Discurso durante a 72ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas aos atos de depredação ocorridos hoje na Esplanada dos Ministérios durante manifestações das Centrais Sindicais.

Autor
José Medeiros (PSD - Partido Social Democrático/MT)
Nome completo: José Antônio Medeiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MOVIMENTO SOCIAL:
  • Críticas aos atos de depredação ocorridos hoje na Esplanada dos Ministérios durante manifestações das Centrais Sindicais.
Aparteantes
Ivo Cassol, Lídice da Mata, Vanessa Grazziotin.
Publicação
Publicação no DSF de 25/05/2017 - Página 44
Assunto
Outros > MOVIMENTO SOCIAL
Indexação
  • CRITICA, DEPREDAÇÃO, MANIFESTAÇÃO, GRUPO, CENTRAL SINDICAL, ESPLANADA (BA), MINISTERIOS, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF).

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a todo o Brasil que nos assiste.

    Srª Presidente, lamentavelmente a situação do Brasil chegou a esse ponto pelos mesmos irresponsáveis que tentam tocar fogo na Esplanada dos Ministérios.

    Antes de mais nada, eu queria mostrar para todo o Brasil essas fotos. Isso aqui é patrimônio brasileiro tocado fogo por vândalos. Isso foi anunciado ontem, isso aqui.

    Eu quero que todos vejam essas pessoas que estão se passando por trabalhadores, arruaceiros financiados com a contribuição sindical. Arruaceiros...

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Concede um aparte, Senador?

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Não, senhora.

    Incentivados por...

    Só no final.

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Agradeço e ficarei aqui aguardando.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Estratégia da Senadora Vanessa para quebrar o raciocínio, mas no final eu concedo para ela o aparte.

    A todo o Brasil que nos assiste, o Brasil entrou neste buraco porque essa gente quebrou o País, o PT e os satélites, os puxadinhos que venderam os partidos na época da eleição para poder fazer parte do butim. Quebraram a Petrobras, acabaram com a esperança do povo de Rio Grande, lá no Rio Grande do Sul, Senadora Ana Amélia, do meu Estado, o Mato Grosso, quando prometeram que duplicariam a BR-163. Afundaram o Brasil. Quebraram o Brasil. Quebraram o sistema de transporte. Quebraram o setor energético. Arrebentou! E caíram. Caíram por si sós. Veio desmoronando inclusive a parte moral dessa gente.

    Agora, sabe o que eles fazem? Tentando arrebanhar, tentando ganhar o primeiro amor, insuflam a classe dos sindicatos, pagam a peso de ouro para virem para a Esplanada dos Ministérios quebrar tudo. E mais, agredir a polícia. Da penúltima vez, houve um policial que levou flechada, outro levou uma facada, e nenhuma palavra sobre a polícia. O que eles queriam? Que a polícia saísse do caminho e deixasse quebrarem toda a Esplanada dos Ministérios?

    A essa gente falta uma coisa: caráter, Senador Davi Alcolumbre, caráter. Sabe por quê? Porque joga pedra e sai gritando "uai!" Quebraram toda a Esplanada dos Ministérios e saem dizendo que não, que é a polícia que está com violência. O que cabe à polícia fazer?

    Ontem eles foram com a claque montada para a Comissão de Assuntos Econômicos, dispostos a vandalizar, capitaneados pelos Senadores que os apoiam. Hoje, nas redes sociais, eles diziam: "Relator e Presidente agem com truculência contra os coitados que estavam lá na Comissão." É o discurso da desfaçatez. É o discurso da falsidade. É o discurso da mentira.

    Por que perderam a confiança? Por que perderam o respeito da população brasileira? Por causa da mentira, porque mentem. Agora mesmo está toda a Esplanada dos Ministérios quebrada. Da última vez que o Sr. Boulos esteve aqui, tinham quebrado o Ministério da Ciência e Tecnologia e o Ministério da Educação. Por onde esse povo passa é balbúrdia, pago a peso de ouro com a contribuição sindical.

