Discurso durante a 60ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem à Embrapa pelo transcurso de seus 45 anos de existência.

Autor
Wellington Fagundes (PR - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Wellington Antonio Fagundes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Homenagem à Embrapa pelo transcurso de seus 45 anos de existência.
Aparteantes
Ana Amélia, José Medeiros.
Publicação
Publicação no DSF de 04/05/2018 - Página 19
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), REGISTRO, IMPORTANCIA, EMPRESA, AREA, ECONOMIA, PRODUÇÃO, AGRICULTURA, TECNOLOGIA, BEM ESTAR SOCIAL, ALIMENTAÇÃO, OBJETIVO, POPULAÇÃO, PAIS, BRASIL.

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Moderador/PR - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocupo esta tribuna para prestar minhas homenagens à Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Eu, como médico veterinário, sei de sua importância. E agora, no final de abril, a Embrapa completou 45 anos de existência.

    E começo por uma grande reflexão. Costumo dizer que o melhor e mais seguro teste de utilidade e de relevância de qualquer instituição humana reside na resposta a uma simples pergunta: como seria a vida da gente hoje se aquela instituição jamais tivesse existido?

    Estaria o nosso Brasil em uma situação melhor ou pior, por exemplo, se o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) ou o Instituto Militar de Engenharia (IME), o BNDES, a Fiocruz, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o Senai, o Senac ou o Senar, a Universidade Federal de Viçosa, aquela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), a Apae ou a Legião da Boa Vontade, entre tantas outras valorosas organizações, nunca tivessem passado de um sonho de seus idealizadores, se não tivessem decolado das pranchetas da utopia para ganhar a vida real, transformando para melhor os destinos do País e de milhões de brasileiros?

    Agora, senhoras e senhores, vamos imaginar o que seria da economia e da sociedade deste nosso Brasil sem a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com quase meio século de contribuições inestimáveis ao agronegócio, à agricultura familiar, à balança comercial, ao meio ambiente, enfim, ao bem estar de sucessivas gerações no campo e também nas cidades.

    A história nos indica claramente que, sem a Embrapa, a sua vasta equipe de cientistas, pesquisadores, tecnólogos, técnicos e demais colaboradores, distribuídos por 42 unidades, presentes em todos os biomas brasileiros, o nosso País dificilmente – eu diria jamais – teria transitado da monocultura do café para se transformar no maior exportador mundial de soja, açúcar, suco de laranja, carne, frango – aliás, todas as proteínas animais – e café e no segundo maior de milho, além de ocupar sempre uma das cinco primeiras posições na produção de inúmeros outros itens.

    No caso do milho, inclusive, Mato Grosso hoje já está se transformando também no maior produtor de etanol a partir do milho. Sr. Presidente, para grande parte dessa produção de milho hoje feita na safrinha no Estado do Mato Grosso, praticamente não havia o que fazer. Só o custo do frete para levar o milho de Mato Grosso para os Estados do Nordeste fica praticamente em mais do que o dobro. Por isso, a indústria do etanol será não só uma grande solução, porque iremos produzir aquilo que representa a energia limpa e, com isso, também aumentar a produção. Com a possibilidade da rotação da agricultura, só nessa área do milho, nós temos também capacidade de mais do que duplicar a produção no Estado de Mato Grosso.

    E aí eu quero dizer: o que seria sem a Embrapa? Teríamos deixado a condição multissecular do povo caranguejeiro, eternamente agarrado ao litoral, para conquistar os Cerrados e integrá-los ao espaço da soberania econômica nacional? Ou será que, sem a Embrapa, no espaço de pouco mais de duas gerações, a nossa soja teria alcançado o mesmo patamar de produtividade da soja dos Estados Unidos ou de outros países? Não creio.

    Se a nossa safra de grãos foi, no ano passado, oito vezes maior do que a registrada em 1972, isto é, passou de mais de 30 milhões de toneladas para alcançar 240 milhões, é porque, sem dúvida nenhuma, a Embrapa cumpriu e segue cumprindo o seu papel, ou seja, partiu, em 1972, de 30 milhões de toneladas para 240 milhões de toneladas.

    Sem a Embrapa, senhoras e senhores, nossa agropecuária permitiria atualmente alimentar 1 bilhão de pessoas, população cinco vezes maior do que a brasileira? Sem a Embrapa, certamente não estaríamos hoje produzindo mais de 60% dos nossos cereais, com auxílio de maquinário moderno e tecnologias apropriadas aos solos e, ao mesmo tempo, reduzindo o consumo de fertilizantes químicos e economizando combustível, o que resulta numa drástica diminuição das emissões de carbono.

