Discurso durante a 123ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Discurso de despedida de S. Exa. do mandato de Senador da República e breve histórico de sua trajetória política no Congresso Nacional.

Autor
Paulo Rocha (PT - Partido dos Trabalhadores/PA)
Nome completo: Paulo Roberto Galvão da Rocha
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Atividade Política:
  • Discurso de despedida de S. Exa. do mandato de Senador da República e breve histórico de sua trajetória política no Congresso Nacional.
Aparteantes
Carlos Fávaro, Carlos Portinho, Chico Rodrigues, Eduardo Braga, Eduardo Girão, Esperidião Amin, Fernando Bezerra Coelho, Flávio Bolsonaro, Jean-Paul Prates, Leila Barros, Luis Carlos Heinze, Marcos do Val, Paulo Paim, Roberto Rocha, Rodrigo Pacheco, Rose de Freitas, Simone Tebet, Soraya Thronicke, Weverton, Zequinha Marinho.
Publicação
Publicação no DSF de 22/12/2022 - Página 70
Assunto
Outros > Atividade Política
Indexação
  • DISCURSO, DESPEDIDA, ORADOR, MANDATO, SENADOR, REGISTRO HISTORICO, VIDA PUBLICA, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, CONGRESSO NACIONAL, PROFISSÃO, FAMILIA, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), AGRADECIMENTO.

    O SR. PAULO ROCHA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PA. Para discursar.) – Eu vou falar agora da minha estada aqui no Congresso Nacional, desde 1991. Vai terminar o meu mandato dia 31 de janeiro de 2023, portanto, eu estou aqui há 20 anos como Deputado Federal e há oito anos como Senador da República.

    E eu vou começar meu discurso – não organizei nada –, vou começar meu discurso, cantando, ouviu, Presidente? Presidente Rodrigo. (Pausa.)

    Presidente Rodrigo. (Pausa.)

    Presidente Rodrigo, vou começar o meu discurso cantando aqui:

Ah, se o mundo inteiro me pudesse ouvir

[tinha] muito pra contar, dizer que aprendi...

    Eu não tenho uma formação de curso superior. Não tive oportunidade, porque, na época, não tinha as condições, nem a minha família me dava as condições, mas tudo que eu aprendi, eu aprendi na vida com meus pais, com minha mãe, com meu pai, aprendi no PT, na luta social, na luta política. E quero dizer que o Congresso Nacional foi uma verdadeira universidade para mim, principalmente na formação política e na formação, inclusive, de aprender numa sociedade em que a gente vive tão plural e, com esses interesses... Aprendi que aqui é uma Casa de defesa dos interesses, portanto, não é nenhum pecado alguém defender este ou aquele interesse. O importante, e isso eu aprendi também aqui, é que a gente tem que respeitar um ao outro para a gente poder ser respeitado. Esse foi um...

    E eu estou aqui há algum tempo... Cadê a Rose? A Rose, o Paim, o Esperidião Amin, não sei se ele está no... E o Chico Rodrigues. Ah, e também o Renan. Eu estou aqui desde esse tempo. Se tiver algum reparo no meu comportamento, vocês têm que dizer aqui, porque vocês estão comigo desde esse tempo. Eu acho que somos aqui, pelo levantamento que eu fiz, nós somos os mais longevos. E aprendi com vocês, inclusive. Repito: Rose, Paim, Esperidião Amin, Chico Rodrigues. A Rose e o Paim estão desde a Constituinte, chegaram um mandato antes do nosso aqui.

    Mas eu convivi aqui com grandes nomes. Nós convivemos com grandes nomes, como tem, também hoje, grandes nomes, mas eu queria repetir alguns nomes aqui do período em que a gente conviveu: Ivete Vargas, que é uma grande Parlamentar, Ulysses Guimarães, Jobim, Franco Montoro, Mário Covas, Miro Teixeira, Genoino, Pedro Simon, Brossard, Florestan Fernandes, que era um grande intelectual, mas virou Deputado Federal, e o Darcy Ribeiro, enfim.

    Então, aqui a gente tem muito o que aprender, como nós estamos aprendendo agora com grandes quadros que temos aqui no Congresso Nacional.

    Eu saio, assim, de cabeça erguida, porque eu entrei aqui num momento em que o PT – e essa é a verdadeira escola de luta, o meu Partido dos Trabalhadores, por isso eu não abro mão de usar a estrelinha todo o tempo, não sai do meu lado esquerdo, porque o PT foi o grande instrumento político que nos colocou nesse momento, quando ainda a representação política nestas Casas era só a representação da elite brasileira e foi o Partido dos Trabalhadores, podem falar, que colocou aqui outros setores, principalmente, de uma área mais humilde e mais baixa –, quando eu cheguei aqui em 1991, foi o momento em que o PT colocou o maior número de operários aqui: Chico Vigilante, Adão Pretto, o nosso colega lá do Amazonas, Ricardo Moraes, eu mesmo aqui, tem outro do Amapá, o Lourival, mulheres como a... e tantas outras.

    Mas é o PT que oportuniza, por exemplo, colocar uma companheira como Benedita da Silva, que em torno só de uma pessoa tem todo um conjunto de discriminação que a visão elitista tem no nosso país: mulher, negra, favelada, empregada doméstica. Virou Governadora, virou Senadora, Deputada Federal.

    Quero dizer com isso que quero valorizar aqui no meu discurso a boa política para resgatar – e é responsabilidade nossa –, esse processo da construção política da construção da democracia. Vale a pena para a gente buscar a dignidade, a justiça, a paz e a perspectiva de buscar uma sociedade justa, com diferenças diminuídas para que a gente possa construir deste pais uma nação.

    E, como diz o poeta, além de construir deste país uma nação, a gente virar todos cidadãos, e foi isso que eu fiz do meu mandato: este instrumento político de transformar esse Brasil numa verdadeira nação e que a gente viva como verdadeiros cidadãos. E viver como verdadeiro cidadãos é acabar com fome, acabar com a miséria, acabar com as desigualdades regionais, acabar com as desigualdades entre homens e mulheres.

    Portanto, eu saio daqui orgulhoso da minha atuação e da minha atividade política aqui, porque eu deixo um legado para o meu estado e para o Brasil. Eu consegui aprovar aqui dez leis importantes para isso que eu estou falando: dignidade, cidadania, democracia, etc.

    Por exemplo, naquela época, quando nós chegamos aqui, tinha muita perseguição aos dirigentes sindicais. Eu aprovei uma lei anistiando esses dirigentes sindicais.

    Eu vim de um estado onde ninguém acreditava, a sociedade brasileira dizia que não acreditava que existia ainda trabalho escravo. Fui eu que trouxe para cá e aprovei a lei de combate ao trabalho escravo, e que inclui no Código Penal Brasileiro a questão do combate ao trabalho escravo.

    Fui eu que com outros mais três companheiros aprovamos o seguro defeso dos pescadores. Naquela época, quando nós chegamos, nós estávamos fazendo a regulamentação da Constituição e nós conquistamos o seguro-desemprego. O Relator, na época, era o então Deputado José Serra. Foi aproveitando o debate sobre seguro-desemprego que a gente incluiu uma emenda do seguro defeso – nossos estados, como Pernambuco, têm um movimento forte dos pescadores, bem como o Estado do Pará, o de Santa Catarina e tantos outros estados –, que é uma combinação de ter um salário no período em que ele não pode pescar. É por isso que a gente chamou de seguro defeso, que é para manter o estoque na época da desova, da piracema, para a recuperação do cardume.

    A lei de obrigar os estados a manterem 2º grau nos presídios foi exatamente para oportunizar que aquele jovem que vai para lá volte com a condição de ser ressocializado na sociedade brasileira.

    Enfim, falei ainda há pouco sobre a questão da profissão dos agentes comunitários de saúde, além de tantas outras coisas.

