Discurso durante a 50ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Agradecimento aos parlamentares e a Deus pelo exercício do cargo de Senador por 121 dias, como suplente do Senador Edison Lobão.

Autor
Pastor Bel (PRTB - Partido Renovador Trabalhista Brasileiro/MA)
Nome completo: Heber Waldo Silva Costa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Agradecimento aos parlamentares e a Deus pelo exercício do cargo de Senador por 121 dias, como suplente do Senador Edison Lobão.
Aparteantes
José Medeiros, Vanessa Grazziotin.
Publicação
Publicação no DSF de 19/04/2018 - Página 32
Assunto
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Indexação
  • AGRADECIMENTO, EXERCICIO, MANDATO, SUPLENTE, EDISON LOBÃO, SENADOR, COMENTARIO, DEFESA, ESTADO DO MARANHÃO (MA), REGISTRO, AUDIENCIA PUBLICA, PARTICIPAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL, REPUTAÇÃO, NOTICIA FALSA, IMPRENSA.

    O SR. PASTOR BEL (PRTB - MA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Senador João Alberto, Presidente, eu quero também saudar as Senadoras e os Senadores presentes aqui nesta tarde.

    Meu discurso não vai ser um discurso, será apenas um agradecimento a Deus.

    Hoje está terminando a minha missão nesta Casa. Serei Senador até amanhã à meia-noite, mas não estarei aqui, vou viajar para São Paulo para um compromisso que eu tenho lá.

    Eu quero aqui agradecer aos Senadores e às Senadoras pelos 121 dias que passei nesta Casa, juntamente com V. Exªs, lutando pelo nosso Estado, pelo nosso País, pelo nosso Brasil.

    Agradeço muito, em primeiro lugar, a meu Deus, que me deu esta rica e excelente oportunidade. Quero também agradecer ao Senador Edison Lobão pela oportunidade de tirar uma licença para eu assumir esses 121 dias.

    Eu estou aqui, Senador João Alberto, com o dever cumprido. Esses poucos dias que passei aqui lutei – e lutei muito – pelo meu Estado e pelo meu País. Tivemos a oportunidade de ajudar o meu Estado – eu tive a oportunidade –, como nesta obra em Imperatriz do Maranhão – e V. Exª também participou dessa ajuda à cidade de Imperatriz do Maranhão –, essas 2.920 casas. Essa obra estava parada há três anos e, com a insistência de a gente batendo na porta do Ministro e do Presidente da República, as obras foram retomadas.

    Quero também agradecer a Deus pelas 10.100 casas. Nesses quatro meses, a gente ficou batendo à porta dos ministros, e para essas casas já está havendo o contrato, pela Caixa Econômica Federal, para que as obras comecem, o que é um sonho da nossa população.

    Hoje, encerrando a minha missão, estive, junto com V. Exª, em uma audiência com o Ministro da Integração Social, Antônio de Deus – ela está dizendo que é "de Deus" –, e falamos da preocupação que temos com a barragem, preocupação minha e sua. Eu vi a sua preocupação com a Barragem do Rio Flores. Mais de 500 mil pessoas dependem daquela barragem. Há preocupação com relação às informações, porque as informações que chegam às nossas cidades, à cidade de V. Exª, que tem mais de 100 mil habitantes, Bacabal ... Os moradores que estão ali ficam na expectativa, às vezes não dormem de noite por causa das informações, ou seja: se a barragem irá se romper.

    Hoje, tivemos uma posição do Ministro. Pedimos ao Ministro que mandasse uma equipe de técnicos e engenheiros para fazer um levantamento e para ver o que realmente está acontecendo com a Barragem do Rio Flores. Então, eu louvo a Deus por fazer parte desses trabalhos.

    Quero também dizer que há poucos dias, Senador João Alberto, eu fui atingido pela imprensa do meu Estado, e eu respeito muito a imprensa, pois estamos num País democrático. Eu tenho aquele pensamento: ou falem mal ou falem bem, mas que falem da gente. E a gente tem que saber lidar com as coisas. Mas foi uma notícia a meu respeito que eu achei muito humilhante, ou seja, dizer que eu estava traindo a minha Igreja e traindo o Senador Edison Lobão. Eu sempre fui amigo do Senador Edison Lobão e sou amigo do Senador Edison Lobão. Terminando aqui, eu vou à sua residência para agradecer pela oportunidade que tive.

