Discurso durante a 65ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Critica à polícia militar do Estado de São Paulo, por uso de violência arbitrária.

Comentário sobre a pauta de reunião com o Presidente da Fundação Nacional do Índio – FUNAI.

Solicitação por mais recursos para a saúde pública do Estado de Roraima.

Autor
Telmário Mota (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RR)
Nome completo: Telmário Mota de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA:
  • Critica à polícia militar do Estado de São Paulo, por uso de violência arbitrária.
DESENVOLVIMENTO REGIONAL:
  • Comentário sobre a pauta de reunião com o Presidente da Fundação Nacional do Índio – FUNAI.
SAUDE:
  • Solicitação por mais recursos para a saúde pública do Estado de Roraima.
Publicação
Publicação no DSF de 16/05/2017 - Página 11
Assuntos
Outros > SEGURANÇA PUBLICA
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Outros > SAUDE
Indexação
  • CRITICA, POLICIA MILITAR, LOCALIDADE, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), MOTIVO, UTILIZAÇÃO, VIOLENCIA ARBITRARIA, ABUSO DE AUTORIDADE, COMENTARIO, CRISE, SEGURANÇA PUBLICA, AMBITO NACIONAL.
  • COMENTARIO, PAUTA, PRESIDENTE, FUNDAÇÃO NACIONAL DO INDIO (FUNAI), REUNIÃO, ORADOR, ASSUNTO, INCLUSÃO, COMUNIDADE INDIGENA, SISTEMA, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL, NECESSIDADE, INTEGRAÇÃO, SISTEMA ELETRICO INTERLIGADO, MOTIVO, FORNECIMENTO, ENERGIA, REGIÃO, SOLICITAÇÃO, LIBERAÇÃO, RODOVIA, LOCALIDADE, RESERVA INDIGENA, OBJETIVO, ESCOAMENTO, PRODUÇÃO AGRICOLA, ESTADO DE RORAIMA (RR).
  • SOLICITAÇÃO, INVESTIMENTO, RECURSOS PUBLICOS, DESTINAÇÃO, SAUDE PUBLICA, LOCALIDADE, ESTADO DE RORAIMA (RR), MOTIVO, SITUAÇÃO, CALAMIDADE PUBLICA, RISCOS, EPIDEMIA, DOENÇA, TRANSMISSÃO, AEDES AEGYPTI, CRITICA, QUANTITATIVO, APLICAÇÃO, RECURSOS FINANCEIROS, DIREÇÃO, DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DOS TRANSPORTES (DNIT), RESULTADO, PREJUIZO, SAUDE, AMBITO ESTADUAL.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Moderador/PTB - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado, venho a esta tribuna hoje tratar de dois assuntos muito pertinentes ao meu Estado.

    Mas, antes disso, acabei de receber, agorinha, um vídeo e um telefonema de alguns conhecidos, criadores do Estado de São Paulo. Ontem, a Polícia Militar de Campinas, Americana, Piracicaba, Atibaia, com todos os policiais dessas áreas, mais de 300 homens, helicópteros e ônibus, foi a uma chácara em Cosmópolis. Lá nessa chácara estavam 71 pessoas numa comemoração. Médicos, empresários, mecânicos, guardas, universitários estavam nessa chácara, nessa fazenda, numa comemoração, numa festividade de exposição de animais. E a polícia chegou lá com helicópteros, 300 homens, todos armados, com certa violência, dizendo que estavam chegando ali, num combate, para evitar brigas de galinha naquela chácara. Um rapaz lá disse que eles estavam equivocados, porque eles estavam ali numa exposição e que ali não havia briga de galinha, nem nada. Imediatamente, o policial pegou um cabo de sinuca que estava ali e quebrou na cabeça do Lucas – não é Lucas? Então, você que mandou essa informação...

    Este é o Brasil, o Brasil que ninguém consegue entender, que engole um elefante e se engasga com uma formiga. Isso é porque o Governador de São Paulo quer ser Presidente da República. No Estado de São Paulo, onde você anda, é assalto, é crime, uma série de barbaridades!

    O Brasil inteiro vive essa crise de segurança. Aliás, o Brasil se perdeu com relação à questão de segurança. Aí, prender pessoas de bem numa chácara, sem nenhum cuidado, sem nenhum zelo? Não havia um animal machucado, em absoluto. Isso tudo porque o Ibama e o próprio Ministério da Agricultura não disciplinam esses criatórios. É preciso disciplinar os criatórios para não confundir criatório com qualquer atividade irregular neste País.