    Eu queria...

    Sinceramente vou orgulhoso não só de ter cumprido o meu dever como Parlamentar, representando o meu Estado do Pará, mas também porque eu fiz muitas amizades aqui e aprendi muito com cada companheiro, inclusive nas divergências, nas divergências!

    Portanto, eu vou sair daqui com o dever cumprido. E eu queria agradecer exatamente este momento a todos os meus colegas, tanto os Deputados Federais – já nominei alguns aqui com quem convivi – quanto os daqui, no Senado Federal, onde aprendi muito e convivi muito. Mas também vou levando saudades da forma como a gente conviveu aqui, principalmente de todos os funcionários daqui da Casa, nos corredores, desde os mais simples. Todo mundo sabe como eu trato todos, do mais simples até os nossos universitários, que são os nossos consultores, os nossos grandes assessores do Congresso Nacional.

    Eu queria, por fim, agradecer aqui... Não vou agradecer a toda a minha família porque, infelizmente, a minha mãe teve dezessete filhos com o meu pai, eu sou o primeiro e tem tantos outros, e cada um teve filhos, portanto, são quase centenas de primos, de sobrinhos, etc... A minha mãe, que era uma luta, era orgulhosa de eu ser Deputado Federal. Pense em uma mulher orgulhosa de eu virar Deputado Federal. Infelizmente, ela não me viu Senador da República, porque morreu antes. Meu pai também, morreu de tanto trabalhar na roça. Eu queria agradecer à minha equipe, que está aqui perfilada e, em nome da minha família, queria agradecer à minha companheira Eliana, de 30 anos, que está ali, comportada. E queria dizer que eu vou com muita saudade, com muito sentimento de que eu queria conviver mais aqui. Mas as condições estão postas para mim para outro momento, outros momentos de continuar. Não vou sair da política. Se precisar voltar a militar lá embaixo, de novo, no movimento inicial, estarei lá, com meus 71 anos, mas estarei firme lá, continuando, acreditando que a política é um instrumento de transformação, que a política é um instrumento de conquista, que a política é um instrumento de mudanças, principalmente em um país como este, tão desigual, tão injusto e tão rico, que pode a gente, com a boa política, principalmente com esse instrumento de conquista e de transformações, a gente pode transformar este país em uma nação e que a gente conviva aqui com cidadãos brasileiros e brasileiras.

    Eu queria saudar a todos. Se eu pudesse abraçar cada um, eu abraçaria. Vou ter momentos, e também momentos de tomar uma juntos, porque de vez em quando a gente se encontra por aí e toma uma.

    Quero dizer o seguinte: aqui, Presidente, graças ao Senado Federal, a gente tem condições, e eu deixo registrado aqui todo o processo, a minha história, as minhas atividades no estado, as minhas emendas, que eu direcionei sempre para levar o bem-estar para a população. Eu queria, Sr. Presidente, inclusive, que você registrasse nos Anais da Casa, para que ficasse registrado meu trabalho e minha passagem pelo Congresso Nacional.

    Muito obrigado! (Palmas.)

    Eu fiz um esforço muito grande... Eu não queria dar esse negócio, muita gente me chamou a atenção: "mas tu vais te despedir?". Não. Eu vou dizer que está terminando meu mandato dia 31 de janeiro de 2023.

(Durante o discurso do Sr. Paulo Rocha, o Sr. Rodrigo Pacheco, Presidente, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Veneziano Vital do Rêgo, 1º Vice-Presidente.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Senador Paulo Rocha, nós gostaríamos, da Mesa... Evidentemente, isso não significa que os integrantes da mesma não o façam, como eu haverei de fazê-lo, mas evidentemente há precedência do Presidente Rodrigo Pacheco para dirigir a V. Exa. palavras que não seriam senão de reconhecimento à sua trajetória exemplar de homem público.

    Senador Presidente, Rodrigo Pacheco.

    O Sr. Rodrigo Pacheco (Bloco Parlamentar PSD/Republicanos/PSD - MG. Para apartear.) – Obrigado, Presidente Veneziano Vital do Rêgo.

    É com enorme satisfação que aqui, do Plenário do Senado Federal, eu faço, frente a frente, esta saudação a meu amigo, Líder Senador Paulo Rocha, nesse seu pronunciamento de despedida do Senado Federal, que transmite, no seu semblante, um profundo sentimento de dever cumprido por aquilo que representou para o seu Estado do Pará, para o seu partido político, no exercício da Liderança do PT, aqui no Senado Federal, das muitas atribuições que teve, dos muitos embates que empreendeu, da sua presença muito assídua no Plenário do Senado Federal. Não havia um só momento, neste Plenário do Senado, em que estivesse ausente o Senador Paulo Rocha. Sem dúvida alguma, um dos mais presentes Senadores da República e um defensor de boas causas.

    O partido de V. Exa., por que eu tenho respeito – e tenho, aqui no Senado, uma excelente relação com todos os seus membros –, haverá de se orgulhar pelo exercício da Liderança empreendido por V. Exa. nos últimos tempos.

    V. Exa. é um defensor da República brasileira e dos fundamentos desta República; da cidadania, e V. Exa. é um grande defensor da cidadania; da dignidade da pessoa humana, e V. Exa. é um grande defensor da dignidade da pessoa humana; da soberania, que é um dos fundamentos da nossa República; e dos valores sociais do trabalho, de que V. Exa. é um aguerrido defensor.

    Então, são fundamentos elencados na Constituição Federal como fundamentos da República que têm, realmente, um porta-voz aqui no Senado, através da Liderança do Partido dos Trabalhadores, da mais alta estirpe, da mais alta qualificação.

    Então, evidentemente, nós todos, seus colegas, além de reconhecermos o trabalho de V. Exa., sentiremos muito a sua falta. E haverá de sentir falta também a sociedade brasileira na defesa dessas boas causas.

    Eu destaco uma delas, de que V. Exa. haverá, neste seu livro de realizações, de projetos, de seu trabalho na sua trajetória no Senado Federal, da sua vida pública, inclusive, também como Deputado Federal, de se orgulhar muito: V. Exa. foi o autor da Lei Paulo Gustavo, no Brasil

    V. Exa. cuidou da cultura do Brasil, no momento em que ela esteve aviltada, abaixo, em função do momento de pandemia, em que muitos artistas, muitos profissionais da cultura se viam desamparados, com dificuldades, até de sobrevivência. E V. Exa. cuidou, com muito zelo, dessa matéria que teve a sua autoria, a relatoria do Senador Alexandre Silveira, aprovada no Senado, depois, aprovada na Câmara.

    E, hoje, estamos próximos de torná-la uma realidade, inclusive na sessão do Congresso, amanhã, quando estimamos votar o PLN 21, que permitirá os R$3,8 bilhões de recursos para essa lei, que é de autoria de V. Exa.

    E todos os profissionais da cultura devem a V. Exa., como devem os profissionais da agricultura familiar, como devem aqueles que dependem das cotas nas universidades, de que V. Exa. é um ardoroso defensor.

    Então, V. Exa. é um grande defensor das causas sociais. Além da defesa do Estado, além da defesa do Brasil, o senhor é defensor de causas sociais e merece todo o nosso reconhecimento e um destaque realmente muito especial pela sua atuação aqui no Senado Federal.

    Eu tenho dito para os nossos colegas que deixam o Senado: esta é a Casa sua, Senador Paulo Rocha, como é do Senador Jean Paul, como é do Senador Tasso Jereissati, como é do Senador Reguffe, que se despediu ontem.

    Tenham sempre o sentimento de que esta é a Casa dos senhores, porque V. Exas., ao longo de 200 anos de história do Senado Federal, contribuíram para a história do Senado Federal, com um legado extraordinário.