    E, é claro, toda essa tecnologia industrial que é usada no Brasil se deu exatamente, porque tínhamos uma produção forte, incrementando, inclusive, a indústria e as pesquisas industriais feitas no Brasil.

    Tudo isso, minhas senhoras e meus senhores, com a agricultura ocupando apenas 10% do total de um imenso território de 8,5 milhões de quilômetros quadrados; tudo isso com o Brasil se mantendo no primeiro lugar mundial em termos de área de matas preservadas, mais do que o dobro da média de todo o Planeta. A Rússia, por exemplo, onde estive há pouco tempo, tem o dobro do tamanho do nosso País, mas nós temos mais florestas do que a Rússia e também mais do que o dobro de florestas dos Estados Unidos e do Canadá somados.

    Para destacar um pouco do que tudo isso representa, Sr. Presidente, no meu Estado do Mato Grosso, costumo dizer que se realizou um casamento feliz entre o povo trabalhador e as pesquisas, fato que nos dá a condição de produzir, sozinhos, tudo que o Brasil produz atualmente. Sozinha, só a região do Araguaia é capaz de produzir tudo o que Mato Grosso produz atualmente, na condição de maior produtor de grãos do País e ainda de produtos da cadeia animal, isso tudo, quero aqui repetir, sem derrubar uma árvore sequer.

    Meus senhores e minhas senhoras, a única batalha agroambiental que o Brasil ainda não conseguiu vencer foi a da informação e a da comunicação pelo mundo afora. Poderosos lobbies, ligados aos interesses dos nossos concorrentes propagam mentiras a torto e a direito, acusando-nos, acusando o Brasil da devastação que eles mesmos praticaram ao longo de séculos nos seus respectivos territórios. Infelizmente, essas campanhas falaciosas prosperaram aqui e no exterior, sob os aplausos do agronegócio, mas lá dos países ricos, incapazes de tolerar a competitividade sustentável da agropecuária nacional.

    Porém, sejamos justos: não cabe à Embrapa, sozinha, travar essa luta contra a desinformação. Este é um dever de todos nós que detemos alguma parcela de responsabilidade pública pelos destinos do Brasil: governantes, políticos, setores socioeconômicos e suas entidades representativas, profissionais e empresariais, da comunicação e líderes de opinião na sociedade brasileira em geral. Todos têm, Sr. Presidente, que assumir essa parcela de responsabilidade, isto é, de combater esses malfeitos contra a nossa economia, conclamando-os a essa cruzada pelo bem do nosso País.

    Aproveito...

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Rocha. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PA) – Senador.

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Moderador/PR - MT) – Pois não.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Rocha. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PA) – Eu queria chamar a atenção dos nossos Parlamentares, Senadores e Senadoras, porque estão presentes, na galeria, os estudantes do ensino médio do Colégio Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.

    Vocês estão assistindo aqui a uma sessão não deliberativa. O que significa isso? Que não há votação hoje. É apenas uma sessão de debates. Por isso, vários Parlamentares estão aqui porque se inscreveram antes para fazer o debate que eles trazem para o plenário da Casa.

    No caso, está falando aqui o nosso Senador Wellington Fagundes, que é do PR, do Mato Grosso. Mas está presente aqui a Senadora Regina, do PT, do Piauí; a Senadora Ana Amélia, do PP, do Rio Grande do Sul; o Senador José Medeiros, que é do Mato Grosso, do Podemos; e está presente também o Lindbergh Farias, que é do PT, do Rio de Janeiro.

    Quem está presidindo a sessão é Paulo Rocha, Senador do PT, do Pará.

    Sejam todos bem-vindos.

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Moderador/PR - MT) – Que bom termos aqui a juventude sedenta exatamente por conhecer a nossa democracia brasileira. Que bom seria se todos os jovens tivessem a oportunidade de estar aqui. Inclusive, eu quero convidar os jovens que aqui estão para participar das sessões que são direcionadas à juventude, dos programas que o Congresso Nacional sempre faz no sentido de promover exatamente o que é o papel nosso aqui do entrosamento junto à juventude e à população brasileira.

