.

    Pois não, Senador Paim.

    O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) – Senador Cassol, menos que um minuto. Primeiro, quero dizer que V. Exª foi um dos primeiros a apoiar...

(Interrupção do som.)

    O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) – Senadora Marta, com alegria, hoje eu vi que a Bancada feminina... Eu diria que toda ela, porque a única Senadora que falta assinar disse que até amanhã fala comigo. Toda a Bancada feminina está apoiando a CPI, mostrando a coragem das mulheres. V. Exª me deu esse relato, e V. Exª foi corajoso: "Pode dizer o nome dos Parlamentares, e diga que eu disse," – eu preferi não dizer até nós instalarmos a CPI – "dos que devem mais de R$1 bilhão." Recebem do trabalhador, sonegam e não pagam à Previdência. É por isso que é importante instalar a CPI. Concluindo, Senadora, hoje nós temos 41 assinaturas; precisávamos de somente 27, e tenho certeza de que vai chegar, no mínimo, a 45 ou 50, porque outros Senadores – como, hoje, o Senador Caiado e outros – me procuraram e já assinaram. Essa CPI não é ideológica, não é partidária, é para investigar as contas da Previdência. Parabéns a V. Exª! Parabéns, Senadora Marta!


Este texto não substitui o publicado no DCN de 09/03/2017 - Página 121