Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Destaque para a necessidade da retomada imediata do crescimento econômico diante da situação da população brasileira. Críticas à atual taxa básica de juros da economia do País. Observações sobre a importância da discussão acerca do impacto da política monetária sobre as finanças públicas. Comentário sobre a influência da taxa de juros diretamente no aumento da inflação.

Autor
Jorge Kajuru (PSB - Partido Socialista Brasileiro/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Economia e Desenvolvimento:
  • Destaque para a necessidade da retomada imediata do crescimento econômico diante da situação da população brasileira. Críticas à atual taxa básica de juros da economia do País. Observações sobre a importância da discussão acerca do impacto da política monetária sobre as finanças públicas. Comentário sobre a influência da taxa de juros diretamente no aumento da inflação.
Publicação
Publicação no DSF de 09/02/2023 - Página 14
Assunto
Economia e Desenvolvimento
Indexação
  • DEFESA, NECESSIDADE, RETOMADA, CRESCIMENTO ECONOMICO, SITUAÇÃO, POPULAÇÃO, BRASIL, CRITICA, TAXA, JUROS, INFLUENCIA, POLITICA MONETARIA, FINANÇAS PUBLICAS, AUMENTO, INFLAÇÃO.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO. Para discursar.) – Brasileiros e brasileiras, minhas únicas vossas excelências, minha primeira subida à tribuna nesta nova legislatura na condição de Líder do PSB histórico de 80 anos no país é para defender a retomada urgente do crescimento econômico necessário para melhorar as sofridas condições de vida da maioria dos brasileiros. A retomada, no entanto, enfrenta um obstáculo: a maior taxa de juros do planeta. Enquanto os Estados Unidos e a Zona do Euro mantêm juros de 4% e 3% ao ano, no Brasil, o Banco Central fixou, semana passada, a taxa básica de juros em 13,75%, mais que o dobro da inflação prevista para o ano. Já a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto não passa de 1%, inferior aos 3% esperados para 2022, índice ainda a ser confirmado. Ou seja, a atividade econômica está em trajetória descendente num momento em que o país requer mecanismos para estimular o crescimento.

    O mercado trata muito da política fiscal e dos gastos do Governo, mas pouco discute o custo da política monetária para as finanças públicas. Todos sabemos que mais de 50% do orçamento federal é destinado ao pagamento de juros e da dívida crescentemente pressionada pela taxa Selic em níveis estratosféricos. Urge, então, uma discussão profunda em busca da receita para a economia do país voltar a crescer.

    De minha parte, tenho dúvida de que o caminho passe pela manutenção da maior taxa de juros do mundo a pretexto de controlar a inflação, supostamente com expectativas de alta por causa do risco fiscal. Há números, Brasil, que colocam em xeque a eficácia da fórmula. Em 2021, a meta de inflação era de 3,7%, e a inflação passou de 10%.

    Para concluir, no ano passado, novo estouro: com meta de 3,5%, a inflação foi de 5,79%. Para o ano em curso, a meta estabelecida é de 3,25%, e a projeção mais recente de inflação é de 5,7%. Mesmo em níveis altíssimos, as taxas básicas de juros não têm evitado seguidas elevações nas projeções de inflação, mas seguem fazendo a alegria dos rentistas, inviabilizando os investimentos para aumentar a capacidade produtiva do país.

    Creio que é nosso dever, aqui nesta Casa, buscar respostas para uma pergunta inevitável: o que o Brasil como um todo tem a ganhar com esse quadro de juros elevados, inflação com tendência de alta e perspectiva de crescimento em baixa? – ponto de interrogação.

    Agradecidíssimo, Presidente Rodrigo Pacheco.

    Seguirei, no quinto ano de mandato, cumprindo o tempo rigorosamente, embora deseje um tempo maior. Que voltemos a dez minutos em nossos pronunciamentos!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/02/2023 - Página 14