Discurso durante a 67ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Pesar pelo falecimento do Deputado Jota Barreto, do Estado de Mato Grosso.

Manifestação contrária à narrativa do PT de suposto avanço econômico nos Governos do ex-presidente Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff.

Autor
José Medeiros (PODE - Podemos/MT)
Nome completo: José Antônio Medeiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Pesar pelo falecimento do Deputado Jota Barreto, do Estado de Mato Grosso.
GOVERNO FEDERAL:
  • Manifestação contrária à narrativa do PT de suposto avanço econômico nos Governos do ex-presidente Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff.
Aparteantes
Ana Amélia.
Publicação
Publicação no DSF de 11/05/2018 - Página 31
Assuntos
Outros > HOMENAGEM
Outros > GOVERNO FEDERAL
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, MORTE, DEPUTADO FEDERAL, ORIGEM, RONDONOPOLIS (MT), MOTIVO, ACIDENTE DE TRANSITO, RODOVIA, CRITICA, SITUAÇÃO, PERIGO, ESTRADA, ATRASO, OBRAS, CULPA, MODELO, CONCESSÃO, AUTORIA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, GESTÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), LUIZ INACIO LULA DA SILVA, DILMA ROUSSEFF, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, MOTIVO, AUSENCIA, DESENVOLVIMENTO, MELHORIA, PAIS, ENFASE, CONSTRUÇÃO, RODOVIA, COMENTARIO, DECADENCIA, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), VINCULAÇÃO, CORRUPÇÃO, CRESCIMENTO, DIVIDA PUBLICA, DESTINAÇÃO, RECURSOS PUBLICOS, PAIS ESTRANGEIRO, ANGOLA, VENEZUELA, CUBA, RESULTADO, POBREZA, FOME, DESEMPREGO, REGISTRO, POLITICA, PREVIDENCIA SOCIAL, CORTE, VERBA, EDUCAÇÃO, PROGRAMA DE GOVERNO, ASSISTENCIA SOCIAL, ELOGIO, RECUPERAÇÃO, EMPRESA, PETROLEO, ATUALIDADE, HONRA, ANA AMELIA, SENADOR, VITIMA, FASCISMO.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Muito obrigado, Sr. Presidente.

    Quero cumprimentar a todos que nos assistem e que nos ouvem pela TV Senado.

    Sr. Presidente, é com muita tristeza que faço o registro aqui da prematura morte do Deputado Jota Barreto, como era carinhosamente conhecido na cidade de Rondonópolis, no Estado de Mato Grosso.

    Ontem, no início da noite, num acidente, num pequeno incidente que havia na rodovia, ele parou seu carro na fila, assim como outros usuários da rodovia, ali, próximo à cidade de Jaciara, e um caminhão veio e acabou passando por cima de todos aqueles veículos, causando a morte dele, do Jota Barreto, e do seu cunhado, Ita. Aliás, quero registrar: o Ita foi um dos maiores dribladores que eu já vi; estava no nível de Manoel Tobias, no nível do Falcão... Mais uma pessoa muito querida na cidade que perde a vida. Mais uma.

    Aliás, eu fico me perguntando, Senador Ataídes, quantos mato-grossenses, quantos brasileiros ainda terão que morrer naquela rodovia?

    Foi feita uma concessão daquela rodovia, e a obra era para ter sido duplicada. Já venceu o prazo, não duplicou, os mato-grossenses continuam pagando pedágio, e a rodovia continua um caos, porque todo o tráfego pesado – caminhões com 80, 90 toneladas – se mistura ao trânsito leve.

    E aquela rodovia simplesmente recebe todo o aporte de cargas que vêm de Rondônia, na parte de madeira, todo o tráfego que leva mantimentos do Sul e Sudeste do País para o Amazonas, e também todo o tráfego da soja passa por aquele trecho. E era um trecho crucial, que já era para estar pronto. E aí eu remeto: e por que é que não está pronto, Senador Ataídes? Por que não está pronto?