    Essa raiva aí... Por trás dessa história de "Diretas Já", há um "volta Lula" do tamanho deste Congresso. É a vontade louca de que venham as eleições diretas para tentar emplacar o Lula. Sabe por quê? Com medo de ele ser preso. Com medo de não dar tempo. Juntam um bocado de descontentes que sabem que vão perder a tetinha do imposto sindical e o que fazem? Mamando e quebrando tudo. Uma desfaçatez! E mais, insuflado...

    A SRª LÍDICE DA MATA (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - BA) – Desfaçatez é aquilo a que nós estamos assistindo. Não é possível! O povo lá fora, com bombas de gás em cima dele, sendo espancado...

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Um absurdo! A polícia... Eu não concedi a palavra, Senadora.

    A SRª LÍDICE DA MATA (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - BA) – E essa pessoa aqui provocando, provocando...

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Eu não concedi a palavra, Srª Presidente!

    A SRª LÍDICE DA MATA (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - BA) – ... como se fosse um mascarado.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Eu não concedi a palavra. Se pedir, eu dou.

    A SRª LÍDICE DA MATA (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - BA) – Isso é um absurdo!

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Se a senhora pedir, eu dou. Eu tenho o maior respeito por essa baiana. Eu adoro essa baiana.

    Mas, Srª Presidente...

    A SRª LÍDICE DA MATA (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - BA) – Então, eu lhe peço um aparte.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Logo depois da Senadora Vanessa.

    A SRª LÍDICE DA MATA (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - BA) – Eu lhe peço um aparte. Não quero que o senhor comprometa o seu futuro. É muito jovem para isso.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Logo depois da Senadora Vanessa, eu lhe concedo o aparte, Senadora Lídice.

    Mas, como eu dizia, ontem, o Presidente falou para os policiais: "Olha, precisa retirar para dar segurança para que a gente possa votar." O policial da Polícia Legislativa disse o seguinte: "Senador, só se eu tirar com gás lacrimogêneo." O Senador Tasso falou: "Não. Então, deixa."

    Essa gente queria impedir de votar! Por trás dessa democracia de que dizem gostar, Senadora, que vocês dizem que prezam tanto, por que dizem que lutaram tanto, existe uma vontade totalitária. Vocês não querem saber nada com democracia. A democracia de vocês é o seguinte: quando vocês mandam em nós é democracia. Quando vocês perdem o poder, aí não. Aí não é democracia.

    Nas manifestações de 2013, a polícia agiu da mesma forma. Quem tentou quebrar, a polícia... Porque a função constitucional da polícia, Senador Ataídes, é a proteção do bem público e da população, da lei e da ordem. Agora, lei e ordem... Essa gente acha que, para impor a sua vontade – e aí incluo o PCdoB e, infelizmente, agora, servindo de puxadinho do PT, o PSB e mais alguns puxadinhos... O que eles fazem? Insuflam contra...

    A SRª LÍDICE DA MATA (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - BA) – Respeite o PSB. O senhor respeite o PSB.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – A senhora vai poder falar, Senadora Lídice.

    Mas esses partidos não se dão ao respeito, Senadora Lídice. Estão querendo tocar fogo no País, sabe para quê? Doidos pelo poder! Doidos pelo poder. É poder que querem. E estão levando a máxima de Lênin: não se dá, poder se toma. Querem tomar na marra!

    Por cima do povo brasileiro, não! Em cima da carcunda do povo brasileiro, não! Vocês são responsáveis. Aceitem que dói menos. Vocês são responsáveis por esses 20 milhões de desempregados. E agora estão se comportando como arruaceiros, insufladores. E vocês deviam ser responsáveis por aquela violência que está acontecendo lá fora, pelos policiais machucados. Vocês deviam ser responsáveis pelo Mateus, que, graças a Deus, se recuperou. Vocês são responsáveis pelo que está acontecendo neste País. Vocês estão insuflando.

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – V. Exª vai me conceder um aparte, Senador?

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Vocês ouçam caladinhos, porque ouço caladinho quando estou lá. Fiquem quietinhos. Depois vocês falam.

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Não. Eu estou só cobrando o aparte de V. Exª.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Eu vou dar. Eu não dei.

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Aliás, eu acho que faltou V. Exª aprender educação que sua mãe deve ter lhe dado.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Eu tenho ficado muito próximo de V. Exª.