    Nós vivemos num país democrático: um cidadão não pode ser um pré-candidato a Presidente da República? Um pobre não pode ser candidato ao Senado Federal? A minha pré-candidatura ao Senado Federal está tirando o sono dos poderosos do Maranhão, porque sabem que o povo do Maranhão vai dar a resposta agora, em 2018. Então, disseram que eu estava traindo ... Pelo contrário, a minha Igreja – o meu Presidente, Pr. Pedro Aldir – me deixou à vontade. Como eu estou traindo se escolhi como dois pré-candidatos a suplente membros da Igreja? Todos são da Igreja, de Imperatriz e de Santa Inês, os que vão concorrer comigo.

    Eu tenho certeza de que em 2019, se Jesus não voltar – porque eu quero que Jesus volte, já que a confusão está grande no Brasil, pois um pensa uma coisa, outro pensa outra coisa... E a gente tem que pensar mais no povo brasileiro, nos nossos Municípios, nos nossos Estados. Essa deve ser a nossa preocupação.

    Então, o Pr. Pedro Aldir, que é o nosso Presidente – o senhor o conhece, é seu amigo, Senador João Alberto –, me deixou à vontade; a nossa convenção me deixou à vontade para eu voltar como candidato ao cargo que eu quiser, porque eu sou livre, sou um cidadão. Eu tenho respeito pela minha convenção, pela minha Igreja, a Assembleia de Deus. Só não dou a vida pela Assembleia de Deus, Senador João Alberto, porque Jesus já deu a sua. Eu não vou dar a vida pela Igreja, porque Jesus já fez isso, já derramou seu sangue por nós. Então, não estou aqui para dar a vida pela Igreja. Quem dá a vida é Jesus. É Jesus que está no comando de todas as coisas.

    Então, as informações... Disseram que eu estava há cinco meses nesta Casa. Às vezes, a imprensa é um pouco sem compromisso. Eu sou uma pessoa humilde, Senador João Alberto, e eu não tenho dinheiro para comprar a imprensa para falar bem ou mal de mim. Que falem o que quiserem falar. A minha vida está aí para todo mundo que quiser falar alguma coisa. Mas eu não tenho dinheiro para pagar imprensa para falar mal ou bem de mim. Mas eu estou tirando o sono com essa pré-candidatura ao Senado, lá no Estado do Maranhão. Disseram que eu estava há cinco meses. Não são cinco meses, Senador João Alberto: são só quatro meses, 120 dias.

    Disseram que eu estava mandando emenda para outros Estados. Eu não tenho emenda. Eu cheguei aqui, e as emendas já tinham sido divididas. Pelo contrário, eu fiz um pedido ao Presidente da República, e ele me garantiu... Eu fiz uma indicação aos Municípios, mas até agora não saiu emenda para ninguém. Prefeito nenhum recebeu emenda. Eu tenho que trabalhar. Cada um de V. Exªs trabalha pelo seu Estado. Cada um de V. Exªs aqui manda emenda para seu Estado. Eu mando a minha emenda... Eu não tenho emenda, mas, se tivesse, mandava para o Maranhão, como V. Exª sempre faz, preocupado com a sua cidade de Bacabal, preocupado com o Estado do Maranhão. Então, é uma notícia mentirosa, mentirosa.