    Falávamos aqui, agora há pouco, das pesquisas, de que é fundamental a ciência e a tecnologia, principalmente para as futuras gerações. E aí eu aproveito, Sr. Presidente, para me associar às manifestações recentes do meu companheiro Senador Cidinho Santos, que tirou licença agora com um problema de saúde, mas assumiu o nosso companheiro também do PR, do Bloco Moderador, o Senador Rodrigues Palma. Ele um experiente político, que já foi várias vezes Deputado Federal, Prefeito da nossa capital e ontem assumiu aqui o Senado da República, já que o titular é o Senador Blairo, hoje Ministro da Agricultura. E o meu companheiro e amigo que se licenciou abriu espaço, então, para a chegada de Rodrigues Palma.

    Antes de se licenciar, Cidinho denunciou a ameaça da União Europeia de suspender a importação de carne de frango do Brasil.

    Pois não, Senadora Ana Amélia, nossa Presidente da Comissão de Agricultura.

    A Srª Ana Amélia (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RS) – Fui Presidente.

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Moderador/PR - MT) – Quem foi sempre será.

    A Srª Ana Amélia (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RS) – Meu caro Senador Wellington Fagundes, primeiro, quero cumprimentá-lo pela referência à Embrapa e à sua força e importância. Por que nós chegamos a esse patamar? Nos últimos 30 anos, o Brasil aumentou em quase 600% a produção de frangos não só na criação e na industrialização, mas também na exportação. Somos o maior produtor e segundo maior exportador de frangos. E a União Europeia, como V. Exª muito bem está abordando, levantou uma barreira que não é sanitária. Essa barreira é extremamente prejudicial e vai impactar negativamente no acordo comercial Mercosul-União Europeia. Eu penso que, às vezes, a disputa comercial prevalece e as chamadas barreiras não tarifárias entram nesse processo. E essa não pode ser invocada como uma barreira sanitária, porque não é o caso e porque esse processo que a França levanta começou no ano passado. Se houvesse algum problema sanitário... O que é um problema sanitário? É um problema de qualidade do produto que você está consumindo. Se isso começou lá atrás, e só agora eles estão trazendo isso à tona, há alguma coisa pouco explicada ou uma intenção muito clara de disputa comercial nesse processo, porque a França é, na Europa, um dos maiores produtores de frango e também exportadores. Então, nós não podemos aceitar isso. Eu já também me manifestei, assim como V. Exª. É inaceitável a atitude da União Europeia no caso específico do frango, liderada pela França. E, no caso da Embrapa, eu queria também me congratular com V. Exª, porque, no dia 24 de maio, esta Casa fará uma homenagem aos 45 anos de vida da Embrapa. No dia da celebração na sede da Embrapa, eu disse que, assim como uma semente – V. Exª conhece bem a área da produção agropecuária –, para vicejar e dar frutos, precisa ser semeada em terreno fértil e ser regada, ser bem cuidada – é preciso ser fertilizada a terra –, uma boa ideia também precisa de um líder para conduzi-la com sucesso. E a ideia da Embrapa nasceu do seu primeiro Presidente, o mineiro Eliseu Alves, que é uma figura notável. E eu diria que esse bastão foi passando de mão em mão, sem haver interrupção da atividade da essência que tem a Embrapa, no papel de ajudar a trazer tecnologia cada vez mais moderna e sustentável para a produção brasileira, para a agricultura e a pecuária. E se encerra com Maurício Lopes, que é o atual Presidente. Então, parabéns, Senador Wellington Fagundes. Todas as homenagens que nós temos que fazer à Embrapa são merecidas, especialmente ao seu corpo técnico de funcionários. Desde o mais singelo, a moça que está lá ajudando na limpeza da sede da Embrapa, ao mais graduado dos pesquisadores, todos têm igual valor do ponto de vista dessa instituição que orgulha muito nós todos brasileiros. Então, parabéns, Senador Wellington Fagundes.

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Moderador/PR - MT) – Eu agradeço imensamente, Senadora Ana Amélia. V. Exª é muito conhecedora, foi Presidente da Comissão de Agricultura.

    Isso é inaceitável. Não podemos aceitar. Aliás, a primeira luta que o Brasil teve na OMC foi exatamente com as barreiras à exportação do nosso algodão. E foram exatamente os produtores de Mato Grosso que se uniram, que se cotizaram, para entrar com uma ação na OMC, e fomos vitoriosos. E nessa nós teremos que ser também, porque, como V. Exª colocou, não é sanitária, é única e exclusivamente comercial.

    Houve a Operação Carne Fraca. Com isso, os brasileiros ficaram estarrecidos, mas se provou que o Brasil produz um produto de qualidade.