    O Senador que me antecedeu, que pertence aqui à Bancada do atraso, fez um discurso propondo um Brasil maravilhoso; fez um discurso propondo um paraíso. E disse que seu líder, preso, tem uma plataforma de governo para fazer este País se desenvolver, para taxar grandes fortunas, para resolver o País – para taxar os ricos, para taxar os bancos... Mas eu só faço uma pergunta, neste momento de indignação, em que a população de Rondonópolis, de Mato Grosso, chora essa morte, Senador Ataídes: onde estavam eles nesses 13 anos que passaram aqui? Treze anos, Senador Ataídes, é muito tempo. Em 13 anos, dá para taxar fortunas, dá para taxar os ricos que quiserem taxar, dá para construir as rodovias que quiserem construir. Onde estavam eles?

    Concedo, com muita honra, um aparte à Senadora Ana Amélia.

    A Srª Ana Amélia (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RS) – Olha, Senador José Medeiros, eu quero felicitá-lo, porque era exatamente esse raciocínio que eu estava aqui, com os meus botões, fazendo, porque fazer uma mudança radical, especialmente em relação à lucratividade do sistema financeiro ou taxação das grandes fortunas... Por que não o fizeram durante 13 anos de governo? Essa é a pergunta que tem que ser feita. Onde aí estão a sinceridade e a coerência? Quem vai acreditar que agora será feito, considerando também os equívocos que foram praticados com a irresponsabilidade de assumir o compromisso, por exemplo, de fazer uma Capa do Mundo em 2014? As obras... Nós estamos em 2018, Senador Ataídes, Senador Medeiros. Obras em Porto Alegre, obras em Cuiabá... É uma obra não executada, uma obra pela metade, que está custando muito caro para ser retomada, às custas do sacrifício das pessoas que precisam transitar por aquelas vias, além do custo que aconteceu, a começar por Brasília, em que o estádio foi bancado com dinheiro público. E, hoje, Brasília não tem hospital, não tem vaga para atender à população carente. Então, essa incoerência do discurso agora... Quem vai acreditar que, chagando um salvador da Pátria – agora passa a ser salvador da Pátria. Navegou, surfou a onda do desenvolvimento deixado pelo governo anterior. A situação fiscal organizada, a economia dando os passos... Teria que continuar com a responsabilidade. Não. Aí, abriram-se as portas do crédito... Então, criou-se um País endividado, as pessoas endividadas, e hoje, quando se fala sobre a população mais desassistida, que recebeu o benefício, ela está hoje pagando, também ela, uma conta muito cara pela forma irresponsável de administrar. Então, como é que vamos acreditar, Senador Medeiros, como bem pergunta V. Exª? E eu também estava me perguntando: mas por que não fizeram isso quando estiveram governando o País por dois governos, dois Presidentes diferentes? Então, parabéns por essa abordagem, Senador Medeiros.

    O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Social Democrata/PSDB - TO) – Permite-me, querido amigo, Senador Medeiros?

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Pois não, Presidente.

    O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Social Democrata/PSDB - TO) – Primeiro, quero cumprimentar os jovens que estão aqui na nossa galeria, do Colégio Giordano Bruno, do ensino médio.

    Sejam bem-vindos, ouviu? Para nós é um prazer.

    Senadora Ana Amélia e querido amigo, Senador Medeiros, eu fui um dos protagonistas, juntamente com V. Exª, Senadora Ana Amélia, da retirada do PT do governo. Em momento algum eu me arrependi de tudo que fiz, até mesmo dos abusos, quando a minha indignação falou mais alto.

    Nós estamos num Estado democrático de direito. Eu, aqui, presidindo a Mesa, ouvi respeitosamente um Senador petista falando, realmente, que o candidato dele, que está hoje preso, será o candidato – acho que isso é uma falta de respeito, primeiro, com o nosso povo brasileiro –, falando de mil maravilhas; que este Governo está mal, mas que a esperança está nesse moço que hoje está preso.

    Eu não me esqueço, Senadora Ana Amélia, de que, na primeira semana de agosto de 2016 – a Presidente Dilma saiu no dia 31 de agosto –, eu disse que não falaria mais nada a respeito do PT. E V. Exªs perceberam isso, que eu nunca mais me dirigi a essa tribuna para falar sobre o PT, porque eu disse, naquela data, que o caso do PT, especialmente Lula e Dilma, era um caso de polícia – de polícia. E o fato lamentavelmente se concretizou: caso de polícia mesmo. Fato este, que hoje ele está recolhido.