    Eu não quero falar nome de ninguém. Pelo contrário, eu não sou traidor. Traidor é o Governador do seu Estado. Esse é traidor, traiu o companheiro dele Waldir Maranhão, que fez a maior palhaçada, em pedido do Governador do Estado. E, agora, o que aconteceu? Não é o pré-candidato ao Senado do Governador. Então, eu não traí. Eu não estou traindo a minha Igreja, não estou traindo ninguém. Traiu o Estado do Maranhão, que ia haver mudança, e está aí todo dia prendendo moto, tomando moto do povo, daquele agricultor que sonha, que compra uma moto, que, às vezes, não tem condição de botar a moto em dia, porque o maior imposto que eu já vi na minha vida está no Estado do Maranhão. Falou tanto de mudança, e está aí. Então, eu não sou traidor. Eu não estou traindo aqui ninguém. São eles que estão se traindo lá, brigando. Eu estou procurando o meu caminho, o meu rumo, procurando fazer a minha pré-campanha com dignidade, olhando no rosto do meu povo, olhando no olhar dos meus amigos do Estado do Maranhão e da minha Igreja, Assembleia de Deus. Eu, graças a Deus, amo a minha Igreja e tenho serviço prestado. Ninguém que não congrega na Igreja pode falar mal da Igreja, porque não conhece a doutrina da Igreja, não conhece a organização da Igreja para sair falando mal dela, falando mal dos pastores do Estado do Maranhão. São homens de Deus que estão lá orando por V. Exªs, orando pelo Brasil, orando por estas situações que estão acontecendo.

    E eu sou a favor da Justiça. Ontem eu fiquei muito alegre, e fico muito alegre a cada vez que eu vejo a Justiça tomar providência. Quanto ao nosso colega, Senador Aécio Neves, eu acho que, realmente, a Justiça acertou ontem nessa decisão. Isso é muito bom. O Brasil precisa saber, V. Exªs precisam saber que ninguém está fora da lei. Se nós fizermos alguma coisa, estamos sujeitos à lei. Por isso, temos que andar direito, fazer direito as coisas para, depois, não sofrermos humilhação, porque é uma humilhação, como eu ouvi o meu querido Senador ali falando, o que o ex-Presidente está passando ali. Não é fácil, mas, se ele cometeu um crime, um erro, tem de pagar. Mas não é só ele. A Justiça não pode ter dois pesos e duas medidas. Mais gente tem de ir fazer companhia para ele lá.

    A Srª Vanessa Grazziotin (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM) – Que crime ele cometeu?

    O SR. PASTOR BEL (PRTB - MA) – E muitos crimes.

    A Srª Vanessa Grazziotin (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM) – V. Exª me concede um aparte?

    O SR. PASTOR BEL (PRTB - MA) – Sim, senhora. Pode falar.

    A Srª Vanessa Grazziotin (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM) – É que eu comentei aqui, fiz um comentário alto. V. Exª ouviu e, de imediato, respondeu.

    O SR. PASTOR BEL (PRTB - MA) – Não. Eu não ouvi V. Exª, não. Eu estou ligado aqui no meu discurso. Não estou ligado em V. Exª, não.

    A Srª Vanessa Grazziotin (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM) – Quando V. Exª falava a respeito do Presidente Lula, que tem de pagar pelos seus crimes, eu perguntava: e que crime foi que o Presidente Lula cometeu? Qual foi o crime? Por que ele está preso? Eu acho que nós precisamos lançar esse debate à sociedade brasileira, porque o Presidente Lula, Senador Pastor, foi condenado por ser proprietário de um apartamento que nunca lhe pertenceu. A Justiça brasileira e, mais, a legislação brasileira, a Constituição da República...

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – É dele, sim.

    A Srª Vanessa Grazziotin (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM) – ... a Constituição da República diz que ninguém será condenado sem provas. Foram mais de 93 pessoas que depuseram no caso do Presidente Lula. Apenas um desses disse que...

(Interrupção do som.)

    A Srª Vanessa Grazziotin (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM) – ... que a reforma daquele apartamento, Senador Pastor Bel...

    O SR. PASTOR BEL (PRTB - MA) – Sim, senhora. V. Exª tem a minha admiração.