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Ninguém manda ninguém se calar aqui.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Eu preciso que a senhora me garanta.

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Ninguém manda ninguém se calar aqui. Aqui ninguém manda em ninguém. No máximo, a gente solicita, Senador.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Pode ficar tranquila. A Senadora Fátima vai mandar.

    A SRª PRESIDENTE (Fátima Bezerra. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) – Senadora Vanessa, o Senador Medeiros, regimentalmente, tem direito a dez minutos, tempo que já está, inclusive, se esgotando.

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Ele me deu o aparte. Eu estou só aguardando aqui.

    A SRª PRESIDENTE (Fátima Bezerra. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) – Se o Senador José Medeiros quiser dar o aparte tanto à senhora como à Senadora Lídice...

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Eu estou cobrando porque foi ele que disse que me daria um aparte ao final do pronunciamento.

    A SRª PRESIDENTE (Fátima Bezerra. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) – Claro, sem dúvida nenhuma.

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Ou será que ele está esperando acabar o tempo?

    A SRª PRESIDENTE (Fátima Bezerra. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) – Sem dúvida nenhuma. Eu vou devolver a palavra ao Senador José Medeiros e volto a colocar: se ele quiser conceder o aparte tanto a V. Exª como à Senadora Lídice.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Eu ouço quietinho. Vocês reclamam quando eu interrompo.

    Senadora Fátima, já partindo para o final, é só para dizer que a responsabilidade por aquilo não é da polícia.

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – A responsabilidade é de quem começou a tocar fogo, porque a polícia vai fazer o quê? Há poucos dias, na Assembleia do Rio de Janeiro, a polícia não agiu, Senador Paulo Rocha, e foi responsabilizada. O que a polícia pode fazer? Gás lacrimogênio e bomba de efeito moral. Vai fazer o quê? Estão quebrando tudo.

    Agora, essa mesma reclamação de que havia mascarado, essa é velha. Põem máscara e saem quebrando tudo. Depois dizem: "Não, não fomos nós, não".

    Pelo amor de Deus.

    Concedo o aparte, Senadora Vanessa.

    A Srª Vanessa Grazziotin (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Primeiro, Senador, eu acho que podemos discutir este assunto com um nível mais elevado.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Então vamos elevar.

    A Srª Vanessa Grazziotin (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Mais elevado. É isso o que eu proponho exatamente. Quero iniciar pela observação que a Senadora Lídice fez, e não sei se V. Exª conseguiu ouvir. Ela dizia que V. Exª é muito jovem para se comprometer. Eu solicitei o aparte a V. Exª, Senador, não para falar de um episódio que eu vi pela televisão ou sobre o que alguém me contou. Eu estava lá. Eu estava lá desde o início. Eu estava lá desde o início. Isso não aconteceu no início. A passeata dos trabalhadores que vieram de todos os cantos do Brasil – inclusive do seu Estado deve haver muito trabalhador e trabalhadora que veio aqui lutar contra essa reforma, que só retira direitos de trabalhador; é por isso que eles vieram a Brasília, para lutar contra a reforma previdenciária – vinha de forma pacífica quando começamos a perceber um grupo de pessoas mascaradas. Eu fui a primeira a chamar a atenção, do caminhão, falando no caminhão. Eles estavam ao lado da polícia. Eram eles que se aproximavam da polícia. Não eram os trabalhadores, não. E por que a polícia não prendeu? Nesse aspecto, eu concordo, Senador Medeiros. Por que a polícia não prendeu? Não eram tantos assim. Eles tinham paus deste tamanho nas mãos. E não eram os trabalhadores.

(Soa a campainha.)