    E V. Exa., de maneira especial, recebe, deste seu colega Senador, todo o reconhecimento e a estima de que tenha um bom caminho na sua vida pública, na sua vida pessoal, na sua vida privada. Saúdo a sua senhora, que aqui está presente, a testemunhar o que todos aqui haverão de falar em relação a V. Exa., como um grande homem público, que orgulha o estado do Pará, que orgulha todos os seus colegas Senadores e que orgulha o Brasil.

    Muito obrigado, Senador Paulo Rocha, por sua amizade.

    E quero dizer que esse seu último convite, para que depois possamos nos confraternizar, de preferência lá, na D. Zélia – não é? –, que o senhor me apresentou, e eu fui já umas duas vezes na sua companhia, que a gente possa ter realmente esse hábito de estar sempre juntos, discutindo e resolvendo os grandes problemas nacionais, que não prescindem da inteligência, da dedicação e do espírito público de V. Exa.

    Muito obrigado, Senador Paulo Rocha. (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Obrigado, Senador Presidente, Rodrigo Pacheco.

    Pela ordem de inscritos a aparteá-lo, Senador Paulo Rocha, o Senador Carlos Fávaro.

    O Sr. Carlos Fávaro (Bloco Parlamentar PSD/Republicanos/PSD - MT. Para apartear.) – Sr. Presidente, também queria cumprimentar todos os colegas, Senadores e Senadoras, e dizer que é um momento de alegria, sim, apesar do findar do mandato, mas ter o exemplo de mandato.

    Cheguei aqui nesta Casa e tive a oportunidade de conhecer o quão grande é o coração e a generosidade do Senador Paulo Rocha, que me acolheu com muito carinho, nas muitas conversas que tivemos sobre os objetivos principais do mandato, em prol dos mais humildes. Como nós já dissemos várias vezes: na dúvida, fique com os mais humildes. E o senhor fez disso o seu legado na vida pública, cuidando dos mais humildes.

    E eu quero aqui, sem ser redundante com tudo o que disse o nosso Presidente Rodrigo Pacheco, contar uma pequena história que vivenciei ao seu lado, andando pelas ruas da cidade de São Paulo. Andando na rua lá, trocando, indo num restaurante, a pé, andamos talvez 1 km, 1,5 km, passava uma pessoa e falava assim: Senador Paulo Rocha, que orgulho do seu mandato! Senador Paulo Rocha, nosso grande Senador! E ainda, mais um pouquinho, outro.

    Eu falei assim: "Mas espera aí, ele é do Pará e aqui em São Paulo todo mundo elogiando, num momento em que o Congresso Nacional, às vezes, é mal interpretado, achincalhado pelas pessoas, Brasil afora!". E eu pude ver o quão bem o senhor fez para os brasileiros.

    Fiquei muito orgulhoso de ver aquilo, de estar começando a minha vida pública e de ver toda a sua experiência, e ser reconhecido na rua, elogiado na rua. E não foi uma, não foram duas, não foram três vezes, durante quinze ou vinte minutos que caminhamos em São Paulo.

    E eu acho que esse é o maior testemunho que posso dar de todo esse legado que está nesse livro do seu mandato. Volte logo. O senhor é muito importante aqui para nós. Fique com Deus.

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Grato, Senador Fávaro.

    Pela ordem de inscrição, Senador Weverton Rocha. Em seguida, Senador Amin e Senador Paulo Paim.

    Senador Weverton.

    O Sr. Weverton (PDT/PDT - MA. Para apartear.) – Sr. Presidente, quero dizer que, praticamente, na última sessão, desta legislatura – amanhã será a do Congresso Nacional, para que possamos votar o nosso Orçamento e alguns vetos que ainda estão para ser apreciados – nós nos deparamos, claro, com uma realidade que todos sabem que chega, mas que sempre é muito dolorida. Eu lhe confesso que eu não sou muito fã de despedidas.

    Então, sempre, essa sensação do até breve, do até logo, é muito melhor. Aqui, a da Kátia Abreu, do nosso Senador Acir Gurgacz, da Rose de Freitas, do Roberto Rocha, do Jean Paul, de todos, todos que fizeram sua despedida, e neste momento eu não poderia – do Fernando Bezerra, da Kátia Abreu, todos – mas eu não poderia deixar aqui de fazer esse registro a este homem, meu querido vizinho do Pará, do Estado do Pará, Senador Paulo Rocha, ex-Presidente da Central Única dos Trabalhadores.

    E se eu pudesse ter só cinco segundos para falar do Paulo Rocha, não precisaria, era só ler o que está escrito aqui nessa prestação de contas do seu mandato, que é muito importante, em que ele diz: "Uma vida dedicada à luta do povo". As pessoas que tiverem e têm oportunidade de conhecer a luta do Paulo Rocha, da sua senhora, a Eliana Pinto, sabem que são pessoas totalmente dedicadas ao mandato, dedicadas à sociedade brasileiras, com as suas convicções, com as suas posturas sempre altivas, sempre resolutivas, são construtoras de pontes, são pessoas que de verdade sabem que deram a sua contribuição. E nós, dessa geração mais jovem, estamos aqui para não só fazer esse reconhecimento, mas para dizer que temos um desafio enorme, mas podemos ter chance concreta de acertar, porque temos referências...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Weverton (PDT/PDT - MA) – ... que podem ser direcionadas, que podem ser sempre lembradas nos momentos difíceis que nós vivemos. E, olha, que ultimamente eles têm sido difíceis. Eu me lembro, quando do impeachment da Dilma, eu ainda Deputado Federal, tivemos lutas duríssimas aqui, lutas duríssimas aqui no país e aqui no Congresso. E naquele momento eu falava que era uma quadra difícil, Sr. Presidente. Passaram-se depois disso várias quadras difíceis. Estamos em outra quadra muito difícil. Mas eu tenho certeza de que dias melhores para o Brasil virão. Nós precisamos ter esse grande desafio. Eu conversava ao lado do Senador Roberto, há pouco, que o grande desafio agora é unir o Brasil, esse Brasil que está do meio para cima, do meio para baixo. Não pode ter dois países, não pode ter dois tipos de brasileiros distintos. Nós precisamos ver urgentemente ações, ter urgentemente ações que possam unir. E eu tenho certeza de que V. Exa., mesmo estando fora do mandato, a partir de fevereiro, estará na linha de frente, ajudando nessa construção...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O Sr. Weverton (PDT/PDT - MA) – ... porque, no final, Sr. Presidente, para encerrar, todos precisam das mesmas demandas. Muitas das vezes, meu colega Girão, nós não concordamos ou não iremos concordar em várias pautas, mas eu tenho certeza de que a pauta do Estado do Ceará e a do Maranhão, que é a pauta principal lá do povo pobre, que precisa de emprego, que precisa de comida na mesa, que precisa de remédio no hospital, que precisa de asfalto, que precisa de saneamento básico, essa pauta não é da direita, não é da esquerda. Essa pauta tem que ser do Brasil. E é para isso que nós vamos estar aqui trabalhando e lutando para unificar esse sentimento de que podemos, sim, juntar forças para resolver problemas.

    Paulo, o convite está aceito. Pode marcar aí que nós estaremos juntos e não é para tomar uma, não, mas para várias, porque eu tenho certeza de que você vai estar aqui durante muitos e muitos anos dando a sua contribuição para este Parlamento e para este país.

    Parabéns, meu amigo. (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Senador Esperidião Amin.

    O Sr. Esperidião Amin (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC. Para apartear. Por videoconferência.) – Presidente, o meu querido amigo Paulo Rocha podia ter me poupado desse atestado de longevidade que ele me atribuiu ao me relacionar com os seus primeiros companheiros de Parlamento.

    Agora, Paulo Rocha, convenhamos, essa foto no teu relatório é mais de 1991 do que de 2022, porque eu te conheci assim: cabelo preto, a barba já estava grisalhando. E é uma alegria muito grande...