    A Srª Vanessa Grazziotin (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM) – Apenas um disse que a reforma daquele apartamento era dirigida ao Presidente Lula. Todos os outros disseram que não, que o apartamento foi construído e que poderia ser ou não do Presidente Lula. E o Presidente Lula nunca comprou, nunca ficou com aquele apartamento, que nunca esteve em seu nome. Aliás, disseram no processo que a cozinha custava um preço exorbitante, que era uma cozinha gourmet, caríssima. Nós vimos a fotografias que foram divulgadas. Cadê a cozinha caríssima, de milhões de reais? Cadê a cozinha caríssima? Então, o Presidente foi condenado por quê? O Presidente está preso injustamente, Pastor Bel. E V. Exª, que é um homem de Deus, que defende a Justiça, antes de mais nada, V. Exª tem de procurar ler o processo. Qual foi o crime que o Presidente Lula cometeu? Nenhum. O Presidente Lula só está preso porque é o primeiro colocado nas intenções de votos, porque se preocupa com o povo pobre deste País. Então, é esse...

(Interrupção do som.)

    A Srª Vanessa Grazziotin (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM) – Concluo: é esse o diálogo que temos de tratar com a sociedade. Eu acho que justiça tem de ser para todos. Igual. Para o Presidente Lula, infelizmente, não está sendo justiça igual, porque, além de ele estar preso, cumprindo pena, sem que a sua condenação tivesse sido efetivada – porque o processo dele caminha ainda, ainda caminha; apenas hoje, o TRF negou o último recurso dele, mas ainda estava correndo o recurso –, além disso, ele é condenado sem prova. Então, nós precisamos exigir justiça. Infelizmente, lamentavelmente a justiça neste Brasil não se dá para todos. Lula está preso porque, do contrário, será o Presidente da República. E é tudo o que os poderosos, os ricos e os banqueiros não querem, Senador. Então, eu acho que nós precisamos dialogar com a sociedade sobre o momento difícil por que passa o Brasil: a falta de justiça, a falta da democracia, o atentado ao Estado de direito. Obrigada.

    O SR. PASTOR BEL (PRTB - MA) – Eu quero só pedir a V. Exª para V. Exª me dar uns dez minutos do seu tempo.

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM. Fora do microfone.) – Dou, claro.

    O SR. PRESIDENTE (João Alberto Souza. Bloco Maioria/PMDB - MA) – Para concluir, Senador.

    O SR. PASTOR BEL (PRTB - MA) – O Senador Medeiros está pedindo um aparte.

    O SR. PRESIDENTE (João Alberto Souza. Bloco Maioria/PMDB - MA) – Senador, o seu tempo esgotou-se.

    O Sr. José Medeiros (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Não, eu só queria dizer da satisfação ter convivido aqui com V. Exª, parabenizá-lo pela forma veemente como sempre se apresentou da tribuna, colocando as suas ideias. Não fique triste, não, por esse tipo de fala aqui, porque essa cantilena já é preparada, é um discurso que eles já formataram. É a realidade virtual. É o chamado realismo fantástico. Então, parabenizo V. Exª por esse tempo que passou aqui.

    O SR. PASTOR BEL (PRTB - MA) – Obrigado, Senador.

    Isso não me deixa triste não, porque quem vai fazer o julgamento não sou eu, é a Justiça. A Justiça vai julgar quem está certo e quem está errado.

    Espero que este Brasil tenha jeito, tenha rumo. Não somos obrigados a fazer tantas obras sociais, fazer o bem para o povo, mas isso não nos dá direito de fazer coisas erradas, porque estamos ajudando os pobres a fazerem coisas erradas.

    Deixo aqui...

(Interrupção do som.)

    O SR. PASTOR BEL (PRTB - MA) – ... Senadoras e Senadores por tudo. Senador João Alberto, eu lhe agradeço muito pela oportunidade, pelo carinho com que V. Exª sempre me recebeu nesta Casa.

    E deixo aqui o meu abraço ao meu Maranhão; deixo o meu abraço e a minha consideração a todos os meus irmãos, à Ceadema (Convenção das Assembleias de Deus no Maranhão), à Comadesma (Convenção dos Ministros das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus), na pessoa do Pr. Raul Cavalcante; e deixo aqui o meu abraço a todos os maranhenses – aquele abraço!

    E encerro as minhas palavras nesta tribuna agradecendo ao meu Deus com as mãos para o céu, dizendo: o homem sonha e Deus realiza.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/04/2018 - Página 32