Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Inconformismo com a polítca brasileira.

Autor
Pastor Bel (PRTB - Partido Renovador Trabalhista Brasileiro/MA)
Nome completo: Heber Waldo Silva Costa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SISTEMA POLITICO:
  • Inconformismo com a polítca brasileira.
Aparteantes
José Medeiros, Rose de Freitas.
Publicação
Publicação no DSF de 07/02/2018 - Página 80
Assunto
Outros > SISTEMA POLITICO
Indexação
  • CRITICA, SEGURANÇA PUBLICA, BRASIL, ESTADO DO MARANHÃO (MA), DESAPROVAÇÃO, ATUAÇÃO, GRUPO, POLITICO, SENADOR, ENFASE, AUSENCIA, ETICA.

    O SR. PASTOR BEL (PRTB - MA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Neste momento, eu quero começar minha fala agradecendo à ilustre presença do presidente do meu partido. Eu sou o primeiro Senador da República do PRTB, que tem aqui o meu presidente Levy Fidelix e o nosso futuro presidente da República, nosso pré-candidato a Presidente da República. E digo ao Brasil, que está me assistindo através da TV Senado, que é o melhor nome, é um nome que não está na lama, um nome limpo, e tem o apoio do Senador da República. Você tem a minha admiração, o meu respeito, pelo seu caráter, pelo seu trabalho, que tem feito e prestado para o nosso País, para o nosso Brasil. Conte com este Senador para o que der e vier. Está bem, meu Presidente?

    Quero também trazer aqui um assunto, Srs. Senadores e Senadoras, já se falou tanto sobre violência. Eu sou vítima. Hoje eu cheguei da minha capital, de São Luís do Maranhão, do meu Maranhão. Quando chegamos aqui ao aeroporto, quando cheguei ao salão, quando bati a mão no meu bolso: roubaram minha bolsa. E fiquei ali, que país é este em que nós estamos? Procurei a Polícia Federal para denunciar, e encontraram a minha bolsa no banheiro. Só a bolsa, o dinheiro que tinha, levaram; mas, graças a Deus, não levaram a minha vida. Então, eu sou vítima, já como Senador da República, por duas vezes. Em Açailândia, fui assaltado com arma na cara.

    Eu não ando com segurança, porque a minha segurança é Deus, porque, se Deus não guardar a nossa vida, ninguém vai guardar. O Brasil está passando por uma crise muito grande. A violência, Senador Presidente, está muito grande no nosso País.

    Então, eu trago aqui a minha revolta com o que está acontecendo no meu País, com o que está acontecendo no meu Estado do Maranhão. E quero dizer a V. Exª que a falta de segurança está muito grande. Quero dizer aos Senadores e às Senadoras que fazem parte do Senado Federal que nós devemos nos preocupar, Senador, com a segurança do nosso País.

    Hoje, não se respeita mais um político. O político chega a qualquer lugar, qualquer pessoa se levanta, se manifesta, diz o que quer com um Senador, com o Presidente da República, com um Deputado. E hoje a gente fica sem saber.

    Estou aqui como Senador suplente, assumi o Senado agora, há poucos dias, na vaga do ilustre Senador, do grande Senador da República Edison Lobão, e estou assumindo a vaga dele neste Senado, mas já estou muito preocupado. Por mim, já tinha entregado este negócio aqui, porque a gente vem lutando, eu tenho batido na porta dos ministérios, de todos os ministérios, para ver se consigo algum recurso para o meu Estado. Não consegui até agora nem uma bicicleta para levar para o meu Estado. Isso me deu uma revolta muito grande, Srs. Senadores, de ser Senador da República e não conseguir nada para o meu Estado.

    E eu deixo aqui o meu mandato à disposição do Senador Lobão. Na hora em que ele quiser assumir, meu amigo, ele tome conta do Senado, porque eu estou preocupado é com a minha dignidade, com a minha vida e com a minha família, porque a família é o bem mais precioso. O homem que não tem família não tem nada nesta vida.

    E eu deixo aqui a minha revolta com o Senado Federal. Eu deixo a minha revolta com o Brasil. Eu estou muito revoltado com esta Casa, Sr. Presidente, muito revoltado, porque a gente não consegue nada.

    Eu espero que o senhor seja eleito Presidente da República, meu caro amigo pré-candidato à Presidência da República. Você tem o meu apoio, porque a gente vê, andando nos corredores deste Senado, pessoas que não têm um pingo de caráter, que não têm vergonha na cara. E estão aqui nesta Casa. Deveriam estar na cadeia, deveriam estar presos.