    Mostra a fotografia aí, mostra agora, mostra a cor dos cabelos, e não eram pintados. Os meus eram os mesmos que eu tenho hoje.

    Mas quero lhe dizer o seguinte: eu queria muito estar aí para lhe dar um abraço e um beijo na testa, porque nós somos um pouco jurássicos, Paulo Rocha. Nem você nem eu mudamos de partido nesses 31 anos. Você veja o quanto nós poderíamos empilhar de divergências, e eu só tenho carinho, amizade e respeito por você. E já estou com saudade, porque você sabe quantas vezes eu falei alto, aqui no Plenário: "Eu vou entrar com uma ação contra o PT se você não for candidato a Senador!". Você escutou isso, mas – muito disciplinado – não levou às instâncias decisórias. Mas isso não vai fazer parte das nossas afinidades.

    Eu quero dizer é que você me ajudou, nesses 31 anos, que não foram ininterruptos, a enxergar, muitas vezes, o outro lado – um outro lado, até do Brasil, geograficamente...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Esperidião Amin (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC. Por videoconferência.) – ... das experiências de vida, as outras razões! Por mais que o sujeito procure ser inteligente e informado, sempre há outras razões, e você, muitas vezes, para mim representou a luz das outras razões e é por isso que você faz parte do meu patrimônio político.

    O respeito que eu dedico a você quero compartilhar com a sua esposa, porque você usou, como eu uso, com a minha companheira de vida, o respeito pela sua mãe e pelos seus 16 irmãos. Quer dizer, é uma vida que eu respeito muito!

    Eu sou filho de imigrantes, de imigrantes que vieram de países diferentes, e nenhum deles veio fazer turismo aqui. Então, eu tenho um profundo respeito pelo país raiz que acolheu os meus pais e que é o meu país, e você faz parte dessa raiz que me ajuda a complementar o que eu consegui aprender na escola e na vida pública.

    Para concluir, o Presidente Rodrigo Pacheco foi muito feliz ao mostrar a diversidade da sua atuação. A Lei Paulo Gustavo... Você fez seminários, em Santa Catarina, que mexeram...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Esperidião Amin (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC. Por videoconferência.) – ... com a minha experiência, por exemplo, na área de cinema – a minha experiência que eu digo é a de promover políticas, tanto no município quanto no estado, que favorecessem ao chamado "audiovisual" – mas também na questão da agricultura familiar, com a qual eu tenho também a minha forma de atuação.

    Então, muito obrigado por esses primeiros 31 anos de coexistência, convivência e construção! E Deus permita que nós voltemos a nos encontrar nas esquinas da vida! A vida gira, tem esquinas e sempre podemos – independentemente da posição em que estejamos – abraçar um ao outro e dizer: "Isto é o povo brasileiro do Darcy Ribeiro. Isto é a diversidade, o respeito e as inteligências, os entendimentos múltiplos que nós temos para o Brasil e para a nossa vida".

    Sucesso! Um feliz Natal para você, aliás para todos; um feliz ano novo, um ano de convergências, em que a gente procure sempre conhecer mais afinidades e considerar o mínimo múltiplo comum como a última fronteira, mas não a mais necessária. A mais necessária é o máximo denominador comum, que nos une e nos permite construir.

    Sucesso, Paulinho! Grande abraço!

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Obrigado, Senador Esperidião Amin.

    Convido o companheiro de partido Senador Paulo Paim, para fazer uso da palavra.

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Para apartear. Por videoconferência.) – Querido amigo Paulo Rocha, permita-me aqui em primeiro lugar... É que eu fiz uma saudação para todos os que se despediram e eu queria dar um abraço aqui no Senador Dário Berger, a quem perguntei se iria se despedir, e ele disse: "Hoje, não". Então, fica aqui, Dário, muito carinho e um abraço bem forte em você. Vá com Deus!

    Eu tive a alegria de estar, recentemente, no seu estado, em um grande evento, onde você foi muito aplaudido por todos que estavam lá.

    Abraço, Dário! Lembranças carinhosas sempre de você e de toda a sua família.

    Mas, agora, dirijo-me ao querido amigo Paulo Rocha.

    Paulo Rocha e eu nos conhecemos desde o movimento sindical. Paulo Rocha, gráfico, líder sindical, fomos fundadores da CUT. Paulo Rocha, Deputado Federal, Senador, Líder da bancada por duas vezes, mais de 30 anos no Congresso Nacional, e sempre ombreamos com as mesmas bandeiras e o mesmo caminhar.

    Paulo Rocha, todos sabem, um hábil negociador, um artesão na arte da construção das causas do povo brasileiro. Paulo Rocha seria Senador eleito. Paulo Rocha seria Senador eleito! Não tenho nenhuma dúvida! Mas Paulo Rocha teve a grandeza de ceder às articulações para que um outro companheiro do PT fosse o candidato, e ele, Senador reeleito, acabou abrindo mão para que isso fortalecesse a eleição do Presidente Lula nas amplas negociações que vocês tiverem no estado.

    Paulo Rocha, eu queria lhe dizer, com muito carinho, que, com certeza, Paulinho, você não vai deixar a vida pública; você vai continuar defendendo o povo brasileiro em outras instâncias. Eu estou convicto de que você vai estar no Governo Lula defendendo e articulando, como sempre fez, em todo o território nacional, as bandeiras da nossa gente.

    Termino só com isso, Paulo, que tudo que eu disser aqui... Vejo a emoção da sua esposa no Plenário e de todo esse Plenário olhando para V. Exa. e dizendo: "Está aqui um grande homem".

    Eu diria, Paulo Rocha, uma frase que eu disse só em um momento da minha vida – e digo para terminar: que rufem os tambores, toquem os clarins, um grande líder agora aqui vai passar e vai continuar na luta pelo povo brasileiro.

(Soa a campainha.)

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Por videoconferência.) – Amigo Paulo rocha, estou com V. Exa. hoje e sempre.

    Que rufem os tambores e toquem os clarins para Paulo Rocha, um grande líder! (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Um abraço, Senador Paulo Paim.

    Convido, presencialmente, o Senador, Líder do MDB, Eduardo Braga.

    O Sr. Eduardo Braga (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM. Para apartear.) – Meu caro Presidente Veneziano, eu quero aqui cumprimentar, antes de mais nada, o amazônida Paulo Rocha, o caboclo Paulo Rocha, que conhece a Amazônia como poucos neste Parlamento, que conhece o interior do Pará, que conhece o interior do Amazonas, e conhece não é de ouvir falar ou de leituras acadêmicas, mas porque vive, porque conhece, porque sentiu a dor do agricultor familiar da Amazônia, dos caboclos ribeirinhos, da população indígena do Amazonas e da Amazônia. Portanto, a Amazônia tem no amigo Paulo Rocha uma das vozes mais vibrantes no Parlamento brasileiro desde 1991.

    Portanto, eu quero aqui dar o abraço do amigo ao companheiro Paulo Rocha, do amazônida ao companheiro e amazônida Paulo Rocha, e dizer que você está sempre presente aqui, seja pelo seu trabalho – e o Esperidião Amin aqui registrou muito bem que a sua cabeleira está... Além do que, ela sempre foi volumosa!

    V. Exa. é um amigo que esta Casa tem, é alguém dedicado ao povo brasileiro, dedicado ao povo da Amazônia, às lutas sociais, aos movimentos sociais e à responsabilidade socioeconômica ambiental de que este país tanto precisa.

(Soa a campainha.)

    O Sr. Eduardo Braga (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) – Portanto, receba o nosso abraço em nome do MDB, em nome do Senador Eduardo Braga e do seu amigo Eduardo Braga, sempre à disposição do Paulo Rocha, que sempre foi uma figura humana muito querida e muito respeitada por todos nós.

    Parabéns, Paulo! (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Obrigado, Senador Eduardo Braga.

