Discurso durante a 44ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Relato de viagens realizadas a municípios de Roraima no período em que esteve licenciado e registro da necessidade de adoção de medidas para impulsionar o desenvolvimento econômico do Estado.

Autor
Telmário Mota (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RR)
Nome completo: Telmário Mota de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Relato de viagens realizadas a municípios de Roraima no período em que esteve licenciado e registro da necessidade de adoção de medidas para impulsionar o desenvolvimento econômico do Estado.
Aparteantes
José Medeiros.
Publicação
Publicação no DSF de 18/04/2017 - Página 11
Assunto
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Indexação
  • REGISTRO, VIAGEM, PERIODO, LICENÇA, ORADOR, LOCAL, ESTADO DE RORAIMA (RR), GRUPO, MUNICIPIO, NORMANDIA (RR), BONFIM (RR), CANTA (RR), CAROEBE (RR), SÃO JOÃO DA BALIZA (RR), SÃO LUIZ (RR), CARACARAI (RR), NECESSIDADE, ADOÇÃO, PROGRAMA, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, CRESCIMENTO ECONOMICO, TURISMO, PECUARIA, AGRICULTURA FAMILIAR, AMPLIAÇÃO, RODOVIA.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Moderador/PTB - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Senador João, que muito honra o nosso querido Estado do Maranhão, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, ouvintes da Rádio Senado, telespectadores da TV Senado.

    Sr. Presidente, como V. Exª acabou de ler em meu requerimento, eu passei quatro meses afastado desta Casa, e foi, sem nenhuma dúvida, uma grande experiência que eu tive – primeiro, porque tivemos a oportunidade, nesses quatro meses...

    Vocês sabem que o meu Estado é o mais longe daqui, entre os demais Estados. Eu vou todas as sextas-feiras e passo dois dias em casa e cinco dias aqui. Dois dias são muito pouco para você andar o Estado todo e conhecer as dificuldades, os problemas, as necessidades e os sonhos do nosso povo. Eu, então, aproveitei e passei esses quatro meses fora. Peguei uma parte do recesso, mais dois meses, e fui a todos os Municípios. Fui ao Município onde nasci, o Município de Normandia. Nós fizemos reuniões nas praças, nas ruas, graças a Deus sempre muito bem representadas. Havia uma população maciça, mais de mil pessoas presentes às reuniões noturnas, quando discutimos – e debati com a sociedade os meus dois anos de trabalho. Também tivemos a oportunidade de debater as nossas emendas de 2017 para 2018 e de ouvir o que hoje a sociedade do meu Estado, principalmente dos Municípios, espera da classe política.

    Eles, então... Isso nunca foi adotado no meu Estado. Ocorreu pela primeira vez esse debate, essa caravana de encontro com a população, e eu fiquei muito feliz – feliz também porque nós entramos no PTB. E foi Ottomar Pinto, ex-Governador do meu Estado, quem fundou a sigla do PTB no meu Estado. Então, o PTB no meu Estado tem uma história muito grande, muito bonita, que se confunde com a nossa história. Também nós tivemos uma grande filiação e uma grande participação.

    Portanto, fomos ao Município de Normandia, meu Município natal, e ali ouvimos a população. E foram diversas as reclamações. Em Normandia, principalmente, há uma reclamação pertinente, muito justa sobre a estrada, que, na verdade, é uma vicinal, digamos assim, da BR-401, que liga o Brasil à Guiana Inglesa. Essa BR que liga o Brasil à Guiana Inglesa recentemente passou por uma reforma de manutenção pelo Exército Brasileiro, que tem credibilidade; agora, estão ampliando-a. Em vez de fazer a vicinal para Normandia, fizeram uma ampliação na estrada a pretexto de dizer que é custo de manutenção. É por isso que hoje a Petrobras está aí nesse escândalo; se se fizer uma apuração bem-feita no setor de transporte, vai ser maior do que o da Petrobras, porque eu nunca vi tanto roubo, tanta corrupção, tanto sumiço de dinheiro. No meu Estado é assim: os que estão envolvidos no DNIT de lá roubam mais do que rato, assim como roubam na Petrobras. E, aí, o meu Município fica vítima dessa gente que não tem preocupação, que não tem compromisso com o Estado, que só envergonha o Brasil, que só envergonha o Congresso, que só envergonha a política e, mais do que isso, que destrói o sonho do nosso povo. Nesse contexto, fomos a todos os Municípios. Fomos a Normandia, fomos no Bonfim. Tivemos também um debate com aquela sociedade, quando foram muito colocadas as necessidades.

