Discurso durante a 44ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apelo ao Presidente do Senado Federal Rodrigo Pacheco, para que retome as sessões temáticas da Casa às quintas-feiras, a fim de debater temas importantes da vida política nacional. Críticas ao Banco Central pela manutenção da atual taxa de juros básica da economia, a Taxa Selic, em 13,75% ao ano, em um cenário de possível queda da inflação e de redução dos preços das commodities no mercado internacional.

Autor
Marcelo Castro (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Marcelo Costa e Castro
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Atuação do Senado Federal, Economia e Desenvolvimento:
  • Apelo ao Presidente do Senado Federal Rodrigo Pacheco, para que retome as sessões temáticas da Casa às quintas-feiras, a fim de debater temas importantes da vida política nacional. Críticas ao Banco Central pela manutenção da atual taxa de juros básica da economia, a Taxa Selic, em 13,75% ao ano, em um cenário de possível queda da inflação e de redução dos preços das commodities no mercado internacional.
Publicação
Publicação no DSF de 11/05/2023 - Página 69
Assuntos
Outros > Atuação do Estado > Atuação do Senado Federal
Economia e Desenvolvimento
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, RODRIGO PACHECO, PRESIDENTE, SENADO, REALIZAÇÃO, SESSÃO DE DEBATES TEMATICOS, DEBATE, POLITICA NACIONAL, ECONOMIA, INFLAÇÃO, DESENVOLVIMENTO, REFORMA TRIBUTARIA, REFORMA POLITICA, CRITICA, BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN), MANUTENÇÃO, TAXA SELIC, JUROS, REDUÇÃO, PREÇO, MERCADO INTERNACIONAL.

    O SR. MARCELO CASTRO (Bloco Parlamentar Democracia/MDB - PI. Para discursar.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, há duas semanas nós tivemos uma experiência aqui, na quinta-feira, numa sessão especial, muito enriquecedora, em que discutimos com as instituições de Governo, com as instituições privadas, a questão dos juros, a questão da inflação, a questão do desenvolvimento do nosso país. E eu digo aqui a V. Exas. que eu reputo esse um dos pontos altos do nosso Senado Federal nesta legislatura.

    Continuando nesse pensamento, Sr. Presidente, eu gostaria de que nós voltássemos a fazer essas sessões às quintas-feiras, trazendo temas relevantes e importantes para a sociedade brasileira, como, por exemplo, o tema inadiável da reforma tributária, o tema igualmente importante da reforma política, que nós pudéssemos fazer um debate aqui amplo, como foi feito na questão dos juros e da inflação, para que a gente pudesse captar também o sentimento da sociedade para tomar as decisões, evidentemente, em favor do nosso país – quando a gente fala isso, em favor do desenvolvimento, da prosperidade, do bem-estar do povo brasileiro.

    Agora, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, lembrando da sessão que nós fizemos, eu quero trazer alguns números aqui para V. Exas. do que está acontecendo no nosso mercado. Uma saca de soja, até recentemente, custava R$170, R$180; agora caiu para R$110, R$120, R$130, dependendo da região. Uma saca de milho custava R$80, R$90, Senador Heinze; agora está custando R$40, R$50. Uma arroba de boi custava R$310, R$320; agora está custando R$210, R$220, Senador Vanderlan. E por aí vai. Uma tonelada de ureia, que custava mais de US$1 mil, está custando US$300 e poucos. Um defensivo, cujo litro custava R$120, está custando R$60.

    Ora, tudo que for acontecer daqui para frente, o frango que a pessoa for comer, o leite que for tomar, o iogurte que for tomar, o queijo que for comer, tem soja, tem milho, está dentro dessa composição. Então, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, eu posso dizer aqui, sem ser economista, que a inflação do Brasil vai cair vertiginosamente. Não há como não cair com essa queda desses preços que aconteceram.

    E aí, vai levar a culpa disso aí quem menos merece, que é o Banco Central. Por que o que tem a ver a arroba do boi com juro alto? O que tem a ver o preço da soja com o juro alto? O que tem a ver o preço do milho com juro alto? Simplesmente nada a ver porque são commodities, e os seus preços são ditados internacionalmente.

    Aí, a inflação vai para zero, vai cair vertiginosamente e o Banco Central vai se apoderar de uma coisa para a qual ele não contribuiu em nada. Eu afirmo aqui – não sou economista, sou psiquiatra, Senadora Tereza –: se a inflação, se o Banco Central decretar hoje juro zero, Selic zero, a inflação vai cair do mesmo jeito, porque nós não temos inflação de demanda no Brasil. Nós estamos tendo é oferta em excesso.

    Um bezerro, V. Exa. sabe perfeitamente, lá no Mato Grosso do Sul custava R$3 mil. Hoje as pessoas estão fazendo fila para vender bezerro de R$1,5 mil, R$1,7 mil, e não estão encontrando comprador. Isso aí vai levar a inflação a cair vertiginosamente. E isso não é ditado por juro alto; isso é ditado pelo preço das commodities, que não tem nada a ver com esse juro. Se nós botarmos o juro zero, a inflação vai cair da mesma maneira.

    Então, vou dizer aqui o que eu me esqueci de dizer na sessão passada. Esse juro estratosférico que o Brasil está adotando, o maior de todo o mundo, só serve para uma coisa: para enriquecer ainda mais os banqueiros do Brasil – para outra finalidade ele não serve.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/05/2023 - Página 69