    Senador Zequinha Marinho.

    O Sr. Zequinha Marinho (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - PA. Para apartear.) – Muito obrigado, Presidente.

    Eu quero, como paraense também, me unir a todo mundo e, de uma forma muito especial, ao Senador Paulo Rocha.

    Conheço o Senador Paulo Rocha pelo menos de 30 anos para cá, ainda começando lá na minha pequena cidade, na luta, mas eu ouvindo falar, e, depois, tive a oportunidade de conhecê-lo já Deputado Federal. Tive a oportunidade de ser seu colega na Câmara e, nessa primeira metade aqui do mandato atual, aqui, no Senado Federal.

    Sei do respeito que o povo do Pará tem por V. Exa., sei da referência que V. Exa. é para o Partido dos Trabalhadores em nosso estado e no Brasil, e esse momento sabático que vai começar agora, saindo da atividade parlamentar, mas, com certeza, entrando na atividade do Executivo, vai enriquecer ainda mais o seu currículo e melhorar ainda mais o conhecimento que tem da vida, dos governos e dos Parlamentos pelos quais passou até hoje.

    Quero dizer que é claro que temos matrizes políticas diferentes – é normal para a democracia –, mas o respeito, o carinho e a amizade por V. Exa. nunca deixarão de existir e devem continuar daqui para a frente, até quando a vida nos permitir.

    Portanto, Paulo, receba da nossa parte, da minha família e de todos os amigos do Pará, esse abraço fraterno e o reconhecimento de que foi um grande Parlamentar, tanto na Câmara quanto aqui no Senado, defendendo o nosso estado e marcando presença na vida do Brasil.

    Parabéns! (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Obrigado, Senador Zequinha.

    Convido o Senador Fernando Bezerra Coelho.

    O Sr. Fernando Bezerra Coelho (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PE. Para apartear.) – Meu amigo Senador Paulo Rocha, eu queria trazer aqui dois testemunhos que, acredito, definem bem a pessoa humana e a figura política que V. Exa. é.

    V. Exa. tem um temperamento doce, humano, afável, mas que ninguém se iluda: V. Exa. é muito firme nas suas posições e nas suas convicções, mas, sobretudo, V. Exa. é um conciliador. Se fosse para definir a sua marca política na atuação do seu mandato como Senador aqui no Senado Federal, diria que muitas vezes a sua postura de conciliação facilitou a tramitação de matérias complexas, difíceis e que precisavam pelo menos da compreensão da oposição – senão do apoio, mas da compreensão para a correta tramitação. Eu quero dar este testemunho: V. Exa. foi sempre um gigante.

    E quero dar testemunho também desse espírito conciliador num dos momentos mais difíceis para o seu partido e para a história da República do Brasil, que foi o período do impeachment e pós-impeachment. V. Exa. nunca deixou que aquele episódio pudesse travar o diálogo com todas as forças políticas aqui dentro do Senado Federal. Portanto, eu quero fazer um reconhecimento e fazer justiça à atuação política de V. Exa.

    E há a segunda marca que eu gostaria de deixar neste meu aparte.

(Soa a campainha.)

    O Sr. Fernando Bezerra Coelho (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PE) – Quantas e quantas vezes nós aqui discutíamos renegociação de dívidas do setor rural e quantas e quantas vezes eu recebia V. Exa. no meu gabinete para V. Exa. chamar nossa atenção: "Eu não sou contra negociar dívida do agronegócio, mas não se esqueça, meu Líder, que tem a agricultura familiar e que tem as cooperativas". Esses dois setores importantes da atividade produtiva brasileira devem a V. Exa. os acordos vantajosos, no sentido de fazer justiça àqueles que, pela seca ou pelo excesso de chuva, perderam seus plantios, perderam as condições de pagar o Pronaf, tiveram que ter rebate, reduções de 95%...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Fernando Bezerra Coelho (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PE) – ... que Paulo Rocha, na mesa de negociação, em nome da Contag, em nome de tantas federações de agricultura espalhadas pelo Brasil inteiro, arrancou dos mais sisudos Ministros da Fazenda ou da Economia deste país.

    Por isso, meu amigo Senador Paulo Rocha, assim como V. Exa., nós estamos saindo do Senado, mas estamos voltando para os nossos estados de cabeça erguida. Missão cumprida, Paulo Rocha! O Pará o reverencia e o Brasil reconhece o seu espírito de luta e a sua imensa contribuição. Deus o guarde! (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Parabéns pelas colocações, Senador Fernando Bezerra!

    Convido, remotamente, o Senador Marcos do Val, para, em seguida, convidar o Senador Jean Paul Prates.

    Senador Marcos.

    O Sr. Marcos do Val (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - ES. Para apartear. Por videoconferência.) – Paulo Rocha, meu amigo, você foi uma grande surpresa. Quando eu cheguei, todo mundo sabe que eu nunca tinha sido político, cheguei como Senador, olhei o Paulo Rocha e falei assim: "Meu Deus, esse daí deve dar um trabalho, vai ser difícil!". E, com aquela estrela no terno, eu o chamando de xerife. (Risos.)

    E aí eu fui conhecendo, fui conhecendo a pessoa com um coração enorme e desconstruindo aquela imagem que alguns Parlamentares acabam tendo da sociedade, seja do PT; então, não tem valor, não tem credibilidade. Daí eu falei: "Desconstrói isso porque tem Senadores que são excepcionais, fazem um trabalho realmente dedicado ao Brasil, não por fanatismo, mas por crença, por acreditar".

    E Paulo Rocha, sendo Líder, e eu sendo armamentista, nos momentos de relatorias em que dava aquele momento delicado da oposição e tal, o Paulo Rocha chegava para mim e me dava cada ideia, cada solução fantástica de agregação para distensionar a corda. Eu falei: "Como é que a gente chega com uma imagem e se engana". Eu queria tornar isso público para os brasileiros. Não tomem decisão em cima do achismo ou de ouvir dizer, a gente é muito injusto quando faz isso.

    Meu querido, nós vamos estar aí cumprindo a missão. Estou à disposição para todos os seus projetos, eu faço questão de relatar, dar continuidade...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Marcos do Val (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - ES. Por videoconferência.) – Seus amigos todos do Senado sempre estarão à sua disposição. Você deixa um grande legado, de uma pessoa com um coração enorme, com bastante diálogo, ouvindo sempre o contraditório, sempre ponderado. Então, fica aqui – para mim foi uma honra conhecer, trabalhar junto e espero nos encontrarmos em breve – um grande abraço, abraço para a família, que deve ter muito orgulho de você.

    Valeu! (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Obrigado, Senador Marcos do Val.

    Senador Jean Paul Prates.

    O Sr. Jean Paul Prates (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN. Para apartear.) – Querido Presidente, obrigado.

    Quero saudar, evidentemente, o mais suspeito para falar de Paulo Rocha aqui sou eu. Tem sido um companheiro o tempo todo nesta Liderança. Desculpa! E é a pessoa que me deu posse aqui neste Senado, era a pessoa que estava aqui em Brasília, o companheiro que estava aqui.

    O tempo e a experiência em si não intemperam, não é? Um gráfico do Pará, imaginem, gente, o que aconteceu com o setor gráfico? Já pararam para pensar? Paulo Rocha é gráfico. O que ele seria hoje? E a luta desse gráfico o tornou o companheiro amazônida, como diz o Senador Eduardo, de Lula, do PT, dos gráficos, dos operários, dos servidores, inclusive os desta Casa, os terceirizados também, dos professores, da agricultura familiar, da pesca, dos pescadores, dos profissionais de saúde, da turma da assistência social, enfim, da cultura, da ciência também, da tecnologia e da pesquisa, o companheiro mestre, o companheiro. Se há um dístico que lhe cabe, meu querido amigo e Líder, é esse. O companheiro do PT, mas um companheiro em todo momento. E nada melhor do que esse companheiro, que hoje sai daqui forjado pela luta, curtido pela política todos esses anos aqui, desde 1991, para novas jornadas, certamente para novas jornadas!