    Há poucos meses, fui ao Japão com outros companheiros. Nós estávamos lá exatamente para abrir o mercado da nossa carne bovina. Somos o maior exportador de frango para o Japão. E o Japão, sem dúvida nenhuma, é um dos países mais exigentes nessa questão das barreiras fitossanitárias.

    O Senador Medeiros gostaria de um aparte? Concedo com grande satisfação.

    O Sr. José Medeiros (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Muito obrigado, Senador Wellington Fagundes. V. Exª traz ao Brasil um tema extremamente relevante, principalmente quando destaca o papel da Embrapa e a sua competência e cita, com justiça, outras instituições de notório saber e de produção de conhecimento, como o ITA, o IME e tantos outros. Eu queria fazer esse destaque, Senador Wellington, e parabenizá-lo por ter trazido esse assunto, porque, se há uma coisa de que o Brasil precisa, é produzir conhecimentos. Nós, durante a nossa história, tivemos ciclos de desenvolvimento, ora com o açúcar, ora com o cacau, ora com o café, mas não temos uma grande tradição na produção, no desenvolvimento de tecnologias.

    E V. Exª traz aqui uma das instituições que é um ponto fora da curva nesse quesito. A Embrapa elevou o Brasil. No caso, vou destacar o nosso Estado do Mato Grosso, pois quando cheguei em Mato Grosso o Cerrado só produzia mandioca e tatu. E hoje, na verdade, é um celeiro com um dos maiores índices de produtividade no mundo. Isso não foi de uma hora para outra. Isso foi ciência pura, ciência na veia, produção de conhecimento. O Brasil precisa pegar o exemplo da Embrapa e fazer isso em escala para outros setores. Nós precisamos produzir patentes. Nós precisamos produzir conhecimento, porque este é perene, este está imune às idas e vindas dos ciclos econômicos, porque conhecimento vai produzir riqueza aqui ou em qualquer lugar. Muito obrigado.

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Moderador/PR - MT) – Muito obrigado, Senador Medeiros. Incorporo o aparte de V. Exª ao meu pronunciamento.

    E para todos os brasileiros, para a juventude que vem nos visitar, eu gosto sempre de lembrar um fato que ocorreu na década de 50. O costume da base alimentar brasileira era o milho, a broa de milho, enfim. O brasileiro não consumia trigo na sua alimentação. E foi exatamente uma superprodução que os Estados Unidos tiveram naquela época, exportando o trigo para o Brasil, que fez com que isso mudasse. Como o nosso País não tinha o costume, exportou as máquinas de macarrão e, com isso, se conseguiu mudar o hábito alimentar de uma geração.

    Até hoje somos importadores de trigo porque não temos a capacidade de produzir a quantidade necessária para a alimentação da população brasileira. E somos exportadores de soja, de milho e de outros produtos, par os quais temos uma vocação pelo nosso clima de produção. Aliás, o milho é um dos produtos de valor energético mais alto da produção agropecuária.

    Isso é muito importante para que a população brasileira esteja atenta para o que é uma barreira comercial, que é muito mais profunda do que uma barreira fitossanitária. Às vezes, aproveitam-se de uma barreira sanitária exatamente para impedir o nosso avanço, a nossa competitividade mundial.

    E para enaltecer devidamente todas as contribuições da Embrapa, Sr. Presidente, e dos milhares de homens e mulheres que, ontem e hoje, graças ao seu engenho e à sua dedicação, ao seu empenho e à sua dedicação, transformaram-na em uma instituição de referência internacional, precisaríamos de muito mais tempo para o que queremos dizer.

    Com uma rica e vasta história baseada no pioneirismo, empreendedorismo, coragem, fé e esperança que fizeram de Mato Grosso a potência número um da agropecuária nacional, dedicarei os minutos para um registro em homenagem a duas de suas unidades, cujo trabalho redunda em amplos benefícios para a agropecuária e a agricultura familiar do meu Estado do Mato Grosso.

    Primeiro, quero me referir à Embrapa Agrossilvipastoril, baseada na cidade de Sinop. É o centro mais moderno da Embrapa no Brasil. Criada em 2012, a Embrapa Agrossilvipastoril tem sido efetiva em trabalhos de pesquisas, atividades de transferência de tecnologia e assistência técnica, procurando uma integração harmoniosa e produtiva entre lavoura, pecuária e florestas, no contexto dos três diferentes biomas que convivem no meu Estado.

