Discurso durante a 156ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a comemorar o aniversário da independência do Brasil, nos termos do Requerimento nº 679/2019, do Senador Randolfe Rodrigues e outros Senadores.

Autor
Enrico Misasi (PV - Partido Verde/SP)
Nome completo: Enrico Van Blarcum de Graaff Misasi
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão Especial destinada a comemorar o aniversário da independência do Brasil, nos termos do Requerimento nº 679/2019, do Senador Randolfe Rodrigues e outros Senadores.
Publicação
Publicação no DSF de 06/09/2019 - Página 8
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, DESTINAÇÃO, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO, INDEPENDENCIA, BRASIL.

    O SR. ENRICO MISASI (Para discursar.) – Bom dia a todos.

    Eu queria agradecer, Senador Randolfe Rodrigues, pela iniciativa, pelo convite. Agradecer ao Senador Rodrigo Cunha, cumprimentando-o e ao Senador Rodrigo Pacheco; à Diretora-Geral do Senado, a Sra. Ilana Trombka; à Vice-Presidente do Conselho Editorial, do qual nós fazemos tanto uso, a Sra. Esther; à Professora Heloisa Starling; e ao nosso amigo, professor também, o jornalista Eduardo Bueno.

    Eu venho aqui na condição de Coordenador da Comissão Curadora do Bicentenário da Independência na Câmara, que é algo que eu assumi nesse meu primeiro mandato e que tem ocupado um papel de destaque nas minhas atividades parlamentares por um motivo muito singelo, mas muito profundo.

    Esses dias, no meu Instagram, Senador, eu fiz um vídeo em que a gente inaugurou o busto do José Bonifácio, lá na Câmara dos Deputados, que foi doado à Câmara pela família Andrada – está lá no corredor, na escada rolante que desce para o túnel do Anexo IV. E aí, um eleitor meu escreveu o seguinte: "O País pegando fogo desse jeito, e você falando de história, Deputado?". E, quando ele perguntou isso, claro, eu fiz uma resposta meio protocolar, simpática, educada, mas me caiu a ficha de quão importante é esse tipo de iniciativa, porque ele não tinha consciência plena da importância da história e de quantas consequências sociais, políticas e culturais tem o estudo ou o desconhecimento da história.

    Na sessão solene que a gente fez em homenagem ao retorno de José Bonifácio, o Eduardo Bueno falou daquele clichê que, como a maioria dos clichês, é verdade: "Quem não conhece a história está fadado a repeti-la", e geralmente a repete como farsa.

    Então, essa Comissão, que já existe desde a legislatura passada, que tem sido incentivada pelo Deputado Rodrigo Maia, já fez algumas publicações de bastante sucesso: a gente publicou, em 2017, sobre a Imperatriz Leopoldina; em 2018, sobre D. João VI; e, em 2019, publicamos um livro escrito pelo Prof. José Theodoro sobre os 200 anos do retorno de José Bonifácio, e estamos fazendo comemorações que vão culminar em 2022 com a comemoração do Bicentenário da Independência. Ano que vem a gente está fechando em fazer uma publicação, em fazer sessões solenes acerca do constitucionalismo, e em 2021 ainda estamos pensando em falar sobre os Deputados brasileiros que tiveram um papel fundamental nas Cortes – a gente pensa em publicar a participação deles nas Cortes, que foi tão fundamental para a nossa Independência.

    Então, eu queria colocar a Comissão Curadora da Câmara dos Deputados em plena harmonia e cooperação com a Comissão Curadora que agora se funda aqui no Senado Federal, para a gente cooperar naquilo que for possível, para a gente cobrar também das autoridades do Executivo que se organizem para isso. Existiu uma comissão curadora no âmbito do Ministério da Cultura na legislatura passada, mas deixou de existir; agora está um pouco complicado sobre quem é que vai tocar, quem não vai. A gente precisa do envolvimento do Executivo para fazer uma comemoração digna do nosso Bicentenário. Nós fizemos uma comemoração espetacular em 1922, nós fizemos uma comemoração espetacular em 1972, apesar de todo o caráter do regime militar que tinha, e tal, mas foi uma comemoração grandiosa, e nós não podemos deixar passar o ano de 2022 sem uma comemoração condigna do momento da Independência.

    E, só para encerrar a minha participação, coloco em plena disposição a nossa Comissão para a gente fazer, inclusive, trabalhos conjuntos – eu acho que não precisamos sobrepor esforços; aquilo que pudermos fazer juntos nós o faremos, com certeza. O momento da Independência sempre foi para mim um momento de muita reflexão sobre o nosso País, porque, apesar de todas as tensões que existem naturalmente num processo de independência, eu vejo a Independência do Brasil um momento de fundo, de unidade que existe.

    É um País muito peculiar esse que faz uma independência com D. João VI voltando e falando para o seu filho ficar, e deixando naquela carta escrita: "Pedro, fique porque o Brasil há de se tornar independente e, antes seja para ti, que me hás de respeitar, do que para alguns desses aventureiros". Então, é um país que nasceu dessa forma, um país que teve esse momento de unidade do povo com o seu governante, a aclamação de D. Pedro.

    Apesar de todas as tensões naturais que há, eu acho que é um momento sobre o qual precisamos parar para refletir; é um momento em que nós entramos no palco da história, no palco do mundo como Nação independente; é um momento marcado, sim, por suas tensões, mas por uma unidade de fundo também; é um momento sobre o qual eu acho que nós precisamos nos debruçar e com o qual precisamos aprender muito.

    Então, eu quero agradecer novamente essa oportunidade de estar aqui, quero ouvir a todos – estou ansioso, inclusive – e quero me colocar 100% à disposição da Comissão Curadora da Câmara para gente fazer uma bela comemoração em 2022.

    Muito obrigado, Senador. Muito obrigado a todos. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/09/2019 - Página 8