    Mas, só seguindo o seu raciocínio, Senador Medeiros, 500 anos de Brasil. Eu gosto da área econômica; então, quando você vai falar de governo anterior, de governo petista, basta falar tão somente de um item, na área econômica, para que se faça um desenho geral de todo o governo.

    Quinhentos anos de Brasil, e o Brasil devia, em janeiro de 2003 – em janeiro de 2003 –, R$852 bilhões, dívida interna e externa, incluindo o FMI. Isso é a dívida pública do Governo geral. Treze anos e meio depois, ou seja, em 31 de agosto de 2016, o PT deixou o Governo com R$4,27 trilhões. Então, não precisa falar mais nada!

    Aí, você vai para a sua vida pessoal: em janeiro eu devia x, 13,5 anos depois eu devia cinco vezes mais. Então, não há o que se explicar, por que é que eles não fizeram as estradas, por que é que não fizeram os investimentos necessários e etc. e etc. Eles gastaram todo o dinheiro do povo brasileiro e, lamentavelmente, Senadora Ana Amélia, gastaram erradamente. Gastaram erradamente.

    O negócio era fazer festa com o dinheiro do povo. Então, vamos fazer estádio, vamos dar esse benefício, aquele outro... E o Lula esqueceu que o dinheiro, um dia, iria acabar. E o dinheiro acabou. E agora todos nós estamos pagando um preço muitíssimo alto.

    Você falou da morte prematura desse moço chamado Jota Barreto, porque, na sua estrada, não há duplicação. Na nossa BR-153, que cruza o Brasil, que passa o Brasil todo, no Tocantins, lá se morre por minuto, porque não há uma duplicação, pois, no momento certo de fazer os investimentos, o governo petista, lamentavelmente, deixou de fazer. Agora, com essa dívida já na casa dos R$5 trilhões, a única coisa que sobrou ao Governo Michel foi equilibrar as contas públicas e recuar nos investimentos, porque não há dinheiro para investir. Fazer o que, com uma dívida desse tamanho?

    Eu aproveitei para falar, o que eu não deveria fazer aqui na Presidência da Mesa, mas acabei fazendo, porque nós estamos aqui à vontade. Eu lhe peço desculpa e volto a palavra.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Presidente manda.

    Muito obrigado pelos apartes da Senadora Ana Amélia e de V. Exª.

    Esse raciocínio que V. Exªs colocaram aqui resume o que foi essa ópera-bufa. Na verdade, quando eu digo Bancada do atraso, é porque, realmente, é o que aconteceu. Por exemplo, essas pessoas estão, neste momento, repristinando, remetendo ainda ao lema do petróleo é nosso. Senador Ataídes, o mundo evoluiu. Senadora Ana Amélia, dentro em breve, os veículos já não usarão mais combustíveis fósseis, mas esse pessoal...

    A Petrobras valia quase R$400 bilhões; quando eles saíram, ela valia menos de R$100 bilhões. Quase quebraram essa empresa por uma série de fatores – e boa parte deles a polícia está explicando. Eles vêm aqui e negam que isso aconteceu, mas, então, de onde está vindo o dinheiro que estão devolvendo para a Petrobras? O Ministério Público já conseguiu devolver quase R$10 bilhões. Surgiu do nada? Se ele não havia sido desviado, de onde vem o dinheiro? Então, não bate a conta.

    Por que eu não deixo de falar, Senador Ataídes? Porque nós precisamos fazer o contraponto. Eu não faço desta tribuna um batente de ataque, mas eu faço um de contra-ataque, porque a população brasileira precisa saber. A Presidente Dilma saiu por que do cargo? Ela saiu do cargo, porque cometeu crime. Que crime? Ela cometeu crime orçamentário, crime administrativo gravíssimo previsto na Constituição.

    A morte de Jota Barreto faz parte dos resultados desses crimes. Às vezes, a pessoa fala: "Senadora Ana Amélia, foi só uma infraçãozinha." Não! Milhares de brasileiros morreram por isso.