    O Governo do meu Estado ganhou prometendo dar vitalidade à economia, fazer crescer e aquecer a economia. Infelizmente, se perdeu. É um governo do nepotismo. É um governo perdido, sem nenhum projeto, sem nenhum plano de governo, não fortalece a economia local, não tem um objetivo bem traçado. E, com isso, a população do meu Estado tem sofrido muito, bastante. Houve muita reclamação. Nós ali conversamos muito. Por fim, foram mais de mil pessoas nas reuniões noturnas que efetuamos naquele Município. E, ali, nós vimos que o Município precisa de muito.

    É preciso que seja melhorada a questão turística. É preciso que o Governo ajude o Município a ter uma área de livre comércio, é preciso fortalecer esse segmento. As vicinais, as estradas que dão acesso, as iluminações – enfim, é um Estado, realmente, que precisa muito do apoio tanto do Governo Federal, quanto do Governo estadual, porque, quando o Estado de Roraima era território, era o maior exportador de carne bovina do Norte do País e o maior exportador de madeira e de minério do Norte do País. Quando passou a Estado, infelizmente, com umas aves de rapina que chegaram ao nosso Estado, tornou-se um Estado do contracheque, um Estado da miséria. E em vez de se destacar, como Rondônia, que comprava gado nosso e hoje tem mais de 20 milhões de cabeças de gado – hoje, por exemplo, passa nas nossas portas a exportação para a Venezuela que vem de Mato Grosso, que vem de Rondônia, que vem até do Pará, e nós fomos o maior exportador –, hoje nós realmente só produzimos para o nosso autoconsumo. Então é lamentável a situação.

    E como valeu a pena, então, esse destaque. E daí foi assim, consequentemente... Fomos também a Cantá, onde há os assentamentos, que precisam...

    Agora eu quero aqui até parabenizar o Presidente Temer por essa iniciativa da Medida nº 759, porque essa vai. Senador João, com certeza, eu sei que o seu Maranhão também tem isso. Na área urbana e na área rural, hoje a maioria das propriedades não têm o título; é só uma posse, um domínio de posse. E é preciso titular essas terras, titular esses terrenos, titular essas casas, para que isso sirva de instrumento para que a pessoa possa realmente utilizar aquele seu bem. E agora, com a Medida nº 759, no meu Estado, eu não tenho nenhuma dúvida de que nós vamos poder, tanto o Incra, quanto o Terra Legal vão poder aparelhar e fornecer os elementos necessários para os Municípios titulares na área urbana e também na área rural. Portanto, é importantíssimo isso para o meu Estado, até porque há uma linha de crédito fantástica no Estado.

    É preciso fortalecer a agricultura familiar, é preciso fortalecer a média agricultura, o agronegócio – tanto o pequeno, quanto o médio, quanto o grande. É muito importante isso, porque Roraima, sem nenhuma dúvida, sendo titular das suas terras, é a mais nova fronteira agrícola deste País. Aí temos um mercado quase que ilimitado. Temos uma Venezuela, com 30 milhões de habitantes, e nós podemos ser um grande fornecedor de matéria-prima.

    E consequentemente, ainda andando, fomos a Normandia, como eu falei, a Bonfim, fomos a Cantá, que é um produtor de abacaxi, mas que também está carente de uma assistência técnica, de um aparelhamento, tanto do Governo Federal, quanto do estadual e do municipal, e consequente... Fomos a Entre Rios, Caroebe, Baliza, São Luiz, Rorainópolis... Rorainópolis, não; a Rorainópolis ainda não fomos, nós vamos visitar Rorainópolis. Fomos a Caracaraí.