    E eu deixo aqui a minha revolta com a política brasileira. Pode ser o último discurso que eu faço nesta tribuna, mas eu deixo a minha revolta com o meu País e com esta Casa. E eu peço a Deus que controle esta Casa, que os Srs. Senadores – porque aqui ainda tem homem de caráter nesta Casa, não vou dizer que tem 100%, Senador, não estou falando de 100% dos Senadores, porque ainda tem homem de vergonha nesta Casa. E eu deixo aqui a minha revolta de não poder fazer nada pelo meu País, não poder fazer nada pelo meu Estado. O que é que vale a pena? Ter o título de Senador, para receber o salário de Senador? Eu deixo a minha revolta, Senadora, com o meu País.

    Os ladrões estão aí. Está chegando agora 2018. Quantos vão aparecer? Mas o povo está de olho. O povo vai saber em quem vai votar. Vai ser totalmente diferente. O povo está de olho em nós, Senador. O povo aí fora está de olho em nós, Senadora. O nosso Estado, todo mundo está de olho em nós. E eu tenho certeza de que, em 2018, eu peço a Deus que mande Senadores com compromisso com esta Casa, com compromisso com este País e com compromisso com esta Nação. E com compromisso com vosso Estado, que mandou você para cá, que nos mandou para cá.

    Então eu deixo aqui o meu discurso. O meu discurso é isso. Fiquei tão triste hoje, Senadora, porque é carta marcada. É um jogo, e eu deixo aqui este mandato agora à disposição do meu amigo, Senador Edison Lobão. Se ele quiser assumir amanhã, eu entrego este Senado e vou cuidar da minha vida, porque sou digno, sou um Ministro de Deus, pregador da palavra de Deus. Eu ganho muito mais com isso de fazer a obra de Deus e de pregar o evangelho. Jamais eu vou botar a minha mão, Senadora, jamais eu vou concordar com coisa que o meu Estado, que o meu País não quer. Eu estou do lado do povo. Eu estou do lado do meu Estado, do meu Maranhão. Eu estou do lado...

    Quero falar para a imprensa. Vamos aproveitar a rede social, vamos mostrar esses maus-caracteres para o País e para os nossos Estados, onde fazemos política.

    Então, eu vim para cá pensando que isso aqui era outra coisa. Alguém me pergunta e me dá parabéns, Senador! "Parabéns, Senador! Você agora é um Senador da República!". Eu não me alegro. Que País é este em que nós estamos vivendo?

    O Sr. José Medeiros (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – O Senador me concede um aparte?

    O SR. PASTOR BEL (PRTB - MA) – Dou o aparte a V. Exª.

    O Sr. José Medeiros (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Eu só gostaria que V. Exª pudesse esclarecer. Eu não entendi bem. Parece que aconteceu alguma coisa com V. Exª. Se pudesse nos esclarecer, porque aqui nós temos um Conselho de Ética, e funciona. E eu não tenho dificuldade, se o senhor me apontar quem for, de colocar no Conselho de Ética. Seria bom que o senhor falasse até para a Nação e para que a imprensa também fique sabendo. Eu não entendi. Parece que o senhor sofreu alguma abordagem. Explique-me, porque, de repente, eu entendi errado.

    O SR. PASTOR BEL (PRTB - MA) – Eu fui assaltado. Eu não estou falando aqui, Presidente...

    O Sr. José Medeiros (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Aqui dentro?

    O SR. PASTOR BEL (PRTB - MA) – Não.

    O Sr. José Medeiros (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Ah, sim.

    O SR. PASTOR BEL (PRTB - MA) – Aqui dentro, não. Mas você sabe quem são os bandidos aqui nesta Casa, Sr. Senador. V. Exª sabe. V. Exª é inteligente. É tão inteligente que é Senador da República. V. Exª deve saber muito bem o que este País está passando, e eu creio que V. Exª é um bom Senador. Eu sou admirador de V. Exª. Via V. Exª na TV Senado. Vi V. Exª falar muitas vezes nesta Casa. V. Exª tem a minha admiração, mas eu não estou aqui falando de, entregando. Isso que eu estou falando o Brasil todo sabe! O Brasil sabe o que está acontecendo nesta Casa, e o Conselho de Ética é para isso. Se vocês tomarem providência, vocês sabem a hora certa de chamar as pessoas para o Conselho de Ética. Eu não faço parte do Conselho de Ética.