    A Srª Vanessa Grazziotin (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Nenhum com camisa da CUT. Nenhum com camisa da CTB. Nenhum com a camisa da Força Sindical. Eram infiltrados e, infelizmente, com a conivência da polícia. Estavam ao lado da polícia. O que a polícia fez? Em vez de prender aqueles, o que a lei permite, jogou bomba na grande maioria que estava pacificamente. Como V. Exª disse, poder não se dá nem se toma; poder se conquista, conquista-se com a força do povo, com a democracia. É tudo o que esse senhor que está no Palácio do Planalto não faz, tudo o que ele não fez. É um Presidente ilegítimo, que está vendo o Brasil pegar fogo. E falamos isto: nós vamos recorrer. Nós, que estávamos na manifestação, vamos pedir ao Presidente do Senado uma investigação. Há farto material para investigação – fotografia, filmagem, tudo. O que nós não vamos aceitar, Senador Medeiros...

(Soa a campainha.)

    A Srª Vanessa Grazziotin (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – ... é ouvir trabalhador honesto, sofrido e trabalhadora mãe de família, honesta, sofrida serem chamados de baderneiros.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Vocês deviam ser responsabilizados.

    A Srª Vanessa Grazziotin (Bloco Socialismo e Democracia/PCdoB - AM) – Isso nós não vamos aceitar. Nós não vamos aceitar.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Concedo um aparte à Senadora Lídice.

    A Srª Lídice da Mata (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - BA) – Senador Medeiros, muitas e muitas vezes fico aqui, sentada, calada, ouvindo o senhor, inclusive, interromper outros Senadores falando, num tom muitas vezes provocativo, mas, pelo respeito que temos aqui no Senado, até levando em conta que V. Exª faz a provocação muitas vezes em tom de brincadeira, relevamos. No entanto, o que está acontecendo hoje no Brasil é algo muito sério. Nós estamos com um Governo moribundo. Nós estamos enfrentando a maior crise política que este País já teve. Aqui hoje não há muito espaço para brincadeira. E eu estava na manifestação desde...

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Eu não estou brincando. Deixe-me fazer este reparo: eu não estou brincando...

    A Srª Lídice da Mata (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - BA) – Não, não. O senhor não está brincando, não. É mais grave. Hoje, nós participamos da manifestação e vimos tudo o que aconteceu. E eu posso dizer a V. Exª com muita tranquilidade: V. Exª é muito jovem, é muito jovem. Na minha juventude, eu participei de diversas manifestações. Se houve anistia neste País, Constituinte, liberdade democrática, eleições Diretas Já, foi com o povo na rua, com os estudantes na rua.

(Soa a campainha.)

    A Srª Lídice da Mata (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - BA) – E nunca, em nenhum momento, houve depredação de patrimônio público nesse processo político. Em nenhum momento, houve as agressões a que nós assistimos hoje aqui. Eu não tenho dúvida de que havia um clima de conivência, Senadora, como a senhora diz, com aquela provocação que aconteceu, com aqueles mascarados provocando a polícia. E a resposta da polícia? Jogar uma bomba de gás. Não foi bomba de gás lacrimogênio, não. Perdoe-me. Em bomba de gás lacrimogênio, eu sou doutora. É uma bomba diferente, é uma bomba de pimenta, que retira a respiração das pessoas. Eu vi gente passando mal. Eu vi gente caindo desmaiada. Eu própria e a esposa do Senador Capiberibe, que é asmática, passamos por uma situação de extrema dificuldade.

(Soa a campainha.)

    A Srª Lídice da Mata (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - BA) – E, por favor, não assuma... V. Exª é, como disse, jovem, é de uma categoria que está na rua, na luta contra a reforma da previdência, assim como diversas categorias de funcionários públicos do País. V. Exª tem uma vida política pela frente, é inteligente. Não assuma esse discurso de responsabilizar o movimento social pelo que está acontecendo na rua. Não faça isso. Preze por sua biografia para que, amanhã, V. Exª possa olhar para traz e não se arrepender de nada que fez. Eu, portanto, digo a V. Exª: toda vez que fala do jovem Matheus, V. Exª tenta criar esse discurso, que é um discurso velho – perdoe-me. Apesar de sua juventude, está repetindo um discurso muito velho no Brasil. É um discurso que Carlos Lacerda fazia com um brilhantismo enorme, mas que muita gente faz – não V. Exª, que é brilhante –, sem o brilhantismo...

(Interrupção do som.)

