Discurso durante a Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Breve histórico sobre a vida pessoal, social e profissional de S. Exª.

Satisfação com a renovação política, por assumir a presidência da Comissão Agrária, e posicionamento sobre a relação do agronegócio com o meio ambiente.

Autor
Soraya Thronicke (PSL - Partido Social Liberal/MS)
Nome completo: Soraya Vieira Thronicke
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Breve histórico sobre a vida pessoal, social e profissional de S. Exª.
MEIO AMBIENTE:
  • Satisfação com a renovação política, por assumir a presidência da Comissão Agrária, e posicionamento sobre a relação do agronegócio com o meio ambiente.
Outros:
Publicação
Publicação no DSF de 15/02/2019 - Página 63
Assuntos
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Outros > MEIO AMBIENTE
Outros
Indexação
  • REGISTRO HISTORICO, VIDA, ORADOR.
  • AGRADECIMENTO, INDICAÇÃO, PRESIDENTE, COMISSÃO AGRARIA, COMENTARIO, AGRICULTOR, PRODUTOR RURAL, INTERESSADO, PRESERVAÇÃO, MEIO AMBIENTE, LEITURA, TEXTO, AUGUSTO NUNES, JORNALISTA, ASSUNTO, POLITICA DO MEIO AMBIENTE.

    A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PSL - MS. Para discursar.) – Sr. Presidente, senhoras e senhores, Srs. Senadores, servidores desta Casa, é com muita alegria que eu subo pela primeira vez na tribuna. Mas antes de qualquer coisa, eu preciso agradecer a Deus, agradecer à minha família, agradecer ao meu marido, à minha filha, ao meu sócio e, sem sombra de dúvida, agradecer a todos os voluntários da nossa campanha, da campanha do PSL.

    Eu sempre disse, Sr. Presidente, durante a campanha, que os outros candidatos tinham funcionários, mas nós tínhamos voluntários. E nós fizemos a campanha do maior voluntariado da história deste País. Então, essas pessoas merecem, essas pessoas participaram, elas são parte desta eleição, elas são parte desta Casa. Essas pessoas estão sentadas em cada cadeira nova em que aqui se senta. Então, primeiramente, a minha palavra é de gratidão, gratidão não por mim, porque não estou aqui por mim. Eu estou aqui por uma missão, pelo Brasil, e eu sou só uma parte dessa missão. Então, não é por mim, mas pelo Brasil. Então, é uma grande honra para mim falar nesta tribuna.

    Eu sou casada, eu tenho uma filha, eu sou advogada, e a política para mim nunca foi um projeto de vida. Eu nunca imaginei estar aqui. Então, tornei-me candidata à Senadora da República pelo PSL, partido do nosso Presidente Bolsonaro, que foi a pessoa que me inspirou e que trouxe pela primeira vez na minha vida a certeza de que algo iria mudar.

    Nós reclamamos muito, todos nós sabemos reclamar, e eu resolvi sair da fila dos que reclamam para entrar na fila dos que fazem. Posso errar, vou acertar, vou errar, mas, de uma forma ou de outra, eu entrei para a turma dos que fazem alguma coisa. Então, se a gente não faz nada, não adianta reclamar e não adianta criticar também.

    Eu percebi, nesses anos todos de participação nos movimentos democráticos de rua e até pela minha atuação profissional, que eu poderia, sim, ajudar este País, porque é muito importante, Senador Eduardo Girão, Alessandro, os novos... Eu já disse isto uma vez: protestar é importante, mas não é suficiente. Tudo que a gente faz e fez nos movimentos de rua durante todos esses anos nos mostrou que é preciso ter a caneta.

    Por isso, hoje, como Presidente do PSL do Mato Grosso do Sul, até mais uma vez, homenageando Magno Malta, porque é o objetivo dele agora trazer aquelas pessoas que não são da política... Nos partidos, é difícil quem não é da política ter algum espaço. Porém, no PSL do Mato Grosso do Sul, o espaço principal vai ser dado para quem não é da política, sem esquecer a sabedoria dos antigos, a sabedoria dos que já estão há muito tempo. Há muita gente boa, como eu havia dito, mas a prioridade vai ser para os novos.

    E, agora, hoje, para mim, é um dia muito importante, porque eu assumo a Presidência da Comissão Agrária. Então, para mim, é uma honra ter sido indicada pelo nosso partido.

    Na verdade, eu quero até trazer uma leitura. A minha ideia, desde o princípio, foi trazer o novo mote do agro: a interação com o meio ambiente. Nós passamos por um tempo de bem e de mal. Os agricultores, os produtores rurais foram demonizados durante muito tempo e são eles os maiores interessados na preservação do meio ambiente. Então, o Augusto Nunes, jornalista, fez a leitura do texto Farms here, Forests there. E eu acho esse texto bem pontuado naquilo que eu creio que será a nova vertente do agro com o meio ambiente. Então, ele diz o seguinte:

Nada é mais cômodo do que viver convencido de que certas coisas não podem ser discutidas, pois são a verdade em estado definitivo. É o que está acontecendo hoje com a questão ambiental pelo mundo afora – especialmente no [nosso] Brasil.