    Eu sei que vou encontrá-lo e, com essa rocha que você é, vamos construir muita coisa juntos, num novo governo, num novo futuro e com esta Casa, como eu disse aqui também na minha fala, com cada um, cada uma dessas companheiras e companheiros que nós fizemos aqui no Senado Federal e V. Exa. também no Congresso Nacional como um todo. Nós vamos construir coisas novas e o companheiro Paulo Rocha será também certamente o companheiro das novas formas de trabalho, dos motorizados, dos remotos, dos precários porque ele já tem envergado essa luta aqui e vai continuar.

    E esse é um processo em que o gráfico entende o que a gente chama de transição justa. A transição justa é isto, a energia se torna renovável, a economia se torna circular...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Jean Paul Prates (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) – ... há digitalização em todo o canto, desde as indústrias até as escolas. Tudo isso forma novas necessidades, mas também precarizou muita coisa. E Paulo Rocha certamente, com toda a experiência de ter vivido todo esse ciclo de evolução e de, às vezes, retrocessos – ultimamente, mais retrocessos do que evoluções –, certamente estará, lado a lado, com todos nós.

    Então, eu não digo tchau nem digo adeus. Eu digo bem-vindo, Paulo Rocha, a novos horizontes de luta, de forja e de ensinamentos! Obrigado, meu professor. (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Convido a Sra. Senadora Soraya Thronicke, remotamente.

    A Sra. Soraya Thronicke (Bloco Parlamentar União Cristã/UNIÃO - MS. Para apartear. Por videoconferência.) – Sr. Presidente, eu gostaria de externar aqui o meu carinho, o meu respeito pelo Senador Paulo Rocha. Senador Paulo Rocha, meu vizinho. E, como o Marcos do Val disse, ele de gravata vermelha sempre e a estrela do PT, quando eu cheguei, novata, neófita, acreditei que ele seria osso duro de roer, mas, Senador, qual não foi a surpresa do convívio contigo, te encontrando no elevador, no começo silencioso, mas descobri em ti uma pessoa cordial, sensata, muito querida, muito respeitosa?

    E quero te agradecer pelo convívio desses anos e por ter aprendido contigo. Aprendi muito, aprendi a respeitar mais ainda as diferenças. Fui respeitada durante todo esse convívio e cheguei muito com a faca na bota, não é verdade? E vocês aí me mostraram e me ensinaram muito, muito!

    Então, eu quero aqui agradecer e esperar que este novo Governo mantenha também V. Exa. aqui em Brasília. Quem ganha é o Brasil, quem continua ganhando é o Pará. E quero dar um abraço depois em ti. Estou aqui, já vim para casa, mas nós vamos nos ver ainda. Então, tudo de bom, felicidades, que novas e maravilhosas portas se abram na sua vida, no seu caminho e no seu futuro!

    Obrigada pelo convite. (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Obrigado, Senadora Soraya Thronicke.

    Convido o Senador Roberto Rocha. (Pausa.)

    Senador Chico Rodrigues.

    O Sr. Chico Rodrigues (Bloco Parlamentar União Cristã/UNIÃO - RR. Para apartear.) – Caro Senador Paulo Rocha, nós que temos uma relação de amizade já antiga, desde os tempos de Câmara dos Deputados, onde fomos companheiros por quase 20 anos, sempre admirei a sua defesa intransigente do Pará e da Amazônia. Você liderava sempre, em todas as reuniões, naquela época em que se falava de interesses amazônicos. Aquela briga sua pelas eclusas, que depois veio a se consolidar, praticamente tinha a sua tatuagem na mente das pessoas, porque foi de uma valia gigantesca para aquela grande obra.

    Mas, vendo aqui e desfilando pelas linhas que contam um pouco da sua história nessa revista, tenho certeza de que você carrega, na memória afetiva, o empenho do seu pai, Tomé de Assis Rocha, e da sua mãe, D. Astrogilda, que lhe ensinou os primeiros passos, mas acima de tudo, o passo mais importante, que foi do respeito e da necessidade de transformar, de se transformar, o mais velho dos 17 irmãos, numa espécie de guia para ajudar os seus pais, que eram agricultores, a criá-los. Então, o berço, muitas vezes, conta um pouco da nossa história.

    E obviamente...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Chico Rodrigues (Bloco Parlamentar União Cristã/UNIÃO - RR) – ... não é à toa que você hoje, despedindo-se temporariamente desta Casa, tem o carinho da grande maioria dos seus companheiros. E tenho certeza de que você está levando nessa bagagem de convivência no Congresso brasileiro, na Câmara e no Senado, tantos ensinamentos, mas, mais que isso, deixando tantos ensinamentos, pela sua paciência, pelo seu companheirismo e, acima de tudo, com o seu compromisso com o Estado do Pará.

    Portanto, tenho certeza de que será uma lástima não contar com você aqui, nos próximos anos. No entanto, você vai certamente pavimentar o seu caminho de volta, porque talvez o Pará precise mais de você do que de qualquer outro companheiro que, na verdade, faz parte da vida pública daquele estado.

(Soa a campainha.)

    O Sr. Chico Rodrigues (Bloco Parlamentar União Cristã/UNIÃO - RR) – Como disseram muitos aqui, o seu companheirismo e, acima de tudo, a sua obstinação, na verdade, são marcas indeléveis que vão ficar aqui tatuadas na memória de cada um de nós.

    Portanto, Paulão, vá lá! O Senado está esperando você de braços abertos. Você, que é um grande parceiro, continuará, na verdade, servindo de referência para todos nós aqui nesta Casa.

    Um grande abraço para você, Paulo. (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Obrigado, Senador Chico Rodrigues.

    Convido o Senador Girão. Em seguida, o Senador Heinze, a Senadora Simone Tebet, o Senador Portinho, o Senador Flávio Bolsonaro e, por fim, a Senadora Leila Barros.

    Senador Girão...

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE. Para apartear.) – Muitíssimo obrigado, Sr. Presidente.

    Eu queria me dirigir ao meu irmão, Senador Paulo Rocha, que hoje, nesta última sessão do ano, está fazendo essa despedida aqui e nos emociona a todos com a sua trajetória de vida. Eu não o conhecia. Estou convivendo com o senhor apenas há quatro anos, aqui.

    Em muitas sessões, em Comissões e no Plenário, estivemos juntos, trabalhando pela paz no Brasil. Então, eu admiro sempre o seu posicionamento pacificador. Nem sempre, a gente tem convergências em ideias, mas o respeito – que é a regra da boa convivência –, eu posso dizer que o senhor, em momentos tensos, equilibrou, apaziguou, juntou, por um bem maior.

    É um trator para trabalhar. Está presente em todas as sessões daqui e nas Comissões, o tempo inteiro. Então, realmente, cada centavo – com o qual o contribuinte do Brasil o remunera, através do seu mandato –, você pode ter certeza de que honrou, porque se dedicou à exaustão. Quantas vezes eu vi, presenciei o senhor saindo daqui, altas horas da noite, discutindo matérias, trabalhando? Isso é muito valoroso.

    Então, quero desejar-lhe tudo de bom. Eu sei que uma pessoa idealista como o senhor é – porque o senhor é um idealista – tem muito trabalho a fazer, porque uma pessoa ser irrequieta como o senhor, nas causas que defende, é algo que só faz colaborar com a nação.

(Soa a campainha.)

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) – Então, que Jesus o abençoe!

    Tive a oportunidade de conhecer a sua esposa, a Eliana, aqui. Desejo tudo de bom para o senhor e para a família. Estamos à disposição para continuarmos as nossas causas, que eu sei que vêm do fundo da alma e do coração.