    Concedo-lhe a palavra, Senadora.

    A Srª Ana Amélia (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RS) – Na linha dessa questão do acidente que aconteceu, um acidente fatal, esse é um de milhares. A questão das mortes no trânsito brasileiro, por deficiência das rodovias – claro, em alguns aspectos, muitos pela irresponsabilidade de motoristas –, se agrava. V. Exª falou do problema da Lei de Responsabilidade Fiscal, do crime de responsabilidade que foi a causa do afastamento, por impeachment, da ex-Presidente, mas o que foi feito na Petrobras com o aprisionamento dos preços, a retenção dos preços? Por interesse eleitoral...

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – E no setor elétrico.

    A Srª Ana Amélia (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RS) – ... seguraram os preços, durante um tempo insuportável para qualquer empresa, Senador Ataídes. Então, quando o dólar estava lá em cima, o preço estava alto, e eles mantiveram artificialmente os preços da Petrobras. Quem é que está pagando essa conta e essa herança agora? Os caminhoneiros. Pelos reajustes que a Petrobras vem dando, e não poderia ser de forma diferente agora, quem está pagando a conta é quem mais precisa. Todos os transportadores estão apavorados com esses aumentos, praticamente toda semana, do óleo diesel. Isso afeta e impacta negativamente o custo final dos produtos. Num ano em que tivemos uma safra agrícola extraordinária, Senador Medeiros, que é do Mato Grosso e conhece bem a realidade, em que fomos abençoados pela ajuda de São Pedro e também pelo dólar subindo, o que é um ganho para o agricultor, há uma perda para um setor importante e dinâmico que é o transporte rodoviário, que ainda predomina no nosso País. Então, os caminhoneiros estão sofrendo, pagando essa conta. É bom lembrar. Por que isso está sendo pago agora? Por que esses preços estão sendo reajustados com tanta rapidez? Por conta da irresponsabilidade administrativa que tomou conta, de assalto, a Petrobras, no famoso processo da Lava Jato e do mensalão, que praticamente engolfou a grande estatal brasileira do petróleo. Apenas faço este aparte, Senador Medeiros, porque V. Exª traz um tema que permite ampliar a interpretação para todos os impactos – não apenas o grave acidente que matou um amigo seu, mas também o impacto na economia dessa irresponsabilidade na retenção dos preços dos derivados do petróleo, ao longo da administração passada.

    O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Social Democrata/PSDB - TO) – Senador Medeiros, V. Exª me permite?

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Sim, por favor.

    O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Social Democrata/PSDB - TO) – Eu gosto de números. Nós estamos aqui...

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Hoje é dia de debates, por favor.

    O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Social Democrata/PSDB - TO) – ... batendo um papo.

    Quando o governo petista assumiu a Petrobras, ela tinha uma dívida bruta abaixo de R$40 bilhões. A Petrobras, naquela época, valia algo em torno de R$280 bilhões. Em 31 de agosto de 2016, quando a Presidente Dilma deixou o Governo, ela deixou uma dívida de R$510 bilhões na Petrobras. Então, quando você quer fazer uma análise mais apurada, basta você ver o que aconteceu. Eu falei sobre a dívida pública geral do Governo e agora estou falando sobre a dívida da nossa querida Petrobras, em que deixaram uma dívida de R$510 bilhões com um valor de patrimônio em torno de R$130 bilhões a R$140 bilhões. Esse competente executivo Pedro Parente praticamente organizou – praticamente, não, ele organizou –, viabilizou, e hoje nós estamos com rentabilidade. Você viu agora que são praticamente R$7 bilhões de lucro nesse primeiro trimestre. Então, quando você vai falar de uma empresa como essa, veja os números, porque os números não mentem. O resto é balela.

    Mais uma vez, agradeço a V. Exª.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – V. Exª, na verdade, trouxe luz a esse debate com os números.

    Vale lembrar, Senadora Ana Amélia, que, ontem, a Petrobras, devido a esse saneamento que o Senador...

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – ... Ataídes colocou aqui, bateu recorde da sua história de valor no mercado. A empresa, que estava quase quebrando, agora voltou aos patamares...