    Estou falando aqui e pedindo desculpa, até, para os Senadores: eu estou conversando com o meu Estado, porque, Senador João, eu passei quatro meses afastado. Então estou aqui prestando contas desse trabalho que nós fizemos ali, que foi realmente fantástico. E todas as noites nós fazíamos reuniões nos Municípios, passávamos o dia convocando a sociedade. À noite, grandes reuniões, reuniões com mais de mil pessoas; em todas elas, as pessoas puderam usar o microfone, abria-se o microfone, ouvíamos todas elas, debatíamos nossas emendas.

    Eu fico triste em ver a falta de organização política, nossa mesmo até, nossa mesmo. Eu não sei se isso acontece com o João Capiberibe lá na Macapá dele, onde ele foi Governador, mas no meu Estado acontece, por exemplo, de o Governo não estabelecer uma prioridade e criar, por exemplo, um fundo, fazer suas macrorregiões, seus territórios do Estado, unificar aquilo que é mais ou menos parecido no que diz respeito à produção. Então é importante isso. E o meu Estado precisa realmente fazer isso. Assim nós vamos poder manter mais as pessoas na área rural, nós vamos botar as pessoas mais no setor produtivo, evitar essa grande migração para áreas urbanas e fortalecer a economia do nosso Estado.

    Nessa sequência, essa caminhada que nós fizemos no Estado de Roraima foi da maior importância, muito importante, porque hoje, com certeza, apesar de a gente conhecer a problemática, apesar de a gente estar ali dentro e ver as manifestações, nunca é o mesmo que ali abrir o microfone para várias pessoas, de todas as idades, se manifestarem e mostrarem a necessidade de mudar.

    É triste, e vejo com muita tristeza hoje o olhar da sociedade para a comunidade política do nosso País. É preciso que aqui haja... Uma vez eu ouvi o Presidente Renan dizer aqui que ou a Presidente Dilma dava um cavalo de pau no governo dela ou caía. Ela não deu e caiu. Ou este Congresso dá um cavalo de pau aqui dentro e corrige o que tem que corrigir, ou este Congresso vai sofrer, com certeza, uma grande manifestação popular. Eu tenho muito medo de, pelo que estou vendo na população, a população perder a credibilidade institucional, de ela não acreditar mais nas instituições e nós cairmos aí num País anarquista com consequências talvez desastrosas, porque a paciência da população, sem nenhuma dúvida, Senador João Capiberibe, do povo brasileiro, um povo que tem uma miscigenação pacífica, está no seu limite. Ninguém aguenta mais ver inclusive os jornais e telejornais – é de uma tristeza enorme. Tem até uma piada de mau gosto, que não dá nem para contar, que diz que, numa escolinha, a professora pergunta aos alunos qual a profissão de seus pais. Um diz que o pai é médico, outro diz que seu pai é professor, até que um, que era filho de político, prefere dizer que seu pai era "homem de programa". Aí, quando todos iriam sair, a professora disse para este ficar. Ela, então, perguntou se o pai dele era "homem de programa", e ele respondeu que não quis dizer que seu pai era político. Então, é uma coisa sem graça, mas que mostra toda uma realidade do que se está vivendo. Ninguém mais tem orgulho disso.