Ficou decidido pela opinião pública internacional e nacional que o Brasil destrói cada vez mais as suas florestas – por culpa da agropecuária, é claro. Terra que gera riqueza, renda e imposto é o inferno. Terra que não produz nada é o paraíso. Fim de conversa.

Os fatos mostram o contrário, mas e daí? [E daí se noticiam mentiras e as pessoas caem nessas mentiras?] Quanto menos fatos alguém tem a seu favor, mais fortes ficam as suas opiniões [e os seus argumentos].

Ninguém imagina, pelo que se vê e lê todos os dias, que a área de matas preservadas no Brasil é mais do que o dobro da média mundial. Nenhum país do mundo tem tantas florestas quanto o Brasil – mais que a Rússia, que tem o dobro do seu tamanho, e mais que Canadá e Estados Unidos juntos. Só o Parque Estadual da Serra do Mar, em São Paulo, é duas vezes maior que a maior floresta primária da Europa, na Polônia.

Mais que tudo isso, a agricultura brasileira ocupa apenas 10% [...] [do] território nacional [isso é muito importante frisar e não é passado para a população. Essa parte da agricultura] – [...] produz mais, hoje, do que produziu nos últimos 500 anos. Não cresce porque destrói a mata. Cresce por causa da tecnologia, da irrigação, do maquinário de ponta [que hoje nós temos e que com certeza teremos cada vez mais]. Cresce [acima de tudo] pela competência [...] [das pessoas que trabalham no agronegócio, os produtores rurais, os trabalhadores rurais].

Como a agricultura poderia estar ameaçando as florestas se a área que cultiva cobre só 10% do país – ou tanto quanto as terras reservadas para os assentamentos da reforma agrária? Mais: os produtores conservam dentro de suas propriedades, sem nenhum subsídio do governo, áreas de vegetação nativa que equivalem a 20% da superfície total do Brasil. Não faz nenhum sentido [é muita falácia o que a gente escuta e em que as pessoas, infelizmente, acreditam].

Não se trata, aqui, [Sr. Presidente,] de dados da "bancada ruralista" – [esses dados] foram levantados, computados e atualizados pela Embrapa, com base no Cadastro Ambiental Rural, durante o governo de Dilma. São mapas que resultam de fotos feitas por satélite. [Então,] são também obrigatórios – os donos não podem vender suas terras se não estiverem com o mapeamento e o cadastro ambiental em ordem.

Do resto do território, cerca de 20% ficam com a pecuária, e o que sobra não pode ser [nem] tocado. Além das áreas de assentamentos, são parques e florestas sob controle do poder público, terras indígenas, áreas privadas onde é proibido desmatar [...] [e por aí vai]. Resumo da ópera: mais de dois terços de toda a terra existente no Brasil são "áreas de preservação" [isso ninguém diz].

O fato, provado por fotografias, é que poucos países do mundo conseguem tirar tanto da terra e interferir tão pouco na natureza ao redor dela quanto o Brasil. Utilizando apenas um décimo do território, a agricultura brasileira de hoje é provavelmente o maior sucesso jamais registrado na história econômica do [nosso] país.

A última safra de grãos chegou a cerca de 240 milhões de toneladas – oito vezes mais que os 30 milhões colhidos 45 anos atrás. Cada safra dá para alimentar cinco vezes a população brasileira; nossa agricultura produz, em um ano só, o suficiente para 1 bilhão de pessoas.

O Brasil é hoje o maior exportador mundial de soja, açúcar, suco de laranja, carne, frango e café. É o segundo maior em milho e está nas cinco primeiras posições em diversos outros produtos.

O cálculo do índice de inflação teve de ser mudado para refletir a queda no custo da alimentação no orçamento familiar, resultado do aumento na produção. A produtividade da soja brasileira é equivalente à dos Estados Unidos; são as [duas] campeãs mundiais.

Mais de 60% dos cereais brasileiros, graças a máquinas modernas e a tecnologias de tratamento do solo, são cultivados atualmente pelo sistema de "plantio direto", que reduz o uso de fertilizantes químicos, permite uma vasta economia no consumo de óleo diesel e resulta no contrário do que nos acusam dia e noite – diminui a emissão de carbono que causa tantas neuroses no Primeiro Mundo.

Tudo isso parece uma solução, mas no Brasil é um problema. Os países ricos defendem ferozmente seus agricultores. Mas acham, com o apoio [...] [de certas classes, sem generalizar jamais, artistas, intelectuais, ambientalistas,] que aqui eles são bandidos.