    Eu comecei a pensar aqui: "Por que estão tão nervosos e, todo dia, sobem aqui e falam da Petrobras?" Eu descobri por quê. É porque essa Bancada do atraso se alimenta do caos. O projeto deles sempre foi em cima do caos. Sempre precisaram de um vilão para que pudessem se abastecer e fazer a crítica. Então, começaram a bater na Petrobras por quê? Porque eles precisam do caos. Com a Petrobras quebrada, eles poderiam continuar fazendo o discurso. Agora, não! Estão muito nervosos para quê? Para que as pessoas não vejam que a Petrobras recobrou o seu patrimônio. Ela bateu o recorde da sua história de valor de mercado. Recuperou-se. Como V. Exª disse, este executivo a colocou nos trilhos. Por isso, estão tão nervosos e querem fazer o quê? Querem fazer uma cortina de fumaça para não deixar que os brasileiros vejam que a empresa se recuperou.

    Sim, Senadora.

    A Srª Ana Amélia (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RS) – Há uma frase, Senador: se essa Bancada da oposição tivesse administrado o País com a mesma eficiência com que faz oposição, aí, sim, o Brasil teria resolvido muitos dos seus problemas.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Muito bem, Senadora Ana Amélia. Esse tuíte falado de V. Exª merece ser destacado, porque é uma realidade.

    Senador Ataídes, volto e remeto ao meu Estado. A Presidente, representante da Bancada do atraso, esteve na Bolsa de Valores, e os mato-grossenses, como se tivessem ganhado na Mega-Sena da Virada, vibraram quando ela disse: "A estrada vai ser duplicada, e o pedágio vai ser muito barato, porque nós vamos fazer uma concessão híbrida." Aí eu perguntei para um amigo meu muito espirituoso e muito informado, como V. Exª, sobre os números: "O que é uma concessão híbrida?" Na hora, eu não me toquei. Ele falou: "Isso se chama privatização envergonhada." E realmente o foi. Eles disseram o seguinte, Senador Ataídes: "Nós vamos duplicar 800km da BR-163; uma parte dela é o DNIT que vai fazer" – isso era para dizer que o Estado ainda estava ali – "e a outra parte vai ser feita pela iniciativa privada." Quando a iniciativa privada, a Odebrecht, fizesse 10% da duplicação, ela já poderia construir os pedágios. A Odebrecht fez esses 10% num tiro, rapidinho. Como o DNIT estava sem aporte, sem recurso – já estava na derrocada –, as obras até hoje não saíram! Agora, o DNIT as retomou, mas, no período Dilma, estavam paradas as obras. Esse trecho que não está duplicado lá é um dos trechos que ficou parado. O Deputado Jota Barreto morreu, nesta noite, num desses trechos que ficou parado, lá no lugar da concessão híbrida, na parte que cabia ao DNIT, portanto. Como veio a Lava Jato, a Odebrecht ficou sem recursos. Não foi feito o aporte de recursos, e não mandaram mais nem um centavo para lá. E 3 bilhões resolveriam aquilo lá e zerariam as mortes por colisões frontais, pois lá uma carreta de 100 toneladas, praticamente, passa a 40cm dos carros. O que aconteceu com isso? Parou tudo! As obras pararam lá!

    E, Senador Ataídes, é por isso...

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – ... que eu venho aqui sempre para lembrar os mato-grossenses. A estrada não saiu por causa desse governo representante da Bancada do atraso, Senador Ataídes, que dizia e que ainda diz que vai fazer um projeto de desenvolvimento, que vai fazer o País gastar mais. Senador Ataídes e quem nos assiste, eu gostaria que vocês fizessem esta conta. O Senador Ataídes disse: "O Brasil tinha uma dívida de 800 bilhões e, quando eles saíram do governo, devia quase 4 trilhões". São 4,270 trilhões! Vejam bem! E eles estão falando – agora mesmo, saíram daqui dizendo isso – em gastar mais. É como se houvesse uma fonte, um moto-contínuo do dinheiro.