    O Sr. José Medeiros (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Não, eu dou as boas-vindas, eu dou as boas-vindas...

    O SR. PASTOR BEL (PRTB - MA) – Obrigado. Obrigado a V. Exª.

    O Sr. José Medeiros (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Dou as boas-vindas, mas quero dizer que se inclua, porque, no momento em que pisamos aqui, somos representantes dessa indignação do povo brasileiro. E, por mais que, em determinado momento, eu me sinta indignado, mas passamos a fazer parte disso. E não se intimide, se V. Exª vir alguma coisa, de pôr no Conselho de Ética, sim, e de procurar, porque V. Exª vai ser cobrado.

    O SR. PASTOR BEL (PRTB - MA) – Com certeza! Vou ser cobrado pelo meu povo... Hoje eu sou suplente do Senador Lobão, mas foi o povo que me mandou para cá. Com certeza. Cada um faz a sua parte. Cada Senador, cada Senadora faz a sua parte, e o Brasil conhece V. Exªs. Então, quem vai fazer esse julgamento, para mim, não é o Conselho de Ética, Presidente. Quem vai fazer esse julgamento é o povo dos nossos Estados. O povo é que vai fazer o julgamento, porque o povo sabe.

    Então, quero deixar aqui o meu registro e deixar também aqui...

    A Srª Rose de Freitas (PMDB - ES) – V. Exª me permite uma observação?

    O SR. PASTOR BEL (PRTB - MA) – Permito. E também, antes de V. Exª falar, V. Exª tem a minha admiração. Tem a minha admiração.

    A Srª Rose de Freitas (PMDB - ES) – Muito obrigada. Senador, primeiro, esta é uma Casa onde todos aqui vêm trabalhar.

    O SR. PASTOR BEL (PRTB - MA) – Sim, senhora. A Srª Rose de Freitas (PMDB - ES) – Alguns trabalham de uma maneira, outros trabalham de outra, mas eu queria ressaltar qual a motivação que me traz a este microfone. Eu vi V. Exª se exaltando, do alto da sua ira, sobre aquilo que V. Exª acredita que é absolutamente inóspito à atividade parlamentar. Eu digo a V. Exª que o que me motiva estar aqui, nesta Casa, é que eu recebi, contando voto a voto, a delegação expressa de representar o povo do meu Estado. Para isso, eu vim aqui. Se alguém fizer diferente disso, que a rua, o povo se manifeste na sua contrariedade. Neste momento, eu acho que V. Exª tem uma grande oportunidade: mostrar, na prática, efetivamente, que V. Exª veio aqui para lutar pelo seu Estado e por este Brasil que precisa, a cada momento, de um voto, de uma palavra nessa direção. Compreendo todo o sentimento de V. Exª. Quem não o tem? Eu mesma acabei de ter, no momento, uma ingrata surpresa ao dialogar com um companheiro desta Casa sobre pensamentos, sobre processo eleitoral, sobre o futuro do País. Eu estou lutando com todas as forças para que possamos, em 2018, fazer um encontro da Nação com a política. E aqui não vai nenhuma palavra de desrespeito a quem quer que seja que faça diferente, porque eu acredito, Senador, que o povo sabe dirimir suas dúvidas através daquilo que ele tem de mais importante e que aqui trouxe V. Exª, que me trouxe, que trouxe outro Senador, que trouxe o Presidente, que é usar o seu voto como arma sincera para que ele possa providenciar urgentemente as mudanças de que este País precisa. Então, abrande o seu coração e coloque o tempo em que está aqui para ajudar o seu Estado – tenho certeza de que V. Exª o fará – e mostrar a seu povo que, qualquer que seja o menor dos seus exemplos, o menor dos seus artefatos de luta, sempre será a favor dele no momento em que precisar. Desculpe-me por ter me alongado. Bem-vindo a esta Casa.

    O SR. PASTOR BEL (PRTB - MA) – Tudo bem. V. Exª só está me ajudando neste discurso. Eu agradeço a V. Exª pela bela palavra de sua parte, que só faz acrescer a este discurso.

    Eu só digo a V. Exª que estou trabalhando. Nos milésimos em que vou passar nesta Casa, eu vou lutar pelo meu povo, pela minha gente, pelo meu Estado, que eu amo e que é o meu Maranhão. Eu digo a V. Exª que estou aqui representando o povo brasileiro e representando o meu Estado. V. Exª está fazendo a sua parte, o seu trabalho, como eu estou fazendo a minha parte e o meu trabalho. Agradeço a V. Exª.