    Muita paz! (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Grato, Senador Eduardo Girão.

    Senador Luis Carlos Heinze.

    O Sr. Luis Carlos Heinze (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS. Para apartear.) – Paulo Rocha, parabéns pelos mandatos de Deputado e, agora, por concluir, aqui no Senado, um brilhante trabalho!

    O Bezerra fez uma lembrança das dívidas agrícolas. Recordo o Beto Faro, que vai vir aqui, o João Grandão, o Adão Pretto. Isso lá atrás, na Câmara. Nós trabalhamos e essas coisas continuaram.

    Ontem, fechamos o projeto do autocontrole. Vai ser um grande evento para o Brasil. Você e o Jean Paul foram fundamentais para que isso pudesse acontecer e nós coroarmos esse mandato. Quero perguntar ao nosso Presidente, agora, Rodrigo Pacheco como é que foi a repercussão. Muito boa no nosso mercado interno do Brasil e externo também.

    Então, de todas as referências a você – já o conheço há muitos anos como Deputado e, agora, como Senador –, o meu respeito, a minha admiração. Embora, muitas vezes, de lados opostos, a dignidade e o seu trabalho serão ressaltados sempre.

    Parabéns!

    Tenho certeza de que está com o dever cumprido.

    A sua esposa, que eu enxergava aqui, e os seus demais familiares devem ter orgulho do irmão, do filho, do esposo, do pai Paulo Rocha.

    Um abração, tchê!

    Estamos juntos! (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Agradeço a sua participação, Senador Heinze.

    Convido S. Exa. Sra. Senadora Simone Tebet.

    A Sra. Simone Tebet (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS. Para apartear.) – Obrigada, Sr. Presidente.

    Querido amigo Paulo, acho que nós chegamos juntos ao Senado, aprendemos juntos, evoluímos nesta Casa e saímos juntos, não da vida pública, mas do Senado Federal, não da vida pública, porque a vida pública precisa de homens públicos como você.

    Quando eu falo que nós aprendemos muito – e aprendemos mesmo –, não aprendemos tudo nesta Casa; há algumas coisas que não aprendemos: ou é da nossa essência ou não é. E a política e o Brasil precisam de você, porque você carrega em si, na essência, aquilo que há de melhor. A gente pode ser inteligente, competente, preparado, ter vontade de fazer política, mas, se a gente não tiver dentro da gente a alma pura, a generosidade, o espírito humanitário e humanista, não vale nada. E essa é a sua essência. Quem vê você, quem convive com você sabe que, acima de tudo, está um homem simples, que ama o Brasil e as pessoas. Quantas não foram as pautas que nós aqui juntos votamos em favor da criança, do adolescente, da mulher, do idoso, das minorias, da inclusão social. Esse espírito humanitário e humanista que você tem dentro de si, ao meu ver, é a sua principal característica. E, como eu disse, isso você não aprendeu, vem do seu berço e da sua índole.

    Então, acho que você sai, sem dúvida nenhuma, com a sensação do dever cumprido e, acima de tudo, conquistando os amigos das mais diversas matizes ideológicas. Não pensamos igual, mas agimos igual naquilo que é essencial, que é a defesa da democracia e a defesa das minorias, garantindo e buscando garantir igualdade de oportunidade para todos. Então, é isso!

    Que bom ter tido o privilégio de conviver com você aqui no Senado Federal! (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Obrigado, Senadora Simone Tebet.

    Convido S. Exa. Senador Flávio Bolsonaro.

    O Sr. Flávio Bolsonaro (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - RJ. Para apartear. Por videoconferência.) – Prezado Senador Paulo Rocha, enquanto estou aqui acompanhando a sessão de modo virtual, aguardando para divergirmos em mais uma votação, eu senti vontade de fazer uso da palavra para registrar também publicamente, Paulo, o respeito que tenho por V. Exa. Apesar de várias divergências ideológicas e de concepção de mundo que possuímos, o que é normal no Parlamento, eu não podia deixar de vir aqui lhe desejar sucesso no seu futuro.

    No pouco convívio que tivemos aqui – eu, com 20 anos de vida pública, consigo distinguir bem aqueles com quem é possível ter o diálogo, a construção de ideias –, fui testemunha do papel de sua posição construtiva nesses quatro anos em que convivemos.

    Então, você, certamente, até pelos depoimentos dos Senadores que me antecederam, é aquele tipo de pessoa a que todos querem bem. De coração, desejo-lhe um futuro próspero, que o senhor continue colaborando muito com o seu estado e com o país.

    Vou permanecer aqui no Senado por pelo menos mais quatro anos para defender a minha concepção de mundo, as coisas que eu acho corretas. Certamente, se o senhor estivesse aqui mais quatro anos divergiríamos várias e várias vezes ainda sobre diversos assuntos, em muitas pautas que são caras ao senhor e que são caras a nós também, o Governo Bolsonaro teve um olhar muito especial para todas elas.

    Eu espero que esse meu depoimento não atrapalhe o seu futuro político próximo ao PT, mas, de coração, que tudo corra bem dentro do seu planejamento e que Deus abençoe o seu futuro e a sua família. (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Obrigado, Senador Flávio.

    Convido a Sra. Senadora Leila Barros.

    Senadora Leila.

    A Sra. Leila Barros (PDT/PDT - DF. Para apartear. Por videoconferência.) – Obrigada, Sr. Presidente.

    Senador Paulo, eu estava olhando aqui todas as manifestações dos demais Senadores e vendo o quanto que o senhor é uma unanimidade.

    Acho que por onde o senhor passa, com a sua característica moderada, com a sua doçura, com toda a sua experiência, o senhor sempre conseguiu contornar momentos difíceis aqui na Casa, todos nós vivenciamos isso ao seu lado. Então, gostaria muito de agradecer esses quatro anos, esses últimos quatro anos da sua caminhada aqui no Senado estando conosco, principalmente com os mais jovens, teoricamente aqueles que estão há bem menos tempo na política.

    O senhor nos passou grandes ensinamentos e um deles é justamente ver o quanto que o senhor encara a política como uma missão. Na verdade, ela se confunde com a sua própria história, e a gente vê o quanto o senhor defende fervorosamente pautas que lhe são muito valiosas, preciosas, porque elas se confundem com a sua história. A gente sabe o quanto o senhor é fervoroso, um militante fervoroso, com uma história linda junto ao Partido dos Trabalhadores, pelo que a gente tem muito respeito, Senador Paulo. O senhor vai fazer muita falta, mas tenho certeza, como o Jean Paul, o senhor e outros, de que vocês estarão vindo muito ao Senado, debatendo, construindo com a gente, se Deus quiser, um país melhor.

    Então, eu digo para o senhor também, Senador, um até logo. Um até logo e que o senhor já deixa saudades aqui no Senado.

    Um beijo para o senhor. (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Obrigado, Senadora Leila.

    Senadora Rose de Freitas e, em seguida, encerrando os apartes em homenagem ao Senador Paulo Rocha, o Senador Carlos Portinho.

    Senadora Rose.

    A Sra. Rose de Freitas (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - ES. Para apartear.) – O Senador Paulo olhou para mim, a última, mas eu fui correndo fazer o exame de sangue e voltei.

    Senador, hoje, quando nos encontramos, você usou uma palavra, de que nós éramos dinossauros. Eu acho que eu sou mais dinossauro do que você. Você falou que entrou em 1991 e eu entrei em 1987.

    Eu não consegui identificar neste Plenário uma pessoa tão concisa na política e tão doce. Em dados momentos de muito conflito e muita ansiedade, era o Paulo, o Senador Paulo Rocha, aquele que todo mundo dizia que era radical, que chegava com a sua capacidade e, quando fazia assim com o dedo, tinha que parar para todo mundo sentar no mesmo lugar, conversar e tentarmos nos acordar.