    Para que os mato-grossenses de Jaciara, de Nova Mutum, de Lucas do Rio Verde, de Sinop saibam para onde estava indo o dinheiro, ele estava em Angola, na Venezuela e em Cuba. Em Angola, Senador Ataídes, tiveram o desplante de "emprestar" 100 milhões – "emprestar", entre aspas, porque acabamos de receber o calote – para construir uma mansão. De quem era essa mansão? Da mãe do Presidente de Angola. Com 100 milhões, Barreto estaria vivo; estaria duplicada a rodovia; estaria a BR-153 completa. Lá, naquela rodovia, precisavam só de 3 bilhões. Gastaram com esses países – e o calote que vamos levar – mais de 50 bilhões.

    Agradeço a V. Exª por trazer esses números tão claros hoje para o brasileiro saber...

    O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Social Democrata/PSDB - TO) – Mais um número, Senador.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Sim.

    O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Social Democrata/PSDB - TO) – A respeito da duplicação, da concessão que foi feita lá na sua rodovia, V. Exª se esqueceu de dizer que 85% de todo o orçamento para a duplicação dessa estrada eram mantidos pelo BNDES. Olhem o grau de irresponsabilidade desse governo: dava uma concessão de duplicação de uma estrada em que 85% do custo dessa obra eram mantidos pelo BNDES com juros subsidiados, em que a empresa colocava as máquinas, fazia ali um trecho de 10km, o que não representa absolutamente nada, e já poderia começar a cobrar os pedágios. É uma coisa absurda a irresponsabilidade desse governo!

    Estou há mais de um ano e meio sem tocar nesse assunto, mas hoje eu não suportei, vendo V. Exª trazer esse assunto e vendo o outro Senador, conforme disse V. Exª, da Bancada fracassada, colocando...

    E aí vem um outro número muito importante para nós. De 2009 a 2015, os subsídios fornecidos por esse governo anterior causaram um prejuízo ao BNDES de R$123 bilhões. Então, quando V. Exª começa a falar de números e trazer isso à tona, percebe-se por que o Brasil, hoje, está vivendo um caos. Por que é que o nosso povo hoje está pagando por essa recessão, por essa falta de investimento? Porque fizeram a coisa errada no passado.

    Retorno novamente a palavra a V. Exª.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Muito obrigado, Sr. Presidente.

    E já me encaminhando para o final, este contraponto aqui remete a fazermos algumas perguntas, Senador Ataídes. O Senador que me antecedeu, que pertence à "bancada do atraso", disse o seguinte: o Presidente que está preso vai entrar e vai retomar o crescimento, vai fazer o Brasil voltar a crescer. Então por que parou de crescer, Senador Ataídes, já que eles estavam no comando? Por que parou?

    Esses dias eu perguntei...

    O SR. PRESIDENTE (Ataídes Oliveira. Bloco Social Democrata/PSDB - TO) – Houve uma retração, é bom que se diga. Houve uma retração de 3,8 em 2015 e mais de 3% em 2016. Retração na economia. Ou seja, no governo final deles ali, o Brasil deu marcha a ré. É bom que se diga isso também, não é?

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Correto.

    E aí, Senador Ataídes, há poucos dias disseram o seguinte: não, o País parou de crescer por causa das pautas bomba de Eduardo Cunha. Falácia. Falácia, Senador Ataídes. O País vinha se arrastando por causa... E V. Exª mostrou para o Brasil hoje aqui. Por que é que o Brasil chegou a esse ponto? Porque gastaram R$4,270 trilhões. Fizeram uma dívida de R$4 trilhões. Os players internacionais começaram a desconfiar, começaram a rebaixar as notas do País, e quem entende de mercado falou: "O quê? Não vou investir." As pessoas começam a não investir, começam a desempregar. Foi aí, está explicado, V. Exª matou, mostrou para o Brasil hoje.

    O que acontece, Senador Ataídes? Essas coisas todas, que eles simplesmente minimizam aqui, o que eu quero dizer é o seguinte: causam mortes a rodo nos hospitais, no trânsito e em tudo que é lugar.