    Eu me lembro, Senador João Capiberibe, de que, quando eu era criança, filho de uma empregada doméstica e de um vaqueiro, eu, meu pai e minha mãe íamos à cavalo para votar. A gente assistia aos comícios. Era uma coisa muito nobre a gente ver um Deputado Federal, um governador, uma pessoa dessas representando o povo brasileiro, a ansiedade do povo brasileiro, a necessidade do povo brasileiro, e hoje, quando se abre, há Senadores discutindo valores de propina, Senadores e Deputados discutindo valor de medida provisória. Medida provisória é uma lei! A medida provisória tem que representar a ansiedade de uma sociedade, de um povo, e não de um segmento, de uma empresa. Quem vende uma medida provisória está vendendo a cidadania deste País, está vendendo a soberania deste País, está vendendo a dignidade do seu povo! Então, isso é uma coisa muito séria para se estar discutindo. Eu nunca nem imaginei que se pudesse vender medida provisória. Eu sempre disse, desde que cheguei a esta Casa, que entrei aqui pela mão do meu povo. Não entrei pela mão de empresário... E o cara da Odebrecht generalizou. Acho que ele foi muito genérico nas suas colocações, e eu quero aqui me contrapor à sua colocação, porque ele disse que todo político faz isso.

    Emílio – acho que este é o nome dele –, o senhor está equivocado: todo político, não. Eu fui eleito pelo braço do meu povo. Eu era pobre, não tinha dinheiro nem para nada, minha mãe era empregada doméstica, meu pai, vaqueiro, e não me liguei a grupo político, não me liguei a grupo empresarial, não me liguei a grupo financeiro, e este mandato pertence ao meu povo. No dia em que eu errar aqui, eu não vou bater à porta de nenhum Senador desses. Eu vou ter vergonha na cara e ir embora para a minha casa, porque eu acho que quem rouba tem que estar na cadeia, como está o ladrão de galinha.

    Então, ou este Congresso repensa neste momento a condução dos processos... E aqui quero fazer minhas as palavras do Senador Paulo Paim, que disse aqui, nesta Casa, que este Congresso perdeu a legitimidade para fazer mudanças profundas até em avanços de direitos. É justo. Agora, é claro que o Brasil não pode parar, o País tem que andar. É verdade que é um Congresso que está sob investigação, que há Senador sendo citado, embora ainda não esteja condenado e não haja Senador pela metade, mas também é verdade que não se pode deixar um Congresso que sofre denúncias decidir casos importantes na vida deste País.

    Portanto, eu acho que nós temos de repensar. Faltam só dois anos para fazer uma grande mudança. Na Venezuela, a população não para – sou vizinho deles –, o povo está nas ruas gritando, buscando os seus direitos.

    E há mais: o sistema só anda, só se movimenta, só atende se o povo se movimentar. Aqui faço um apelo à juventude brasileira, à população brasileira de que larguem as redes sociais e venham para as praças públicas para dizer o que queremos para este País. Está na hora. Não adianta saírem três, quatro gatos pingados. Ou o Brasil mostra a sua cara, ou o Brasil vai ficar com uma reputação extremamente negativa, ruim, na comunidade internacional, no mundo, como um todo, até porque isso não é verdade. O nosso País é de pessoas honestas, trabalhadoras, que suam a camisa, que têm vergonha na cara.

    Então, se o País não acordar para este momento, corremos um grande risco de perder a confiança nas instituições e cair num país anarquista.

    Senador José Medeiros, V. Exª tem a palavra.