    Periodicamente, ela compartilha com a comunidade produtiva os valiosos dados, informações e conhecimentos que desenvolve, por meio dos eventos conhecidos como Dia do Campo.

    Agora mesmo, em abril, aconteceu um evento conjunto com a Rede Integração Lavoura-Pecuária-Floresta; a Associação dos Criadores do Norte de Mato Grosso (Acrinorte); a Unipasto; a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat); e, também, do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt). Além disso, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), junto com a Cooperativa Coopernova, a LC Sementes, Grupo Nadiana e Campo S/A, em que foram apresentados resultados inovadores, obtidos, em sua maioria, experimentalmente pela unidade de Sinop.

    A outra unidade...

(Soa a campainha.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Moderador/PR - MT) – ... é a Embrapa Pantanal, que, baseada na cidade de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, de onde irradia e multiplica generosamente o seu dinamismo pelo território do Estado vizinho e irmão.

    Surgida em 1975, a Embrapa Pantanal vem ao longo dos anos, disponibilizando aos produtores, entre outros, o sistema Fazenda Pantaneira Sustentável, ferramenta tecnológica que permite validar e orientar as fazendas do bioma para a sustentabilidade econômica, social e ambiental, ajudando a garantir a riqueza do Pantanal para esta e também para as futuras gerações.

    Ainda, Sr. Presidente, no mês passado, pesquisadores da Embrapa estiveram nos Municípios de Cáceres, Poconé, Rondonópolis e Cuiabá para ministrar o segundo ciclo de palestras sobre o aprimoramento da pecuária no bioma pantanal.

    Nessas e em inúmeras outras...

(Soa a campainha.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Moderador/PR - MT) – ... oportunidades, assim como mediante publicações de alta qualidade científica e extrema utilidade para quem trabalha no campo, a Embrapa, como um todo, reafirma a sua vocação para colaborar com as instituições ligadas ao setor produtivo, sempre em contato com as demandas dos produtores rurais, de modo a pesquisar e desenvolver métodos e técnicas em apoio à produtividade, à qualidade e à competitividade da agropecuária nacional e do Brasil no seu desenvolvimento socioeconômico.

    Sr. Presidente, tenha tolerância, estou aqui terminando.

    Feita a referência a essa data, quero dizer que a Embrapa tem papel estratégico no contexto do desenvolvimento da produção. Até porque o agronegócio não se restringe, ao contrário do que muitos pensam, apenas ao grande produtor de grãos e de proteína animal.

    Hoje, mais de 90% das pesquisas ofertadas à produção estão a cargo da iniciativa privada. E por isso acredito que os bons frutos produzidos, ao longo do tempo, pela Embrapa podem ser estendidos a outros níveis da cadeia de produção. Sobretudo para essa nova demanda que se aproxima, rapidamente, com a execução de um dos mais laboriosos projetos de inclusão de famílias ao sistema de produção, que chegará através da regularização fundiária, por que V. Exª também tanto lutou aqui. Só em Mato Grosso, 70 mil famílias esperam ansiosamente pelo título de propriedade, o que lhes permitirão acesso ao crédito, logo, também às pesquisas para melhoria da produção e, consequentemente, avançando na qualidade de vida no campo.

    Estimativas da FAO indicam que até 2050 a produção agropecuária precisará crescer globalmente, 70%, e quase 100% nos países em desenvolvimento, para alimentar a crescente população, excluindo a demanda para biocombustíveis.

    Assim, os desafios para a Embrapa e os seus parceiros são enormes e exigem um olhar atento para o futuro.

    Por isso, Sr. Presidente, finalizando, ao parabenizar a Embrapa pelos seus 45 anos de existência, hipoteco aqui o meu apoio a essa importante empresa, aos seus técnicos, pesquisadores, colaboradores, diretores, enfim, a todos os envolvidos nos objetivos de seguir avançando num modelo de agricultura e pecuária tropical e genuinamente brasileiro, de forma a persistir superando as barreiras à produção de alimentos, fibras e energia em todo o nosso País.

    E falo aqui como médico veterinário que teve também na Embrapa, no campus, principalmente de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, grande oportunidade na sua formação profissional...

(Soa a campainha.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Moderador/PR - MT) – ... e na sua especialização também.

    Quero agradecer, Sr. Presidente, pela tolerância.

    Penso que o Senador Medeiros vai substituí-lo, e V. Exª poderá falar agora.

    Então, agradeço imensamente pela tolerância e me coloco à disposição.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/05/2018 - Página 19