    E aí vêm me dizer aqui de uma história de Estado social. Eu vou falar o que é esse Estado social, Senador Dário Berger, Senadora Ana Amélia, o que esse Estado social deles fez no vizinho país da Venezuela. Aquele paraíso que a política dessa bancada do atraso, essa política que eles querem implantar no País é a mesma que queriam implantar em toda a América Latina, na Argentina, no Equador, na Colômbia. E implantaram com todo sucesso na Venezuela. E qual o resultado prático para o povo? Fome. Fome.

    Esses dias um Senador estava aqui dizendo: "O brasileiro voltou a cozinhar no fogão a lenha." Eu cocei a língua para perguntar: meu irmão, dê graças a Deus, porque se vocês permanecessem no governo, não haveria como cozinhar em lugar nenhum, porque não haveria comida.

    A Venezuela está vindo toda para Roraima. A Governadora Suely Campos não sabe mais o que fazer, Senador Ataídes. Esse é o lugar onde estaríamos, ou aonde estaríamos chegando se não tivesse ocorrido o impeachment.

    Então, Senador Ataídes, Tocantins deve ter muito orgulho de V. Exª, porque antes de qualquer pessoa, V. Exª subiu aqui a esta tribuna falando que era necessário fazer o impeachment pelos desmandos que eles estavam fazendo. V. Exª foi um dos primeiros a combater. V. Exª foi tachado de doido aqui, porque trouxe em primeiro lugar números como esses. E sempre um homem à frente do seu tempo é tachado de doido, sim, Senador Ataídes. O que é que aconteceu? Olha o resultado lá nas praças de Boa Vista: as pessoas morrendo de fome.

    Senador Ataídes, por que nós devemos – e eu conclamo V. Exª a voltar a fazer o contraponto – combater o discurso da mentira? Para que o nosso povo não seja enganado, porque o nosso povo está trabalhando, e o discurso deles é tão forte que, ontem, um Parlamentar me dizia: até eu já estou acreditando que eles são inocentes. Eles batem na mesma tecla todos os dias, eles fazem a mentira valer. É o mesmo sistema que o publicitário de Hitler fazia: conte uma mentira dez, cem, mil vezes, e ela vai acabar virando verdade. E todos os dias eles vêm aqui e dizem que o desemprego é de agora.

    Senador Ataíde, deixaram 13 milhões de desempregados, segundo os números, porque o Senador Ataídes também já veio aqui, Senadora Ana Amélia, e disse que não era esse número. Eles deixaram mais de 20 milhões de desempregados.

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Eu não vou destrinchar aqui porque, uma hora, ele vai fazer essa reprise para o povo brasileiro saber. Os desalentados não entravam nos números deles. As pessoas que já tinham parado de procurar emprego, embora estivessem desempregadas, não entram nos números.

    Então, o número era bem maior.

    Agora, eles vêm aqui, enchem a boca e dizem que o desemprego está grassando, que as pessoas voltaram a cozinhar no fogão a lenha.

    Então, nós precisamos ser arautos, atalaias nesta torre e dizer: isso não é verdade, porque os discursos têm sido só sofismas.

    Fechando, Senador Ataídes, eu vi certa vez uma entrevista com o ex-Presidente, quando eles estavam querendo fazer a reforma da Previdência. Aliás, eles fizeram uma, e quem discordou foi expulso do Partido: Heloísa Helena, Babá e tantos outros. Nessa entrevista, Senadora Ana Amélia, ele disse o seguinte, defendendo a reforma da Previdência que eles queriam fazer em 2015, com aquela voz peculiar que é dele, sobre a Lei Eloy Chaves, que havia instituído a Previdência:

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – "Quando a Lei Eloy Chaves foi feita, o brasileiro morria com 30, 40 anos. Eu mesmo já estou com 70. Então, é preciso fazer uma reforma da Previdência, senão ninguém vai conseguir, daqui uns dias, pagar, porque é mais gente para receber do que para trabalhar".

    Desse jeito, ele disse. Está no YouTube. O tom de voz é um pouco diferente, obviamente. Mas ele disse isso, defendia com unhas e dentes. E eles estavam começando a defender aqui.

    E mais: queriam, além disso, uma CPMF.