    A Srª Rose de Freitas (PMDB - ES) – Muito obrigada.

    O SR. PASTOR BEL (PRTB - MA) – Eu quero aqui encerrar a minha participação, Sr. Presidente, dizendo a V. Exª que a única arma que eu tenho nesta Casa é este microfone para falar. Eu estou aproveitando este microfone, esta arma, para dizer ao povo do meu Maranhão que cheguei a esta Casa de mão limpa e vou sair desta Casa de mão limpa.

    Quero aproveitar e dizer ao povo do meu Estado que eu vim aqui debaixo de uma promessa e que essa promessa não foi promessa de homem, mas foi promessa de Deus: que eu iria sentar em uma cadeira neste Senado.

    Eu lembro que há muitos anos, Senador Paim, eu tenho uma admiração muito grande por sua pessoa, pela sua defesa dos aposentados. Os passos de um homem bom são confirmados pelo senhor. E eu sou um admirador de V. Exª.

    E eu quero dizer a esta Casa que a responsabilidade que eu tenho é diante de Deus. A primeira vez em que eu pisei nesta Casa, eu vim visitar este Senado e tirei uma foto sentado naquela cadeira. E perguntei a um amigo meu o que eu teria que fazer para sentar nestas cadeiras aqui. Ele disse: "Primeiro você tem que se afiliar a um partido e ser candidato. Depois ser eleito, vir e sentar." Quando eu cheguei ao Maranhão, afiliei-me ao Partido e comecei a dizer que era candidato ao Senado. E fiquei suplente do Senador Lobão, que para mim...

    Orgulha-me muito ser suplente do Senador Lobão. O Senador Lobão é mais de que um pai, mais de que um amigo para mim. O Senador Lobão nunca me botou na parede, nunca falou: "Senador, tu vais fazer isso." O Senador nunca nem ligou para mim para dizer o que eu vou falar, o que eu vou dizer, em que eu vou votar. Ele nunca fez isso comigo. Ele me deixou à vontade nesta Casa.

    Então, estarei nesta Casa até abril, mas quero cooperar com a minha Nação, com o meu Brasil, com a minha gente, com o meu Estado, com o meu Maranhão; com muita luta, com muito trabalho. E é isso que eu estou fazendo aqui.

    Agora mesmo, hoje, eu já visitei, já bati na porta de muitos ministérios. Infelizmente não estou conseguindo nada ao meu Estado. Por isso, Senador Paim, coloque-se no meu lugar. Vale a pena estar nesta Casa para ser mais um mau caráter que vai receber um salário e não vai fazer nada pela sua gente, pelo seu povo? Então, cada minuto que eu vou passar nesta Casa, vou passar... Cheguei de mão limpa, Senador Paim, e vou sair daqui de mão limpa.

    Quero também aqui agradecer à minha família, que está agora assistindo à TV Senado, me vendo. Quero honrar as minhas filhas e a minha esposa, que está neste momento debaixo de oração, desde de manhã orando por mim. Quero agradecer a Deus, à minha família, porque sem família não somos nada. Agradeço a todos.

    Quero também agradecer à imprensa do meu Estado. Quero registrar aqui o jornalista Carlinhos, ali em Pedreiras, o jornalista Fernando Melo, lá em Poção de Pedra, o jornalista Luiz Cardoso, meu grande amigo, e todos os jornalistas do meu Estado, que fazem uma imprensa que divulga os trabalhos de todos os senhores.

    Nós estamos aqui, Senador Paim, mas os nossos Estados estão olhando para nós. Jamais vou trocar minha dignidade por emenda parlamentar. Jamais vou vender emenda para seja lá qual for o prefeito do meu Estado, em que são 217 cidades. Nenhum prefeito vai jogar na minha cara que eu vendi emenda, que eu fiz isso ou que eu troquei aquilo por minha dignidade.

(Soa a campainha.)

    O SR. PASTOR BEL (PRTB - MA) – Agradeço a V. Exª pelo tempo. Quero só pedir a V. Exª mais um minuto para eu encerrar aqui.

    Quero agradecer a todos os amigos do meu Estado e a todos os senhores e as senhoras.

    Que Deus abençoe o meu Brasil e o meu Maranhão!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/02/2018 - Página 80