    Portanto, fica aqui o meu protesto à Polícia Militar de São Paulo. É um absurdo praticar o abuso de autoridade – agrediram, espancaram o Lucas – a título de prender duas galinhas que estavam ali brigando. Mais de 300 homens, helicóptero. Quer dizer, São Paulo se mobiliza para invadir uma chácara no interior onde só havia pessoas de bem, mas não se mobiliza para combater os bandidos que assaltam as pessoas na rua e assaltam os cofres públicos de São Paulo.

    Então, queria aqui fazer este registro. Eu queria ver essa mobilização toda para prender os ladrões da Petrobras, queria ver essa mobilização toda para prender os assaltantes, os sonegadores do INSS, queria ver essa mobilização toda da PM para prender quem rouba no DNIT. Eu queria ver isso, mas não uns criadores, pessoas humildes que estavam trabalhando e pessoas do bem.

    Então, fica aí o protesto com relação a essa barbaridade que fez a polícia de São Paulo, prendendo esses criadores, essas pessoas numa chácara. Eram mais de 71 pessoas, e nenhuma tinha qualquer coisa negativa na sua vida pregressa.

    Sr. Presidente, voltando para o meu Estado, eu hoje estive na Funai, visitando o Presidente interino da Funai, General Franklimberg. E ali nós conversamos quatro assuntos importantes: primeiro, um sistema que possa incluir as comunidades indígenas no setor produtivo de forma sustentável. E o meu Estado é muito propício a isso. Abordamos a questão do gado, a questão da mandioca, que foram muito debatidas com o Presidente da Funai.

    Discutimos também a questão da energia de Tucuruí, porque Roraima é o único Estado que não está interligado no sistema de energia do Brasil. Lá nós temos uma causa ainda para ser resolvida nas áreas waimiri atroari. Levamos ali a sugestão e, daqui a uma semana, retomo de novo as negociações com aquelas comunidades.

    Discutimos a questão de uma corrente que também é levantada às 18h e aberta às 6h. Roraima é o único Estado albergado deste País. A Constituição é rasgada, porque o roraimense não tem o direito de ir e vir. Discutimos também ali na Funai a questão da energia, a questão da corrente e a questão da produtividade dentro das comunidades indígenas.

    O outro assunto, Sr. Presidente, que me traz a esta Casa, a esta tribuna é com relação à saúde pública no meu Estado. Isso me preocupa bastante. Hoje, ouvindo o jornal Bom Dia Brasil, eu ouvi um dado estatístico que me assustou: de janeiro a abril de 2017, os casos de chikungunya no Brasil reduziram de 135.030 casos para 43.000, mas em Roraima esse caso recrudesceu, cresceu. Roraima, nesse mesmo período, de janeiro a abril deste ano, em relação a janeiro e abril do ano passado, saiu de 12 casos para 414 casos. Ou seja, essas epidemias estão crescendo – a dengue, a zika e a chikungunya – em meu Estado.

    Mas para isso há uma certa explicação. Agora, naquelas emendas impositivas, que são de bancada, foram designados para Roraima, numa defesa nossa, 70 milhões para a saúde; e 154 milhões, pelo outro grupo da Bancada Federal, para o DNIT.

    Para nossa surpresa, o DNIT já recebeu mais de 40 milhões de extras, e a saúde recebeu zero. Nós estamos à beira de uma epidemia. O Estado está mostrando um índice alarmante, preocupante, e não vejo essa disposição.

    E os nossos adversários ainda criticam que estamos defendo o recurso para a saúde do nosso povo. Eles querem para o DNIT. O DNIT em Roraima é um poço sem fundo. O que já foi colocado de dinheiro no DNIT no Estado de Roraima, para as BRs de lá, é um absurdo – é um absurdo. É um verdadeiro sumidor de dinheiro. Enterra-se dinheiro.

    Então, é preciso até apurar realmente se esse dinheiro está chegando ao serviço de fato e de direito. Normandia, que já era para ter asfaltados 70 quilômetros, não conseguiu, mas a estrada que vai do Brasil à Guiana Inglesa, que é a mesma que vai para Normandia, passou por um recente recapeamento geral e, agora, por uma ampliação. Para lá não está chegando esse dinheiro.

    Mas estão aí as aves de rapina, os ladrões do meu Estado querendo mais dinheiro para o DNIT, tirando da saúde do meu povo.

    Portanto, Sr. Presidente, queria aqui fazer este registro, porque nós vamos, sim, continuar defendendo esses 70 milhões. São 118 milhões, e desviam. Nós queremos que seja dividido: metade para o DNIT e metade para a saúde, porque o nosso povo está precisando, e Roraima está à beira de uma epidemia.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/05/2017 - Página 11