    De repente, Senador Ataídes, terminou o governo, e eles começaram a dizer que queriam acabar com os trabalhadores, com o Estado social. Mas, Senador Ataídes, no último ano, eles já tinham cortado R$10 bilhões da educação. Eu fui lá no Mercadante, um dia, e ele falou: se eu não andar direito aqui, eu não pago luz aqui neste Ministério.

    Quanto aos programas sociais todos, de que eles se jactam de serem os donos, 87% deles foram cortados naquele ano.

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Fies, Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, Ciência sem Fronteiras, tudo. Eles pularam, no outro dia, subiram aqui e já falavam que esses cortes já eram do novo Governo.

    Eu não sou procurador do Governo, sou de um Partido de oposição ao atual Presidente, mas, Senador, não se podem fechar os olhos à verdade. E por que isso? Por que eu faço este contraponto? Para que não volte o nosso povo a ser enganado, porque o que essa bancada do atraso quer é voltar a ser dono.

    Quando você está no poder – eu estou Senador, V. Exª está Senador, esse cargo pertence a Tocantins, esse cargo pertence a Santa Catarina, a Rio Grande do Sul, a Mato Grosso –, eventualmente nós estamos nesse cargo, mas essas pessoas não, Senador Dario Berger. Elas vêm para cá e se adonam do Estado e se mostram assim: "O Estado sou eu, eu e meu Partido".

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – E, mais, Senador Ataídes: eles agora começam um discurso muito perigoso, é de dividir para governas, é de dividir a sociedade, de criar o ódio apesar de que eles falam que o ódio é dos outros, mas preste atenção no tom, Senador Ataídes, de cada um que sobe aqui, é um tom rançoso, é um mau sentimento.

    A Senadora Ana Amélia, há poucos dias, Senador Ataídes, ela foi realmente vítima de uma bateria de injustiças. Olha, eles colocaram os robozinhos no Twitter para chamá-la de tudo o que é nome, uma Senadora respeitada, uma Senadora respeitada no País inteiro, mas por quê? Com ódio de madrasta porque ela, com a facilidade que tem – é um dom que ela tem e se especializou por ter sido âncora por muito tempo –, consegue concatenar, tem uma cabeça muito organizada, um raciocínio muito rápido e ela tem mostrado...

    Por que eles subiram aqui? Tentaram rotular" Com ódio de madrasta mesmo, tentaram rotular a Senadora Ana Amélia, que a Senadora Ana Amélia era quem estava espalhando o ódio e tentaram inclusive, naquele incidente que está mal explicado ainda dos tiros, reputar, jogar para a Senadora Ana Amélia.

    Então, a estratégia, Senador Ataídes, é sórdida. É a seguinte: irritar, mas eles já irritam. Preste atenção no tom.

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Eu quero que os brasileiros prestem atenção no tom de cada um deles que sobem aqui, é um tom colocando irritação, colocando a arenga, jogando a população contra quem... Não é contra os argumentos, Senador Dário Berger, que eles se insurgem, não é contra os argumentos do Senador Ataídes, não é contra os números do Senador Ataídes, é contra o Senador Ataídes, é querer destruir o Senador Ataídes, querer destruir a Senadora Ana Amélia, quer desconstruir. E sabe de quem era essa estratégia? Essa era a estratégia do fascismo.

    Mas o que eles fazem? Eles atuam dessa forma atuam dessa forma e chamam os outros de fascistas. Então, irritem, rotulam e, depois, num determinado momento, quando levam uma sapatada aí vem para cá falar, fazem cara de coitados, parecem aquele gatinho do desenho Shrek, olhando e pedindo.

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Então, Senador Ataídes, é uma estratégia sórdida que nós precisamos começar a desmascarar e mostrar aos brasileiros, usar essa sua competência contábil para dizer: "Olha, os números são esses", usar a facilidade de raciocínio que tem a Senadora Ana Amélia para desmascará-los porque não é contra eles, é a favor do povo brasileiro. As pessoas precisam saber. 

    Muito obrigado, Senador Ataídes, mais uma vez encerrando esse discurso, lamentando que mais dois mato-grossenses morreram vítimas dessas políticas de 13 anos de irresponsabilidades que foram feitas.

    Muito obrigado, Senador Ataídes.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/05/2018 - Página 31