Comunicação inadiável durante a Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Esclarecimentos de S. Exa. sobre matéria jornalística relacionada ao assassinato do Pastor Anderson do Carmo .

Autor
Arolde de Oliveira (PSD - Partido Social Democrático/RJ)
Nome completo: Arolde de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA:
  • Esclarecimentos de S. Exa. sobre matéria jornalística relacionada ao assassinato do Pastor Anderson do Carmo .
Publicação
Publicação no DSF de 05/02/2020 - Página 39
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA
Indexação
  • ESCLARECIMENTOS, ORADOR, RELAÇÃO, ARTIGO DE IMPRENSA, MORTE, PASTOR, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), LIGAÇÃO, ESPOSA, PRESENÇA, TELEFONE, RESIDENCIA.

    O SR. AROLDE DE OLIVEIRA (PSD - RJ. Para comunicação inadiável.) – Sr. Presidente, colegas Senadoras e Senadores, dou as boas-vindas a todos nesta segunda sessão legislativa desta legislatura. Que Deus nos abençoe e que tenhamos um ano legislativo profícuo, como resposta aos anseios nacionais.

    A matéria que eu trago não é uma matéria de regozijo, muito pelo contrário. No ano passado, no dia 16 de junho, foi assassinado, no Rio de Janeiro, o Pastor Anderson do Carmo, esposo da Deputada Flordelis. Esse assassinato nos chocou muito. Tratava-se de uma pessoa de uma personalidade muito envolvente e envolvida nas áreas política e eclesiástica do nosso Estado.

    Pois bem, após o assassinato, minha esposa, que é a Presidente de um grupo de empresas há mais de 30 anos e que tem a Deputada Flordelis como contratada, como cantora, como artista e autora na nossa empresa, tentou fazer um telefonema de pêsames, um telefonema difícil. Não conseguindo, recebeu um telefonema da Deputada Flordelis, ainda naquela manhã. E sabemos que um telefonema hoje não é como antigamente, em que apenas se descobre o número que foi chamado. Hoje, o telefonema é feito, e, quando entra na internet, além do número do telefone chamado, fica registrado o protocolo de internet, fica registrada a rede wi-fi do telefone chamado. Foi o que aconteceu: um telefonema que não deve ter durado mais do que três minutos, difícil, que minha esposa, então, em resposta, deu para a Deputada.

    Vejam os senhores e as senhoras, caros Senadores e Senadoras: agora em janeiro, no dia 21, três jornalistas da Rede Globo, Marco Antônio Martins, Leslie Leitão e Chico Oliveira, alegando que tinham informações da polícia, informaram – e foi publicada, depois, nos jornais televisivos do Sistema Globo, uma matéria – que o telefone do falecido Anderson do Carmo estaria na minha residência. O maior absurdo! Chega ao limite do ridículo fazer uma afirmação dessas.

     Esse foi o único contato feito pela minha esposa desde junho do ano passada com a Deputada Flordelis, nunca mais houve nenhum contato. Nós ficamos muito tristes com essa notícia, e o Brasil inteiro acabou entendendo que nós estaríamos escondendo o telefone desaparecido, o instrumento de investigação do pastor falecido.

(Soa a campainha.)

    O SR. AROLDE DE OLIVEIRA (PSD - RJ) – Foi uma tristeza para nós, porque atingiu a minha esposa, que não tem nada a ver com isso, e as nossas empresas, que têm credibilidade e são hoje, em matéria de música gospel, a maior empresa do Brasil, mesmo agora nesse tempo de plataformas digitais.

    Então, eu queria lamentar a irresponsabilidade desses jornalistas, que levaram essa matéria aos jornais televisivos e que depois foram reproduzidas nos sites, nos blogues e jornais ligados à Rede Globo, e daí para as redes sociais e para o Brasil inteiro, colocando-me sob suspeita de ter escondido esse telefone ou dado sumiço nele.

    Eu peço ao Sr. Governador do Estado do Rio de Janeiro, como liderança maior...

(Soa a campainha.)

    O SR. AROLDE DE OLIVEIRA (PSD - RJ) – ... que providencie um esclarecimento sobre de onde surgiu essa informação e essa notícia. Se a informação veio realmente da polícia, é crime, porque é vazamento de um inquérito que corre sob segredo de Justiça. Se houve a invenção por parte – e houve – dos jornalistas, é fake news, e evidentemente vou tomar as minhas providências.

    A motivação é um fato simples de entender. Eu, desde sempre, sou contrário às permissividades, contrário às liberalidades do sistema Globo de televisão, em particular das suas novelas. Eu defendo a vida, defendo a família, nossos valores éticos e morais que herdamos das nossas tradições histórico-culturais e judaico-cristãs. Esse é o primeiro fato de motivação para me agredirem dessa maneira.

(Soa a campainha.)

    O SR. AROLDE DE OLIVEIRA (PSD - RJ) – O segundo é que eu sou um defensor, porque sou aliado do Governo Bolsonaro, que é, todos nós assistimos diuturnamente, um alvo preferencial do sistema Globo de televisão. Então, nós assistimos a isso diuturnamente, fake news, invenções. Não vou citar nenhum caso aqui, mas são dezenas de casos de fake news criados, engendrados para desgastar o Governo, sua família e seus aliados, entre os quais eu me coloco.

    Essas são as questões que eu queria deixar registradas aqui, Sr. Presidente, lamentando profundamente, novamente reafirmo, a irresponsabilidade desse jornalismo – vou usar um termo horrível, mas que diz o que eu quero dizer –, jornalismo escroto do sistema Globo de jornalismo.

    Então, eu queria deixar claro esse registro e esclarecer que, de um único telefonema, foi engendrada toda aquela história de que eu teria dado sumiço ao telefone do falecido. E mais: com insinuações, inclusive, em alguns jornais, em alguns veículos, de que eu talvez estivesse envolvido no próprio assassinato. Vejam o absurdo de todas essas coisas.

    Nós temos que criar uma legislação mais rigorosa para enquadrarmos melhor essa questão do jornalismo. Tudo se acoberta no que se chama de liberdade de imprensa, mas nem tudo pode ser livre na imprensa, isso eu afirmo aos senhores.

(Soa a campainha.)

    O SR. AROLDE DE OLIVEIRA (PSD - RJ) – É preciso que haja, acima de tudo, responsabilidade. É claro que eu vou fazer as minhas ações, vou agir contrariamente a todo momento, e estou levantando todos os dados para fazer isso.

    Era o registro que eu queria fazer, desejando a todos, mais uma vez, um bom retorno e que tenhamos uma boa sessão legislativa.

    Muito obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/02/2020 - Página 39