    A Srª Lídice da Mata (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - BA) – V. Exª disse que Matheus é da nossa responsabilidade, esse jovem militante político, que hoje passa bem e que não concorda com nenhuma palavra que V. Exª diz. Então, por favor, vamos ter um debate num alto nível. Vamos discutir a crise que vive o povo brasileiro, mas não leve para esse caminho de ofensas, de falar de desfaçatez, usando essa expressão. Foi aí que eu o interrompi. Peço-lhe desculpas. Não atinja o meu Partido, porque eu estou aqui para defendê-lo. Eu não atingi o seu. Então, vamos estabelecer uma relação de respeito entre nós, para que o debate possa acontecer no nível que este Senado Federal precisa demonstrar para a Nação brasileira que é capaz de fazer. Muito obrigada. O senhor é meu vizinho, eu o respeito muito. Então, vamos continuar nessa cordialidade, que é necessária ao Parlamento brasileiro.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Eu vou me vingar...

    A SRª PRESIDENTE (Fátima Bezerra. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) – Senador José Medeiros...

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Já encerro.

    A SRª PRESIDENTE (Fátima Bezerra. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) – Em face de que nós temos vários inscritos ainda, vou conceder um minuto para V. Exª encerrar o seu pronunciamento.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Já encerro, Senadora Fátima, dizendo que continuo achando que aquelas pessoas que estão ali estão ganhando para isso. Vieram preparadas, tudo maquinado... Ali é um crime doloso, e, infelizmente, insuflado por V. Exªs.

    Concedo um aparte a V. Exª.

    O Sr. Ivo Cassol (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) – Vou pedir um aparte aqui, Srª Presidente, porque vou dar... Infelizmente, vejo com tristeza o que está acontecendo hoje aqui em Brasília. É uma vergonha nacional. Senador Medeiros, o que estão fazendo com o Brasil... E vou dizer outra coisa: não há partido nenhum aqui para vir dar uma de moralista, porque a maioria dos partidos está tudo podre, está tudo bichado. Agora, vir depredar o patrimônio público? Vir colocar em xeque a sociedade inteira colocando fogo nos ministérios? Desculpem-me, mas quem defende isso é pior do que esses que estão fazendo.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Olha a conivência da polícia!

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    A SRª PRESIDENTE (Fátima Bezerra. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) – Olha, eu vou dar...

    O Sr. Ivo Cassol (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) – Peço para não cortar meu microfone.

    A SRª PRESIDENTE (Fátima Bezerra. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) – Não, não vou cortar. Vou dar um minuto...

    O Sr. Ivo Cassol (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) – Só peço isso. Sou Senador! Aqui dão tempo para todo mundo...

    A SRª PRESIDENTE (Fátima Bezerra. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) – Claro. Eu vou dar um minuto a V. Exª.

    O Sr. Ivo Cassol (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) – Eu só acho o seguinte: esta Casa tem que dar exemplo. Aquilo a que assisti ontem lá na CAE foi vergonhoso. Foi vergonhoso aquilo a que eu assisti. O Brasil inteiro está assistindo. Portanto, nem quem saiu do Governo tem moral para falar e nem quem está tem moral para falar. Nós temos que ter sensibilidade para olhar para trás, para olhar para nossos filhos, para os nossos netos e saber o que podemos fazer pelo Brasil. Agora, fazer o que estão fazendo aí? Desculpem-me. O Exército tem que ir para a rua.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) – Acabou de chegar.

    O Sr. Ivo Cassol (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) – Naqueles que estão na rua colocando fogo tem que baixar o porrete, porque bandido tem que ser tratado como bandido. Desculpem-me a expressão, porque até bandido tem ética, até bandido tem ética. O que estão fazendo com o Brasil está errado. Não compactuo com isso. Não vim para cá como Senador para isso. Eu vim aqui para contribuir, para ajudar o Brasil.

(Interrupção do som.)

    A SRª PRESIDENTE (Fátima Bezerra. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) – O.k.

    O Sr. Ivo Cassol (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO. Fora do microfone.) – Agora, fazer o que estão fazendo, colocando fogo no que é nosso, do povo brasileiro, porque querem tirar o Presidente e colocar outro? O que é isso? Pelo amor de Deus!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/05/2017 - Página 44