    E sua história é linda! É uma história... O Girão estava dizendo "o senhor". Eu nunca vi um senhor aí. Eu vi, sempre, um jovem combativo, um jovem disposto. Nunca o vi desanimado, nunca.

    O Veneziano e vários colegas que prepararam a sua despedida me chamaram a atenção sobre o que é que eu tinha feito com a minha. Eu já não estava preparada emocionalmente para me despedir de vários. Do Paulo Rocha, muito menos.

    Eu me lembro de um momento difícil na minha vida, muito difícil, em que você ligou só para me dar uma palavra de ânimo. É verdade que todos aqui ficam iguais, mas uns são mais iguais, porque eles trazem...

(Soa a campainha.)

    A Sra. Rose de Freitas (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - ES) – ... a carga do sentimento, da emoção, da história e com essa mesma, olha lá, mão aqui, impaciente: "Ah, eu tenho que ouvir tudo isso?!", mas é a sua despedida... Nada disso!

    Por isso que eu tive dificuldade, Presidente Veneziano, de estar aqui nesta tribuna, diante dos meus colegas. Por isso que eu escolhi uma noite em que não tinha ninguém e tinha como Presidente, o Veneziano, uma pessoa muito querida.

    E queria lhe dizer o seguinte: foi grandioso – foi grandioso! Se tivesse de parar agora e falar: "Vou escrever meu capítulo na política", não teria nada a acrescentar. Nada. E o que eu posso dizer? Posso dizer do meu amor de colega, do meu respeito de militante política e da minha admiração que você não perdeu nada. Do dia em que eu te conheci até hoje, é do mesmo tamanho...

(Soa a campainha.)

    A Sra. Rose de Freitas (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - ES) – ... com a mesma grandeza, a mesma combatividade e a mesma fé.

    Você nunca desanimou esta Casa. Nunca nos derrotou, ainda que o lado estivesse naquela ponta, contra tudo que nós estivéssemos fazendo naquela hora, você caminhava a passos muito seguros para chegar aonde tinha que chegar e para nos fazer chegar também.

    Quando as pessoas, eu vejo, dizem aqui: "Olha, vá com Deus! Vá com fé! Vá com alegria para a nova vida!", que nova vida? Não é novo caminho, apenas um jeito de caminhar. E esse seu jeito de caminhar eu vou ficar observando, porque eu também vou estar saindo daqui no mesmo dia em que você vai sair.

    Mas fica... Eu olhava aqueles quadros, cheios de fotos e falava assim...

(Soa a campainha.)

    A Sra. Rose de Freitas (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - ES) – ... "Quem fez história nesta Casa?". Paulo Rocha fez história nesta Casa. Você chegou depois de mim quatro anos, mas eu aprendi tanto com você! Tanto! Até a ser mais serena – eu que sou irrequieta pra danar! Até a brigar menos! E você que briga pra danar! E também saber a hora de colocar as coisas para que elas possam seguir um caminho e ter foco.

    Obrigada.

    Assim...

    É por isso que eu não gosto de despedidas. (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – O penúltimo orador, Senador Roberto Rocha.

    Em seguida, Senador Carlos Portinho.

    O Sr. Roberto Rocha (Bloco Parlamentar Vanguarda/PTB - MA. Para apartear.) – Senador Paulo Rocha, muito brevemente, até porque pretendo também fazer uso da palavra para, de igual modo, dizer um até breve.

    Mas eu quero registrar o privilégio da companhia com o amigo Paulo Rocha, companheiro na Câmara, aqui no Senado durante esses oito anos – chegamos juntos aqui e somos vizinhos de estados, de modo que eu quero aqui deixar consignado para V. Exa., para sua família o enorme carinho que todos aqui no Senado têm pelo que V. Exa. é e pelo que V. Exa. representa.

    Então, parabéns!

    Eu não sabia de mais esse atributo de V. Exa., que é o de ser cantor. Pretendo aí na tribuna daqui a pouco ler uma música, não me atrevo a cantá-la.

    Sucesso e até breve. (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - PB) – Obrigado, Senador Roberto Rocha.

    Senador Carlos Portinho.

    O Sr. Carlos Portinho (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - RJ. Para apartear.) – Senador Paulo Rocha, eu não poderia deixar... Hoje é um dia realmente triste, sem dúvida alguma, de tantas despedidas de pessoas com quem eu não só convivi, mas com quem aprendi; que, pela forma de atuar no Parlamento, ensinaram-me muito.

    E a gente aprende, seja na situação, na oposição, o aprendizado não tem lado, ao contrário, poder dividir os debates com um Líder do PT da sua altura, da sua honestidade, honestidade e compromisso... Os acordos que fez foram cumpridos – todos para o bem do nosso país certamente – de forma honesta, de forma leal até quando discordou.

    E também, como disse ao Senador Jean Paul, construímos muito, muito, junto com as nossas diferenças, porque elas podem estar num lado do campo do nosso país ideológico ou de um outro lado. O importante é a gente identificar as causas de cada um.

    Estendo também ao nosso Senador Paim, que eu vejo ali. Eu identifico muito bem as suas causas, Paim, e sei que valoriza, você valoriza, assim como o Senador Paulo Rocha, como o Senador Jean Paul, a defesa das suas causas, e sei que em algumas a gente vai transigir e em outras ou me darei por vencido ou vice-versa.

    E ter a sua companhia nas costuras, nas conversas, sempre abertas, sem frescura, sem muitos rodeios, de forma objetiva, isso é uma grande virtude. Ser objetivo, ser claro, transmitir confiança, lealdade, honestidade são predicados, Paulo, que você carrega da sua história, que é uma história bonita.

    Hoje, eu tive a oportunidade de ler toda a sua prestação de contas. Você tem uma história, uma história política que você construiu, e eu aprendo um pouco com a sua história e lamento – já havia dito isso antes –, essa é a minha maior bronca com o PT, é não ter você aqui no ano que vem neste Senado, mas a vida vai nos unir nas nossas diferenças novamente, eu não tenho dúvida.

    Todo sucesso! Onde você estiver eu vou estar olhando pelos seus passos, como disse a nossa Senadora.

    Muito obrigado. (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Pacheco. Bloco Parlamentar PSD/Republicanos/PSD - MG) – Senador Paulo Rocha, para concluir.

    O SR. PAULO ROCHA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PA) – Agora, apressar para a gente aprovar a PEC.

    Aliás, eu peço o voto de todos para a gente aprovar a PEC rápido.

Eu fico com a pureza

[...] das crianças

[...] é [bonito]

[...] é [bonito] (Palmas.)

(Durante o discurso do Sr. Paulo Rocha, o Sr. Veneziano Vital do Rêgo, 1º Vice-Presidente, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Rodrigo Pacheco, Presidente.)

    O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Pacheco. Bloco Parlamentar PSD/Republicanos/PSD - MG) – Muito obrigado, Senador Paulo Rocha.

    Nossas homenagens, uma vez mais, reiterando aquilo que eu já disse mais cedo do valor de V. Exa. e da saudade que V. Exa. nos deixará.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) – Presidente...

    O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Pacheco. Bloco Parlamentar PSD/Republicanos/PSD - MG) – Senador Eduardo Girão.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE. Para apartear.) – Senador Paulo Rocha, eu não podia me esquecer disto: o Senador Kajuru, que passou mal pouco tempo atrás, me ligou aqui e disse que, poxa, está acompanhando a sessão toda, emocionado, e que, embora em muitos momentos – e faz parte da democracia – tenha divergência ou outra, ele te acha um ídolo. Você é o ídolo dele. Então, é uma marca do Kajuru. Ele tem um carinho especial pelo senhor, está lhe desejando tudo de bom e está orando pelo senhor!

    Desculpe-me, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/12/2022 - Página 70