Discurso durante a 117ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Satisfação com a liberação de recursos para investimentos na saúde do estado de Roraima.

Preocupação com os venezuelanos que cruzam a fronteira com o Brasil.

Autor
Telmário Mota (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RR)
Nome completo: Telmário Mota de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SAUDE:
  • Satisfação com a liberação de recursos para investimentos na saúde do estado de Roraima.
POLITICA INTERNACIONAL:
  • Preocupação com os venezuelanos que cruzam a fronteira com o Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 18/08/2017 - Página 38
Assuntos
Outros > SAUDE
Outros > POLITICA INTERNACIONAL
Indexação
  • ELOGIO, LIBERAÇÃO, RECURSOS, OBJETIVO, MELHORAMENTO, QUALIDADE, SAUDE, LOCAL, ESTADO DE RORAIMA (RR).
  • APREENSÃO, SITUAÇÃO, IMIGRANTE, ORIGEM, PAIS ESTRANGEIRO, VENEZUELA, DESTINO, BRASIL, MOTIVO, AUSENCIA, ALIMENTAÇÃO, HABITAÇÃO, CONDIÇÕES SANITARIAS.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Moderador/PTB - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Senador Jorge Viana, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado, eu venho a esta tribuna para realmente abordar aqui diversos assuntos.

    Eu queria começar por uma vitória hoje do meu Estado, que há muito tempo vem sofrendo muito com a questão da saúde, porque a saúde do Estado de Roraima é bancada pelo Estado. Os Municípios, de um modo geral, não cumprem com a baixa e com a média complexidade, principalmente a capital. A capital não tem sequer uma unidade de pronto atendimento, embora seja governada, há mais de trinta anos, por um só grupo político, e isso está sobrecarregando a alta complexidade e o pronto-socorro do Hospital Geral do nosso Estado.

    Mas agorinha fomos informados que houve uma emenda coletiva, uma emenda de Bancada, uma emenda impositiva de Bancada, de 2016, em que determinamos R$36 milhões para lá – aliás, eram R$70 milhões, mas houve um corte e ficaram R$36 milhões. Acabaram de ser registradas, cadastradas as propostas do Governo para que agora o Governo Federal possa fazer a liberação desses recursos. Isso, para o nosso Estado, é muito importante. O Estado de Roraima clama por isso e nós precisamos atender para fazer toda a parte de custeio, toda parte de equipamento, o que for necessário para melhorar a qualidade de saúde no meu Estado. Esse é um ponto.

    Sr. Presidente, outro ponto me chama muito a atenção.

    Aqui eu estava vendo o Senador Elmano Férrer falar em unidade no Piauí. Eu fico realmente pensando na importância dessa unidade. No meu Estado, lamentavelmente, tem político que joga na história do quanto pior melhor. Estou vendo aqui, por exemplo, o Líder do Governo no Senado anunciar na Parabólica, que é uma coluna muito lida no Jornal Folha de Boa Vista, dizendo que, no dia 21 próximo, na segunda-feira, o Palácio do Planalto vai envolver os Ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil; Torquato Jardim, da Justiça; Raul Jungmann, da Defesa; Aloysio Nunes, das Relações Exteriores; Ricardo Barros, da saúde; Osmar Terra, do Desenvolvimento Social e Agrário; Ronaldo Nogueira, do Trabalho, com a Prefeita da capital, Teresa Surita, do PMDB – nada contra –, para tratar da questão da migração dos venezuelanos.

    Mas aí há um questionamento.

    Como o Governo Federal convoca só a Prefeita da capital, que não faz nada pela imigração, e deixa de fora a Governadora, que é quem está dando abrigo aos imigrantes venezuelanos? E deixa também o Prefeito de Pacaraima, que teve a sua população dobrada de 14 mil para 25 mil? Este está sofrendo, com absoluta certeza, dificuldades na área de saúde e de segurança, de habitação, na geração de renda e de emprego. Ali é a entrada. A entrada é pelo Município de Pacaraima. De repente, o Prefeito Juliano fica de fora disso. Eu estava até levantando aqui que ele nem é da minha Base. É até bom – não é Juliano? Você está vendo; fica de joelhos para Senador do mal e você está vendo. Ele é do PRB. Você não foi sequer convidado para esse encontro aqui. E a Governadora é do PP.

