Discurso durante a 102ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre texto da jornalista Eliane Cantanhêde, publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo, intitulado "O capitão bate na mesa".

Autor
Jorge Kajuru (PSB - Partido Socialista Brasileiro/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
IMPRENSA:
  • Considerações sobre texto da jornalista Eliane Cantanhêde, publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo, intitulado "O capitão bate na mesa".
Publicação
Publicação no DSF de 26/06/2019 - Página 14
Assunto
Outros > IMPRENSA
Indexação
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O ESTADO DE S.PAULO, REFERENCIA, ATUAÇÃO, GESTÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, JAIR BOLSONARO, GOVERNO FEDERAL, ELEIÇÃO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO. Para discursar.) – Brasileiros e brasileiras, minhas únicas vossas excelências, meus únicos patrões; Pátria amada; Sras. e Srs. colegas de trabalho, respeitosos; e estimado amigo que tanto admiro, Senador gaúcho Lasier Martins, presidindo a sessão; eu vou reproduzir aqui um texto da notável jornalista Eliane Cantanhêde, publicado hoje pelo jornal O Estado de S. Paulo, com o título "O capitão bate na mesa". E por que faço isso?

    Na última sexta-feira, tive o privilégio de ficar, por quase três horas, com o Presidente da República, Jair Bolsonaro, em seu gabinete, conversando de tudo, em especial – ao entregar a ele o meu projeto de lei, e não decreto – sobre armamento, sobre armas nas mãos dos brasileiros e brasileiras, um projeto de uma forma mais leve e que principalmente não tenha a potência das armas, até então, que ficariam nas mãos de pessoas despreparadas. Fiquei muito orgulhoso, pois o Presidente leu o projeto e disse: "Se não passar na Câmara, o seu projeto, Kajuru, será o meu. Ele me contempla em quase 100%".

    Mas volto ao artigo de hoje no jornal O Estado de S. Paulo, pela brilhante Eliane, colega – aspas –:

Enquanto novas pesquisas de popularidade não vêm, o Presidente Jair Bolsonaro bateu na mesa, mostrou aos generais quem manda, [...] engrenando uma segunda, na contramão do que dissera na campanha, [...] [mas deixando] claro que vai disputar a reeleição.

Os ambientes e a oportunidade do lançamento à reeleição foram escolhidos a dedo: na cidade onde cresceu, a pequena Eldorado (SP), e na Marcha para Jesus, na capital paulista. Dos 57 milhões de votos que Bolsonaro teve, em torno de 22 milhões são atribuídos aos evangélicos. As imagens só poderiam ser o que foram: festa, aplausos, apoio emocionado.

Quanto à oportunidade: quando o Governador João Doria começa a botar as manguinhas de fora, o Ministro Sergio Moro está na palma da mão do Presidente e o Vice Hamilton Mourão anda quieto como nunca. Detalhe: Bolsonaro falou em reeleição dele, não da chapa dele. Assim, demarcou território, botou os potenciais adversários nos devidos lugares e jogou a isca para seus eleitores e seu rebanho.

    Agora saio um pouco do texto da jornalista Eliane para dizer que, a meu ver, é inconcebível se cogitar como candidato à Presidência da República um cidadão como João Doria, o Governador de São Paulo. O Brasil não pode ter jamais no seu comando um oportunista, um picareta social e um antipatriota.

    Volto, para concluir, à coluna de Eliane Catanhêde hoje, no O Estado de S. Paulo. Escreve ela, aspas:

Demite um general daqui, outro dali, o Capitão Presidente está preocupado mesmo é com sua base eleitoral, incluídas as tropas, não os chefes militares. Quando o General Santos Cruz (defenestrado da Secretaria de Governo) acusou o Governo de ser “um show de besteiras”, [...] Bolsonaro deu de ombros.

Personagem central já na campanha, o também General Augusto Heleno tinha a missão de dar conselhos, segurar os excessos e corrigir erros do Presidente como a tal base militar dos Estados Unidos. Era assim. Agora, Bolsonaro manda, Heleno escuta. Para completar, Bolsonaro empurrou o General Floriano Peixoto para os Correios e pôs no seu lugar na Secretaria-Geral da Presidência o Major PM Jorge Oliveira, amigão da família e ex-assessor do gabinete do "03", Deputado Eduardo Bolsonaro. Trocar um general do Exército por um major da PM na mesma função é esquisito, mas o Presidente deu seu recado: o Governo é dele, ele manda.

Outra mudança curiosa foi na articulação política: sai o Deputado e Chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, entra o General de quatro estrelas da ativa Luiz Eduardo Ramos, outro amigão do Presidente. Ninguém aposta um tostão furado na permanência de Onyx por muito tempo no Planalto.

O Ministro, porém, não tem do que reclamar. Diferentemente do General Juarez Cunha e do economista Joaquim Levy, ele não foi demitido pela imprensa [publicamente]. E, diferentemente dos Generais Santos Cruz e Franklimberg de Freitas, ex-Funai, nem mesmo foi demitido. Vai ficando, comemorando a troca da articulação política pelo PPI, o Programa de Parceria de Investimentos, bem estruturado, com cronograma definido e bilhões de reais à mão [...] [A troca para mim foi boa].

    Fazendo e concluindo de vez, de novo, um parêntese no texto da jornalista brilhante, digo que, para mim, não há controvérsias. Onyx Lorenzoni tem de simplesmente deixar o Governo e não ir ficando.

    Agradecidíssimo. Obrigado pelo tempo, Presidente, como sempre.

    O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - PR) – Muito bem.

    Agradeço ao Senador Kajuru.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Desculpe-me, não enxerguei daqui, Presidente Flávio Arns, meu querido e estimado amigo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/06/2019 - Página 14