A consequência é que o brasileiro aprendeu a apanhar de graça. Veja-se o caso recente do Presidente Michel Temer – [que] submeteu-se à humilhação de ouvir um pito dado em público por uma primeira-ministra da Noruega, pela destruição das florestas no Brasil, e [infelizmente ele] não foi capaz de citar os fatos mencionados [...] [que eu acabei de dizer] para defender o País que [...] [presidia, à época]. Não citou porque não sabia, como não sabem a primeira-ministra e a imensa maioria dos próprios brasileiros. [E isso nós vamos mudar, daqui para a frente, comigo na Presidência da CRA, junto com o Senador Heinze, que é o Vice-Presidente, e os demais membros – a quem parabenizo e agradeço por terem vindo conosco. O pior de tudo é que] ninguém [...] está interessado em informação.

    Infelizmente, o que é negativo fala mais alto na mídia. Temos as informações, porém as manchetes falam mais alto. Uma manchete construída com um viés apimentado, com maldade, fala tudo, infelizmente!

Em matéria de Amazônia, "sustentabilidade" e o mundo verde em geral, prefere-se acreditar em [...] alguma artista de novela que não saberia dizer [nem] a diferença entre o Rio Xingu e a Serra da Mantiqueira. É automático. "Estrangeiro bateu no Brasil, nesse negócio de ecologia? Só pode ter razão." [As pessoas, os próprios brasileiros, dão razão ao que escutam de lá de fora].

Nada explica melhor esse estado de desordem mental do que a organização Farms Here, Forests There (fazendas aqui, florestas lá), atualmente um dos mais ativos e poderosos lobbies na defesa dos interesses da agricultura americana. Não tiveram nem a preocupação de adotar um nome menos agressivo – e não parecem preocupados em dar alguma coerência à sua missão de defender "fazendas aqui, florestas lá".

Sustentam com dinheiro e influência política os Green-peaces deste mundo, inclusive no Brasil. Seu objetivo é claro. A agropecuária deve ser atividade privativa dos países ricos [é o que eles pregam] – ou então dos mais miseráveis, que jamais lhes farão concorrência e devem ser estimulados a manter uma agricultura "familiar" ou de [apenas] subsistência, com dois pés de mandioca e uma bananeira, como querem [agora, eu vou pedir perdão, eu nasci em berço católico, mas é como querem plantar muitos] bispos da CNBB e os inimigos do "agronegócio".

Fundões como o Brasil não têm direito a criar progresso na terra. Devem limitar-se a ter florestas, não disputar mercados e não perturbar a tranquilidade moral das nações civilizadas, ecológicas e sustentáveis. E os brasileiros – vão comer o quê? Talvez estejam nos aconselhando, como Maria Antonieta na lenda dos brioches: "Comam açaí".

    E eu amo açaí – esse foi apenas o comentário desse jornalista para vocês compreenderem o sentido.

    Senhoras e senhores, a lucidez desse texto é tamanha que dispensa a exposição de mais dados sobre o agronegócio.

    Fato é que o que vimos nos últimos anos foi um grave desprestigio ao setor produtivo nacional, calcado em mentiras difundidas por pseudoambientalistas, geralmente patrocinadas por lobistas nocivos, que recalcitram em admitir a grande verdade: o agronegócio é o pilar da nossa grande Nação, da nossa economia, do nosso Brasil, que é o celeiro do mundo.

    Dói dizer que a corrupção instalada no Brasil debilitou o crescimento da produção agrícola e da pecuária, além de ocasionar um expressivo aumento do custo da produção, mas é na adversidade que encontramos a luz. E eu me dedicarei durante todo o meu mandato a lutar pela nossa joia, promovendo o agronegócio, entregando o que a sociedade tanto almeja, que é um Brasil justo e honesto. "O pessimista vê dificuldade em cada oportunidade; o otimista vê oportunidade em cada dificuldade", disse Winston Churchill. E eu repito aqui o que nós pessoas de bem, brasileiros de bem, dizemos: a corrupção está com os dias contados.

    Eu quero andar de braços abertos com o Presidente da Comissão de Meio Ambiente, Senador Fabiano Contarato, porque nós, de uma vez por todas, iremos nos unir e mostrar que meio ambiente e agronegócio caminham juntos, unidos e que todos os produtores rurais têm o maior interesse, são os maiores preservadores do meio ambiente.

    Muito obrigada, Sr. Presidente, pela oportunidade.

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PSDB - DF) – Parabenizo o pronunciamento de V. Exa.

    A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PSL - MS) – Obrigada.

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PSDB - DF) – O último orador inscrito é o Líder Senador Girão.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/02/2019 - Página 63