    Está aqui o abrigo para os venezuelanos, que está superlotado e enfrentando dificuldades, naquela câmara lá. Olhem aí. Mais de 500 pessoas só passam 15 dias quando chegam a esse abrigo, mas quem dá toda a alimentação, quem dá toda a assistência à saúde é o Governo do Estado. No entanto, o Governo Federal, que está alheio a essa situação e não está tomando as providências que são necessárias e que lhe são cabíveis, está de costas para o Estado de Roraima e agora convoca a Prefeita, sem convocar quem de fato está dando assistência, quem está sendo atingido, que é o Prefeito de Pacaraima e a Governadora do Estado.

    Não sou da base da Governadora, nem o Prefeito é da minha base, mas eu estou pensando no Estado como um todo, que eu represento. Aqui eu estou pensando na situação humana desses imigrantes venezuelanos e o que eu vejo é mais um espetáculo. Estão querendo aparecer, tendo em vista o momento político do ano que vem.

    O Governo Federal se ajoelha com irresponsabilidade, esquecendo o ente federativo que é o Estado de Roraima, e faz politicagem num momento de dor, de sofrimento, de abandono do nosso povo pelo Governo Federal. Manifesto meu repúdio. Essa situação, essa posição do Governo Federal é de irresponsabilidade.

    Eliseu Padilha, você e essa corja de Ministros irresponsáveis não estão cuidando do povo de Roraima como ente federativo. Estão fazendo politicagem com o Governo Federal e maltratando o meu povo para atender à demanda de um Senador que não tem compromisso com o meu Estado, mas tem compromisso com a corrupção.

    Ontem, o Senador Romero Jucá disse, claramente, que queria a exclusão da Venezuela do Mercosul e queria também que fosse fechada a fronteira, porque ele joga no quanto pior, melhor. Não tem compromisso com o Estado de Roraima, não está preocupado com a situação socioeconômica do nosso Estado; está preocupado com o bolso dele, está preocupado com a reeleição, porque, se não houver reeleição, acaba caindo na república curitibana, e, lá, com certeza há xilindró.

    Então, é preciso que o Governo Federal cuide da questão dos imigrantes com responsabilidade, chamando quem é de direito para cuidar dessa situação. Jamais aquela fronteira pode ser fechada. Nós temos um intercâmbio cultural, comercial. Eu vejo uma briga eterna da Venezuela com os Estados Unidos, mas, a cada dia, aumentam as transações comerciais entre Venezuela e Estados Unidos. E nós não podemos tirar jamais a Venezuela. Podemos até fazer a crítica, ser contra a posição do atual Presidente de lá, mas o Brasil precisa disso. O Brasil tem uma história. É um País pacífico, é um País que não toma decisões radicais. Portanto, não podemos fechar aquela fronteira. Temos intercâmbios culturais e universitários brasileiros que moram na Venezuela.

    Hoje, dos 27 Estados da Federação, só três aumentaram sua arrecadação do ICMS – comércio e serviço. Nesses três, está o Estado de Roraima, que, num trimestre, teve 15%, o maior da Federação, fruto do comércio entre a Venezuela e o Estado de Roraima.

    Hoje a energia que nós temos lá é uma energia que vem da Venezuela. Hoje o calcário vem da Venezuela. A medicação que vai para a Venezuela é comprada no nosso Estado; gênero alimentício é comprado no nosso Estado. Roraima, hoje, configura na exportação de ferro, porque compra ferro barato da Venezuela e vende para o Estado vizinho do Amazonas.

    Portanto, fechar aquela fronteira é um crime, é jogar no quanto pior melhor, para poder se dar bem politicamente.

    Quem tem compromisso com o Estado de Roraima jamais poderá aceitar essa posição.

    Sou contrário, não aceito essa situação para o Estado onde nasci. Eu amo o meu povo e tenho um compromisso com o povo de Roraima.

    Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/08/2017 - Página 38