    O Sr. José Medeiros (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Senador Telmário Mota, obviamente hoje, provavelmente, os discursos todos vão tratar, em maior ou menor grau, desse tema que foi devastador na última semana, a lista do Ministro Fachin, que, de certa forma, tomou as discussões por todo lugar. Dentro da linha do que V. Exª está falando, nesse final de semana, um padre de Ouro Preto disse que a população brasileira está crucificada entre dois ladrões, assim como Jesus Cristo: a corja do Senado e a corja da Câmara. Primeiro, respeito muito todas as religiões, respeito as opiniões, mas penso que cada um deve ficar no seu quadrado. Quando o sujeito larga o púlpito da igreja para falar da sua religião e começa a se meter em searas que não lhes são próprias, geralmente não o faz bem. Generalização, Senador Telmário, é um pecado muito grave, porque a Igreja Católica não é composta apenas de pedófilos, não é composta de quem mete a mão no cofre, assim como na política há pessoas que fazem o seu trabalho, como V. Exª, que saiu daqui e foi andar Município por Município do seu Estado. Então, há gente que trabalha aqui e há gente que está respondendo a processo. Existem os foros para cada um. Agora, o sujeito usar o púlpito da igreja para tentar enxovalhar tudo e dizer que todo mundo é ladrão? E mais: trabalhei 22 anos, Senador Telmário Mota, nas estradas atendendo a acidentes. Eu me cansei de ver "cidadãos de bem" – entre aspas –, enquanto o motorista ainda agonizava nas ferragens dos veículos acidentados, já dilapidando a carga. Isso era comum e ainda é comum. Então, esses políticos todos que estão aqui não vêm de Marte, eles vêm do seio social. Eu me lembro do Nelson Carneiro, que certa vez, quando aquele Deputado de Rondônia foi cassado por suposto envolvimento com tráfico de droga e um repórter perguntou para ele se ele achava normal aquilo, falou: "Plenamente normal, porque, se é claro que o Senado e a Câmara são a representação do povo, é possível que o traficante esteja representado aqui dentro". Então, aqui é a essência do que existe na sociedade e só vem para cá o que a sociedade manda. Não é Moro que vai nos salvar, não é Lava Jato, não é nada; é a população com o seu voto. Agora, neste momento, todo mundo se escandaliza, mas é muito bom começarmos a notar o que é que nós estamos, como pais, ensinando para as nossas crianças; quais são os valores sociais que vigem hoje. A TV faz um escarcéu danado, mas o que a TV está passando para a sociedade? Então, nós estamos carecendo de valores e não é só aqui dentro: é dentro e fora. Muito obrigado.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Moderador/PTB - RR) – Senador José Medeiros, muito obrigado pelo aparte de V. Exª, que, sem nenhuma dúvida, faz uma boa reflexão, uma grande reflexão. É verdade.

    Senador, só um minutinho para eu concluir.

    Senador Medeiros, com muita propriedade, V. Exª citou a questão das estradas. Isso é uma verdade. Na hora em que um carro, um caminhão cheio viram, capotam, eles são, imediatamente, sucateados, são usados por essa selvageria humana. Acaba que esse reflexo vem para cá no voto.

    Eu fico impressionado como é que um pai de família, uma mãe de família amanhecem o dia, tomam o seu café, vestem a sua roupa para exercerem a sua cidadania, usarem o seu voto legítimo e saem de casa para dar o voto a um corrupto. Aí dói. Aí dói. Depois vão dizer assim: "A política faz o cara ladrão". Não. Você vota no ladrão e coloca na política. Então, é a hora de você corrigir no seu voto. Não tenho nenhuma dúvida.

    É claro que a Justiça, a mídia, a imprensa estão contribuindo muito, ajudando muito, mas este é o momento de grande reflexão. Nós vamos zerar a corrupção no País? Não, nem aqui, nem em lugar nenhum, mas, pelo menos, nós vamos ter uma vida que tenha uma interpretação digna, não no escândalo em que nós estamos. O País é muito forte, mas não suporta esses procedimentos que não são republicanos e vão na contramão da história e da vida como um todo.

    Portanto, eu queria aqui aproveitar o momento desta fala, concluindo – Senador João, muito obrigado por nos dar mais de um minuto –, para dizer que essa experiência de passar quatro meses lado a lado com as pessoas, ouvindo diariamente a manifestação, em todos os sentidos, do colono, do empresário, do professor, do advogado, do médico, do gari... Todos eram oportunizados nessas nossas reuniões.

    Andamos em todos os Municípios de Roraima, exceto três: a capital, Rorainópolis e Uiramutã, que ficaram de fora para uma outra oportunidade, porque o tempo se esgotou. Mas a experiência foi muito grande.

    Eu não tenho nenhuma dúvida de que isso fortalece o nosso trabalho, isso direciona mais o nosso trabalho e, com isso, nos aproximamos muito mais da população.

    O meu muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/04/2017 - Página 11